FICHA DO JOGO
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Em noite de gala no mais belo Estádio do Mundo, recheado de uma multidão entusiasta e vibrante, o criativo e bonito colorido das bancadas começou por dar o tom do que seria mais uma jornada gloriosa dos já bicampeões nacionais.
As coreografias das claques e as bandeiras e cartolinas azuis e brancas espalhadas pelos lugares do anfiteatro ajudaram a construir o ambiente ideal de mais uma consagração.
A entrega do toféu, antes do jogo, foi o segundo grande motivo de êxtase, logo a seguir à entrada das equipas em campo. Hulk também teve o seu merecido momento de glória ao receber o prémio de melhor jogador do campeonato do mês de Abril (mais um).
Os jogadores azuis e brancos apareceram engalanados com pinturas azuis e brancas na cabeça (não digo cabelos já que alguns têm a cabeça rapada), como mais um motivo para a festa. Festa que se desejava perfeita em ambiente tão impregnado de fervor clubista, que é como quem diz, ilustrada com uma bela vitória.
O jogo começou repousado, ainda que logo na primeira jogada a defesa portista tenha facilitado e permitido um ameaço desfeito «in-extremis» pelo pendular Maicon. Os jogadores azuis e brancos, sem qualquer pressão que não fosse o de tentar impor os galões, começaram por controlar o adversário, optando por uma toada lenta caracterizada por posse de bola e passes curtos, de jogador para jogador, na tentativa de inventar espaços para surpreender a organização defensiva do adversário. Conseguiram criar duas ou três situações de ruptura que não foram devidamente aproveitadas, pela demasiada preocupação de adornar os lances e jogar para o espectáculo.
Por sua vez os «leões» jogavam no contra golpe, apostando sobretudo no aproveitamento dos erros alheios, que aconteceram por diversas vezes, mas também foram mal aproveitados. Foi este, em síntese, o filme da primeira metade do encontro.
No arranque da segunda parte, Polga causou algum «frisson» ao acertar no ferro da baliza de Helton, no que seria o canto do cisne verde branco, neste período do jogo.
Os Dragões empertigaram-se e partiram para uma exibição de domínio territorial, provocando uma série de faltas dos jogadores adversários que culminou com a expulsão do defesa Onyewu, por acumulação de amarelos. Se os campeões nacionais já estavam determinados na procura da vantagem no marcador, a vantagem numérica acelerou o processo e as ocasiões foram-se multiplicando até Polga «ceifar» James Rodríguez, dentro da área, provocando falta máxima e respectiva exclusão do jogo.
Hulk chamado a marcar não falhou, terminando assim com a resistência leonina. O «Incrível», que até nem estava muito feliz, perdendo algumas jogadas perigosas com preciosismos escusados, não deixou no entanto de cometer as suas habituais diabruras, pondo a cabeça dos defensores contrários em água.
Foi dos seus pés que saiu a sentença final, numa correria infernal até às redes, deixando para trás, sucessivamente, Pereirinha, Elias e... Rui Patrício.
O jogo estava no seu final mas o «apitador de serviço» ainda teve tempo para expulsar Fernando que abandonou o terreno de jogo numa dança estranha de celebração!
Vitória justa num jogo sem grande brilhantismo, com uma arbitragem «habilidosa» de Proença que lhe valeu vários coros de assobiadelas monstras.
Apesar de algum individualismo e algumas más decisões, Hulk voltou a ser decisivo, contribuindo para ampliar o registo de jogos sem perder no Dragão para o campeonato (57 jogos) e cimentar a sua conta pessoal, na liderança de golos marcados neste belo anfiteatro portista (43 golos), cotando-se como o melhor jogador em campo.