quinta-feira, 31 de outubro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 90

ÉPOCA 1991/92

A Comunicação Social especializada, durante as semanas que antecederam o início da época, não demoraram a antecipar o futuro campeão, embalados pelas aquisições sonantes dos clubes da 2ª circular.

Ao contrário, na «oficina» das Antas, agora sob o comando do brasileiro Carlos Alberto Silva, o plantel portista preocupava-se na preparação da equipa, com afinco, serenidade, união e espírito de vitória.

O novo treinador soube-se encaixar no esquema de trabalho que encontrou, aproveitando o que de melhor deixou o seu antecessor Artur Jorge e, paulatinamente foi introduzindo a sua concepção de jogo.



















Da esquerda para a direita, em cima: Aloísio, Zé Carlos, Vlk, Tozé, Rui Filipe, Jorge Andrade, Morgado, Vítor Baía, Padrão e Jorge Gomes (public relations); Ao meio: Diamantino (massagista), Luís César (secretário), Armando Pimentel (director), Rodolfo Moura (massagista), Domingos Gomes (médico), Domingos, Murça (adjunto), Hernâni Gonçalves (adjunto), Reinaldo Teles (director), Carlos Alberto Silva (treinador), Octávio (adjunto), Semedo, Agostinho (roupeiro), Mário Santos e Manuel Alves (funcionários); Em baixo: Ricardo (roupeiro), Valente, Neves, Ricardo, Jaime Magalhães, Paulo Pereira, Jorge Costa, Pinto da Costa (presidente), João Pinto, Kiki, Toni, Folha, Kostadinov, Mihtharsky e Fernando Brandão (roupeiro); Sentados no relvado: Fernando Couto e Bandeirinha.


O FC Porto entrou uma semana mais tarde no campeonato, tendo inclusivamente adiado a sua estreia, nas Antas frente ao Sporting, para poder participar no prestigiante torneio, disputado na Corunha, onde venceu o Troféu Teresa Herrera, depois de vencer o Real Madrid, por 2-1 e o Dep. da Corunha, por 1-0.























Equipa exibindo com orgulho o Troféu Teresa Herrera - Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Fernando Couto, Zé Carlos, Vlk, Aloísio e João Pinto; Em baixo Mihtharsky, Jaime Magalhães, Kiki, Kostadinov e Timofte.


Começado o campeonato, o FC Porto deu, ao longo de toda a prova,  uma exemplar lição de colectivismo, de entreajuda, de capacidade de entrega e de inesgotável espírito de sacrifício individual ao serviço do colectivo.

























Equipa titular que na 9ª jornada foi empatar 0-0, em Braga - Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Fernando Couto, Semedo, Tozé, Aloísio, Paulo Pereira e João Pinto; Em baixo: André, Jorge Andrade, Rui Filipe e Timofte.

Passeando pelos estádios um invejável rigor táctico, uma preparação física sem falhas e uma força psicológica incomparável, o resultado final só poderia ser o êxito concretizado com inteligência e eficácia, deixando o seu mais directo perseguidor à distância de 10 pontos.

Foi um campeão justo que não falhou nos grandes e decisivos momentos, nunca se deixando abater pelos ambientes hostis, sempre pronto a lutar de igual para igual, onde quer que fosse.
























Equipa titular na vitória em Alvalade, por 0-2 - Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Fernando Couto, Vlk, Tozé, Aloísio e João Pinto; Em baixo: Semedo, André, Jaime Magalhães, Bandeirinha e Kostadinov.

Carlos Alberto Silva teve de lutar contra uma onde de lesões pouco comum, durante quase toda a primeira volta e sempre que possível apostou num núcleo constituído por Vítor Baía, João Pinto, Fernando Couto, Aloísio, André e Rui Filipe, que lhe garantiram solidez defensiva e consistência a meio-campo. Na baliza, Vítor Baía esteve 1169 minutos sem sofrer golos, recorde nacional de eficácia. Na frente, a dupla Domingos/Kostadinov impunha respeito.

O carimbo matemático foi colocado no estádio do Bessa, frente ao Salgueiros, na 31ª jornada, com a vitória portista por 0-1, golo de Domingos e a consagração final em 17 de Maio de 1992, nas Antas, frente ao Guimarães, com nova vitória por 1-0, golo do capitão João Pinto.
























Equipa titular que na 32ª jornada derrotou o Boavista, por 2-0, nas Antas. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Paulo Pereira, Zé Carlos, Jaime Magalhães, Aloísio e João Pinto; Em baixo: Rui Filipe, André, Domingos, Kostadinov e Timofte.

O desempenho portista registou 34 jogos, 24 vitórias, 8 empates e 2 derrotas, 58 golos marcados, 11 sofridos e um total de 56 pontos, mais 10 que o Benfica e mais 12 que Boavista e Sporting.

Na Taça de Portugal, o FC Porto voltou ao Jamor para disputar a final, desta vez frente ao Boavista, onde o factor sorte acabou por determinar o vencedor. O Boavista colocou-se em vantagem no marcador numa altura de domínio completo por parte dos Dragões. Na segunda parte, um estupendo golo de Jaime Magalhães foi quase de imediato anulado pela obtenção de novo golo axadrezado, na sequência de uma série de ressaltos. Foi uma excelente partida de futebol, disputada taco a taco, mas com um vencedor feliz.

Para trás, o FC Porto tinha afastado o Vila Real, o Louletano, o Sporting, o Braga e o Leixões.

Na Supertaça Cândido de Oliveira, disputada em duas mãos, em 18 de Dezembro e 29 de Janeiro, respectivamente, o adversário foi o Benfica. O primeiro jogo teve como palco o estádio da Luz e o resultado foi desfavorável. Derrota por 2-1, que mantinha no entanto intacta a ambição de vencer o troféu.

A segunda mão, disputada no Estádio da Antas teve como destaque o golão marcado por Timofte, na vitória portista por 1-0. O Benfica limitou-se a defender e foi com alguma sorte que conseguiu evitar derrota mais pesada, uma vez que os azuis e brancos dispuseram de várias ocasiões para dilatar o marcador e decidir a conquista da Taça.

Em igualdade de vitórias e de golos, o regulamento obrigou a um terceiro jogo que acabou por não se disputar no decorrer da época.

Em termos europeus, o FC Porto disputou a Taça das Taças, tendo como primeiro adversário os malteses do La Valletta. Adversário acessível e eliminatória resolvida sem dificuldades. Vitória portista nos dois encontros. Em La Valletta, por 3-0 e nas Antas, por 1-0.





















Equipa titular que se apresentou no Estádio Nacional de La Valletta e venceu por 3-0. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Fernando Couto, Semedo, Morgado, Aloísio e João Pinto; Em baixo: Jaime Magalhães, André, Domingos, Kostadinov e Timofte.

A 2ª eliminatória ditou em sorte os ingleses do Tottenham. A primeira mão jogada no Estádio While Hart Lane, em Londres, teve uma arbitragem desastrosa de um tal de M. Petrovic, da Jugoslávia que acabou por determinar não só a derrota por 3-1, como também a eliminação da prova. Foram muitos erros num jogo só de um árbitro sem classe para apitar a este nível.

Nas Antas o FC Porto tudo fez para reverter o resultado mas voltou a não ser feliz. A equipa portista dominou e vulgarizou o adversário mas revelou grandes dificuldades na concretização, daí o nulo no marcador.




































(Clicar no quadro para ampliar)

Foram 47 jogos, relativos a 4 provas, em que o FC Porto se envolveu. Carlos Alberto Silva recorreu ao contributo de 27 atletas, aqui descriminados por ordem crescente da sua utilização: Vítor Baía (47 jogos), Aloísio (45), João Pinto (44), Fernando Couto (43), Kostadinov (41), André (36), Timofte e Tozé (34), Domingos, Jaime Magalhães e Rui Filipe (33), Paulo Pereira (30), Semedo (26), Jorge Couto (22), Vlk (15), Bandeirinha e Mihtharsky (14), Toni (13), Folha e Jorge Andrade (12), Kiki (9), Morgado (8), Zé Carlos (6), Neves (3), Ricardo (2), Padrão e Valente (1).

Fontes: Baú de Memórias, de Rui Anjos; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Revista Dragões

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