ÉPOCA 1963/64
A transferência de Serafim para o Benfica fora a nota dominante do defeso. O atleta portista tornou-se no primeiro milionário do futebol português. Recebeu mil contos por um contrato de três anos, 50 contos de luvas e quatro mil escudos de ordenado.
Nos cofres portistas entrou a interessante verba de mil e quinhentos contos pela cedência do passe.
O técnico Janos Kalmar não resistiu muito tempo. Afastado de novo à primeira, na Taça das Cidades com Feira, pelo Atlético de Madrid (derrota 2-1, em Madrid e empate 0-0, nas Antas) e três pontos perdidos nas primeiras quatro jornadas do campeonato, foram as razões principais da sua dispensa, nos primeiros dias de Novembro de 1963.
Otto Glória, sonho antigo, foi o treinador eleito. Tido como disciplinador e obcecado pelo trabalho, desde logo se fizeram sentir os seus métodos. A equipa começou a produzir melhor futebol e melhores resultados, arrancando para o ano de 1964 a apenas dois pontos do Benfica.
Mas foi Sol de pouca dura. Durante o mês de Janeiro, depois de ter ido vencer a Alvalade, o FC Porto cedeu surpreendentemente no Barreiro, onde foi derrotado pela Cuf, a dois minutos do fim. Derrota que terá abalado a confiança da equipa dando origem a um empate em Olhão, colocando a equipa a cinco pontos do líder. No final lá teve de se contentar com mais um segundo lugar. 26 Jogos, 16 vitórias, 8 empates, 2 derrotas, 51 golos marcados, 20 sofridos (melhor defesa do campeonato) e 40 pontos, menos 6 que o Benfica.
Na Taça de Portugal o comportamento foi bastante positivo, pois o objectivo de chegar ao Jamor foi de novo conseguido.
Pelo caminho ficaram Lões de Santarém, da II Divisão, o Leixões, o V. Guimarães e a Cuf, todos da I Divisão. Nas meias-finais tocou-lhe o Lusitânia dos Açores que acabou por desistir da prova, tendo o FC Porto passado automaticamente à final, para defrontar o Benfica.
O FC Porto apresentou a seguinte equipa: Américo, Festa, Joaquim Jorge, Carlos Baptista, Paula, Jaime, Hernâni, Azumir, Pinto e Nóbrega.
Os golos portistas foram marcados por Pinto (2-1) e Carlos Baptista (4-2)
Final polémica com alguns casos, muito sururu e claro, vitória confortável (6-2) da equipa do regime.
Otto Glória indignado não foi parco nas palavras: "O árbitro anulou todo o esforço de uma região".
Do plantel faziam parte os seguintes atletas: Américo e Rui (guarda-redes); Festa, Joaquim Jorge, Miguel Arcanjo, Mesquita, Almeida, Atraca Vasconcelos, Paula, Custódio Pinto, Jaime, Hernâni, Azumir, Carlos Duarte, Nóbrega, Romeu, Valdir, Jorge Gomes, Rolando, Rico e Naftal
FOTO DE UMA DAS EQUIPAS POSSÍVEIS NESSA ÉPOCA
Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Atraca, Custódio Pinto, Festa, Paula, Almeida e
Américo; Em baixo, pela mesma ordem: Carlos Duarte, Jaime, Valdir, Romeu e Nóbrega
Américo; Em baixo, pela mesma ordem: Carlos Duarte, Jaime, Valdir, Romeu e Nóbrega
OUTRA AINDA
Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Paula, Festa, Joaquim Jorge, Almeida, Rolando e Américo; Em baixo pela mesma ordem: Jaime, Hernâni, Azumir, Custódio Pinto e Nóbrega
Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e Jornal A Bola
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