quarta-feira, 29 de agosto de 2018

RANKING GOLEADORES PORTISTAS













DIÓGENES - Goleador Nº 250

Facturou 3 golos em 8 jogos, com a camisola do FC Porto, durante a época de 1948/49, única ao seu serviço.

Diógenes António Assis Boavida, nasceu no dia 23 de Junho de 1927, em Luanda, Angola, na altura ainda colónia ultramarina portuguesa.

Tal como seu irmão Américo Boavida, que tinha alinhado no FC Porto nas temporadas de 1945/46 e 1946/47, veio para o Continente para estudar advocacia, aproveitando esse tempo para prosseguir a sua actividade desportiva, que começara na sua terra natal.

Avançado de raiz, não teve no entanto grandes oportunidades para se mostrar.

























A sua estreia oficial aconteceu no dia 23 de Janeiro de 1949, no Campo das Salésias, em Lisboa, frente ao Belenenses, em jogo da 18ª jornada do Campeonato nacional, com derrota por 3-1.

O técnico argentino Alejandro Scopelli, percebia que o seu principal foco era os estudos, e por isso só esporadicamente lhe dava a titularidade. Ainda assim, na jornada seguinte voltou a apostar nele, na vitória por 4-3 frente ao Benfica.

O seu primeiro golo foi obtido no dia 27 de Março de 1949, no Campo da Constituição, frente ao Atlético, na 24ª jornada do Campeonato nacional, na vitória por 3-0. Diógenes seria o autor do último golo da partida, aos 47 minutos.

Repetiria a dose, duas jornadas depois, na última do Campeonato (26ª jornada), também no Campo da Constituição, frente ao Estoril, na vitória por 2-1. Diógenes restabeleceu a igualdade (1-1), aos 67 minutos e golo do triunfo surgiria aos 85 minutos, por Sanfins.

Para fechar o pecúlio, de azul e branco vestido, Diógenes marcaria o último golo da equipa portista, na goleada de 4-1, frente ao Vitória de Guimarães, efectuado no dia 24 de Abril de 1949, no Campo da Amorosa, em jogo da 2ª eliminatória da Taça de Portugal.

A única foto que consegui arranjar foi a de uma digressão do FC Porto, pelas terras angolanas, efectuada entre Julho e Agosto de 1949:





























Diógenes Boavida prosseguiu os seus estudos na Universidade de Coimbra, pelo que se transferiu para a Académica, ao abrigo de uma lei especial para estudantes, onde jogou durante 3 temporadas, até concluir o curso de Advogado.

Regressou a Angola, destacando-se como um dos mais activistas políticos na luta pela independência, chegando mesmo a ocupar a pasta da Justiça, em governos angolanos, após a descolonização. Faleceu em Lisboa, vítima de doença prolongada, com 84 anos.

Fonte: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar

sábado, 25 de agosto de 2018

DEFESA ADORMECIDA DEITOU TUDO A PERDER
















FICHA DO JOGO





























O FC Porto sofreu hoje uma surpreendente derrota, tendo em conta que esteve a ganhar por dois golos sem resposta, no final da primeira parte.

Tal como no Jamor, na semana passada, a equipa entrou para o segundo tempo demasiado confiante, adormeceu à sombra do pecúlio e acabou por sair derrotada, sem apelo nem agravo.

Sérgio Conceição voltou a apostar no mesmo onze inicial e a equipa começou a tentar desenvolver o futebol que vem patenteando nestes primeiros jogos. 

























Os minhotos na primeira parte foram completamente dominados e dois golos de diferença até se pode considerar lisonjeiro, mesmo que o 2º golo portista tenha sido obtido em fora de jogo, que o VAR não pode corrigir por ter estado desactivado durante largos minutos.

Destaque para o belo golo de Brahimi e para algumas perdidas que acabariam por custar caro.

No segundo tempo, os campeões nacionais entraram convencidos que o jogo estava ganho, perderam intensidade e agressividade, permitindo que a equipa do Guimarães se tornasse ousada e atrevida ao ponto de ferir de morte o último reduto portista. 

Num ápice deu-se a surpreendente reviravolta no marcador. Quando os jogadores portistas acordaram, foram à procura de reverter o prejuízo mas não foram felizes, apesar das 3 flagrantes oportunidades desperdiçadas, fruto de menor lucidez e de grande veia do guardião contrário, já no tempo de compensação.

A derrota acaba por castigar com alguma justiça a atitude dos jogadores do FC Porto, que ao invés de aproveitarem o empate dos rivais, deixam-se ficar para trás na classificação.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

RANKING GOLEADORES PORTISTAS - Nº 249













VÍTOR GUILHAR - Goleador Nº 249

Apontou 3 golos em 199 jogos oficiais, com a camisola da equipa principal do FC Porto, ao longo de 12 temporadas ao seu serviço (1936/37 a 1947/48).

Vítor Augusto da Veiga Guilhar, nasceu no dia 12 de Outubro de 1913, em TRindade, na Ilha de São Tomé e Príncipe. 

Começou por jogar a extremo esquerdo e foi assim que, tendo passado por clubes como o União S. C. de Paredes (1931/32), o Boavista (1933/34) e o Mirandela (1934/35), chegou ao FC Porto.

























Face à feroz concorrência, não foi fácil impor-se como titular, mas a sua estreia em provas de âmbito nacional, aconteceu no dia 31 de Janeiro de 1937, no Campo do Ameal, no Porto, frente ao Sporting, em jogo da 3ª jornada do Campeonato nacional (I Liga), com empate a duas bolas.

Guilhar foi o extremo esquerdo mais utilizado pelo treinador austríaco François Gutkas, realizando 8 dos 14 jogos do campeonato, mas já não jogou os jogos do Campeonato de Portugal, que o FC Porto viria a conquistar (1936/37).

O seu primeiro golo foi obtido no dia 28 de Fevereiro de de 1937, no Campo do Leixões, frente ao clube local, em jogo da 6º jornada do Campeonato nacional (I Liga), com goleada por 5-0. O extremo portista foi o autor do 4º golo portista, aos 86 minutos.

Depois de largo tempo afastado da equipa principal, o treinador húngaro Mihaly Siska, viu nele qualidades para ser um bom defesa, utilizando-o em 8 dos 14 jogos do campeonato da temporada 1938/39, sob o lado esquerdo, vencendo o título nacional, com mais um ponto que o Sporting.

Guilhar conquistara finalmente o seu lugar na equipa principal, tornando-se um dos melhores defesas, a nível nacional, a jogar nessa posição, que lhe valeu inclusivamente, as duas internacionalizações da sua carreira (como já era difícil um jogador do FC Porto envergar a camisola das quinas). Ver aqui.

Dotado de boa envergadura física, o longilíneo atleta portista acabou por construir uma carreira longa e destacada, de azul e branco vestido.

A imagem que se segue é a da consagração como bi-campeão nacional (1939/40), no jogo realizado no dia 19 de Maio de 1940, no Campo das Amoreiras, frente ao Benfica, com vitória portista, por 3-2:























Vítor Guilhar, ganhou sentido posicional, domínio no futebol aéreo e capacidade de colocação da bola, pelo que foi ainda utilizado como defesa central em alguns jogos.

Não era um defesa com golo e como fez a maior parte da sua carreira nesse sector só voltaria a marcar por mais duas vezes, precisamente nos dois últimos campeonatos que disputou. Primeiro no dia 9 de Março de 1947, no estádio do Lima, no Porto, frente ao Boavista, em jogo da 12ª jornada, com goleada portista por 6-0. Guilhar abriu o marcador, aos 22 minutos. Depois, no dia 14 de Dezembro de 1947, no Campo da Ponte, em Braga, frente ao SC Braga, em jogo da 4ª jornada, com vitória portista, por 3-0. Guilhar fechou a contagem, aos 84 minutos.





















Participou ainda em 9 Campeonatos Regionais, realizando 65 jogos e apontando 8 golos, tendo sido sempre campeão.

Palmarés ao serviço do FC Porto (2 títulos):

 2 Campeonatos nacionais (1938/39 e 1939/40)

Fonte: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.

domingo, 19 de agosto de 2018

VITÓRIA TIRADA A FERROS

















FICHA DO JOGO






























O FC Porto passou incólume no seu confronto frente ao Belenenses, num jogo muito disputado em que os campeões nacionais viram-se e desejaram-se para conseguir vencer, ultrapassando «in extremis» as enormes dificuldades que a turma lisboeta, mais uma vez lhes colocaram.

Sérgio Conceição decidiu manter o onze titular dos dois jogos oficiais anteriores, só que desta vez, os azuis e brancos, hoje com o equipamento alternativo de cor cinzenta, e ao contrário das anteriores exibições, foram uma equipa demasiado banal. 

























Mérito obviamente da turma adversária, muito bem organizada, lição estudada, capacidade para discutir olhos nos olhos, mas também algum demérito dos portistas, que no dizer dos seu treinador,  para além das qualidades evidenciadas pelo Belenenses, acusou demasiado as características de um relvado pouco propício a grandes malabarismos e a um futebol mais elaborado.

A verdade é que houve muitas bolas perdidas, dificuldade na ligação das jogadas, pouca inspiração e pouca lucidez, permitindo ao adversário a divisão do jogo em todo o terreno.

Os campeões nacionais até chegaram primeiro ao golo, por Diogo Leite, a emendar de cabeça, um livre batido por Alex Telles, e também conseguiram ampliar o resultado, logo no primeiro minuto da segunda parte, por Otávio a aproveitar um mau atraso de Dálcio.

Apesar da vantagem relativamente confortável, a equipa portista nunca conseguir dominar categoricamente o seu adversário, acabando por consentir a igualdade no marcador (2-2), com o segundo golo a ser sofrido muito próximo do termo do encontro (83').

Bom, depois foi o forcing final, com mais coração que cabeça, surgindo a vitória, já em tempo de compensação, num lance  de grande penalidade, semelhante ao da penalidade sofrida, ambos com direito a visualização do vídeo, pelo próprio árbitro.

Triunfo arrancado a ferros numa exibição incaracterística da maioria esmagadora dos jogadores do FC Porto.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

RANKING GOLEADORES PORTISTAS - Nº 248













OCTAVIANO - Goleador Nº 248

Concretizou 3 golos com a camisola da equipa principal do FC Porto, em 26 jogos oficiais, ao longo de 3 temporadas ao seu serviço (1944/45 a 1946/47).

Octaviano Leal de Oliveira, nasceu no dia 17 de Outubro de 1914, na freguesia de Carvalhal Benfeito, do concelho das Caldas da Rainha.

Terá sido no clube da sua terra natal, o Sp. das Caldas, que terá começado a sua carreira de futebolista, tendo passado pela Académica de Coimbra, clube onde jogou durante 9 temporadas consecutivas, até se transferir para o FC Porto.

























A sua estreia oficial de azul e branco vestido, em provas de âmbito nacional, já que as provas regionais não contam para este efeito, aconteceu no dia 26 de Novembro de 1944, no Campo das Salésias, em Lisboa, frente ao Belenenses, em jogo da 1ª jornada do Campeonato Nacional, com derrota portista, por 3-2.

Médio de formação, Octaviano fez as duas primeiras épocas com alguma regularidade, participando em grande parte dos jogos do FC Porto.

Em baixo a imagem da equipa principal, colhida num dos jogos da temporada de 1944/45:


























Dos três golos que apontou, com a camisola do FC Porto, o primeiro foi alcançado no dia 11 de Fevereiro de 1945, no estádio do Lima, no Porto, frente ao Salgueiros, em jogo da 12ª jornada do Campeonato nacional, com goleada portista, por 9-0. Octaviano apontou o oitavo golo desse jogo.

O segundo da sua lavra só aconteceria no início da temporada seguinte (1945/46). Foi no dia 25 de Dezembro de 1945, também no estádio do Lima (casa emprestada ao FC Porto), frente ao Atlético, em jogo da 3ª jornada do Campeonato nacional, com gorda vitória, por 11-0, sendo que Octaviano foi o autor do 5º golo.

O seu último golo, com o emblema do FC Porto ao peito, foi obtido no único jogo em que alinhou na temporada de 1946/47. Precisamente no dia 24 de Novembro de 1946, mais uma vez no estádio do Lima, desta vez frente ao Benfica, em jogo da 1ª jornada do Campeonato nacional. O FC Porto venceu por 3-2 e Octaviano repôs a igualdade (1-1), aos 34 minutos, depois dos lisboetas terem inaugurado o marcados, aos 15 minutos.

Participou também em 20 jogos do Campeonato regional em que apontou 2 golos, ao longo das três temporadas, com a conquista de três títulos regionais.

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e Zeroazero.pt


sábado, 11 de agosto de 2018

GOLEADA EM EXIBIÇÃO DE LUXO
















FICHA DO JOGO




























EQUIPA TITULAR




























Foi com uma goleada e uma exibição de luxo que a equipa do FC Porto iniciou a defesa do título nacional, conquistado a temporada passada.

Beleza, velocidade, intensidade, inspiração, critério e criatividade, foram os condimentos utilizados pelos campeões nacionais que só não foram perfeitos porque desperdiçaram uma mão cheia de flagrantes oportunidades de golos.

Foi uma entrada no Campeonato muito promissora, frente a um adversário completamente subjugado e atarantado, face à competência patenteada por todos os jogadores portistas, sem excepção, que hoje deram um recital de bom futebol, onde a qualidade do passe, a combinação, a desmarcação, a rápida reacção à perda de bola, a  exploração do espaço entre linhas e a técnica individual foram, as notas dominantes. Pena foi a precipitação no remate, tal não fosse, estaríamos agora a falar de um resultado histórico.

Mesmo assim foram marcados 5 golos, para todos os gostos, qual deles o mais bonito, da autoria de Aboubakar, os dois primeiros, Brahimi, Jesús Corona e até do jovem e estreante Marius.

A arbitragem, a cargo da equipa do Algarve, chefiada por Nuno Almeida, bem como o VAR, não viram uma grande penalidade escandalosa sobre Otávio. Na expulsão do flaviense João Teixeira, o árbitro inicialmente mostrou-lhe o cartão amarelo, mas alertado pelo VAR, foi monitorizar o lance e acabou por corrigir a decisão, mostrando o cartão vermelho, com toda a justiça.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

RANKING GOLEADORES PORTISTAS - Nº 247













FLÁVIO LARANJEIRA - Goleador Nº 247

Concretizou 3 golos em 7 jogos com a camisola do FC Porto, ao longo de 4 temporadas ao seu serviço (1924/25 a 1927/28).

Atleta dos anos 20, são escassas as informações possíveis de obter. Foi um avançado que esteve poucos anos no Clube, numa altura em que as competições se limitavam aos Campeonatos Regionais e ao Campeonato de Portugal.

























A sua estreia oficial com a camisola portista, aconteceu no dia 7 de Junho de 1925, no Campo da Constituição, frente ao Vianense, em jogo da 2ª eliminatória do Campeonato de Portugal, com vitória portista por 4-1. Flávio foi o autor do 1º e do 4º golos do FC Porto.

Faria o seu 3º golo e último, de azul e branco vestido,  no jogo seguinte, o das meias-finais do Campeonato de Portugal, disputado no dia 21 de Junho de 1925, no Campo do Covelo, no Porto, frente ao Espinho. Nova vitória por 4-1, com Flávio a marcar o último da partida.

Na final o FC Porto venceria o Sporting, por 2-1, sagrando-se campeão de Portugal pela 2ª vez.

Segue-se a foto da equipa de 1927/28, de que Flávio Laranjeira ainda fazia parte:

Durante as quatro temporadas com o emblema do FC Porto ao peito, Flávio foi utilizado no Campeonato Regional do Porto (só não jogou na sua primeira temporada), realizando 11 jogos, sem golos marcados), conquistando sempre o título regional.



















Palmarés ao serviço do FC Porto (1 título):

1 Campeonato de Portugal (1924/25)

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar

sábado, 4 de agosto de 2018

CAMPEÃO PUXOU DOS GALÕES

















FIXA DO JOGO





























O Campeão nacional teve de puxar dos galões para levar de vencida a aguerrida equipa do Desportivo das Aves, tendo inclusivamente de reverter o resultado desfavorável a partir do minuto 14.

Sérgio Conceição apresentou duas estreias oficiais no onze titular.O jovem defesa central que alinhou na temporada passada na equipa B e na equipa de Sub-19, Diogo Leite e o avançado, também ele jovem, que jogou na equipa B e depois de Janeiro, foi emprestado ao Vitória de Setúbal, André Pereira.
























Uma final é sempre um jogo muito competitivo, mesmo que o adversário seja de menor valia, como foi o caso de hoje. O FC Porto apresentou-se naturalmente com maior favoritismo, mas o Aves conseguiu dar uma réplica interessante, como se esperava, tornando a partida interessante.

Os Dragões entraram fortes com Aboubakar a obrigar o guardião avense a fazer uma defesa espectacular para evitar o primeiro golo.

Numa altura em que os azuis e brancos dominavam, foi a equipa adversária a chegar ao golo, num remate primoroso de Falcão. Lance precedido de falta (pé em riste sobre Brahimi), que a equipa de arbitragem deixou passar em claro.

Seguiu-se uma fase  pouco esclarecida do FC Porto, visivelmente afectado com o golo sofrido, mas onze minutos depois, numa combinação fabulosa entre Aboubakar e Brahimi, o argelino fez a igualdade.























Os campeões nacionais estabilizaram o seu jogo e procuraram chegar à vantagem mas sem grande lucidez. Alguns passes falhados, más decisões e deficiência no remate levaram o empate até ao intervalo, com Brahimi lesionado a partir dos 39 minutos.

Na segunda parte os portistas apareceram mais coesos defensivamente e mais autoritários. Dominaram em toda a linha e o resultado acabou por sofrer a alteração esperada.

Primeiro foi Maxi Pereira a bater o guarda-redes Beunardeau, fazendo a bola passar-lhe por entre as pernas.























Jesús Corona deu a machadada final aos 84 minutos com um remate colocado.























Vitória justa da melhor equipa frente a um adversário que fez tudo o que podia para complicar.

Quem também tentou complicar foi a equipa de arbitragem que deixou bem evidente que o FC Porto vai ter de continuar a lutar contra tudo e contra todos.