sexta-feira, 19 de julho de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 70

ÉPOCA 1970/71

Nova época, vida nova! Esquecia-se o passado, renovavam-se as esperanças e ambições. Era o pulsar do mundo portista, que depois da pior época de sempre, respondeu de forma arrasadora ao fervor clubista, aumentando, em apenas dois meses, mais de 10.000 novos associados, resultado de uma campanha de angariação de novos sócios e permissão da reentrada, sem jóia, de alguns desistentes, levada a cabo pela Direcção presidida por Afonso Pinto de Magalhães.

O plantel foi alvo de renovação com as entradas de jogadores como, Armando (guarda-redes), Armando Manhiça, Bené, Abel, Lemos, Joaquinzinho e Manuel Duarte. No comando técnico ficou o ex-adjunto António Teixeira.

Limitados ao Campeonato e Taça de Portugal, os azuis e brancos entraram a perder em Faro, vencendo os dois jogos seguintes. Depois, novos contratempos: dois empates consecutivos. O primeiro surpreendente, nas Antas contra o Barreirense (2-2) e o outro, na Luz, pelo mesmo resultado, mas com Lemos a apontar os dois golos portistas.

Em Novembro, com 11 jornadas disputadas, o FC Porto somava já 4 derrotas, a última das quais frente ao Sporting, em Alvalade, fruto de uma arbitragem polémica, de um tal César Correia, de Faro. Depois encetou uma recuperação, que teve o seu momento mais significativo na recepção ao Benfica, em 31 de Janeiro de 1971. 

A equipa do regime foi «esmagada» por uns claros 4-0, com todos os golos a serem marcados por Lemos, que já se mostrara na Luz. Este episódio pode ser recordado em pormenor no post que editei em 4 de Maio de 2010, intitulado «A TARDE AZUL DE LEMOS».

Na 19ª jornada a equipa portista continuava na luta pelo título, a apenas dois pontos do Sporting, mas a derrota no Barreiro, frente à Cuf, a 4 jornadas do fim, em mais uma arbitragem encomendada, curiosamente ou talvez não, com César Correia, protagonista de novo, onde não faltou a expulsão de Lemos, deixou o FC Porto a três pontos da dupla lisboeta (SLB+SCP) e praticamente arredado da discussão. Na jornada seguinte venceu nas Antas o Sporting, oferecendo de bandeja o título ao clube do regime. Os azuis e brancos acabaram o campeonato na 3ª posição, com 26 jogos, 16 vitórias, 5 empates, 5 derrotas, 44 golos marcados, 21 sofridos e 37 pontos, menos 1 que o segundo (Sporting) e menos 4 que o 1º.

Depois de perdido o campeonato começou a disputa da Taça de Portugal. O sorteio designou como primeiro adversário, precisamente a Cuf, nas Antas. Goleada por 5-1 e passaporte carimbado para a eliminatória seguinte para defrontar, também nas Antas o Ferroviário. Nova goleada, desta vez por 4-1 e qualificação para os quartos-de-final. O sorteio colocou no caminho azul e branco o Vitória de Setúbal, numa eliminatória a ser decidida em duas mãos. O desempenho portista deixou muito a desejar, deixando-se surpreender, em pleno estádio das Antas, com derrota comprometedora por 0-1. Na segunda mão o FC Porto não foi além de um empate (1-1), com os golos a surgirem nos últimos minutos da partida.

António Teixeira utilizou 22 jogadores nas duas provas, aqui indicados por ordem decrescente da sua utilização: Abel (30), Armando Manhiça (30), Bené (30), Custódio Pinto (30), Pavão (30), Rolando (27), Gualter (26), Nóbrega (26), Lemos (25), Rui (23), Ricardo (22), Valdemar (21), Vieira Nunes (10), Leopoldo (9), Armando (9), Joaquinzinho (6), Chico Gordo (3), Eduardo Gomes (3), Hélder Ernesto (2), Manuel Duarte (2), Oliveira (1) e Seninho (1).

UMA DAS EQUIPAS POSSÍVEIS DESSA ÉPOCA





















Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Vítor Hugo (massagista), Rui, Vieira Nunes, Rolando, Valdemar, Armando Manhiça, Pavão, Gualter, Armando e António Teixeira (treinador); Em baixo, pela mesma ordem: Abel, Lemos, Custódio Pinto, Bené, Nóbrega e Chico Gordo.

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e Fascículos do Jornal A Bola

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