sábado, 11 de maio de 2013

YES, WE CAN!




























































O FC Porto deu hoje um passo importante para a conquista do título nacional, mas não definitivo, pois ainda tem que se deslocar a Paços de Ferreira, onde necessita de vencer para poder erguer o caneco.

Hoje, era importante vencer para passar para a frente e foi isso que aconteceu. Perante um Estádio cheio e vibrante de elevado fervor clubista, os bicampeões nacionais cedo manifestaram a intenção de chegar ao golo e construir o resultado que mais lhe convinha.

O adversário, com a lição bem estudada, comportou-se como uma equipa vulgar, disposta apenas a fazer passar o tempo, garantir o empate e se possível aproveitar alguma falha alheia ou alguma benesse do «sócio». Para tal, não se coibiu de utilizar de forma ostensiva, o anti jogo, com episódios caricatos, como os do guarda-redes a ir buscar as bolas perdidas à bandeirola de canto ou como a de jogadores estendidos no relvado simulando lesões, tudo isto com a complacência do «sócio», que para além desta conivência, apitou a todos os encostos dos jogadores portistas, ignorando escandalosamente os das papoilas saltitantes.

Coube por isso ao FC Porto o controlo e o domínio do jogo, sempre ou quase sempre num ritmo demasiado lento que foi permitindo ao adversário desfazer o caudal ofensivo azul e branco.  Ainda assim, o perigo rondou a baliza adversária logo aos 5 minutos, com Danilo a ganhar a linha e a cruzar para a área com Jackson a chegar ligeiramente atrasado. Uns segundos mais tarde o colombiano voltou a ser solicitado mas deixou-se antecipar pelo guardião contrário.

Contra a corrente do jogo, a equipa do regime chegou à vantagem. Na sequência de um lançamento lateral, Luisão tentou o remate, a bola ressaltou em Fernando e Lima foi mais lesto a reagir, aparecendo na cara de Helton que não conseguiu evitar o remate vitorioso do brasileiro.

Mas os Dragões não esmoreceram e partiram à procura do prejuízo com paciência e determinação. E o golo da igualdade não tardou. Na sequência de uma jogada de insistência, Alex Sandro abriu para a esquerda, Silvestre Varela, à entrada da área desferiu um poderoso remate, a bola resvalou em Maxi Pereira, enganando Artur que mais não fez do que tocar para a baliza.



















O FC Porto necessitava da vitória e não tirou o pé do acelerador.  Aos 27 minutos João Moutinho, de pé esquerdo e de muito longe, atirou um petardo, obrigando Artur a uma defesa de grande dificuldade. Até ao intervalo mantiveram-se a toada atacante portista, a tentativa de adormecer o jogo pelo adversário e a irritante dualidade de critérios do «sócio».

Na segunda parte o FC Porto entrou ainda mais dinâmico, ainda que teimosamente lento, com Varela a protagonizar duas jogadas perigosas e as papoilas saltitantes cada vez mais matreiras, usando e abusando das paragens do jogo, das quedas, da troca da bola (a que saía de jogo não servia e lá iam ganhando mais alguns segundos à procura de outra), enquanto «sócio» assistia de cadeirão a tanto desplante sem que isso o perturbasse.

O tempo começava a escassear e o «mestre das tácticas» que diz que sabe, de trás para a frente e da frente para trás, como joga o bicampeão, a partir dos 66 minutos reforçou a sua aposta no empate. Tirou Gaitan e fez entrar Roderick.

E até parecia que tal substituição estava a dar resultado. A verdade é que o FC Porto já não conseguia ser tão perigoso e só aos 85 minutos James Rodríguez, aproveitando uma distracção do juiz de linha, isolou-se mas atirou contra o ferro.

Fernando já tinha saído lesionado e amarelado e Vítor Pereira, apostado as suas últimas cartadas.

Kelvin, primeiro e depois Liedson entraram no jogo na derradeira tentativa de fazer as remontadas, no resultado e na classificação. Aposta acertada, pois foram estes os principais protagonistas do golo da explosão de um vulcão chamado DRAGÃO.

O jovem brasileiro entrou na área, sob a esquerda, após combinação com Liedson, rematando cruzado, com Artur impotente para deter o remate certeiro e com «Jasus» a cair literalmente de joelhos, fulminado e incrédulo.



















Estava feita a justiça no resultado. Afinal a única equipa que tudo fez para vencer este encontro foi o FC Porto. A equipa do regime comportou-se como uma equipa de segundo plano, jogando para o empate da forma mais infame possível. Foi para mim, que gosto de futebol, a pior equipa que pisou este relvado, em toda a época.

O meu primeiro destaque vai para o comportamento do público que encheu o anfiteatro, vibrante, entusiástico, de grande fervor clubista e que constituiu um apoio fundamental para o desempenho de toda a equipa.

O segundo, naturalmente para o sentido colectivo, a paciência, a confiança e a crença, que todos os atletas demonstraram, durante todo o tempo.

A última evidentemente para os marcadores dos golos: Varela e Kelvin.

Faltam 90 minutos para que o objectivo seja cumprido, que vão ser certamente de sofrimento e que vai requerer muita aplicação. O campeonato ainda não está ganho. Não podemos nem devemos menosprezar o valor do próximo adversário. Por isso, vamos todos calmamente serenar e começar a trabalhar para que esse jogo seja mesmo o da consagração. 

4 comentários:

  1. O que me apraz comentar é assim, e basta:

    http://memoriaporto.blogspot.pt/2013/05/f-c-porto-em-primeiro.html

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  2. Excelente texto/comentário! Como é habitual!
    O FCP passou na "prova dos nove". Sofreu para provar aos lampiões que afinal eles ainda não eram campeões. Mas provou-o! Agora ainda falta uma etapa para atingir a meta. Aí sim, vou festejar. Com muita, com redobrada ALEGRIA! Abraço.

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  3. Uma única palavra para Vítor Pereira:
    PARABÉNS!

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  4. Houve muito Proença e ainda bem. Ninguém pode acusar o árbitro de Lisboa de ter favorecido o F.C.Porto, pelo contrário. Proença arbitrou condicionado, pressionado, na dúvida, sempre contra a equipa dos Dragões.

    Houve muita emoção, entusiasmo, muito público e muito apoio, um final que deixou marcas positivas e para mais tarde recordar nos portistas e marcas que se tudo correr normalmente, os benfiquistas tão cedo não esquecerão, mas não foi um grande jogo.

    E houve pouco Porto. Pressionado pela necessidade de ganhar, frente a um adversário que jogou apenas para empatar, o F.C.Porto esteve ansioso, nervoso, pouco esclarecido, acusou a importância do jogo, não esteve inspirado. Se se juntar a isso, o facto de alguns dos seus principais jogadores não estarem numa noite feliz, estão explicadas as razões para a vitória, justa, mas muito difícil do F.C.Porto. Foi uma vitória na amarra, da crença, da alma e de um espírito consolidado. É a marca do Dragão, aquilo que mais ninguém tem e que nos leva a acreditar e nunca desistir, mesmo quando as coisas parecem perdidas. Foi assim nesta parte final do campeonato, em particular depois de ficarmos a 4 pontos da liderança, foi assim hoje, quando o sonho parecia estar a fugir-nos . Não estava. Mais uma vez, o herói improvável, Kelvin, entrou e a passe de Liedson - o Levezinho não decidiu, mas ajudou a decidir -, resolveu.

    É verdade que tivemos mais bola, quisemos mais ganhar, mas nunca fomos uma equipa dominadora, organizada, profunda, contundente. Não seria fácil, o tempo corria a favor do clube do regime, o maior desgaste físico e mental foi de quem só lhe servia a vitória, é verdade, mas e como já disse, faltou brilho e qualidade à exibição portista. Faltou, principalmente, o talento de James e o Jackson da 1ª volta. Valeu o mal amado Varela - grande bofetada de luva branca está a dar o Dragba da Caparica a alguns portistas ...- e tal como frente ao S.C.Braga, o puto Kelvin, capaz de perder bolas fáceis, mas também capaz de tirar coelhos da cartola.

    Estamos no nosso habitat natural a uma jornada do fim e quando assim é, não costumamos facilitar. Mas termino como comecei: calma e caldos de galinha, não fazem mal a ninguém. É esse o nosso lema. Quando não se embandeira muito em arco nas vitórias e não se dramatiza muito as derrotas, estamos sempre protegidos e as desilusões, mesmo as mais difíceis de suportar, duram apenas um ou dois dias.

    Abraço

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