sábado, 25 de janeiro de 2014

COM MAIS TRANSPIRAÇÃO QUE INSPIRAÇÃO!















FICHA DO JOGO

























CLASSIFICAÇÃO FINAL

















O FC Porto conseguiu qualificar-se para as meias-finais da Taça da Liga, com uma vitória sofrida, quase dramática, conseguida nos últimos momentos do jogo.

Paulo Fonseca não poupou jogadores colocando o onze titular teoricamente mais forte que tinha ao seu dispor, depois da surpreendente transferência de última hora, do grande capitão Lucho Gonzalez, que a troco de uma pequena fortuna, se dispôs a ir jogar para o Qatar, proporcionando a Defour a possibilidade de entrar de início.

EQUIPA TITULAR



















Da esquerda para a direita, em cima: Fabiano, Maicon, Fernando, Mangala, Jackson Martinez e Danilo; Em baixo: Quaresma, Defour, Carlos Eduardo, Alex Sandro e Silvestre Varela.


Os Dragões cedo mostraram fraca inspiração e uma enorme dificuldade para lidar com o bom futebol praticado pelo Marítimo, que se predispôs a jogar no campo todo.

Ainda assim foram os azuis e brancos os primeiros a chegar ao golo. Carlos Eduardo numa jogada envolvente pelo meio, desmarcou Jackson que de calcanhar assistiu Defour. O belga tinha tudo para fazer o golo, mas o remate denunciado foi defendido por Willington, sobrando a bola para o oportunista Jackson Martinez que acompanhou o lance e atirou para as malhas, inaugurando o marcador, estavam decorridos vinte minutos.




















O golo deveria ter servido de lenitivo para serenar o evidente nervosismo dos jogadores portistas, talvez demasiado preocupados em marcar muitos golos, retirando-lhes alguma clarividência e eficácia. O meio campo emperrou demasiadas vezes e o trio atacante esteve muito apagado com os alas Quaresma e Varela demasiado precipitados. Também o sector defensivo fez questão de vacilar e dar as já habituais «abébias».

Disso se aproveitou a bem organizada equipa insular, a tal ponto de conseguir em pouco menos de quinze minutos virar o resultado a seu favor, provocando o incómodo evidente nas bancadas do Dragão. 

Os Dragões procuraram reagir mas a falta de inspiração condenava ao fracasso todas as tentativas. Muita correria, muita vontade, mas quase sempre sem qualidade e assente num individualismo pouco recomendável. Fernando, também ele muito apagado, teve de dar o seu lugar a Josué, por inferioridade física, antes do intervalo e foi sob um coro de assobios que as equipas saíram para os balneários.

No regresso os jogadores portistas patentearam uma maior agressividade sobre a bola conseguindo levar algum perigo à baliza adversária e aos 56 minutos, após um cruzamento de Quaresma, Wellington não conseguiu segurar a bola que sobrou para Carlos Eduardo que foi empurrado pelas costas e impedido de rematar, por Igor Rossi. O árbitro da partida preferiu sonegar a respectiva grande penalidade, com uma decisão completamente inusitada e incompreensível. Bola ao solo!?!

Paulo Fonseca queria vencer o jogo e jogou tacticamente, retirando o central Maicon para a entrada do avançado Ghilas. Era o ataque total na tentativa de virar o resultado. Em desespero, assistiram-se a momentos de frenesim que elevaram a tensão dentro e fora do relvado. Desde o jogo passivo dos madeirenses, com simulação de faltas e de lesões, demora na reposição da bola em jogo, quer pelo guarda-redes, como dos seus colegas, na marcação das faltas ou nos lançamentos das linhas laterais, demora nas substituições com os jogadores a dirigirem-se para a linha lateral em passo lento, passando pela impaciência dos jogadores portistas, afectados com estes comportamentos e com algumas polémicas decisões do árbitro, que lhes valeu os 3 cartões amarelos, até à explosão de satisfação pelos golos que recolocariam a vantagem no marcador e a consequente qualificação para a fase seguinte.

A reviravolta surgiu nos últimos minutos da partida. Canto marcado por Josué, na esquerda, para o segundo poste onde surgiu Carlos Eduardo a cabecear com êxito para o fundo das malhas. Estava reposta a igualdade quando faltavam 4 minutos para os 90 e mais alguns que certamente o árbitro iria dar para compensar o imenso tempo perdido para assistência aos pretensos lesionados madeirenses.





















O tempo escasseava mas os jogadores portistas acreditavam. Os adeptos também. O ambiente ficou cada vez mais vibrante. A equipa portista avançou ainda mais no terreno, correndo os riscos inerentes. Foi feliz num contra-ataque do adversário, vendo um remate perigoso sair ao lado, em cima dos 90 minutos. O árbitro deu apenas 4 minutos de compensação, que provocou indignação nas hostes portistas. Aos 92' Ghilas esteve perto do golo, num cruzamento de Varela. Era o assalto final, um sufoco. Em cima dos 94 minutos, Ghilas foi carregado pelas costas, dentro da área e o árbitro desta vez não teve dúvidas. Marcou a grande penalidade e expulsou o infractor Igor Rossi, como lhe competia. O atleta do Marítimo ainda ficou deitado na relva a simular lesão e só ao fim de mais de 1 minuto foi possível a marcação da falta máxima. Josué não falhou, provocando o delírio nas bancadas do Dragão. O jogo acabou logo a seguir. O FC Porto acabava de se qualificar pelo segundo critério de desempate: Mais golos marcados.




















Foi mais uma exibição sofrível, com os defeitos habituais desta época. Pouca inspiração mas muita transpiração, especialmente na segunda parte.

Entretanto em Penafiel, o Calimero-mor, chorou, chorou, chorou, chorou, chorou... um pranto coitado! Quem lhe dá uma chupeta?

3 comentários:


  1. caríssimo Rui,

    começo pelo fim: foi imerecido, numa partida em que o resultado foi bem melhor do que a exibição.
    e com o nosso melhor onze a defrontar apenas o marít'mo B; nem quero pensar como será no próximo final-de-semana, frente à equipa A...

    quanto ao jogo e sobre o lance que tanta azia causou lá para o reino dos viscondes falidos de Alvaláxia, no meu entendimento foi mesmo grande penalidade.
    e, uns minutos antes, houve uma outra que não foi assinalada (por carga sobre o Carlos Eduardo. curiosamente e sobre este lance, o árbitro interrompeu a partida para "assistência médica" ao guarda-redes do marít'mo e decidiu-se por uma bola ao solo em plena grande área insular. foi um bom momento a fazer lembrar um outro desporto que nasceu a partir do futebol: o rugby.

    e, aqui que ninguém nos ouve, apesar de não querer que o meu FC Porto perca seja em que circunstância for, depois desta exibição (que foi tudo menos «à Porto» como afirmou o treinador no final), eu desejei a nossa vitória mas que fossem os lagartos a passar à fase seguinte. explico sucintamente: a (não) jogar desta forma, temo que vamos ser humilhados na Luz. outra vez.

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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  2. Brilhante análise! Fosse deste quilate o jogo do nosso FCP!
    Abraço.

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  3. Ao comentador Miguel Lima,

    Nos primórdios nem era o futebol nem o rugby como hoje se jogam. Jogava-se um misto de ambos com "regras" pouco estabelecidas. Os entusiastas do jogo com os pés decidiram retirar a utilização das mãos e criaram o football. Os que não aprovaram a ideia adoptaram o rugby. Cada modalidade estabeleceu, então, as suas regras (com actualizações ao longo dos anos).

    João Moreira

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