terça-feira, 24 de setembro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 80

ÉPOCA 1986/87

O "TRI" era para todos os portistas a palavra de ordem da nova época futebolística. A conquista do terceiro campeonato consecutivo significaria, desde logo, a concretização de um feito sem precedentes, então, no historial do Clube. Era mais que um slogan, era uma meta perfeitamente ao alcance da equipa comandada por Artur Jorge.

Os Dragões reforçaram-se e mantiveram os principais jogadores da época anterior, por isso essa convicção crescia.




















Plantel inicial - Da esquerda para a direita, em cima: Quim, Paulo Ricardo, Cerqueira, Lima Pereira, Mlynarczyk, Zé Beto, Amaral, Celso, Elói, André, Celestino e Festas; Ao meio: José Luís (massagista), Eurico, Juary, Eduardo Luís, José Neto (adjunto), João Mota (adjunto), Artur Jorge (treinador), Octávio (adjunto), Jaime Pacheco, Sousa, Futre e Rodolfo Moura (massagista); Em baixo: Agostinho (roupeiro), Frasco, Bandeirinha, Madjer, Paquito, Jaime Magalhães, Fernando Gomes, João Pinto, Semedo, Vermelhinho, Inácio, Laureta e Fernando Brandão (roupeiro).

A entrada no campeonato não foi fulgurante como se esperava, e ao fim da terceira jornada o FC Porto ocupava a terceira posição, resultante de dois empates e uma vitória. A jogar sempre fora de casa, por causa das obras de rebaixamento do relvado e implantação de um novo lanço de bancadas, a equipa foi-se dividindo entre Braga e Vila do Conde para efectuar os jogos caseiros. Aliás só à 7ª jornada foi possível voltar a pisar o novo relvado das Antas.

Os azuis e brancos despediram-se de 1986 com uma vitória, em Elvas, concluindo a primeira volta no comando da classificação, em parceria com o Benfica. Porém, o início da segunda volta foi no entanto desfavorável. Derrota na Luz contra o principal candidato, seguida de empate em Guimarães, começaram a tornar complicado o objectivo de chegar ao título, ainda por cima porque valores mais altos se levantavam. A equipa teve de lutar sempre contra um ambiente de hostilidade por parte de um amplo sector da Comunicação Social que temia o assalto portista à hegemonia do futebol nacional.

A verdade é que o FC Porto acabou a prova na 2ª posição, registando nos 30 jogos, 20 vitórias, 6 empates, 4 derrotas, 67 golos marcados, 22 sofridos e somando 46 pontos, menos 3 que o Benfica.

A carreira na Taça de Portugal, outro dos objectivos portista não concretizado, foi quase um sonho perfeito, desfeito nas meias-finais, nas Antas, pelo Sporting, após prolongamento.

O único título nacional da época veio através da Supertaça Cândido de Oliveira. Jogada em duas mãos, o FC Porto começou por receber o Benfica, nas Antas, onde não conseguiu melhor que um empate (1-1) e não faltou quem se arriscasse a fazer profecias.

Mas, na segunda mão, na Luz, a superioridade portista veio ao de cima em todo o seu esplendor, espelhado no resultado, com números esclarecedores (2-4).
























O grande momento da época foi mesmo o desfecho da Taça dos Campeões europeus. O dia 27 de Maio de 1987 constituiu um marco histórico na vida do Clube, afinal a concretização de um sonho.

Depois de uma trajectória quase perfeita, onde sofreu apenas um único percalço, em Ostrava, na Checoslováquia, frente ao Viktovice (derrota por 1-0), o FC Porto qualificou-se para a sua segunda final europeia (depois de Berna, para a Taça das Taças) e para defrontar mais um dos «tubarões» europeus, o poderoso Bayern de Munique.

A jogar em Viena de Áustria, paredes meias com a Alemanha, os bávaros puderam contar com um apoio esmagador dos seus apaniguados que ocuparam mais de dois terços dos lugares disponíveis do Estádio do Prater.

Os azuis e brancos sentiram o ambiente e durante a primeira parte não conseguiram libertar o seu habitual futebol, sofreram a pressão do adversário e um golo aos 24 minutos. Quando saíram para o intervalo a derrota estava já dada como certa pela maioria que assistia ao jogo.

O regresso dos balneários demonstrou que tal avaliação tinha sido prematura e arriscada. É que a turma portuguesa transfigurou-se e espalhou no relvado austríaco o perfume e a magia do melhor do seu melhor futebol. Foi uma exibição de luxo, ilustrada com dois belos golos, o primeiro de calcanhar, marcado por um mago da bola chamado Madjer.

No final, os portugueses vibraram com esta magnífica e justa vitória, com a certeza de que o FC Porto passara a ser um Grande da Europa. 


FICHA DO JOGO




























A propósito desta epopeia, recomendo a leitura do artigo por mim publicado no blogue em 26 de Março de 2008, com o nome de A CONQUISTA DA EUROPA.




















Equipa titular que entrou no Estádio do Prater: Da esquerda para a direita, em cima Mlynarczyk, Eduardo Luís Celso, Inácio, Jaime Magalhães e João Pinto; Em baixo: Madjer, Quim, André, Sousa e Futre.



































(Clicar no quadro para ampliar)

No conjunto das 4 provas em que o FC Porto esteve envolvido, num total de 47 jogos, Artur Jorge utilizou 25 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: João Pinto (45 jogos), André e Eduardo Luís (43), Fernando Gomes (41), Celso e Futre (39), Jaime Magalhães e Madjer (33), Paulo Ricardo (32), Sousa e Zé Beto (28), Frasco (27), Juary (26), Jaime Pacheco (25), Mlynarczyk (20), Inácio e Lima Pereira (17), Eloy (12), Bandeirinha (11), Laureta (10), Casagrande (9), Quim, Semedo e Vermelhinho (8) e Festas (7).

OUTRAS EQUIPAS POSSÍVEIS DESSA ÉPOCA




















Da esquerda para a direita, em cima: Lima Pereira, Mlynarczyk, Semedo, Celso, Baideirinha e Juary; Em baixo: Sousa, Casagrande, Madjer, Eloy e Laureta.






















Da esquerda para a direita, em cima: Eduardo Luís, Jaime Magalhães, Celso, Inácio, João Pinto e Zé Beto; Em baixo: André, Fernando Gomes, Jaime Pacheco, Quim e Futre

Fontes: Revistas Dragões, Baú de Memórias, de Rui Anjos e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.

Sem comentários:

Enviar um comentário