NOTA PRÉVIA - Não tendo sido possível efectuar a reconstituição de toda a carreira do atleta em causa, na selecção nacional principal do seu país, decidi correr o risco e apresentar o quadro de jogos habitual, apenas com os jogos em que o atleta actuou, enquanto jogador do FC Porto, informação colhida no site da FIFA, que ainda assim pode pecar por defeito.
Rabah Madjer - Internacional E3: Vestiu a camisola da selecção nacional da Argélia por 87 vezes, 23 das quais enquanto jogador do FC Porto (pelo menos as que foram possíveis confirmar no site acima referido).
Madjer foi considerado o melhor jogador argelino de toda a história, jogando na selecção do seu país durante 14 anos, pertencendo-lhe o recorde de golos marcados, 40 golos nos 87 jogos disputados. Foi fundamental na caminhada da Argélia para o Mundial de Espanha em 1982, ao apontar o último golo da vitória por 2-1, sobre a Nigéria, que confirmou a primeira presença dos magrebinos num Campeonato do Mundo. Reincidiu em 1986 na qualificação para o Mundial de 1986, no México.
Rabah Mustapha Madjer, nasceu em Hussein Dey, nos arredores de Argel, em 1958. Aos 14 anos começou a jogar futebol nas escolas do Onalait d'Hussein-Dey. Dois anos depois estreou-se com a camisola do NA Hussein Dey, iniciando a sua carreira como profissional. Em 1978 o clube vence a final da Taça da Argélia e qualifica-se para a Taça Africana dos Vencedores das Taças. Para surpresa de muitos, no ano seguinte chega à final desta competição, onde perde os dois jogos com os guineenses do Horoya AC.
Depois da surpreendente prestação da Argélia no Campeonato do Mundo de 1982, o nome de Madjer tornou-se conhecido fora de África e em 1983 foi contratado pelo clube francês, o Clube Racing de Paris. Em apenas dois anos completou 50 jogos, nos quais apontou 23 golos, despertando o interesse do Tours FC, para onde se transferiu em 1985.
Na época de 1985/86, voltou a despertar a cobiça do mercado e desta vez saiu de França para jogar no FC Porto, talvez sem imaginar o alcance de tal passo na sua carreira.
Em 1987, o FC Porto fez história e pela primeira vez chegou à final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Pela frente estava o Bayern de Munique, um gigante do futebol europeu. Aí o argelino escreveu uma das mais belas páginas do futebol portista e mundial. Aos 77 minutos, uma assistência de Juary pela direita, foi magistralmente finalizada por Madjer, com um mágico remate de calcanhar que ainda hoje é anunciado como um momento de rara beleza e apuro técnico. Como que não satisfeito com um dos mais belos golos de sempre, dois minutos depois, Madjer avançou pela esquerda e centrou, com peso, conta e medida para Juary fazer o 2-1. O FC Porto tornava-se Campeão Europeu e Madjer numa estrela refulgente no firmamento do futebol mundial.
No ano seguinte os Dragões disputaram e conquistaram a Taça Intercontinental em Tóquio, batendo o Peñarol, do Uruguai, numa final jogada sob forte nevão. Mais uma vez o golo decisivo foi apontado pelo argelino. No fim foi premiado como o melhor jogador em campo, recebendo do patrocinador da prova uma viatura de marca Toyota.
Depois seguiu para Valência, onde o esperava um contrato milionário. Desta vez Madjer não foi feliz. A sua estadia em Espanha limitou-se a 14 jogos e quatro golos.
Regressou então à cidade do Porto, a uma casa onde fora feliz. Vitoriado e amado pelos adeptos, envergou a camisola azul e branca até 1991, ano em que foi experimentar outras sensações, no SC Qatar, onde terminou a sua carreira.
Com um palmarés riquíssimo, Madjer conquistou a Bola de Ouro de África em 1987, tendo sido 2º em 1985 e 3º em 1990. Ganhou uma Taça das Nações Africanas em 1990, uma Taça da Argélia em 1979, foi eleito o melhor jogador argelino em 1987 e o quinto melhor jogador africano do século XX.
Palmarés ao serviço do FC Porto: 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1986/87; 1 Taça Intercontinental em 1987/88; 1 Supertaça Europeia em 1987/88; 2 Campeonatos nacionais em 1986 e 1990; 1 Taça de Portugal em 1991 e 2 Supertaças Cândido de Oliveira em 1986 e 1991.
(Clicar no quadro para ampliar)
(Continua)
Fontes: Fifa.com; Worldfootball.net e Zero a Zero
@ Rui Anjos
ResponderEliminarum craque, no verdadeiro sentido do termo e que tive o privilégio de o poder ver jogar «ao vivo e a cores».
recentemente (e salvaguardando as devidas distâncias) só o Deco me fez sentir tão feliz.
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)
Miguel | Tomo II