Mostrar mensagens com a etiqueta Equipas do passado - Década de 80. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Equipas do passado - Década de 80. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 80

ÉPOCA 1989/90

Artur Jorge pressentiu que estava na hora de dotar a equipa com mais competitividade. Para tal, a estratégia passava pela renovação do plantel, dispensando um conjunto de atletas que tinham já esgotado os seus índices de ambição e de capacidades física,  técnica e táctica, substituindo-os por gente nova, porventura desconhecidos, mas com muita vontade de trabalhar e sair do anonimato.

Para além do internacional belga Demol, o plantel recebeu Kiki e Toni (ex-Braga), Tavares e Cândido (ex-Infesta), Abílio (ex-Leixões), Pingo (ex-Espinho), Nascimento (ex-Guimarães), Marito (ex-Académica), Morato (ex-Sporting), Caetano (ex-Penafiel) e ainda os jovens atletas que se encontravam emprestados, Silvino (Espinho) e Jorge Couto (Famalicão). Entre outros, Fernando Gomes foi um dos dispensados, acabando por assinar pelo Sporting.



















Plantel inicial 1989/90 - da esquerda para a direita, em cima: Nascimento, Geraldão, Semedo, Silvino, Jorge Couto, Vítor Baía, Zé Carlos, André, Paulo Pereira e José Luís (enfermeiro); Ao meio: Diamantino (massagista), Agostinho (roupeiro), Rui Águas, Demol, Hernâni Gonçalves (adjunto), Reinaldo Teles (director), Artur Jorge (treinador), Murça, Octávio (adjuntos), Toni, Pingo, Dr. Domingos Gomes, Dr. Jorge Silva (médicos) e Rodolfo Moura (massagista); Em baixo: Ricardo (roupeiro), Kiki, Marito, Morato, Abílio, Caetano, Bandeirinha, João Pinto, Domingos, Jaime Magalhães, Barriga, Madjer e F.Brandão (roupeiro).

A pré-época não tinha sido nada animadora. A equipa tardava a encontrar-se e somava uma série de sete derrotas, instalando na massa adepta alguma desconfiança, para gáudio da alienada CS  que aproveitou o momento para enfatizar a habitual atribuição do favoritismo ao clube do regime.



















Equipa inicial que defrontou e venceu o Locomotiv de Plodvid - Da esquerda para a direita, em cima: Rui Águas, Jaime Magalhães, Morato, Semedo, Geraldão e Mlynarczyk; Em baixo: André, Domingos, Madjer, Kiki e Abílio.

Pôr a equipa na rota do título nacional era o objectivo principal, caminhada que foi programada com muita minúcia e com a noção exacta das dificuldades a ultrapassar. Sem partir derrotado, mas também sem embandeirar em arco, o FC Porto começou por receber o Nacional da Madeira, teste complicado que a equipa soube superar.



















Equipa titular da 1ª Jornada do Campeonato Nacional, contra o Nacional - Da esquerda para a direita: Vítor Baía, Demol, Rui Águas, Jaime Magalhães, Zé Carlos, Semedo e João Pinto; Em baixo: Bandeirinha, André, Madjer e Paulo Pereira.

Ao fim de quatro jornadas o FC Porto somava por vitórias os jogos disputados enquanto os «campeões antecipados» deixavam já um ponto em Guimarães.

Mas a quinta jornada traria a primeira e única derrota da primeira volta, em Alvalade, num lance infeliz de André, que introduziu a bola na própria baliza. Logo de seguida outro teste decisivo: a visita do Benfica, do grande Benfica, segundo as vozes da CS que não se cansava de tecer loas à equipa do regime, continuando a apontá-la com a principal candidata ao título. O FC Porto respondeu com a alma de Dragão, vencendo por 1-0, infligindo danos na arrogância dos petulantes «campeões antecipados».

O FC Porto manteve-se 25 jornadas sem perder, alicerçando a sua candidatura ao título, ainda que sem evitar alguns sobressaltos pelo caminho, sobretudo com empates inesperados e algo comprometedores, que apesar de tudo não abalaram a confiança da equipa.

Chegados à 23ª jornada, surgiu o desafio do ano. Benfica e FC Porto encontravam-se no palco da Luz, num jogo decisivo cujo resultado poderia determinar a sorte do campeonato. O empate final, sem golos, confirmou a candidatura portista e a desilusão benfiquista.

Seguiram-se sete vitórias consecutivas que consolidaram a liderança isolada e mais destacada, que permitiu sofrer a segunda derrota, desta vez no Restelo,  sem  consequências para o desfecho final, pois apenas adiou uma jornada o inevitável. Assim, à 32ª jornada, o FC Porto obteve a consagração do título nacional, vencendo nas Antas o Vitória de Setúbal, por 1-0, quando até o empate já seria suficiente.

























Festa do golo e do título - Da esquerda para a direita: Jaime Magalhães, Jorge Couto, Geraldão, Paulo Pereira, André, Madjer (8), Demol, João Pinto e Rui Águas.

As duas últimas jornadas serviram apenas para cumprir calendário. Os Dragões concluíram a prova com o registo de 34 jogos, 27 vitórias, 5 empates, 2 derrotas, 72 golos marcados, 16 sofridos (melhor defesa) e com 59 pontos, mais 4 que o Benfica e mais 13 que o Sporting.

Na Taça de Portugal o FC Porto começou por afastar o Infesta e o Paredes, equipas da II e III Divisões, respectivamente, sem grandes problemas, conforme atestam os resultados, 4-1 e 5-0.

A surpresa aconteceu na 5ª eliminatória, num jogo em que o FC Porto tinha tudo para prosseguir em prova. Recebia nas Antas o Tirsense, a quem havia goleado por 7-0, para o Campeonato, mas numa tarde em que a equipa, embora tivesse produzido um futebol razoável, principalmente na primeira parte, acabou por perder a serenidade, acumulando erros defensivos que lhe saíram caros. Derrota por 0-2 e eliminados da prova por um adversário abissalmente inferior.

Na Taça Uefa o sorteio começou por ser generoso, colocando no caminho do FC Porto a acessível equipa romena do Flacara Moreni, que os azuis e brancos eliminaram com duas vitórias, 2-0, nas Antas e 1-2, em Moreni.





















Equipa titular, nas Antas, frente ao Flacara Moreni - Da esquerda para a direita, em cima: João Pinto, Demol, Jaime Magalhães, Semedo, Zé Carlos e Vítor Baía; Em baixo: Rui Águas, Madjer, André, Bandeirinha e Branco.

Seguiu-se a formação espanhola do Valência que deu muito trabalho ao conjunto azul e branco. Numa eliminatória muito equilibrada, o FC Porto foi mais realizador, conseguindo um ligeiro ascendente na diferença de golos (5-4), resultantes da vitória nas Antas, por 3-1 e da derrota no Luís Casanova, por 3-2.






















Equipa titular que nas Antas derrotou o Valência, por 3-1 - Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Zé Carlos, Semedo, Jaime Magalhães, Branco e João Pinto; Em baixo: Demol, Madjer, Bandeirinha, André e Rui Águas.

Na eliminatória seguinte as dificuldades avolumaram-se, ou não tivesse saído no sorteio os alemães do Hamburgo. A derrota portista na Alemanha, por 1-0, depois de uma exibição segura e sólida, fazia acalentar as esperanças da reviravolta nas Antas.

A verdade é que a turma portuguesa mostrou-se claramente superior, criou uma infinidade de oportunidades de golo, marcou dois e sofreu 1, construindo um resultado insuficiente para passar à fase seguinte. O jogo ficou marcado pela incompetência do árbitro suíço Rothiberger, que sonegou uma claríssima grande penalidade, cometida aos olhos de todos, por um defesa alemão que, em cima da linha de golo, meteu deliberadamente a mão à bola, substituindo-se ao seu guarda-redes, evitando o terceiro golo portista.


























Equipa titular que defrontou o Hamburgo, nas Antas - Sa esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Demol, Semedo, Nascimento, Branco e João Pinto; Em baixo: Geraldão, Bandeirinha, André, Jorge Couto e Madjer.



































(Clicar no quadro para ampliar)

Artur Jorge utilizou 26 atletas, nas três provas em que o FC Porto esteve envolvido, num total de 43 jogos, aqui referenciados por ordem decrescente da sua utilização: Vítor Baía (43 jogos), Semedo (41), André, Demol, João Pinto e Rui Águas (39), Branco (34), Bandeirinha, Geraldão, Madjer e Jaime Magalhães (33), Jorge Couto (31), Paulo Pereira (23), Domingos (21), Kiki (15), Nascimento (14), Zé Carlos (9), Marito (8), Pingo (5), Abílio (4), Barriga e Edu (3), Caetano e Morato (2), Silvino e Toni (1).

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Revista Dragões.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 80

ÉPOCA 1988/89

Tomislav Ivic fizera uma época fabulosa, ao comando do FC Porto, ganhando quase tudo o que era para ganhar, mas, curiosamente ou talvez não, não conseguiu captar a simpatia da maioria da massa adepta azul e branca, pela falta de brilho das exibições da equipa mas também porque, a determinada altura, colocou em causa a qualidade de Fernando Gomes, o «menino querido» de todos os portistas, relegando-o para o banco, com a chancela de «finito».

Tal atrevimento causou mal estar e foi o próprio Ivic a confessar que não tinha condições para continuar e a pedir a sua substituição, logo no final da época.

Quinito foi o escolhido. Treinador jovem e ambicioso, Pinto da Costa não teve dúvidas na hora de escolher. Surpreendido, Quinito mostrou-se deslumbrado e até algo atarantado, perdendo-se em afirmações algo curiosas, como «Os campeões do Mundo, quase não precisam de treinador» ou  que consigo, o FC Porto seria «Gomes mais dez».

A verdade é que a herança era pesada e não seria nada fácil repetir, em termos de êxitos, uma época tão ganhadora.

Apesar de ter perdido Rui Barros, contratado pela Juventus em mais uma transferência «recorde» no futebol português, Quinito recebeu como reforços Rui Águas e Dito, desviados da Luz. Mas em Setembro acabaria por perder Mlynarczyk, lesionado gravemente e jamais recuperado completamente, que acabaria por antecipar-lhe o fim da carreira.



















O plantel com Quinito: Da esquerda para a direita, em cima: Dito, Lima Pereira, Carvalhal, Vítor Baía, Zé Beto, Mlynarczyk, Geraldão, Rui Manuel, Branco e N'Kongolo; Ao meio: Dr. Jorge Silva (médico), Diamantino (enfermeiro), Rui Águas, Bandeirinha, Fernando Gomes, Semedo, Prof. João Mota (adjunto), Quinito (treinador), Murça (adjunto), Madjer, João Pinto, Quim e três elementos do Staff; Em baixo: Fernando Brandão e Agostinho (roupeiros), Frasco, Domingos, Eduardo Luís, Inácio, Vermelhinho, Pinto da Costa (Presidente), Jaime Pacheco, Sousa, André Jaime Magalhães, Raudnei, Zé Luís e Rodolfo Moura (massagistas).
























Equipa que jogou a Pré-época o Torneio Lusitânia: Da esquerda para a direita, em cima: Zé Beto, Lima Pereira, Eduardo Luís, Inácio, Jaime Magalhães e João Pinto; Em baixo: André, Sousa, Fernando Gomes, Jaime Pacheco e Madjer.

O arranque irregular da época, num corolário de erros, de equívocos e opções mal avaliadas que culminaram com uma pesada derrota (5-0), na Holanda frente ao PSV, para a Taça dos Campeões Europeus, precipitaram a renúncia de Quinito ao cargo de treinador do FC Porto, nos primeiros dias de Novembro de 1988, o que prontamente foi aceite.

Pinto da Costa, conhecendo as dificuldades financeiras do projecto francês Matra Racing, que aliciara Artur Jorge, aproveitou para lançar o convite a que o Rei Artur foi sensível, regressando com o intuito de recolocar a equipa portista no trilho das vitórias.

















O plantel com Artur Jorge: Da esquerda para a direita, em cima: Mllynarczyk, Dito, Rui Águas, Geraldão, Branco, Vítor Baía, Lima Pereira, N'Kongolo e Zé Beto; 2ª fila: Fernando Gomes, Carvalhal, Everton, Semedo, André, Rui Manuel e Jaime Pacheco; 3ª fila: Diamantino (massagista), Dr. Domingos Gomes (médico), Reinaldo Teles (director), Prof. Hernâni Gonçalves (adjunto), Artur Jorge (treinador), Octávio (adjunto), Murça (adjunto), Luía César (secretário), Rodolfo Moura e Zé Luis (massagistas); Em baixo: Agostinho (roupeiro), Frasco, Sousa, Eduardo Luís, Bandeirinha, Inácio, Quim, João Pinto, Domingos, Jaime Magalhães, Madjer, Vermelhinho e Fernando Brandão (roupeiro).

Artur Jorge acertou o passo à equipa, reacendeu o sonho do título que se esfumou à 28ª jornada, com o inesperado empate do FC Porto no Restelo, ficando a 6 pontos do Benfica, com o qual empatou, na semana seguinte.






















Equipa titular que na 26ª Jornada foi empatar 0-0, contra o Marítimo, no Funchal: Da esquerda para a direita: Sousa, Vítor Baía, Rui Águas, Semedo, André, Branco, Dito, Geraldão, Paulo Pereira, Bandeirinha e João Pinto.

O FC Porto terminou a longa maratona de 38 jornadas, na segunda posição, com o registo de 21 vitórias, 14 empates, 3 derrotas, 52 golos marcados, 17 sofridos e 56 pontos, menos 7 que o Benfica.

Na Taça de Portugal, o FC Porto não foi além dos oitavos de final, sendo aí afastado pelo Belenenses, no Restelo, por 1-0 após prolongamento.

Também na Supertaça não foi feliz, tendo perdido em Guimarães por 2-0 e empatado nas Antas a zero.

Na Taça dos Campeões europeus, depois de ter eliminado os finlandeses do HJK Helsínquia, com os parciais de  3-0, nas Antas e 0-2 em Helsínquia, a goleada de 5-0, sofrida em Eindhoven, na Holanda, sentenciou a eliminação na prova, apesar da vitória portista, por 2-0, nas Antas.

























Equipa titular em Eindhoven: Zé Beto, Madjer, N'Kongolo, Geraldão, Rui Águas e João Pinto; Em baixo: Inácio, Jaime Pacheco, Bandeirinha, André e Sousa.





































Depois de uma época de quatro títulos em 4 provas seguiu-se uma época sem qualquer título, coisa  já rara, nesses tempos.

Foram 30 os atletas utilizados durante a época, pelos dois treinadores, nos 48 jogos disputados, nas 4 provas em que o FC Porto participou,  aqui referenciados por ordem decrescente da sua utilização: André (45 jogos), João Pinto (44), Rui Águas (41), Sousa (37), Branco (35), Bandeirinha e Domingos (31), Geraldão, Madjer e Semedo (30), Zé Beto (28), N'Kongolo e Vermelhinho (24), Jaime Pacheco (22), Fernando Gomes, Jaime Magalhães e Paulo Pereira (20), Dito (19), Inácio e Vítor Baía (16), Rui Manuel (13), Everton (11), Eduardo Luís (6), Frasco (5), Mlynarczyk (4), Quim (2), Carvalhal, Evaldo, Lima Pereira e Raudnei (1).

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 80

ÉPOCA 1987/88

Após a conquista da Europa, manter Artur Jorge seria tarefa impossível, face à cobiça e principalmente às condições financeiras oferecidas, do exterior, para o contratar. Foi o Matra Racing, clube francês que pretendia dar o salto qualitativo, que lhe apresentou os melhores argumentos e o «Rei» Artur nem pestanejou.

Da cartola, Pinto da Costa, tirou uma figura pouco conhecida em Portugal, mas já algo considerada no «Velho Continente». Tomislav Ivic, jugoslavo, que já tinha passado pelo Hajduk Split (Jugoslávia), Anderlecht (Bélgica) e Ajax (Holanda) e em todos eles com conquistas de títulos nacionais.

A estrutura não sofreu grandes alterações, já que a época prometia ser trabalhosa e cheia de aliciantes nunca antes experimentadas. Desde logo as garantidas disputas da Supertaça da UEFA e da Taça Intercontinental. Todavia, inevitável foi a saída de Paulo Futre, para o Atlético de Madrid e mais tarde, em Dezembro, de Madjer para o Valência. Geraldão, Rui Neves, Barriga, Raudnei, Jorge Plácido e o regresso de Rui Barros, foram os reforços.


















Plantel inicial - Da esquerda para a direita, em cima: Geraldão, Mlynarczyk, João Pinto, Rui Neves, Lima Pereira, Zé Beto, Madjer, Juary, Fernando Gomes, Best e Sousa; Ao meio: Dr. Domingos Gomes (médico), Rodolfo Moura (enfermeiro), Inácio, Eduardo Luís, Raudnei, prof. João Mota (adjunto), Tomislav Ivic (treinador), Octávio (adjunto), prof. José Neto (adjunto), Semedo, Quim, Diamantino e José Luís (enfermeiros); Em baixo: Agostinho (roupeiro), Frasco, Jorge Plácido, Bandeirinha, Celso, Rui Barros, André, Jaime Magalhães, Jaime Pacheco, Barriga e Fernando Brandão (roupeiro).

Com o técnico jugoslavo ao leme, o FC Porto perdeu alguma da sua capacidade ofensiva e de domínio do jogo, mas ganhou cinismo e eficácia. Construiu uma equipa muito solidária que não praticava um futebol vistoso, mas era uma máquina de acumular vitórias, ganhando quase tudo o que havia para ganhar, só falhando na Taça dos Campeões Europeus.

No Campeonato Nacional, fez uma campanha arrasadora, conquistando o título a quatro jornadas do fim, deixando os seus mais directos perseguidores, a 15 pontos (Benfica), e a 18 (Belenenses), 2º e 3º, respectivamente. 

Ivic implantou na equipa um sistema pouco atractivo, dando a iniciativa ao adversário, povoando muito o seu meio-campo, para depois lançar venenosos e mortíferos contra-ataques, aproveitando a velocidade de Rui Barros e a capacidade goleadora de Fernando Gomes.

Nas 38 Jornadas, um dos campeonatos mais longos e com mais competidores da história do futebol nacional, o FC Porto conquistou 29 vitórias, cedeu 8 empates e apenas 1 derrota. Marcou 88 golos (melhor ataque) e consentiu 15 golos (melhor defesa). Somou 66 pontos.




























Equipa que à 34ª Jornada, derrotou nas Antas o Rio Ave, por 5-0, sagrando-se desde logo Campeão Nacional: Da esquerda para a direita, em cima: Mlynarczyk, Celso, Eduardo Luís, Jaime Magalhães, Semedo e João Pinto; Em baixo: Sousa, Fernando Gomes, Rui Barros, Jaime Pacheco e Inácio.

O percurso na Taça de Portugal foi também longa e dura (teve de fazer dois jogos de desempate, sendo que no último foi mesmo aos penaltis), mas também imaculada, não consentindo qualquer derrota. Na final, jogada no Jamor, mais um triunfo, frente ao Vitória de Guimarães, depois de ter eliminado, Boavista e Benfica.

























Equipa inicial no Jamor: Da esquerda para a direita, em cima: Mlynarczyk, Lima Pereira, Celso, Jaime Magalhães, Sousa e João Pinto; Em baixo: Rui Barros, Inácio, Jaime PAcheco, Bandeirinha e André.

Em termos internacionais, o FC Porto não foi feliz na defesa do título europeu. Começou por eliminar os jugoslavos do Vardar Skopje, pelo mesmo resultado, 3-0, nas Antas com 2 golos de Madjer e 1 de Sousa e em Skopje, com golos de Sousa, Jaime Magalhães e Madjer. Depois o sorteio ditou o Real Madrid. Os azuis e brancos tiveram um comportamento quase perfeito, nas duas mãos, mas acabou por perder os dois jogos,  ambos por 2-1, apenas por pequenos detalhes. Em Espanha, o golo portista pertenceu a Madjer e nas Antas a Sousa, com a particularidade de ambos terem sido os golos inaugurais das partidas.

A glória e os títulos vieram nas finais, da Supertaça da UEFA, jogada em duas mãos frente ao Ajax, de Amesterdão, duas vitórias por 1-0 (ver aqui) e da Taça Intercontinental, frente ao Peñarol, do Uruguai, com vitória por 2-1 (ver aqui).

























Equipa titular, que na 2º Mão, derrotou nas Antas o Ajax, vencendo a Supertaça da UEFA: Da esquerda para a direita, em cima: Mlynarzyk, Geraldão, Inácio, Jaime Magalhães, Lima Pereira e João Pinto; Em baixo: André, Fernando Gomes, Sousa, Rui Barros e Semedo.
























Equipa titular que em Tóquio conquistou a Taça Intercontinental: Da esquerda para a direita, em cima: Lima Pereira, Inácio, João Pinto, Geraldão e Mlynarczyk; Em baixo: Madjer, Rui Barros, Sousa, Fernando Gomes e André.











































(Clicar no quadro para ampliar)

Ao longo da grande maratona de 54 jogos, que constituíram a participação do FC Porto nas 5 provas em que participou, Tomislav Ivic, utilizou 26 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente da sua utilização: Inácio (51 jogos), Mlynarczyk (50), Jaime Magalhães e João Pinto (48), Rui Barros e Sousa (47), André (43), Fernando Gomes (39), Geraldão (33), Jaime Pacheco (31), Celso e Semedo (30), Lima Pereira (27), Frasco (26), Jorge Plácido (23), Eduardo Luís (22), Quim (19), Madjer (16), Bandeirinha (14), Domingos (12), Raudnei (8), Barriga (7), Juary, Rui Neves e Zé Beto (5) e Fernando Couto (1). 

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Baú de Memórias, de Rui Anjos e Revista Dragões.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 80

ÉPOCA 1986/87

O "TRI" era para todos os portistas a palavra de ordem da nova época futebolística. A conquista do terceiro campeonato consecutivo significaria, desde logo, a concretização de um feito sem precedentes, então, no historial do Clube. Era mais que um slogan, era uma meta perfeitamente ao alcance da equipa comandada por Artur Jorge.

Os Dragões reforçaram-se e mantiveram os principais jogadores da época anterior, por isso essa convicção crescia.




















Plantel inicial - Da esquerda para a direita, em cima: Quim, Paulo Ricardo, Cerqueira, Lima Pereira, Mlynarczyk, Zé Beto, Amaral, Celso, Elói, André, Celestino e Festas; Ao meio: José Luís (massagista), Eurico, Juary, Eduardo Luís, José Neto (adjunto), João Mota (adjunto), Artur Jorge (treinador), Octávio (adjunto), Jaime Pacheco, Sousa, Futre e Rodolfo Moura (massagista); Em baixo: Agostinho (roupeiro), Frasco, Bandeirinha, Madjer, Paquito, Jaime Magalhães, Fernando Gomes, João Pinto, Semedo, Vermelhinho, Inácio, Laureta e Fernando Brandão (roupeiro).

A entrada no campeonato não foi fulgurante como se esperava, e ao fim da terceira jornada o FC Porto ocupava a terceira posição, resultante de dois empates e uma vitória. A jogar sempre fora de casa, por causa das obras de rebaixamento do relvado e implantação de um novo lanço de bancadas, a equipa foi-se dividindo entre Braga e Vila do Conde para efectuar os jogos caseiros. Aliás só à 7ª jornada foi possível voltar a pisar o novo relvado das Antas.

Os azuis e brancos despediram-se de 1986 com uma vitória, em Elvas, concluindo a primeira volta no comando da classificação, em parceria com o Benfica. Porém, o início da segunda volta foi no entanto desfavorável. Derrota na Luz contra o principal candidato, seguida de empate em Guimarães, começaram a tornar complicado o objectivo de chegar ao título, ainda por cima porque valores mais altos se levantavam. A equipa teve de lutar sempre contra um ambiente de hostilidade por parte de um amplo sector da Comunicação Social que temia o assalto portista à hegemonia do futebol nacional.

A verdade é que o FC Porto acabou a prova na 2ª posição, registando nos 30 jogos, 20 vitórias, 6 empates, 4 derrotas, 67 golos marcados, 22 sofridos e somando 46 pontos, menos 3 que o Benfica.

A carreira na Taça de Portugal, outro dos objectivos portista não concretizado, foi quase um sonho perfeito, desfeito nas meias-finais, nas Antas, pelo Sporting, após prolongamento.

O único título nacional da época veio através da Supertaça Cândido de Oliveira. Jogada em duas mãos, o FC Porto começou por receber o Benfica, nas Antas, onde não conseguiu melhor que um empate (1-1) e não faltou quem se arriscasse a fazer profecias.

Mas, na segunda mão, na Luz, a superioridade portista veio ao de cima em todo o seu esplendor, espelhado no resultado, com números esclarecedores (2-4).
























O grande momento da época foi mesmo o desfecho da Taça dos Campeões europeus. O dia 27 de Maio de 1987 constituiu um marco histórico na vida do Clube, afinal a concretização de um sonho.

Depois de uma trajectória quase perfeita, onde sofreu apenas um único percalço, em Ostrava, na Checoslováquia, frente ao Viktovice (derrota por 1-0), o FC Porto qualificou-se para a sua segunda final europeia (depois de Berna, para a Taça das Taças) e para defrontar mais um dos «tubarões» europeus, o poderoso Bayern de Munique.

A jogar em Viena de Áustria, paredes meias com a Alemanha, os bávaros puderam contar com um apoio esmagador dos seus apaniguados que ocuparam mais de dois terços dos lugares disponíveis do Estádio do Prater.

Os azuis e brancos sentiram o ambiente e durante a primeira parte não conseguiram libertar o seu habitual futebol, sofreram a pressão do adversário e um golo aos 24 minutos. Quando saíram para o intervalo a derrota estava já dada como certa pela maioria que assistia ao jogo.

O regresso dos balneários demonstrou que tal avaliação tinha sido prematura e arriscada. É que a turma portuguesa transfigurou-se e espalhou no relvado austríaco o perfume e a magia do melhor do seu melhor futebol. Foi uma exibição de luxo, ilustrada com dois belos golos, o primeiro de calcanhar, marcado por um mago da bola chamado Madjer.

No final, os portugueses vibraram com esta magnífica e justa vitória, com a certeza de que o FC Porto passara a ser um Grande da Europa. 


FICHA DO JOGO




























A propósito desta epopeia, recomendo a leitura do artigo por mim publicado no blogue em 26 de Março de 2008, com o nome de A CONQUISTA DA EUROPA.




















Equipa titular que entrou no Estádio do Prater: Da esquerda para a direita, em cima Mlynarczyk, Eduardo Luís Celso, Inácio, Jaime Magalhães e João Pinto; Em baixo: Madjer, Quim, André, Sousa e Futre.



































(Clicar no quadro para ampliar)

No conjunto das 4 provas em que o FC Porto esteve envolvido, num total de 47 jogos, Artur Jorge utilizou 25 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: João Pinto (45 jogos), André e Eduardo Luís (43), Fernando Gomes (41), Celso e Futre (39), Jaime Magalhães e Madjer (33), Paulo Ricardo (32), Sousa e Zé Beto (28), Frasco (27), Juary (26), Jaime Pacheco (25), Mlynarczyk (20), Inácio e Lima Pereira (17), Eloy (12), Bandeirinha (11), Laureta (10), Casagrande (9), Quim, Semedo e Vermelhinho (8) e Festas (7).

OUTRAS EQUIPAS POSSÍVEIS DESSA ÉPOCA




















Da esquerda para a direita, em cima: Lima Pereira, Mlynarczyk, Semedo, Celso, Baideirinha e Juary; Em baixo: Sousa, Casagrande, Madjer, Eloy e Laureta.






















Da esquerda para a direita, em cima: Eduardo Luís, Jaime Magalhães, Celso, Inácio, João Pinto e Zé Beto; Em baixo: André, Fernando Gomes, Jaime Pacheco, Quim e Futre

Fontes: Revistas Dragões, Baú de Memórias, de Rui Anjos e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.