ÉPOCA DE 1971/72
Na tentativa de terminar de vez com a travessia do deserto os responsáveis do FC Porto, voltaram a insuflar na sua massa adepta e seus simpatizantes, uma nova dose de esperanças, desejos e ambições. Desta vez não falhariam o principal objectivo. Era já uma frase feita das anteriores pré temporadas.
Na orientação técnica da equipa manteve-se o treinador da época anterior, António Teixeira, enquanto o plantel era reforçado com um ponta-de-lança, reputado internacional brasileiro, marcador de muitos golos, de seu nome Flávio. Correspondeu a um esforço financeiro significativo pois o seu passe custou uma pequena fortuna: 2375 contos.
Mas as esperanças rapidamente se transformaram em renovadas frustrações. Duas derrotas consecutivas nas Antas, a primeira contra o Benfica (1-3), a abrir o campeonato e frente aos franceses do Nantes (0-2), na primeira eliminatória da Taça Uefa, que acabaria por ditar a eliminação prematura da prova, face ao insuficiente empate (1-1), em França, duas semanas depois, foram demasiadamente penalizadoras e marcantes para o resto da época.
A nau portista passou desde logo a navegar em mar encapelado, muito atribulado, com viagem caracterizada por muita instabilidade que ditaria a passagem pelo banco de, imagine-se, quatro (!) treinadores: António Teixeira, até Outubro de 1971; Artur Baeta, na 8ª jornada, jogada em 7 de Novembro; o brasileiro Paulo Amaral, até fins de Fevereiro; e finalmente António Feliciano até ao final da época.
O FC Porto acabou na 5ª posição de um campeonato alargado a 16 equipas. Em 30 jogos coleccionou apenas 13 vitórias, empatou 7 vezes, perdeu 10, marcou 51 golos, sofreu 32 e somou 33 pontos, menos 4 que a Cuf, menos 10 que o Sporting, menos 12 que o V. Setúbal e menos 22 que o Benfica!
Na Taça de Portugal, jogada a uma mão, ainda conseguiu chegar até às meias-finais, onde foi eliminado pelo Benfica, no estádio da Luz, por 6-0. Antes tinha eliminado o Anadia, da III Divisão nacional (8-0, nas Antas); O Farense (3-1, nas Antas) e o Atlético (0-2, na Tapadinha).
Foram 23 os jogadores portistas que deram o seu contributo à equipa, no conjunto das três provas em que o FC Porto esteve presente, num total de 36 jogos, aqui indicados por ordem decrescente da sua utilização: Abel (36), Pavão (36), Rolando (34), Rui (33), Flávio (32), Gualter (32), Lemos (32), Valdemar (29), Ricardo (24), Leopoldo (22), Oliveira (20), Bené (18), Manhiça (16), Séninho (16), Nóbrega (14), Rodolfo (12), Vieira Nunes (11), Armando (4), Costa Almeida (4), Jacinto (4), Rodrigo (4), Júlio (3) e Ludgero (1).
UMA DAS EQUIPAS POSSÍVEIS DESSA ÉPOCA
Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Armando Manhiça, Pavão, Leopoldo, Rolando, Gualter e Rui; Pela mesma ordem, em baixo: Ricardo, Bené, Nóbrega, Abel e Lemos
Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar
Sem comentários:
Enviar um comentário