ÉPOCA 1967/68
Ainda orientado por José Maria Pedroto, que acreditava ser possível transformar o FC Porto num Clube campeão, os azuis e brancos começaram bem a época com quatro vitórias seguidas no campeonato, ensombradas porém com a eliminação precoce na Taça das Cidades com Feira frente aos escoceses do Hibernian. Os dragões perderam em Edimburgo por 3-0, depois de uma desastrada exibição. Na segunda mão tentou tudo para desfazer a desvantagem, mas não foi feliz. Logo ao 6 minutos sofreu uma grande penalidade e a tarefa se já era difícil tornou-se quase impossível. Só na segunda parte o FC Porto conseguiu de algum modo acreditar que em futebol não existem impossíveis, entrando a todo o gás no sentido de fazer a remontada. A verdade é que estiveram muito perto de o conseguir. Vitória por 3-1, com golos de Custódio Pinto (54') e Valdir (55' e 68'), insuficiente para seguir em frente.
O ano de 1968 começou com portistas e benfiquistas emparelhados na luta pelo título, mas a pouco e pouco o FC Porto foi cedendo e à 17ª jornada estava já a cinco pontos da liderança, desfazendo mais uma vez o sonho de vencer o Campeonato. Acabaria na 3ª posição a 5 pontos do 1º e 1 do 2º, resultado de 26 jogos, 16 vitórias, 4 empates, 6 derrotas 60 golos marcados, 24 golos sofridos e 36 pontos.
Mas a época terminaria com a vitória na final da Taça de Portugal, conseguida dez anos depois do seu último triunfo.
Na imagem, à esquerda, Custódio Pinto, capitão da equipa, recebe a Taça das mão do Chefe de Estado Américo Tomaz; Ao centro, Américo (guarda-redes) ergue a Taça e à direita, o treinador Pedroto com ar feliz.
Vale a pena recordar o percurso azul e branco até à final.
O sorteio designou o Beira-Mar, da II Divisão, como adversário da primeira eliminatória. Jogada a duas mãos, o FC Porto venceu nas Antas, por 2-1, com os dois golos marcados por Djalma. Em Aveiro, Pavão e Ricardo concretizaram na vitória por 2-0.
Seguiu-se o Varzim, da I Divisão. Djalma com 3 golos e Manuel António, dizimaram os varzinistas, na sua própria casa, por claros 0-4. Nas Antas nova goleada (5-1). Manuel António, com 3 golos, Pinto e Valdir foram os carrascos.
Nos oitavos-de-final a vítima foi o Covilhã, da II Divisão. Duas goleadas. A primeira, nas Antas (5-0), com golos de Lisboa e Valdir (4). Na Covilhã, dois golos de Djalma e outros tantos de Manuel António, coloriram o resultado (0-4).
As dificuldades começaram-se a adensar, com o sorteio a designar o Belenenses como adversário de respeito para os quartos-de-final. Nas Antas, apesar do resultado favorável de 3-1, o jogo não foi fácil. O Belenenses deu réplica e ao intervalo registava-se um empate (1-1). O jogo foi desbloqueado aos 47 minutos com um golo na própria baliza, de Serrano. Pavão, a 9 minutos do final selou o resultado final. O primeiro golo da partida pertenceu ao portista Nóbrega, aos 10 minutos.
No Restelo assistiu-se a mais um jogo muito equilibrado e muito táctico. Empate sem golos que qualificou o FC Porto.
Para as meias-finais o sorteio reservou o Benfica. Primeiro jogo na Luz muito equilibrado com empate a dois golos, com Djalma em evidência marcando os dois portistas. Nas Antas, o FC Porto despachou o Benfica com três golos sem resposta. Mais uma vez Djalma que apontou 2 golos, foi decisivo. Pavão foi o autor do terceiro.
Na final do Jamor, o FC Porto teve como adversário o Vitória de Setúbal, treinado por Fernando Vaz, que tinha eliminado o Sporting.
Ao contrário do que era habitual, os azuis e brancos viajaram para Lisboa de avião. Quem não viajou foi o defesa direito Sucena que tinha feito quase toda a época a titular, depois da grave lesão do internacional Festa. Surpreendentemente José Maria Pedroto deslocou para o seu lugar o ponta-de-lança Bernardo da Velha que pegou de estaca.
Na foto à esquerda, o capitão Custódio Pinto cumprimenta o capitão do Setúbal, sob o olhar atento do árbitro do encontro, Joaquim Campos, de Lisboa; à esquerda uma fase do jogo da final com o guarda-redes Américo a desfazer com os punhos uma tentativa sadina.
O FC Porto venceu por 2-1. Pedras abriu o activo, aos 5 minutos com o defesa central portista Valdemar a repor a igualdade, aos 15 minutos, na marcação de um livre directo que levava lume. Nóbrega aos 23 minutos deu vantagem ao FC Porto e selou o resultado final. Pavão foi a estrela da tarde rubricando uma soberba exibição.
EQUIPA QUE NO ESTÁDIO DO JAMOR VENCEU A TAÇA DE PORTUGAL
Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Bernardo da Velha, Atraca, Rolando, Pavão, Valdemar e Américo; Em baixo pela mesma ordem: Jaime, Djalma, Custódio Pinto, Eduardo Gomes e Nóbrega.
Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Equipamentos com História, do Jornal A Bola.
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