ÉPOCA 1969/70
A saída em ruptura de Pedroto, lançou o Clube num clima de dúvida, tanto mais que Pinto de Magalhães conseguira aprovar em Assembleia Geral, o impedimento futuro dos serviços do técnico português, sem a expressa autorização de nova Assembleia Geral».
O Presidente escolheu então o romeno Elek Schwartz, de 62 anos, firmando contrato para uma época, a troco de 380 contos. O homem ainda tinha algum cartel na Europa, tendo inclusivamente levado o Benfica à final da Taça dos Campeões Europeus... Mal sabia ele que estava a condenar o FC Porto à época mais negra do historial do Clube.
Ao fim de 11 jornadas os azuis e brancos já se «arrastavam» pelo 10º lugar, somando apenas 11 pontos e a uma distância de 9 pontos do líder! Schwartz, acometido de doença, passava mais tempo na cama que no campo.
Em meados de Fevereiro, depois de mais duas derrotas consecutivas (no Bessa e Alvalade), Pinto de Magalhães rescindiu amigavelmente com o doente técnico romeno, dando interinamente o comando da equipa a Vieirinha, o adjunto que na prática, já vinha a dirigir a equipa há alguns jogos. Foi por pouco tempo, pois logo a seguir entraram para o comando técnico o escocês Tommy Docherty e o adjunto António Teixeira, mas a equipa estava devastada. Derrota atrás de derrota, toda a gente perdera o respeito aos azuis e brancos.
E se no Campeonato as coisas corriam de mal a pior, para deteriorar mais a situação, o FC Porto viria a ser eliminado da Taça de Portugal, logo à primeira, às mãos do Tirsense, da II Divisão nacional (2-2, em St. Tirso e 0-1, nas Antas), já com Tommy Doc no banco.
Também na Taça das Cidades com Feira a prestação portista não saiu da vulgaridade, ainda no consulado do técnico romeno. Começou por eliminar a acessível equipa dinamarquesa do Hvidovre (1-2 em Copenhaga, com golos de Hélder Ernesto, e 2-0, no Porto, com golos de Salim e Rolando), mas logo foram afastados pelos ingleses do Newcastle (0-0, no Porto e 1-0 em Inglaterra).
O final do campeonato foi uma autêntica penitência. Nas últimas quatro jornadas, uma vitória e três derrotas! Uma verdadeira tragédia! O FC Porto quedou-se pelo 9º lugar, a sua pior classificação de sempre, somando 22 pontos em 26 jornadas, vencendo 8, empatando 6, perdendo 12, marcando 30 golos e sofrendo 37. Uma diferença pontual para o primeiro de 24 pontos! Inacreditável!
As equipas técnicas utilizaram 26 atletas, no total das três provas disputadas, aqui indicados por ordem decrescente da sua utilização: Custódio Pinto (32), Pavão (32), Vieira Nunes (31), Nóbrega (29), Valdemar (29), Sucena (27), Gualter (23), Rolando (22), Seninho (20), Eduardo Gomes (19), Chico Gordo (17), Rui (13), Salim (13), João (11), Lisboa (11), Ronaldo (11), Vaz (11), Acácio (8), Albano (8), Aníbal (8), Leopoldo (7), Hélder Ernesto (4), Ricardo (4), Eduardo (3), Antenor (1) e Cibrão (1).
CONJUNTO DE 15 ATLETAS DESSA ÉPOCA
(Foto do blogue memória azul)
Na imagem, da esquerda para a direita, em cima: Vaz, Acácio, Rolando, Vieira Nunes, Valdemar, Pavão, Sucena e Aníbal; Em baixo, pela mesma ordem: Salim, Seninho, Chico Gordo, Ronaldo, Eduardo Gomes, Custódio Pinto e Nóbrega.
Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Textos de António Simões do Jornal A Bola.
Mal planeada a época, para mais com o azar da doença de Schewartz, um dos piores motivos foi a falta de atacantes, coma saída de Djalma e o ingresso de dois brasileiros, primeiro Ronaldo e mais tarde Salim, que afinal nem eram avançados... o que começou a originar a falta de marcação de golos e consequentemente o avolumar de maus resultados, advindo forte crise - pois que no meio camPO, POR EXEMPLO, A EQUIPA ERA PRAticamente a mesma da época anterior, embora na baliza, com o abandono forçado de Américo, por lesão, tenha sido um desastre, perante a má época de Aníbal, Rui e Vaz, aos quais ainda se juntaram Antenor e Frederico, mas nenhum conseguiu fazer esquecer Américo.
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