sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

EQUIPAS DO PASSADO - SÉCULO XXI

ÉPOCA 2005/06

Depois de uma época completamente atípica e confrangedora, tornava-se imperioso encontrar alguém capaz de repor a ordem. Pinto da Costa mais uma vez surpreendeu ao apostar num treinador pouco ou nada mediático, sem títulos no seu curriculum, mas considerado um formador e disciplinador por excelência, Jacob Adriaanse, holandês de 54 anos, cujo maior feito tinha sido o atingir das meias-finais da Taça UEFA, à frente da desconhecida equipa do seu país AZ'67 Alkmar. Esperava-o tarefa difícil. Devolver à principal equipa do Clube a dignidade, a disciplina, o respeito e o prestígio que na época de transição tinham sido postos em causa.

A equipa técnica sofreu completa modificação. Jan Old Riekerink, Wilhelmus Coort e Rui Barros coadjuvaram Adriaanse. O plantel conheceu uma nova renovação. Saíram muitos jogadores com destaque para Costinha, Maniche, Derlei (todos para o Dínamo de Moscovo), Nuno Valente (Everton), Nuno e Seitaridis (Dínamo de Moscovo), Luis Fabiano (Sevilha), Jankauskas (Hearts), Hélder Postiga (St. Etienne, por empréstimo) e Jorge Costa (Standard de Liége).

Para compensar entraram Lucho Gonzalez (ex-River Plate), Lisandro Lopes (ex-Racing Club), Jorginho (ex-V. Setúbal), Sokota (ex-Benfica), Helton (ex-U. Leiria), Alan (ex-Marítimo), Anderson (ex-Grémio), Sonkaya (ex-Besiktas), Marek Cech (ex-Sparta de Praga), Adriano (ex-Cruzeiro), Paulo Ribeiro (ex-V. Setúbal) e os regressados Hugo Almeida, César Peixoto, Bruno Moraes, Bruno Alves, Paulo Assunção e os promovidos Bruno Gama e Hélder Barbosa.






















A pré-época trouxe aos portistas uma expectativa muito grande e uma esperança redobrada na recuperação de todos os desideratos, pois a equipa começava a patentear um rendimento interessante, por vezes até espectacular.

Mas desde cedo Adriaanse deu mostras de algum equívoco. Teve alguma dificuldade em perceber (ou coragem para assumir) qual o melhor sistema a implantar e quais os melhores intérpretes em quem confiar. Fez experiências, mudanças, correcções, enfim, tudo aquilo que afinal um treinador nas suas condições tem de fazer para aquilatar da qualidade da matéria-prima. O treinador holandês foi percebendo que nem sempre há espaço para o futebol espectáculo num campeonato em que os adversários jogam fechados.

Tomou decisões tão polémicas quanto corajosas, como as dispensas de Postiga e Jorge Costa; o afastamento de Diego; a condição de suplente de Vítor Baía; a inclusão assídua dos mal amados Jorginho e Alan em detrimento (durante algum tempo) do "Mustang", entre outras.

Outras menos polémicas face aos resultados positivos, como as reabilitações de Quaresma, Pepe, Raúl Meireles e Paulo Assunção.

Adriaanse teve o mérito de, pelo menos internamente onde as exigências competitivas são mais ténues, manter a calma e a serenidade, sempre apoiado pelo Presidente Pinto da Costa, fazer a leitura correcta atempadamente e tomar as decisões mais aconselháveis para a implantação do seu sistema de jogo preferido, o arriscado 3x3x4, que acabaria por o levar ao triunfo. 

O futebol praticado passou a ser mais ofensivo e bonito, corrigidas que foram as debilidades defensivas, onde Sonkaya, Ricardo Costa, Pepe, Bruno Alves, Pedro Emanuel e César Peixoto (adaptado a lateral esquerdo) alternavam na formação, abrindo brechas, colocando Vítor Baía em sobressalto, originando resultados que constituíram completas desilusões. o FC Porto/Artemédia na Liga dos Campeões e o FC Porto/Benfica, foram os expoentes dessa confusão. Adriaanse parecia determinado a jogar para o espectáculo e nas suas entrevistas sempre transmitiu confiança de ver a sua filosofia atacante frutificar.

A verdade é que, apesar de tudo, a equipa conseguia comandar o campeonato, dado que a concorrência patenteava ainda mais fragilidades. O FC Porto foi campeão de Inverno e voltaria a ser derrotado, agora na Amadora, resultado que terá determinado uma viragem quer no sistema táctico adoptado, quer na composição da equipa. O holandês decidiu-se definitivamente pelo tal sistema ousado (3x3x4), onde Pepe, na defesa, Paulo Assunção a trinco, Lucho no meio campo e a aquisição de Inverno, Adriano na frente mais a magia de Quaresma transfiguraram a equipa e o rendimento passou a ser mais efectivo.

Tal alteração teve como consequência o afastamento de Vítor Baía e Diego para o banco, situação que alguns adeptos não aceitarem de bom grado.






















Equipa titular que perdeu na Luz, na 24ª jornada. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Lucho Gonzalez, Pepe, Benni McCarthy, Bosingwa e Pedro Emanuel; em baixo: Quaresma, Paulo Assunção, Raul Meireles, Ivanildo e Adriano.

O terceiro confronto com os rivais redundou numa nova derrota, frente ao Benfica na Luz por 1-0, que permitiu ao Sporting aproximar-se ficando apenas a dois pontos de distância, que se manteria até à 30ª jornada, altura em que os Dragões se deslocaram a Alvalade para discutir o título. Os Dragões impuseram-se e venceram por 1-0, golo marcado por Jorginho, dando um passo decisivo na conquista do Campeonato Nacional, que haveria de ser concretizado em termos matemáticos na 32ª jornada em Penafiel com a vitória portista, por 1-0 com golo de Adriano.


















Equipa titular que ao vencer em Alvalade deu um passo decisivo para a conquista do título nacional. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Bosingwa, Lucho Gonzalez, Pepe, Benni McCarthy e Pedro Emanuel; em baixo: Lisandro Lopez, Quaresma, Raul Meireles, Paulo Assunção e Jorginho.

O V. de Guimarães foi o último adversário a visitar o Dragão, mas não para encerrar as contas da competição (esse desfecho seria na jornada seguinte no Bessa). O palco portista engalanou-se com cores e ambiente de  festa. O estádio encheu e o espectáculo seguiu a preceito. Os Dragões venceram por 3-1. 

















Ao longo das 34 jornadas os Dragões registaram 24 vitórias, 7 empates e 3 derrotas, marcaram 54 golos e sofreram 15, somando 79 pontos, mais 7 que o Sporting e mais 12 que o Benfica.


Na Taça de Portugal o FC Porto eliminou todos os adversários, garantindo com todo o mérito a presença na final da prova.

O primeiro adversário foi o Marco, da II Divisão, que fez os possíveis e impossíveis para não sofrer muitos golos no Dragão. Co Adriaanse aproveitou para rodar alguns jogadores menos utilizados e o resultado, apesar das muitas oportunidades criadas, cifrou-se no magro 1-0.























Equipa titular que defrontou o Marco. Da esquerda para a direita: Pedro Emanuel, Ricardo Costa, Paulo Ribeiro, Paulo Assunção, Sonkaya, Alan, Ivanildo, Ibson, Marek Cech, Diego e Benni McCarthy.

Seguiu-se a Naval, na Figueira da Foz., arbitrado pelo inefável Bruno Paixão. Escusado será dizer que os azuis e brancos tiveram neste jogo de defrontar duas equipas. Apesar das  já esperadas dificuldades, o FC Porto venceu (1-2), ficando isento da 6ª eliminatória.

O Marítimo foi o adversário nos quartos-de-final. A jogar em casa, os insulares encararam o jogo com muita ambição e determinação. Por isso Co Adriaanse fez alinhar os seus melhores jogadores e ainda assim o jogo teve de ser resolvido no prolongamento, face ao empate (1-1), registado no tempo regulamentar. Benni McCarthy, que havia inaugurado o marcador, fez também o golo da vitória (1-2), qualificando o FC Porto para as meias-finais.

O sorteio colocou o Sporting no caminho portista, no estádio do Dragão. Jogo grande e grande jogo. Num jogo muito intenso os golos só aparecerem no prolongamento. Marcou primeiro o Sporting, por Liedson, aos 108 minutos e McCarthy empatou aos 114 minutos. Nas grandes penalidades o FC Porto foi mais forte, concretizando as 5, enquanto os leões só marcaram 4.















Equipa titular que eliminou o Sporting da Taça de Portugal. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Lucho Gonzalez, Benni McCarthy, Bosingwa, Pepe e Pedro Emanuel; em baixo: Adriano, Raul Meireles, Quaresma, Marek Cech e Paulo Assunção.

Na final do Jamor, um reencontro 38 anos depois. FC Porto e V. Setúbal voltaram ao estádio nacional para discutir a conquista da Taça de Portugal, como em 1967/68. O triunfo voltou a sorrir aos portistas, desta vez por 1-0, com mais um golo de Adriano aos 40'.

















Equipa titular no Jamor. Da esquerda para a direita, em cima: Bosingwa, Lucho Gonzalez, Benni McCarthy, Pepe, Helton e Pedro Emanuel; Em baixo: Quaresma, Anderson, Alan, Paulo Assunção e Adriano.





















Já nas competições europeias o desempenho portista deixou muito a desejar. Colocado no grupo H, da Liga dos Campeões, na companhia de Glasgow Rangers (Escócia), Artmédia (Eslováquia) e Inter de Milão (Itália), esperava-se obviamente outro desfecho.

A campanha começou mal com a deslocação a Glasgow. Num jogo em que o FC Porto, em termos de jogo jogado se mostrou muito superior ao adversário, não foi feliz e acumulou alguns azares. Um golo mal validado aos escoceses, a necessidade de ter de substituir Pedro Emanuel, com a cana do nariz partida e o facto de no último quarto de hora ter de jogar reduzido a 10 unidades por lesão de Sokota. Foram, em síntese as principais razões de uma derrota (3-2) injusta.

A segunda jornada trouxe ao Dragão uma equipa completamente desconhecida mas bastante acessível. Talvez por isso os azuis e brancos acabaram surpreendidos, num jogo que não correu nada bem, onde acumularam erros de palmatória, que em alta competição se pagam bem caros. Derrota (2-3), surpreendente e inexplicável.

A única vitória portista chegou na 3ª jornada, frente ao Inter de Milão, no Dragão. Parecia missão impossível. O inter a abarrotar de estrelas, surgia no anfiteatro dos azuis e brancos ainda sem qualquer derrota para defrontar uma equipa que ainda não conseguira qualquer ponto. Pois o impossível aconteceu. O FC Porto bateu o Inter por 2-0 e acendeu a chama da esperança.

Na ronda seguinte, em Milão, a equipa portista apresentou-se ambiciosa e personalizada. Marcou cedo, aos 16 minutos por Hugo Almeida e defendeu galhardamente essa vantagem que durou até aos 74 minutos. Depois sofreu um penalty e o assédio italiano que acabou por reverter  resultado (2-1). O Porto teve o pássaro na mão mas deixou-o escapar.

Na 5ª jornada, na recepção aos escoceses do G. Rangers, o FC Porto voltou a não ter a sorte do jogo. Voltou a ser mais forte que o adversário, mas não foi capaz de matar o jogo. Alguma ingenuidade e desconcentração acabaram num empate injusto e castigador.

Já afastado dos lugares de acesso à fase seguinte, o FC Porto foi a Bratislava, encontrar um terreno muito mal tratado e umas péssimas condições atmosféricas, razões mais que suficientes para que o jogo redundasse numa lotaria, que em maré pouco propícia, voltou a influenciar negativamente o rendimento da equipa. O empate sem golos foi o que de melhor se pode arranjar. Para trás ficou um desempenho internacional nada condizente com o prestígio do Clube.































(Clicar do quadro para ampliar)

Ao longo da temporada o FC Porto disputou 45 jogos, relativos a 3 competições, utilizando 28 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: Lucho Gonzalez (40 jogos), Quaresma (39), Hugo Almeida (38), Pedro Emanuel e Jorginho (36), Pepe e Paulo Assunção (33), Vítor Baía (32), Benni MacCarthy, Bosingwa e Alan (31), Lisandro López (30), Ibson (25), Diego (24), Ricardo Costa (23), Raul Meireles (22), Marek Cech (21), César Peixoto (20), Adriano (18), Ivanildo (16), Helton (13), Bruno Alves (11), Sonkaya (7), Anderson (5), Sokota (3), Hélder Postiga (2), Paulo Ribeiro e Hélder Barbosa (1).

Fontes: Baú de Memórias, de Rui Anjos; Revista Dragões e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

QUEM DÁ O QUE PODE A MAIS NÃO É OBRIGADO















FICHA DO JOGO


























O FC Porto foi à Alemanha carimbar o passaporte para os oitavos-de-final da Uefa Europa League, num jogo que atingiu foros de dramatismo.

Numa altura em que a equipa padece de confiança e de organização, Paulo Fonseca apenas alterou o onze inicial com a presença no meio campo de Carlos Eduardo em vez do habitual Josué.

Depois de ter conseguido refrear a entrada forte do Eintracht, a equipa portista tomou conta do jogo e foi tentando encontrar os caminhos da baliza, pois sabia que só uma vitória ou um empate com mais golos do que o consentido no Dragão lhe daria a qualificação. Contudo os processos ofensivos foram sempre muito débeis e pouco criativos, facilitando a tarefa dos defensores contrários. Mais uma vez veio ao de cima a gritante incapacidade para trocar a bola com segurança e eficácia. Quando o passe saía com peso conta e medida, a proporcionar boas situações para entrar na área com perigo, emergia outra das habituais dificuldades, a imperfeita recepção da bola. Jackson Martinez, neste particular voltou a estar desastrado, perdendo duas excelentes ocasiões, que em condições normais poderiam ter rendido outros tantos golos.

A partida conheceu depois um período de equilíbrio com os Alemães a chegarem com muito perigo à área portista, com Flum a atirar por cima da baliza de Helton, depois de um mau alívio de Danilo. O FC Porto respondeu com Herrera a cabecear defeituosamente e a perder mais uma boa ocasião de marcar. Subitamente os da casa começaram a ser mais perigosos, aproveitando o adiantamento quase sistemático de Alex Sandro, sempre indolente e desinteressado em recuperar a posição na defesa. Ora foi precisamente na exploração de uma dessas situação que os Dragões sofreram o primeiro golo. A bola foi recuperada a meio campo e lançada de imediato para o lado esquerdo da defensiva portista onde não havia ninguém. Depois, com toda a facilidade do mundo surgiu o cruzamento para o segundo poste, onde Meier, também à vontade assistiu o seu companheiro, que sem oposição não teve quaisquer dificuldades para inaugurar o marcador, perante a passividade de toda a defensiva portista.

Os jogadores azuis e brancos sentiram o golo e até ao termo da primeira parte entraram num espiral de bolas perdidas, algumas delas em zonas proibitivas.

Depois o intervalo a equipa começou por dar uma ideia mais positiva, mas acabaria traída pelos defeitos habituais. A defensiva mostrava-se permeável, o meio campo inoperante e o ataque inexistente, com Jackson a complicar e a actuar como mais um defesa do adversário.

Foi por isso sem grande surpresa que viria a sofrer novo golo, na sequência de mais um lançamento longo, sem nexo. A bola foi recuperada no meio campo alemão e de imediato lançada para a entrada da área portista, apanhando-a desposicionada. Três jogadores do Eintracht ficaram soltos e isolados apenas com Helton pela frente. Barnetta assistiu Meier para um golo fácil.

Tudo parecia irremediavelmente perdido. Paulo Fonseca teve de intervir. Tirou Herrera e meteu Ghilás, passando para o 4x4x2 e o FC Porto renasceu.

Quaresma fez um cruzamento para a área, Ghilás saltou na frente de Mangala, não chegou, mas o central francês, com a pujança habitual, acreditou e cabeceou para o golo. 






















A esperança era agora maior e a crença a subir em flecha. Os Dragões arriscaram, sabiam que novo golo lhes daria a glória e foram no seu encalço. Pelo meio cometeram alguns erros de palmatória que podiam ter sido fatais, mas a eles sobrevivendo, lá veio o segundo tão ambicionado. Livre estudado com Quaresma a marcar para a direita, Fernando recebeu e cruzou para a área, repetindo-se os movimentos de Ghilás e Mangala, com o mesmo desfecho. Finalmente em vantagem na eliminatória os jogadores portistas voltaram a cometer erros na defesa e sofreram as consequências. Completamente à vontade, Joselu cruzou para o primeiro poste, Maicon e Fernando foram batidos, a bola foi ao segundo poste, onde área e Meier sem oposição atirou para o terceiro do Eintracht.

Paulo Fonseca tirou Varela e meteu Licá. Já não tinha nada a perder. O avançado portista aproveitou bem a oportunidade e numa jogada de contra ataque entrou na área rematou forte, o guarda redes defendeu e na raça Ghilás não perdoou. Estava finalmente garantida a passagem à eliminatória seguinte.






















Num jogo quase sempre mal jogado, com muita precipitação e montes de desorganização, valeu a atitude o querer e a raça.

A jogar desta forma vai ser muito difícil superar o próximo adversário.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

JOGO DO TUDO OU NADA








Num jogo do tudo ou nada, o FC Porto vai apresentar-se em Frankfurt com o resultado desfavorável (2-2) que consentiu no Dragão, no jogo da 1ª mão, ficando obrigado a vencer, ou no limite, a empatar por mais de dois golos, tarefa que a actual conjuntura não favorece, tendo em conta os últimos resultados averbados.

Acredito que o espírito dos jogadores esteja imbuído por um sentimento de inconformismo e se apresentem desejosos de mostrar a qualidade intrínseca que realmente possuem, para poderem passar a imagem real das suas capacidades. Sabemos porém, que os resultados negativos são geralmente potenciadores de desconfianças, de descrenças e baixa da força anímica, que conjugados abrem caminho para novas decepções.

Cabe aos responsáveis insuflar os estímulos e a confiança de que os atletas necessitam, para os ajudar a ultrapassar com sucesso esta fase menos boa e fazê-los regressar aos melhores níveis anímicos e técnicos, individuais e colectivos, para que o caminho das vitórias volte a ser a normalidade, a que este Clube nos habituou.

A saída de Abdoulaye para a entrada de Diego Reyes é uma de duas alterações na lista dos convocados de Paulo Fonseca, pelas razões já evocadas aquando da realização do jogo da 1ª mão. O defesa senegalês está impedido de ser utilizado nesta prova por tê-lo feito pelo V. Guimarães, enquanto esteve emprestado. A outra é o regresso de Defour, completamente recuperado da lesão que o apoquentava.

QUADRO COMPLETO DOS CONVOCADOS



















EQUIPA PROVÁVEL





















COMPETIÇÃO: Uefa Europa League - Dezasseis-avos-de-final - 2ª Mão
PALCO DO JOGO: Commerzbank Arena - Frankfurt- Alemanha
DATA E HORA DO JOGO: Quinta-feira, 27 de Fevereiro de 2014, às 18:00 h
ÁRBITRO NOMEADO: Bjorn Kuipers - Holanda
TRANSMISSÃO TELEVISIVA: SportTv1

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

OS FINS DE CICLO POMPOSAMENTE ANUNCIADOS

Sempre que uma época desportiva corre menos bem ao FC Porto, logo reaparecem os arautos da verdade desportiva, coadjuvados pelos pasquins alienados e propagandistas, a anunciar com toda a pompa e circunstância o fim do ciclo e da alegada influência trapaceira de Pinto da Costa.

Tem sido assim aos longo dos anos, desde que o FC Porto, depois de um longo jejum, conquistou a hegemonia do futebol português, por mérito próprio, mas nunca reconhecido, constante e levianamente posta em causa, pelos rivais e seus acólitos.

Foi assim depois da morte de Pedroto; depois da saída de Artur Jorge para França; depois do pentacampeonato; depois da saída de Mourinho para o Chelsea; depois do famigerado Apito Dourado; depois da chegada de Jorge Jesus ao Benfica; depois da saída de André Villas-Boas. 

Pois bem, em todas as situações o FC Porto mostrou a todos esses profectas da desgraça que a hegemonia conquistada veio para durar. Sendo certo que nenhum clube do Mundo consegue triunfar todas as épocas, soube organizar-se e responder consistentemente a todos os obstáculos e armadilhas, colocados na tentativa de sabotarem o seu caminho triunfal. 

Superou as diversas alterações operadas nos Organismos que superintendem a organização das provas (FPF e LPFP); na forma da indicação dos árbitros (nomeação ou sorteio) e até as campanhas  de difamação e de perseguição, orquestradas e difundidas até à exaustão.





























As respostas foram exuberantes e retumbantes, quer no terreno de jogo como nas estâncias próprias, aquém e além fronteiras, deixando as suspeitas para os alienados, frustrados e invejosos.








Estamos a atravessar mais um desses períodos e, como de costume vai ser necessário apelar à união de todos os portistas, interessados em defender a sua integridade, a sua dignidade e a sua capacidade de discernir a crítica construtiva da gratuita e malévola.

Tenho consciência das dificuldades porque passamos e não vou ser eu a pôr em causa o trabalho de responsáveis que muito nos deram, assentes nos 4 pilares fundamentais que transformaram o FC do Porto no melhor Clube de Portugal: Rigor, disciplina, competência e paixão.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 44












LEMOS - Goleador Nº 44

Apontou 46 golos em 92 jogos em que participou com a camisola do FC Porto, durante as quatro épocas em que esteve ao seu serviço.

António José Lemos nasceu a 21 de Fevereiro de 1950, em Luanda, Angola. Começou a dar os primeiros pontapés na bola, no clube da sua terra natal, o Clube Ferroviário de Angola, curiosamente na posição de guarda-redes, influenciado pelo seu pai que jogara nesse lugar. Só aos 16 anos, quando passou para a categoria de juniores, idade com que em Angola se podia praticar o futebol oficialmente, Lemos optou por ser avançado, revelando desde logo algumas qualidades de goleador.

Chegou ao Porto em Agosto de 1966, por indicação de Artur Baeta, homem forte da formação portista, que o viu jogar em Luanda e lhe reconheceu potencialidades capazes de serem lapidadas.






















Esteve duas temporadas nos juniores do FC Porto, ajudando a conquistar o famoso Torneio de Limoges e o Torneio Ibérico, de que foi o melhor marcador, para além do campeonato regional da categoria.

No final da época de 1967/68, Lemos deixou de ser júnior mas Pedroto, treinador de então da equipa principal, não foi favorável à sua inclusão no plantel, entendendo que a sua morfologia (atarracado e baixote) não o aconselhava.

Foi então que apareceu o convite do Boavista FC, que Lemos aceitou na mira de poder evoluir e regressar às Antas. Fez duas temporadas com a camisola axadrezada (1968/69 e 1969/70), vinculado ao FC Porto que o cedeu por empréstimo, contribuindo com muitos golos para que a equipa do Bessa subisse ao escalão principal do futebol nacional.

Regressou finalmente ao FC Porto na temporada de 1970/71, pelas mão do treinador António Teixeira. A sua estreia oficial na equipa principal aconteceu no dia 13 de Setembro de 1970, em Faro, contra o Farense, em jogo da 1ª jornada do campeonato nacional, com derrota por 1-0. Lemos foi cimentando a sua posição na equipa principal, apesar de inicialmente desviado para o flanco direito. Na deslocação à Luz, na 5ª jornada, jogou a ponta-de-lança e marcou os dois golos do empate registado nesse jogo (2-2). A partir dessa altura ganhou a posição.

O seu momento de glória aconteceu precisamente contra o Benfica, na 2ª volta do campeonato, quando no dia 31 de Janeiro de 1971, o FC Porto venceu o seu rival por estrondosos 4-0, com Lemos a marcar todos os golos. Nesta primeira época foi mesmo o melhor marcador portista,com 20 golos, no conjunto das duas provas (Campeonato e Taça) em que o FC Porto esteve envolvido.

Na temporada de 1972/73 foi obrigado a interromper a sua carreira para cumprir o serviço militar obrigatório, na Guiné, coisa rara entre os jogadores das equipas principais do campeonato, principalmente nos clubes rivais, sempre especialmente protegidos a fim de não desfalcarem as suas equipas.

Cumprida a sua obrigação cívica, regressou na temporada de 1974/75, mas já não conseguiu ser o mesmo jogador explosivo, acabando dispensado.











Até final da sua carreira ainda representou o Marítimo (1975/76 a 1977/78), o Académico de Viseu (1978/79), o Vila Real (1979/80) e o Infesta (1980/81 e 1981/82).

Fontes: Ídolos do Desporto e ZeroaZero.pt

domingo, 23 de fevereiro de 2014

QUANDO A CONVICÇÃO É CEGA...É UM DESASTRE!















FICHA DO JOGO

























Que a equipa portista não está bem, parece-me uma evidencia incapaz de ser rebatida, apesar dos discursos bacocos do técnico Paulo Fonseca e da sua ridícula convicção cega.

Depois de um conjunto de episódios estatísticos negativos, desde o princípio da época, o técnico azul e branco continua na senda desses recordes. Desta vez foi a derrota no Dragão, 82 jogos depois e mais de cinco anos.

Na ressaca do empate caseiro frente aos alemães do Eintracht Frankfurt, era suposto que os jogadores portistas entrassem dispostos a dar uma resposta positiva, capaz de fazer recuperar a confiança dos seus adeptos.


EQUIPA TITULAR




















Paulo Fonseca apenas trocou, como era previsível, Maicon por Abdoulaye na equipa titular.

Desde cedo se percebeu a boa organização defensiva do Estoril, que soube ocupar os espaços e não se limitou a povoar o seu meio campo, como ainda conseguiu jogar no campo todo, ainda que sem poder criar embaraços à defensiva portista, que foi resolvendo a contento as frágeis tentativas. Os Dragões mostravam-se serenos nas acções defensivas, mas muito ansiosos, precipitados e incompetentes na sua organização ofensiva, perdendo muitos passes e errando nos gestos técnicos mais primários do futebol. Jackson Martinez esteve especialmente desastrado, não conseguindo uma recepção de bola capaz e muito menos remates enquadrados com a baliza. A falta de capacidade e de criatividade dos jogadores portistas ficou bem explícita durante a primeira parte, com apenas um remate perigoso aos 40 minutos, por Silvestre Varela a que o guarda-redes Vagner correspondeu com uma defesa de elevada dificuldade, dando uma sapatada para canto. Foi um oásis num deserto de incapacidades aterradoras.

No segundo tempo as coisas não melhoraram e o Estoril continuou confortável na sua fácil missão de se intrometer com êxito nas inócuas tentativas portistas. Como o jogo não atava nem desatava, Paulo Fonseca decidiu fazer a primeira alteração tirando Josué para introduzir Carlos Eduardo. O médio brasileiro, em nítida baixa de forma, depois da lesão que o afastou alguns jogos, foi acumulando falhas e provocando livres perto da área, permitindo ao adversário um maior avanço no terreno.  Quaresma ainda tentou remar contra a maré criando dois lances de apuro, mas sempre bem resolvidas ou por Vágner ou pela defensiva estorilista.

O técnico portista percebeu que tinha de dar mais enfoque no ataque, tinha de tentar tudo para desbloquear o jogo. Aos 71 minutos fez sair Herrera para meter Ghilas. Cinco minutos depois foi traído por mais uma displicência de Mangala que provocou grande penalidade indiscutível sobre Evandro. O árbitro não hesitou, assinalou o castigo máximo e expulsou o central portista. Evandro não falhou, lançando o descontentamento na massa adepta portista que passou a mostrar lenços brancos e a pedir a cabeça do técnico Paulo Fonseca.



















Os Dragões continuaram a pressionar mas sem grande discernimento. Jackson Martinez, em boa posição, recargou de forma desastrada, na sequência de um livre directo apontado por Quaresma, que Vágner defendeu de forma superior.

Derrota que coloca o FC Porto praticamente fora da discussão do título e Pinto da Costa com uma batata quente nas mãos. Será que vai querer renovar o contrato de Paulo Fonseca?

O melhor é não perdermos os próximos episódios!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

CHAMA DO DRAGÃO SEM INTERMITÊNCIAS








Os campeões nacionais vão receber amanhã a difícil equipa do Estoril, na ressaca do empate frente ao Eintracht, para a Liga Europa.

O estado anímico dos atletas portistas deve ser o de querer demonstrar que esse resultado foi um acidente de percurso e que devidamente superado, dará lugar ao entusiasmo, à determinação e à competência para superar os obstáculos que a equipa orientada por Marco Silva irá certamente colocar.

Espera-se naturalmente a resposta adequada da equipa portista, no sentido de manter acesa a chama que alimenta a ambição de lutar pelo título até final.

Paulo Fonseca fez apenas uma alteração na lista de convocados para este jogo, trocando um dos defesas centrais do plantel, mais precisamente Diego Reyes por Abdoulaye, que deverá recuperar o lugar na equipa titular.

QUADRO COMPLETO DOS CONVOCADOS



















EQUIPA PROVÁVEL






















COMPETIÇÃO: Liga Zon Sagres 2013/14 - 20ª Jornada
PALCO DO JOGO: Estádio do Dragão - Porto
DATA E HORA DO JOGO: Domingo, 23 de Fevereiro de 2014, às 19:15 h
ÁRBITRO NOMEADO: Vasco Santos - A.F. Porto
TRANSMISSÃO TELEVISIVA: SportTvLive

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

EQUIPAS DO PASSADO - SÉCULO XXI

ÉPOCA 2004/05

As vitórias internacionais conseguidas nas duas temporadas anteriores fizeram concentrar as inevitáveis atenções dos grandes emblemas europeus no plantel e também na equipa técnica, esta aliás, a primeira a ser contratada pelo Chelsea, ainda no decurso da parte final da última época. 

Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho (ambos para o Chelsea), Deco (Barcelona), Pedro Mendes (Tottenham) e Alenitchev (Spartak de Moscovo) foram os atletas que receberam luz verde para assinarem contratos milionários e fortalecerem os cofres do Clube.

Outros foram abordados e passaram o defeso com a cabeça noutras paragens a pensar em grandes melhorias financeiras, que não se concretizaram, provocando-lhes um sentimento de desconforto que acabou por marcar as suas performances durante toda a época.

A Sad começou por cometer um lapso ao contratar o desconhecido Luigi Del Neri para substituir Mourinho, que viria a ser dispensado antes ainda da época oficial começar. Para o seu lugar surgiu o espanhol Victor Fernandez.

Do plantel campeão europeu saíram os atletas já acima referidos. Para os seus lugares chegaram alguns nomes sonantes, Diego (ex-Santos), Quaresma (ex-Barcelona), Seitaridis (ex-Panathinaicos), Hélder Postiga (ex-Tottenham) e Luís Fabiano (ex-S. Paulo) a que se juntaram ainda Hugo Leal (ex-Paris S. Germain), Areias (ex-Beira-Mar), Raúl Meireles (Ex-Boavista), Pepe (ex-Marítimo), Hugo Almeida (ex-União de Leiria onde estava emprestado), para além de um "contentor" de brasileiros que foram chegando por alturas da reabertura do mercado, tornando a época num movimentado ritual de entradas e saídas.





















A época transformou-se rapidamente numa sucessão de experiências, de alterações, de avanços e recuos de que o futebol produzido sofreu as devidas consequências.

Salvaram-se desta confusão dois momentos muito felizes: A conquista da Supertaça Cândido de Oliveira e a vitória da Taça Intercontinental. Mas vamos por partes.

As competições oficiais abriram a 20 de Agosto de 2004, com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira, que pôs em confronto, como habitualmente, o Campeão Nacional (FC Porto) e o vencedor da Taça de Portugal (SL Benfica). 


A FPF escolheu o Estádio Cidade de Coimbra para palco da final. Fernandez, pelo FC Porto e Trapattoni, pelo Benfica estreavam-se a treinar em Portugal. A expectativa era enorme até porque os Dragões tinham sido surpreendidos por este mesmo adversário na final da Taça de Portugal no fecho da época anterior.


A vitória acabou por sorrir à equipa azul e branca pela sua melhor performance colectiva. O novo reforço Ricardo Quaresma foi o autor do golo, aos 56 minutos, num trabalho fabuloso, que deixou o defesa encarnado Argel com tonturas e o guardião Quim com enxaqueca. 

















Seguiu-se na semana seguinte a disputa da Supertaça da Uefa, mais uma vez jogada no Mónaco. O adversário veio de Espanha, com as insígnias de vencedor da Taça Uefa, o Valência.

Foi uma final muito disputada onde foi visível o melhor entrosamento do adversário, em fase de preparação muito mais adiantada. Faltou por isso ao FC Porto, uma melhor circulação de bola, maior profundidade ofensiva e melhor aproveitamento das oportunidades. A derrota averbada, por 2-1, castigou precisamente essas lacunas. Os azuis e brancos estiveram a perder por duas bolas e Quaresma ainda conseguiu reduzir, aos 78 minutos.


O Campeonato nacional arrancou só em 22 de Setembro de 2004, em consequência do Euro/2004, disputado em Portugal. 


O FC Porto, fruto das vicissitudes que implicaram a renovação do plantel, com mudanças significativas, que passaram pela equipa técnica e por um conjunto de jogadores nucleares, apesar de aparentemente se ter reforçado relativamente bem, nunca conseguiu estabilizar o seu futebol. Ainda assim lutou pelo título até ao fim, vencendo as dificuldades de ter recorrido a três treinadores (Del Neri, na pré-época, Victor Fernandez até à 19ª jornada e finalmente José Couceiro) e de ter utilizado um número incrivelmente exagerado de 32 jogadores!

Foi uma equipa bipolar que tão depressa conseguia exibições e resultados prometedoras, como logo a seguir caía numa mediocridade surpreendente. Contra os principais rivais, venceu na Luz (0-1) e empatou no Dragão (1-1),derrotou o Sporting (3-0), no Dragão e perdeu em Alvalade (2-0)























Equipa titular que recebeu o Benfica, na 23ª jornada. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Nuno Valente, Hélder Postiga, Ricardo Costa e Costinha; Em baixo: Ibson, Maniche, Diego, Benny McCarthy e Seitaridis.

Contudo, sofreu derrotas em casa que não estavam nas previsões (Boavista (0-1), Beira-Mar (0-1), Braga (1-3, que ditou o despedimento de Fernandez) e Nacional (0-4), bem como uma série de empates comprometedores.


















Equipa titular que à 11ª jornada foi derrotada no Dragão, frente ao Boavista: Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Areias, Benny McCarthy, Pedro Emanuel e Costinha; Em baixo: Derlei, Maniche, Quaresma, Seitaridis e Bosingwa.

No final, o FC Porto concluiu o campeonato na 2ª posição, com o registo de 34 jogos, 17 vitórias, 11 empates e 6 derrotas, 39 golos marcados e 26 sofridos, somando 62 pontos, menos 3 que o Benfica e mais 1 que o Sporting.

Na Taça de Portugal foi eliminado à primeira, em Guimarães. Num jogo em que os minhotos enveredaram pela excessiva dureza, com a complacência do árbitro João Ferreira, os azuis e brancos não resistiram e foram derrotados por 2-1. A nota dominante deste jogo foi a bárbara agressão de Flávio Meireles a Costinha, que deixou o trinco portista inanimado e conduzido ao hospital. O jogador vimaranense nem cartão amarelo viu!

Na Liga dos Campeões, o FC Porto teve a companhia do CSKA de Moscovo, do Chelsea e do Paris SG, no grupo H.

A campanha começou no Dragão, com a recepção ao ultra defensivo CSKA de Moscovo, que tudo fez para não perder e conseguiu. Diga-se em abono da verdade que a equipa portista também não teve engenho nem arte para ultrapassar o «autocarro» moscovita, daí o nulo no resultado final.





















Equipa titular que recebeu o CSKA. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Pepe, Areias, Hélder Postiga e Costinha; Em baixo: Quaresma, Diego, Carlos Alberto, Maniche e Seitaridis.


Seguiu-se a deslocação ao Stamford Bridge, para defrontar o Chelsea de Mourinho. Derrota por 3-1, resultado enganador, onde o FC Porto acabou por pagar alguns desacertos defensivos nos momentos cruciais.

Na 3ª jornada, as coisas não foram melhores. Derrota por 2-0 no Parque dos Princípes, frente ao Paris SG que obteve os golos de rajada (29' e 30'), terminando com o domínio portista que até aí se verificava. 

A equipa francesa foi o adversário da jornada seguinte e deslocou-se ao Dragão com a intenção clara de não sofrer golos. Optou por uma estratégia evidente de acalmar o jogo, provocando constantes paragens para quebrar o ritmo, com a complacência de uma arbitragem desastrada. O resultado final foi obviamente um empate sem golos, que deixou os Dragões em maus lençóis, relativamente ao seu apuramento para a fase seguinte.

Não havia mais margem de erros e por isso o FC Porto deslocou-se a Moscovo ciente das dificuldades, mas determinado a mudar a tendência dos resultados até aí obtidos. O cenário não se apresentava nada favorável. Temperatura negativa, relvado gelado e em mau estado eram condições quase desumanas para a prática do futebol. Mas, os Dragões souberam superar todas essas contrariedades e impor a sua maior capacidade técnica, construindo uma exibição notável, coroada por um golo fantástico de Benni McCarthy, que coloriu o resultado final, numa vitória merecida e importante.

Para o Estádio do Dragão ficou reservado o jogo decisivo, marcado pela expectativa de como iria ser a recepção a Mourinho, depois do recente e quiçá, extemporâneo abandono, durante o defeso e ainda pela obrigação de ganhar para que o FC Porto pudesse continuar na prova.

Deu tudo certo. Mourinho foi bem recebido e a equipa portista conseguiu a vitória e consequente qualificação para os oitavos-de-final. O jogo começou até mal, pois o Chelsea marcou primeiro, numa jogada estranha e algo esquisita.  Com uma segunda parte arrasadora, os jogadores portistas vulgarizaram o adversário e, primeiro Diego (61') e depois McCarthy (86'), deram a volta ao marcador e iluminaram o sonho.













Equipa titular que garantiu no Dragão a passagem aos oitavos-de-final da Champions League. Da esquerda para a direita, em cima: Benni McCarthy, Nuno E. Santo, Jorge Costa, Areias, Pedro Emanuel e Costinha; Em baixo: Luís Fabiano, Derlei, Diego, Maniche e Seitaridis.


Já com José Couceiro ao comando da equipa, o FC Porto recebeu o Inter de Milão, numa altura em que o ambiente no seio da equipa não era o melhor. Os maus resultados internos tinham provocado a mudança do comando técnico e a aposta noutras opções. Ainda assim, a equipa portista mostrou-se personalizada e mostrou o seu renascimento. O resultado foi algo comprometedor, pois o empate (1-1) não deixava grandes esperanças.





















Equipa titular que recebeu no Dragão, o Inter de Milão. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Nuno Valente, Ricardo Costa, Pedro Emanuel, Benni McCarthy e Costinha; Em baixo: Raúl Meireles, Maniche, Quaresma, Seitaridis e Bosingwa.


Em Milão não se esperava tarefa fácil. E não foi. A equipa entrou nervosa e sofreu um golo logo aos seis minutos, que a deixou ainda mais atarantada. Aos poucos foi-se recompondo mas acabou por sofrer novo golo, aos 63 minutos. A eliminatória parecia mais que decidida. Foi então que os Dragões acordaram e, já mais serenos, conseguiram um golo aos 68 minutos. Sentiram que com mais um golo poderiam reverter a tendência da eliminatória. José Couceiro arriscou tudo, mas mais uma falha defensiva deitou tudo a perder. O resultado (3-1) acabou por ser um resultado pesado e imerecido.























Equipa titular em Milão. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Nuno Valente, Ricardo Costa, Pedro Emanuel e Costinha; Em baixo: Cláudio Pitbull, Maniche, Diego, Seitaridis e Benni McCarthy.

A Taça Intercontinental foi disputada em 12 de Dezembro de 2004, no Estádio Internacional de Yokohama no Japão.

Foi uma vitória sofrida frente ao Once Caldas da Colômbia, que se revelou um adversário complicado, face à enorme preocupação defensiva mas sempre à espreita de uma falha portista para chegar ao triunfo.


A verdade é que os colombianos não demonstrarem em momento nenhum capacidades para lutar pela vitória, deixando evidente a intenção de levar o jogo para a lotaria das grandes penalidades. Tal desiderato foi conseguido à custa de muita sorte e principalmente pelo mau desempenho da equipa de arbitragem.


Quatro bolas nos ferros da baliza de Henao e dois golos limpos anulados a McCarthy contribuíram para um resultado sem golos e injusto até ao minuto 120.

Na foto a equipa que iniciou o jogo no Japão. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Ricardo Costa, Pedro Emanuel, Seitaridis e Costinha; Em baixo: Maniche, Diego, Luis Fabiano, Derlei e McCarthy.

Nas grandes penalidades o FC Porto foi mais forte e conquistou com o maior merecimento mais uma importante competição internacional.

Os «penalties»: 0-1 Vanegas, 1-1 Diego, 1-2 Alcazar, 2-2 Carlos Alberto, 2-3 Viafara, 3-3 Quaresma, 3-4 De Nigris, 3-4 Maniche atira à barra, 3-4 Fabbro acerta no poste, 4-4 McCarthy, 4-5 Velasquez, 5-5 Costinha, 5-6 Diaz, 6-6 Jorge Costa, 6-7 Cataño, 7-7 Ricardo Costa, 7-7 Garcia atira por cima da baliza, 8-7 Pedro Emanuel que explode de alegria.
















































(Clicar no quadro para ampliar)

Ao longo de uma maratona de 46 jogos, relativos à disputa de 6 competições, em que o FC Porto esteve envolvido, as equipas técnicas utilizaram 32 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa participação: Quaresma (44 jogos), Costinha (41), Vítor Baía (40), Diego (39), McCarthy (35), Seitaridis e Hélder Postiga (34), Ricardo Costa (33), Bosingwa (32), Jorge Costa e Pedro Emanuel (31), Maniche (30), Luís Fabiano (27), Pepe (22), Derlei (20), Carlos Alberto (17), Ibson (15), Raul Meireles (14), Areias e Nuno Valente (12), Hugo Leal (11), César Peixoto e Leandro (10), Nuno E. Santo e Léo Lima (7), Ivanildo, Leandro Bomfim e Cláudio Pitbull (6), Hugo Almeida (5), Paulo Machado (4), Maciel (2) e Bruno Gama (1).

Fontes: Baú de Memórias, de Rui Anjos; Revista Dragões; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.