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segunda-feira, 11 de abril de 2011

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ANOS 60) - I PARTE

A década de 60 caracterizou-se pela travessia do deserto do FC Porto, no que diz respeito a títulos. A Taça de Portugal da época 1967/68 foi o único troféu conquistado. 

Apesar disso, pelas Antas passaram grandes jogadores, em número apreciável, mas só a oito deles foram reconhecidas qualidades para representarem a Selecção nacional principal.

Serafim Pereira - 33º internacional: Alcançou cinco internacionalizações (quatro em representação do FC Porto e uma da Académica, para onde se iria transferir mais tarde, após uma fugaz passagem pelo Benfica). A estreia ocorreu a 6 de Maio de 1962, em São Paulo, contra o Brasil (derrota por 2-1).

Esquerdino nato, Serafim era um possante futebolista que começou a sua carreira no FC Porto. Aos 15 anos já jogava na equipa de júniores, mercê de uma autorização ministerial.

Cedo se afirmou como grande promessa, quando se tornou na maior figura da Selecção nacional de júniores que, em 1961 se sagrou campeã da Europa, com a particularidade de ter marcado os quatro golos com que Portugal venceu na final a Polónia. Serafim estava então já integrado na equipa sénior do FC Porto.

Nessa altura já se destacava pela sua extraordinária capacidade atlética, pujança física, velocidade e potência do remate. Em absoluto, Serafim foi o melhor júnior da sua geração.

Tornou-se titular indiscutível do FC Porto, formando uma «explosiva» asa esquerda com Nóbrega.

Em 1963, Serafim ingressou no Benfica, protagonizando a mais cara transferência de sempre entre clubes portugueses, mas onde não lhe foram dadas grandes oportunidades. A partir de 1966/67 passou a representar a A.Académica de Coimbra, onde concretizou a sua 5ª internacionalização.
Alberto Festa - 34º internacional: Vestiu a camisola da Selecção nacional por 19 vezes, tendo sido um dos três representantes portistas da equipa dos «Magriços», presente em Inglaterra, no Campeonato do Mundo de 1966. Foi aliás o único que teve a oportunidade de jogar, envergando a camisola com o número 22.

Alternou a sua participação, nesse certame, com o defesa direito Morais, do Sporting, cabendo-lhe três dos seis jogos disputados,

Estreou-se na segunda partida do seu Grupo, na vitória de Portugal por 3-0, frente à Bulgária; esteve nas meias-finais, contra a Inglaterra, na derrota que nos afastou da final, por 2-1 e terminou a sua participação frente à URSS de Yashin, com vitória portuguesa por 2-1, contribuindo assim para a conquista histórica do 3º lugar, na primeira participação portuguesa na fase final de um grande evento futebolístico, ao nível das selecções principais.

A sua estreia na Selecção nacional aconteceu em 23 de Janeiro de 1963.

Natural de Sto. Tirso, foi recrutado ao Tirsense, clube que representava e onde deu nas vistas. Foi o defesa direito escolhido para cumprir a ingrata missão de substituir o consagrado Virgílio Mendes.

Festa rapidamente provou tratar-se de uma aposta ganha. Chegou ao Clube na época de 1960/61, onde jogou até 1967/68.
António Paula - 35º internacional:  Revelou-se no FC Porto, tendo obtido a sua única internacionalização a 23 de Janeiro de 1963, em Roma, num jogo de apuramento para o Campeonato da Europa, contra a Bulgária (derrota por 1-0). Foi de seguida transferido para o Benfica.
Américo Lopes - 36º internacional: Estreou-se na Selecção nacional em 1964, na Suíça, num jogo em que Portugal venceu por 3-2. Somou 15 internacionalizações.

Foi um dos três portistas que integraram o grupo dos 22 «Magriços» da fase final do Campeonato do Mundo, de 1966 em Inglaterra. Após ter revelado uma regularidade notável, foi com alguma surpresa que não foi utilizado nesse Mundial.

O futuro encarregou-se de revelar o seu devido valor, quando o seleccionador nacional, passado alguns anos, confessou que o seu único erro, em Inglaterra, foi não o ter colocado na equipa em vez de José Pereira, quando retirou o sportinguista Carvalho.

Regressaria à Selecção em 1967, fazendo então nove jogos consecutivos. Só cederia o posto para o jovem Damas, no final de 1968. Américo foi incontestavelmente um dos melhores guarda-redes portugueses de sempre.

Seria o senhor das balizas durante a década de 60, marcada por um quase deserto de títulos. Era um guarda-redes sólido, seguro, temerário, elástico e imperturbável, assumindo o estatuto de líder da equipa.

Foi Campeão nacional em 1959, como suplente de Pinho, na época em que começara a jogar no plantel principal. Em 1967/68 venceu a Taça de Portugal, na final do Jamor, frente ao Vitória de Setúbal.

Para culminar a sua carreira, ainda nessa mesma temporada, venceu a primeira classificação de regularidade, alguma vez instituída em Portugal, o Prémio Somelos.

No final da época de 1969, com 36 anos, despediu-se do futebol.

(Continua)
Fontes: European Footeball; História oficial do FC Porto, de Alfredo Barbosa; FC Porto - Figuras e Factos 1893-2005, de J.Tamagnini Barbosa e Manuel Dias.