FICHA DO JOGO
O jogo desta noite no La Rosaleda deixou evidente o mau momento por que passa a equipa do FC Porto, com mais uma exibição desequilibrada e comprometedora que a afastou da Champions League, apesar de se apresentar no reduto do adversário com uma ligeira vantagem, que não soube explorar.
Sabia-se que não iria ser fácil lidar com a habitual «fúria» espanhola, mas os campeões nacionais voltaram a falhar e a cometer erros que não estavam nas previsões.
Os Dragões até entraram bem no jogo e conseguiram, durante um largo período da primeira parte, pressionar alto, conter a agressividade do adversário, dominá-lo, mas sempre com muito pouca profundidade ofensiva. Adormecer o jogo era então a maior preocupação portista.
Depois da meia hora de jogo o Málaga começou a ganhar a luta a meio campo e a criar situações de perigo na área portista, muito por culpa dos erros que os jogadores portistas iam acumulando, com perdas de bola em locais proibidos, faltas de comunicação em alguns lances e alguma descoordenação defensiva.
Os espanhóis tornaram-se mais ameaçadores e chegaram mesmo a marcar num lance confuso em que Helton não esteve particularmente isento de culpas ao largar a bola, que ao alcance de Saviola não perdoou, porém o árbitro italiano Nicola Rizzola anulou por pretensa falta.
O aviso estava dado, mas os jogadores portistas ou não acreditaram ou não foram capazes de acompanhar a cavalgada do Málaga. Daí até ao golo foi um ver se te avias. Isco perfeitamente livre de marcação, recebeu a bola, enquadrou-se com a baliza e atirou a contar, a três minutos do intervalo.
Nada estava perdido. O FC Porto tinha ainda 45 minutos para tentar resolver a situação. Bastava-lhe ser mais ousado, mais equilibrado e mais demolidor, para marcar o golo da redenção.
Vítor Pereira deixou Moutinho no balneário (supostamente por lesão) e fez entrar James Rodríguez. Porém, um novo contratempo deitou tudo a perder. Defour, que já tinha visto um amarelo, fez uma falta desnecessária e viu o segundo amarelo, seguido do vermelho, aos 49 minutos, hipotecando de forma decisiva uma hipotética reacção da sua equipa.
Estimulada com estes acontecimentos favoráveis, a equipa do Málaga cresceu e partiu na procura de novo golo, que viria a conseguir aos 77 minutos, na sequência de um pontapé de canto cedido escusadamente por Danilo, já que a bola se dirigia para fora.
Entretanto já Vítor Pereira tinha feito entrar Maicon, tirando Varela. O central brasileiro foi para o seu lugar habitual, Mangala descaiu para a lateral e Alex Sandro adiantou-se no terreno, cedendo o seu lugar um pouco mais tarde a Atsu.
O jogo partiu-se, o Málaga criou outras oportunidades e o FC Porto, já sem mais nada a perder apostou nas transições rápidas e no lançamento de bolas lá para a frente na esperança que alguma fosse bem aproveitada por Jackson. O colombiano teve mesmo a sua grande oportunidade errando o alvo por pouco.
A derrota e respectiva eliminação da prova castiga o mau momento do futebol azul e branco que patenteou neste jogo, como nos últimos do campeonato nacional, uma manifesta falta de estofo.