Terminadas as competições nacionais e internacionais, no que ao FC Porto diz respeito, é hora de fazermos o balanço de toda a época do futebol profissional.
Para tal, nada melhor que começar, nesta primeira parte, pelo cume da pirâmide, onde o saber e experiência acumulados, do Presidente mais titulado do Mundo, Jorge Nuno Pinto da Costa, teve uma vez mais, papel preponderante no desenrolar e desfecho da época, quer para o melhor como para o pior.
Falar do Presidente é no fundo falar do próprio Clube. Clube com história antes de PC e com outra, completamente diferente, depois de PC. Com ele, o Clube atingiu um patamar de excelência inimaginável, transformando-o rapidamente num Clube de considerável expressão mundial.
Os adeptos elevaram de tal forma a fasquia de exigência que épocas em que não aconteçam títulos ou que não se ganhe o campeonato nacional, são considerados desastrosos, como aconteceu na época de 2004/2005 onde o FC Porto «apenas» venceu a Supertaça Cândido de Oliveira e a Taça Intercontinental!
Depois de uma época em que os Dragões ganharam quase tudo o que havia para ganhar (Campeonato, Taça, Supertaça e Liga Europa), falhando apenas a famigerada Taça da Liga, as expectativas eram naturalmente elevadas, ainda que todos tivessem consciência da dificuldade de a voltar a repetir. O sonho da Champions voltou a reluzir porque os argumentos eram válidos.
Pinto da Costa, tal como em 2003, acreditou nessa possibilidade e fez uma aposta muito grande na manutenção do plantel e equipa técnica, mas acabou traído por duas peças fundamentais. André Villas Boas e Radamel Falcao, depois de discursos inequívocos de fidelidade, roeram a corda já em cima do arranque da nova época, deixando o Presidente sem tempo para gizar soluções a preceito.
Estou convencido que se ambos se tivessem decidido muito mais cedo, Pinto da Costa teria recorrido e arranjado, na sua lista de referenciados, opções mais credíveis em vez de ter promovido o adjunto Vítor Pereira e não ter conseguido substituto para o goleador colombiano.
A época começou assim, com estas duas contrariedades de peso, lançando algum desconforto e desconfiança, quer no seio do plantel como na generalidade da massa adepta, que foram ainda surpreendidos por uma série de contratempos e equívocos, que a seu tempo, a sabedoria e experiência de PC haveriam de corrigir de forma decisiva.
Em Janeiro, quando a equipa estava já a 5 pontos da liderança, eliminado da Taça de Portugal e da Champions League, Pinto da Costa surgiu em todo o seu esplendor. Foi ao balneário unir as hostes, deu força e confiança ao treinador Vítor Pereira, permitiu a «limpeza de balneário», fez regressar «El Comandante» e dotou o grupo de um ponta-de-lança.
Daqui para a frente, foi o tocar a reunir com o desfecho que todos ambicionávamos: A revalidação do título nacional, de resto, o principal objectivo. Neste último esforço ficaram, ainda assim, dois amargos de boca, a eliminação da Liga Europa, por números tão exagerados quanto injustos, frente ao Manchester City e a eliminação da Taça da Liga.
Em síntese, Pinto da Costa, depois de surpreendido inicialmente conseguiu remediar a tempo a performance da equipa a nível interno, revelando-se insuficiente para voos mais altos, que é como quem diz, para outros objectivos internacionais.
(Parte II - Equipa técnica)
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