terça-feira, 17 de setembro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 80

ÉPOCA 1985/86

Um ano depois, as gentes do Porto voltaram a sair à rua para festejarem o segundo título nacional consecutivo do futebol sénior dos Dragões. Um título muito disputado até à última jornada e que premiou a regularidade da equipa e a organização do Departamento de futebol, que soube sempre responder eficazmente aos inúmeros problemas que se lhe depararam ao longo da temporada, nomeadamente através do reforço do plantel, fustigado por sucessivas e problemáticas lesões.
















Plantel inicial de 1985/1986, ao qual se juntariam mais tarde Celso, Juary, Madjer e Mlynarczik, que não estão nesta foto. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Hugo (massagista), Eurico, Laureta, Walsh, Matos, Zé Beto, Amaral, Paulo Ricardo, Semedo, José Albano, Diamantino Moura (massagista) e Agostinho (roupeiro; ao meio, Brandão (roupeiro), Prof Neto (prep. físico), Mariano, Lima Pereira, Octávio (adjunto), Artur Jorge (treinador), João Mota (adjunto), João Pinto, Celestino, Dr. Domingos Gomes (médico), José Luís (massagista) e Armando Plácido; em baixo: Frasco, não identificado, Futre, Eduardo Luís, Vermelhinho, Paquito, Fernando Gomes, Vitoriano, André, Inácio, Jaime Magalhães e Rui Barros

Depois de um início prometedor frente ao Benfica, ao qual se impôs com uma vitória por 2-0, no jogo de abertura do Campeonato e onde deixou bem patente a força e ambição que norteava os campeões nacionais, o FC Porto cedeu o primeiro ponto na segunda jornada, em Vidal Pinheiro.

Sem rubricar exibições fulgurantes, fustigada por lesões em série, a equipa de Artur Jorge soube responder ao infortúnio com muito querer e determinação, mantendo-se nos lugares cimeiros e aproximando-se semana a semana, das exibições de grande classe patenteadas na época anterior.

O FC Porto só conseguiu apossar-se do comando da classificação na penúltima jornada, em função da vitória conseguida em Setúbal e da ajuda do Sporting que foi à Luz vencer o Benfica. No último jogo, o Estádio das Antas engalanou-se e tornou-se pequeno para albergar todos quantos queriam assistir à consagração dos campeões.

O jogo foi terrível, transformando-se num tsunami de emoções. O adversário, o Sporting da Covilhã não facilitou, bem pelo contrário. O Porto até começou bem, a dominar e a chegar com toda a naturalidade ao golo, por André, aos 6 minutos. Mas em rápidos e perigosos contra-ataques o Covilhã virou o resultado, faltavam cerca de 30 minutos para o fim do jogo. A perder um jogo que era necessário vencer, os jogadores portistas encheram-se de brios e Fernando Gomes, em três minutos (61' e 64'), fez o que de melhor sabe, para gáudio e explosão da recheada e vibrante plateia portista. Elói ainda faria o último golo, ampliando o resultado para 4-2. Era hora de festejar o 3º bicampeonato da história azul e branca.

O FC Porto somou 49 pontos, mais dois que o Benfica e mais três que o Sporting, em consequência de 22 vitórias, 5 empates e três derrotas. Marcou 64 golos (melhor ataque com os mesmos golos do Sporting) e sofreu 20.






















Equipa titular do último jogo do campeonato: da esquerda para a direita, em cima: Lima Pereira, Mlynarczyk, Celso, Eduardo Luís, Jaime Magalhães e Inácio; em baixo: André, Fernando Gomes, Elói, Madjer e Futre.

Na Taça de Portugal, o FC Porto não foi além dos oitavos-de-final, afastado pelo Benfica, na Luz, ao perder por 2-1, num jogo em que esteve a vencer por 1-0 e a equipa portista dava mostras de poder garantir a sua continuidade na prova. Porém, Celso foi expulso aos 55 minutos por cometer grande penalidade, altura em que os lisboetas aproveitaram para empatar. O FC Porto terminaria o jogo reduzido a nove elementos face à lesão de Lima Pereira, isto quando Artur Jorge já tinha procedido às duas substituições regulamentares. O Benfica chegaria à vitória aos 70 minutos.

A Supertaça Cândido de Oliveira foi também para o Benfica.  Jogada em duas mãos, a primeira, na Luz, acabou por ser decisiva face à derrota por 1-0, que o FC Porto não conseguiu reverter nas Antas, onde não foi além de um empate sem golos.

Na Taça dos Campeões Europeus, também não foi feliz. Na primeira eliminatória afastou o Ajax, da Holanda, com 2-0, nas Antas e empate a zero em Amesterdão, mas na segunda foi afastado pelo Barcelona, numa eliminatória muito equilibrada. Em Camp Nou a derrota por 2-0 teve influência do árbitro, o belga Van Lagenhove, que fez vista grossa a duas irregularidades na área do Barcelona, que poderia ter proporcionado outro desfecho, face à categoria e classe com que os jogadores portistas actuaram nesse encontro. Nas Antas, os azuis e brancos confirmaram que estavam preparados para se baterem ao nível das melhores formações da Europa. Venceram por 3-1, com três golos de Juary, num jogo em que a sua superioridade foi uma constante.  Pena foi ter sofrido o golo que, por ter sido obtido fora de casa, valeu por dois e acabaria por ditar a eliminação imerecida.






























No conjunto das 4 provas em que o FC Porto esteve envolvido, Artur Jorge utilizou 29 jogadores, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: Fernando Gomes (40 jogos), André (36), Futre (33), Lima Pereira (30), Juary (29), Inácio (28), Celso, Frasco e João Pinto (27), Laureta (26), Eduardo Luís (24), Madjer (23), Vermelhinho (18), Mlynarczyk, Semedo e Zé Beto (17), Quim (14), Elói (13), Paquito (11), Jaime Magalhães e Walsh (10), Paulo Ricardo (8), Matos (6), Celestino, Edvaldo e Festas (5), Eurico e Vitoriano (4) e José Albano (1).


OUTRAS EQUIPAS POSSÍVEIS DESTA ÉPOCA





















Na imagem, da esquerda para a direita, em cima: Eurico, Lima Pereira, Laureta, Semedo, João Pinto e Zé Beto; em baixo: André, Frasco, Fernando Gomes, Paquito e Futre.





















Na imagem, da esquerda para a direita, em cima: Eurico, Celso, Semedo, Laureta, João Pinto e Zé Beto; em baixo: Juary, Frasco, Fernando Gomes, André e Futre.

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Revista Dragões; Baú de Memórias, de Rui Anjos.

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