FICHA DO JOGO
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Ora só encarando os jogos com atitude, responsabilidade, intensidade, competência, classe e ambição, eles estarão muito mais perto de serem ganhos. Foram estes princípios que os jogadores portistas esqueceram de respeitar e por isso quase saíram derrotados de Vila do Conde.
A equipa técnica sabe disso e os atletas também, mas de quando em vez tendem a ignorá-lo e quando isso acontece o resultado final quase sempre o ilustra. Foi o que aconteceu hoje, mais uma vez!
Os campeões nacionais não entraram bem no jogo apesar da maior posse de bola durante todo o jogo. Ritmo lento, falta de ideias, pouca intensidade e menor agressividade provocaram um futebol previsível e fácil de anular por uma equipa naturalmente bem organizada defensivamente que espreitou sempre a possibilidade de ir à frente criar perigo.
Pertenceu ao Rio Ave a primeira ocasião de golo, aos 15 minutos, num passe a rasgar de Braga que desmarcou João Tomás atirar de cabeça, sem marcação. Helton atento resolveu, mas estava dado o sinal. O FC Porto continuava a ter mais bola mas sem saber o que fazer com ela. Só depois dos 25 minutos os azuis e brancos começaram a imprimir um pouco mais de velocidade e a parecer James, dando um toque de maior discernimento ao futebol portista.
Foi o colombiano que começou a desbloquear o jogo. Começou por levar a bola junto da área, com muito perigo, onde foi travado em falta. Depois, apontou a falta com o pé esquerdo, em arco obrigando o guardião contrário a uma difícil intervenção, sacudindo a bola para a zona frontal onde Miguel Lopes muito oportuno acorreu a cabecear para a baliza deserta, inaugurando o marcador.
Até ao intervalo os jogadores portistas foram gerindo a posse de bola, sem criar muito perigo. Pareciam pouco interessados em matar o jogo.
Na etapa complementar os Dragões voltaram a entrar indolentes, pouco agressivos e demasiado acomodados. O Rio Ave, ao contrário apareceu mais decidido e atrevido. Em poucos minutos Tarantini dispôs de duas boas ocasiões para marcar. Só aos 62 minutos, mais uma vez por James, o FC Porto criou muito perigo, num remate forte e cruzado de «El Bandido» que estoirou na barra da baliza vilacondense. Foi o canto do cisne portista, pois o seu futebol continuava pouco intenso, permitindo grandes veleidades ao seu irrequieto opositor. Colocou-se tanto a jeito que a revirada no resultado não constituiu qualquer surpresa.
Tarantini, por duas vezes pôs justiça no resultado. Os campeões nacionais, atarantados, a perder a quatro minutos do fim, despertaram finalmente. Reagiram e evitaram a derrota. Miguel Lopes foi à linha de fundo cruzar, pela primeira vez em todo o jogo, com conta peso e medida para Jackson Martinez, também ele pela primeira vez bem servido, aparecer de cabeça a selar o resultado final.
O empate acaba por ser o mal menor, mas algo lisonjeiro, em função da exibição cinzentona dos campeões nacionais.
Otamendi e James Rodríguez terão sido os portistas que escaparam da mediocridade geral.