segunda-feira, 30 de maio de 2011

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ANOS 80) - I PARTE

Hoje vamos começar a análise da década de oitenta, período dos mais produtivos em jogos da Selecção principal de Portugal, que realizou 75 jogos.

Coincidiu simultâneamente com a «explosão» do FC Porto, como grande Clube europeu e mundial. Depois da final da Taça das Taças, em 1984, perdida ingloriamente, frente à Juventus, onde a qualidade dos jogadores portistas saiu reforçada, as épocas de 1986/87 e seguinte, confirmaram todo o potencial dos nossos jogadores, consagrando o FC Porto e os seus jogadores, com as vitórias da Taça dos Clubes Campeões Europeus, a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia.

Naturalmente que a Selecção Nacional, viria a sofrer essa influência, promovendo mais 18 atletas azuis e brancos, com a internacionalização, factor determinante para as boas prestações portuguesas, no Euro/84 e Mundial/86.

Abordemos então os primeiros quatro desses 18 atletas portistas:

Lima Pereira - 59º internacional: Com 20 internacionalizações, fez a sua estreia na Selecção Nacional em 15 de Abril de 1981, no Portugal-Bulgária, com empate a uma bola, em jogo particular efectuado na cidade do Porto. Este defesa-central, azul e branco, esteve presente em quatro jogos da fase final do Campeonato da Europa de 1984, disputado em França, onde Portugal chegou à meia-final.

Nascido na Póvoa de Varzim, iniciou a sua carreira desportiva no Varzim S.C., de onde transitou para o FC Porto, na época de 1978/79.

«Trabalhado» por Pedroto, ganhou a titularidade no FC Porto e na equipa nacional. Chegou a ser considerado um dos melhores defesas-centrais europeus.

Permaneceu no seio da equipa portista até à temporada de 1988/89, onde coleccionou um palmarés invejável: 1 Taça Intercontinental, 1 Taça dos Campeões Europeus (jogou apenas 270'), 1 Supertaça Europeia, 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 4 Supertaças Cândido de Oliveira.

António Sousa - 60º internacional: Vestiu as cores nacionais por 27 vezes (17 pelo FC Porto, 9 pelo Sporting e 1 pelo Beira-Mar). Estreou-se em 15 de Abril de 1981, tal como Lima Pereira, no Portugal-Bulgária. Cumpriu, sempre como titular, a totalidade dos encontros efectuados por Portugal, nas fases finais do Euro/84 e do Mundial/86. Foi o autor de um grande golo frente à Espanha, no Europeu de 1984, através de um «chapéu» sublime ao guarda-redes Arconada.

Sousa Iniciou a sua carreira na Sanjoanense, equipa da sua terra natal (S. João da Madeira), mas representava o Beira-Mar, clube onde despertou a natural cobiça de vários clubes, quando o FC Porto ganhou a corrida da sua contratação, na época de 1979/80.

Médio atacante de grande regularidade, era dono de excelente técnica e de pontapé forte, espontâneo e colocado. Era também exímio na marcação de livres de média distância, o que fez dele um dos grandes especialistas de lances de bola parada, do futebol português. Tacticamente disciplinado, assimilava e executava com maestria todos os princípios posicionais e estratégicos que lhe eram confiados.

Atraído por algumas promessas, «fugiu» para o Sporting (juntamente com Jaime Pacheco) alegando não ter condições psicológicas para continuar ligado ao nosso Clube! Rapidamente se arrependeu, regressando duas épocas depois, para ser Campeão Europeu e Mundial. Curiosamente, o FC Porto venceu os dois campeonatos em que Sousa envergou a camisola leonina.

O seu percurso no FC Porto chegaria ao fim na época de 1988/89, tendo sido um dos dispensados no processo de renovação levada a cabo por Artur Jorge, facto que nunca digeriu bem, regressando ao Beira-Mar, onde esteve mais quatro épocas.

No FC Porto conquistou 1 Taça Intercontinental, 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus, 1 Supertaça europeia e 1 Campeonato Nacional.

Jaime Magalhães - 61º internacional: 20 vezes internacional, estreou-se na equipa das quinas em 18 de Novembro de 1981, com vitória portuguesa por 2-1, frente à Escócia, em Lisboa, em jogo de fase de apuramento para o Campeonato do Mundo.

Produto das camadas jovens do FC Porto, estreou-se na equipa principal, em 21 de Setembro de 1980, mantendo-se no plantel portista durante quinze épocas consecutivas (de 1980/81 a 1994/95).

Médio-extremo muito rápido, repentista, envolvente e senhor de oportunas assistências para golo, assinou também alguns bons e certeiros remates, no período dos dez anos mais produtivos em que, depois de brilhar na final da Taça das Taças, que o FC Porto perderia contra a Juventus, contribuiu para todos os títulos conquistados pelo FC Porto, até à primeira época do Penta.

Coleccionou por isso um palmarés impressionante e invejável: 1 Taça Intercontinental, 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus, 1 Supertaça Europeia,  7 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal e 8 Supertaças Cândido de Oliveira.

Jacques Pereira - 62º internacional: Vestiu a camisola da Selecção Nacional em apenas uma ocasião. Foi a 16 de Dezembro de 1981, num jogo particular, em Hascovo, no Bulgária-Portugal, com uma surpreendente goleada, sofrida pela nossa selecção (5-2)

Fez a sua formação no Lusitano de Vila Real de Santo António, tendo depois representado o Farense, antes de rumar ao norte do país onde conheceu os melhores momentos da sua carreira. Representou o Famalicão (1975 a 1979) e o Braga (1979 a 1981). A sua chegada ao FC Porto, na época de 1981/82, coincidiu com o período de cinco anos (1978/79 a 1984/85), em que o Campeonato Nacional não passou de uma miragem.

Mas logo na sua primeira época de azul e branco e apesar do FC Porto ter deixado fugir o título, Jacques não deixou os seus créditos por mãos alheias, vencendo a Bola de Prata, sagrando-se o melhor marcador do campeonato, com a excelente marca de 27 golos em 30 jogos. O avançado portista aproveitou a ausência de Fernando Gomes, transferido para o Sporting Gijón, para assumir o protagonismo no ataque dos Dragões, sendo até figura de destaque de uma revirada sensacional, na Supertaça dessa época, frente ao Benfica, contribuindo com um «hat-trick», no jogo da 2ª mão, que o FC Porto ganharia por 4-1, revertendo o resultado negativo da 1ª mão de 2-0.

Com o regresso do Bi-Bota de Ouro, na época seguinte, Jacques perderia influência no onze portista.

(Continua)

Fontes: European Footeball; História oficial do FC Porto, de Alfredo Barbosa; FC Porto - Figuras e Factos 1893-2005, de J.Tamagnini Barbosa e Manuel Dias.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

A REAL IMPORTÂNCIA DO BENFICA NA VIDA DO FC PORTO

Este parece ser um tema vital, pelas inúmeras ocasiões em que os adeptos, simpatizantes, responsáveis e opinadores do clube da capital se referem a ele como sendo um acto de grandeza e superioridade benfiquista insuperáveis. Será que têm razão?

Não deixa de ser verdade que muitas das intervenções dos principais responsáveis e figuras públicas portistas são marcadas por referências directas ou veladas a esse clube. A razão principal tem a ver com a oportuna resposta às habituais demagogia, megalomania e arrogância de quem se arvora em referência nacional de virtudes, transparência e verdade desportiva, em contraste permanente com a prática e «modus operandi» dos seus responsáveis, imortalizados pela célebre escuta (uma das raras que não foi abafada) «estamos a fazer as coisas por outro lado».

Nós portistas, habituamo-nos a olharmo-nos como um corajoso David, sem temores para abater o megalómano Golias. Não o Golias da história, mas o Golias insuflável.
* Insuflado pelo obscurantismo salazarista, no domínio da FPF, onde só os clubes de Lisboa podiam indicar o seu presidente, usando as influências para garantir o maior número de títulos existentes nos seus palmarés;

* Insuflado pelo mito dos seis milhões de adeptos (depois da Taça Latina falta derrubar este);

* Insuflado pelo apoio incondicional de uma imprensa desportiva alienada e alienante e uma Comunicação Social subserviente;

*Insuflado pelo tráfico de influências nos diversos ministérios dos vários governos deste País (alguns com assento na Tribuna Vip da Catedral), sempre prontos a condescender e a facilitar (quem não se lembra de uma certa ministra das Finanças ter aceite acções não cotadas na Bolsa, como garantia da dívida ao Estado, evitando desta forma a descida de divisão, como sanção desportiva por incumprimento?), em troca de outros favores (Vilarinho convidou Durão Barroso, então candidato a 1º Ministro, para um almoço ou jantar, com centenas de benfiquistas, prometendo que a ajuda desse candidato, no desbloqueio de questões burocráticas relativas à construção do estádio, seria recompensada pelos benfiquistas, na hora de votar);

* Insuflado pelo comprometimento e obsessão do MP, na condução parcial, da maior vergonha nacional que há memória, chamado Apito Dourado, que os Tribunais se encarregaram de arrasar;

 * Insuflado pelas manobras sectárias do Leal das Cunhas (Estorilgate) e do aprendiz de justiceiro Ricardo Costa (Campeonato dos túneis), que influenciou o desfecho desses campeonatos.
Nós portista, cansados de tanta arbitrariedade, há muito procurávamos a forma mais eficaz de esvaziar este Golias. Depois de algumas tentativas infrutíferas, surgiu na vida do nosso Clube a verdadeira solução: Jorge Nuno Pinto da Costa, qual cavaleiro andante, armado até aos dentes com quatro poderosas armas (COMPETÊNCIA, RIGOR, AMBIÇÃO E PAIXÃO), capazes de desfazer toda essa superioridade fabricada, revertendo-a em hegemonia portista pura.

O resultado está à vista. Não podia ser mais claro. 69 títulos, conquistados contra tudo e contra todos, versus 68, enfermando dos defeitos descritos.

Por tudo isto, esta época ficará gravada em letras de ouro, pois encerra todo o simbolismo desta luta permanente do bem contra o mal, do azul do Céu contra o vermelho do inferno:

Quatro títulos conquistados;
Regresso aos títulos internacionais;
Benfica derrotado na Supertaça;
Benfica humilhado no Dragão por 5-0;
Campeão na Luz, com nova vitória 2-1 e respectiva festa;
Benfica eliminado na Luz, depois de ter ganho no Dragão, para a Taça de Portugal;

GRANDE GLORIGOZO! Esta é a verdadeira importância do Benfica na vida do FC Porto.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

CAMPEÕES DE PONTARIA AFINADA

Nesta bela época, de desempenho espectacular que culminou com a conquista de 4 das 5 provas em que o FC Porto se viu envolvido, vamos aqui recordar os atletas que contribuíram com os seus golos, para a conquista dos resultados positivos.

Os Dragões disputaram um total de 58 jogos e só em dois não marcaram (no 0-2 contra o Benfica, para a Taça de Portugal e no 0-1 contra o Sevilha, Para a Liga Europa), conseguindo uma marca global de 145 golos, assim distribuídos:
O colombiano Falcao foi o que mais marcou (38), com relevo para os 18 golos conseguidos na Liga Europa que lhe garantiu o primeiro lugar na lista dos melhores marcadores, na prova (descontado o golo que marcou contra o Genk, na pré-eliminatória) e os 16 marcados no Campeonato Nacional, que lhe garantiram a segunda posição na lista dos melhores marcadores.

O incrível Hulk ficou a dois golos do seu companheiro (36), com destaque para os 23 golos no Campeonato Nacional, vencendo a bola de prata, troféu instituído aos máximos goleadores desta prova.

Destaque ainda para os 10 golos de Walter em apenas 960 minutos de utilização.

Os dois auto-golos foram da autoria de João Aurélio, do Nacional da Madeira e Valdomiro, do V. Setúbal.

terça-feira, 24 de maio de 2011

FC PORTO LIDERA O RANKING PORTUGUÊS DE TÍTULOS

O FC Porto é cada vez mais o melhor Clube nacional, desde que Pinto da Costa tomou conta do leme, conquistando na sua vigência 53 títulos dos 69 que hoje possui e lhe dá, pela primeira vez na história do futebol nacional, a liderança do Ranking português.

A conquista de quatro das cinco provas em que os Dragões se envolveram esta época, foram pois cruciais para que esta liderança chegasse mais cedo.

07.AGO.2010 - SUPERTAÇA CÂNDIDO DE OLIVEIRA (BENFICA 0 FC PORTO 2)
03.ABR.2011 - CAMPEONATO NACIONAL (BENFICA 1 FC PORTO 2)
18.MAI.2011 - LIGA EUROPA (FC PORTO 1 SC BRAGA 0)
22.MAI.2011 - TAÇA DE PORTUGAL (VSC GUIMARÃES 2 FC PORTO 6)
MAPA DO RANKING ACTUALIZADO

A lampionagem e os pasquins amestrados querem impingir-nos a Taça Latina, para manterem a equipa do regime no topo! Atrevem-se a comparar esta «tacita» com a Intercontinental.

A diferença é tão abismal que quase nem tem discussão.

Enquanto a Taça Latina foi um torneio organizado particularmente, funcionando por convite, sendo equivalente aos torneios realizados no início de cada época, um pouco por todo o mundo e nunca reconhecida pela UEFA, a Intercontinental teve organização conjunta da UEFA e CONMEBOL (União Futebol Sul-americano), colocando em confronto o Campeão europeu e o Campeão Sul-Americano.

A única discussão legítima é a de se poder ou não considerar a Intercontinental como mundial de clubes. Há quem defenda que sim e outros que não.

Ouvi ontem  no programa da SIC, o «meia-leca» chamar-lhe com desdém Taça Toyota.

Aproveito para esclarecer os seguidores desta teoria que a Toyota esteve para a Taça Intercontinental, como a Carlsberg esteve e agora a Bwin está para a Taça da Liga, a Zon e a Sagres estão para o Campeonato Nacional e o Millenium para a Taça de Portugal.

Ignorar esta realidade é assumir a condição de alimária.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ANOS 70) - V PARTE

António Frasco - 56º internacional: 23 vezes internacional, estreou-se pela Selecção Nacional em 17 de Outubro de 1979, contra a Bélgica em Bruxelas, em jogo da fase de apuramento para o Campeonato da Europa, com derrota portuguesa por 2-0.

Natural de Leça da Palmeira, começou por jogar no Leixões, clube de onde transitou para o FC Porto na época de 1978/79, com 24 anos. Foi, ao lado de Costa e Rodolfo, um dos três centro-campistas mais utilizados por Pedroto, na conquista do bicampeonato, em 1978/79.

Médio-centro de baixa estatura (media apenas 1,68 m), o pequeno mas artístico atleta não se limitava às tarefas defensivas. Possuidor de técnica apurada e grande capacidade de guardar, esconder, conduzir a bola e inventar espaços, linhas de passe e de ruptura, gostava também de auxiliar o ataque, funcionando como um perfeito berbequim para furar as defesas mais compactas.

Sendo exímio na posse de bola, era o jogador adequado para o controlo do jogo e, quando aconselhável, fazer contenção. A sua aparente fragilidade física compensava-a com inteligência, técnica, velocidade, rapidez de raciocínio e entrega ao jogo. Era um lutador por excelência, um jogador à Porto.

Jogou ao seu melhor nível nos quase onze anos que vestiu de azul e branco, espalhando o perfume do seu futebol pelos relvados nacionais e mundiais.

Ao serviço do FC Porto venceu 4 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 4 Supertaças Cândido de Oliveira, 1 Taças dos Campeões Europeus, 1 Supertaça Europeia e 1 Taça Intercontinental. Belo palmarés!

Romeu Silva - 57º internacional: Vestiu a camisola da equipa principal portuguesa por onze vezes (4 pelo V. Guimarães e 7 pelo FC Porto), com estreia em 3 de Abril de 1974, ainda como jogador vitoriano. Em representação do FC Porto logrou a sua quinta internacionalização, em 17 de Outubro de 1979, em Bruxelas, com derrota por 2-0, frente à Bélgica, em jogo de apuramento para o Campeonato Europeu.

Natural de Vila Praia de Âncora, o «cenourinha» assim chamado pelo seu cabelo ruivo, partiu muito cedo para Moçambique, na companhia de seus pais, tendo despertado para o futebol no 1º de Maio de Lourenço Marques, transitando mais tarde para o Sporting da Beira, onde se sagrou Campeão Provincial de Júniores, dessa então colónia portuguesa.

Em gozo de férias no Continente, Romeu foi treinar à experiência nas Antas e, recusado nos júniores do FC Porto, acabou no V. Guimarães, onde acabaria por se tornar numa pedra fundamental da equipa.

Teve uma passagem fugaz pelo Benfica, onde jogou duas temporadas, regressando de seguida ao V. Guimarães.

Chegou ao FC Porto em 1979/80 e foi dispensado em 1982/83, sendo transferido para o Sporting.

Romeu destacava-se sobretudo pela habilidade técnica que impunha em cada jogada. O seu talento era exponencial e quando tinha liberdade escancarava qualquer muralha defensiva. Tinha finta curta, velocidade e capacidade de arranque assinaláveis. Fazia assistências de mestre, característica onde de resto se destacava, dada a quantidade de golos que oferecia aos companheiros de equipa.



Carlos Simões - 58º internacional: Vestiu por treze vezes a camisola da Selecção Nacional, todas ao serviço do FC Porto. A estreia aconteceu a 1 de Novembro de 1979, em Lisboa, no Portugal-Noruega, em jogo ganho pelos portugueses, por 3-1, de qualificação para o Campeonato da Europa.

Contratado à Académica de Coimbra em 1974/75, com apenas 23 anos de idade, era já considerado um jogador de largo futuro, como de resto se viria a confirmar. Ao longo dos 9 anos que passou vestido de azul e branco, o defesa-central Simões tornou-se numa referência no sector defensivo do Clube, ao longo de toda a década de 70, conquistando importantes títulos nacionais. Formou com Freitas uma dupla verdadeiramente imbatível, aliando o lado combativo, aguerrido e contundente deste, à sua clarividência, técnica e eficiência.

Foi Campeão Nacional em 1977/78 e 1978/79, venceu a Taça de Portugal em 1976/77 e a Supertaça em 1981.

RESUMO DA DÉCADA DE 70
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(Continua)

Fontes: European Footeball; História oficial do FC Porto, de Alfredo Barbosa; FC Porto - Figuras e Factos 1893-2005, de J.Tamagnini Barbosa e Manuel Dias; Blog Glórias do Passado.

domingo, 22 de maio de 2011

SIMPLESMENTE IMPARÁVEL!

FICHA DO JOGO
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Ao vencer hoje no Jamor, a 16ª Taça de Portugal, terceira consecutiva, o ambicionado TRI, o FC Porto concluiu a época com o seu quarto troféu da época (Supertaça, Campeonato nacional, Taça de Portugal e Liga Europa), falhando apenas a Taça Lucílio Calabote Baptista (Taça da Liga), que como se sabe tem um vencedor tácito, fruto da chantagem exercida pelo presidente do clube do regime, que ameaçou não participar na prova se não lhe fossem garantidas determinadas benesses.

Foi uma época de sonho, onde os  Dragões passearam a sua classe, de forma arrasadora, implacável, imparável.
Hoje voltou a arrasar com o seu futebol triturador, frente ao abnegado e aguerrido Vitória minhoto, que lutou muito, mas sem argumentos para contrapor saiu dobrado a uma goleada das antigas.

Num jogo frenético, os azuis e brancos adiantaram-se cedo no marcador, por James Rodríguez, que aproveitou da melhor forma uma bola que lhe sobrou, mercê do seu privilegiado posicionamento na área e da sua inegável frieza e classe.

À dobragem do minuto 20, o Vitória, que não tinha baixado os braços, empatou num lance infeliz da defensiva portista. Num cruzamento para a área, na sequência da marcação de um livre, Rolando saltou mais alto, tocou a bola para trás, indo encontrar Álvaro Pereira, que sobre o risco de golo, desviou para a sua baliza, rubricando um auto-golo.

Na jogada seguinte, James Rodríguez, rápido a soltar-se sobre a esquerda, viu Varela bem posicionado na área, cruzou com conta, peso e medida para o internacional português corresponder com um remate certeiro, sem preparação. Espectacular!

Dois minutos mais tarde o Vitória voltou a repor a igualdade. Canto do lado direito do ataque minhoto a apanhar Edgar completamente solto para cabecear com êxito, num belo gesto técnico.

Que belo e emocionante espectáculo estavam a dar os dois conjuntos, numa não menos bela tarde de Sol, presenciado pelos milhares de espectadores que quase esgotaram o velho e mal tratado estádio nacional.

O terceiro golo portista chegaria aos 35'. Livre batido na esquerda, com Maicon a cabecear contra a barra e Rolando na recarga a introduzir a bola nas redes. Sete minutos depois Hulk aumentou a contagem, de canto directo a surpreender toda a defensiva vimaranense, elevando para 4-2.

Fernando, a terminar a época de forma despiciente, decidiu dar mais um dos seus famosos brindes. Numa bola fácil de dominar colocou mal o pé tocando-a para uma assistência perfeita para Faouzi que não se fazendo rogado a transportou com muito perigo até à área portista, onde sofreu um empurrão pelas costas de... Fernando! Grande penalidade assinalada sem hesitações pelo árbitro da partida. Só que nas defesa das redes estava o especialista Beto, capaz de reverter o erro do seu companheiro. Edgar rematou e Beto defendeu superiormente. Espectáculo!

Na resposta, Hulk isolou-se na esquerda, levantou a cabeça e viu James bem posicionado na área a pedir-lha a assistência: Foi para lá que enviou a bola. James, à ponta de lança, recebeu a bola, evitou o guarda-redes e atirou para o quinto golo. Fantástico!

No intervalo, Fernando ficou no balneário dando o seu lugar a Guarín. O jogo portista tornou-se mais calmo, de posse e controlo, proporcionando ainda assim belos momentos e algumas perdidas, em jogadas bonitas e bem delineadas. 

O ponto alto deste período foi o sexto golo portista. Contra-ataque conduzido por Varela na esquerda, temporizou, livrando-se do seu opositor, viu Hulk solto na direita, enviou-lhe a bola num passe longo e bem dirigido, o brasileiro recebeu, dominou, levantou a cabeça e viu James, mais uma vez solto a surgir sobre a esquerda. O resto foi fácil, cruzamento teleguiado com o colombiano a corresponder com cabeçada certeira, sem defesa. Estava feito o resultado final de um jogo frenético (na primeira parte), emocionante, com muitos golos e com a vitória da melhor equipa portuguesa.
Destaque para as excelentes exibições de James Rodríguez, Hulk e Beto.
O FC Porto terminou a época como começou, a erguer mais um caneco: o 69º da história do Clube.

PARABÉNS ao Presidente Nuno Pinto da Costa, à sua direcção, ao staff técnico, médico e logístico, aos jogadores e a essa maravilhosa massa adepta em geral e à que não falha um jogo em especial, por esta época MARAVILHOSA!

É cada vez mais uma honra e um orgulho pertencer a esta família!

sábado, 21 de maio de 2011

QUEREMOS ENCERRAR COM CHAVE DE OURO!

O FC Porto vai encerrar amanhã a sua agenda futebolística, com mais uma final da Taça de Portugal, que naturalmente, procurará vencer, para fechar com chave de ouro a época de sonho (qualquer que seja o desfecho deste encontro).

Será a quarta final consecutiva, o que desde logo, confere ao FC Porto um estatuto especial.

Em caso de vitória os Dragões farão, pela primeira vez na história do Clube o ambicionado TRI.

Veja agora o percurso portista até à final:
Não se espera um jogo fácil. Pela frente os azuis e brancos vão encontrar uma equipa aguerrida e com vontade de fazer história. Espero, para bem do espectáculo e da integridade física dos jogadores, que não se repita a habitual permissividade ao jogo violento, do árbitro do encontro, o mesmo que perdoou de forma escandalosa, a expulsão de três ou quatro sarrafeiros de um outro adversário, na Supertaça Cândido Oliveira, no arranque da época.

A propósito, «foi você que pediu o João Ferreira»? (ou foi o outro, apanhado nas escutas, que o tripulha não colocou no You Tube?).

Otamendi e Falcao são as duas ausências de peso. Encontram-se lesionados. Ainda assim o FC Porto dispõe de matéria-prima capaz para manter o favoritismo.

Depois da final de Dublin e de toda a azáfama com a viagem de regresso, do banho de multidão na Av. dos Aliados e das justas festas a que os atletas foram sujeitos, é natural que a condição física não seja das mais famosas. Contudo, a condição anímica e a vontade de ganhar deverão colmatar essas deficiências. 

Vamos lá rapaziada a cerrar fileiras, lutar com firmeza e convicção, para trazer mais um caneco. Cá por mim, deixo aqui o cântico de incentivo:

ALLEZ  PORTO ALLEZ
NÓS SOMOS A TUA VOZ
QUEREMOS ESTA VITÓRIA
CONQUISTADA POR NÓS


Lista dos convocados

Guarda-redes: Helton e Beto;
Defesas: Sapunaru, Rolando, Maicon, Sereno e Álvaro Pereira;
Médios: Fernando, João Moutinho, Guarín, Belluschi, Souza e Rúben Micael;
Avançados: Mariano Gonzalez, Hulk, Walter, Silvestre Varela e James Rodríguez.

EQUIPA PROVÁVEL

Competição: Taça de Portugal - Final
Palco: Estádio do Jamor - Oeiras
Data e hora: 22 de Maio de 2011, às 17:00 h
Árbitro: João Ferreira - A.F. Setúbal
Transmissão: RTP1

sexta-feira, 20 de maio de 2011

GOLEADORES PORTISTAS NAS PROVAS UEFA

Em semana de festejos portistas, pela conquista de mais um título europeu, o quinto do historial, entendi ser justo fazer uma singela homenagem a todos os atletas que inscreveram o seu nome, na lista dos marcadores de golos, em todas as provas da UEFA, desde que o FC Porto se estreou nestas andanças.

462  é o número de golos obtidos pelos 117 atletas portistas que conseguiram introduzir a bola nas balizas adversárias. A este número pode juntar-se mais 8 auto-golos de jogadores adversários, que por infelicidade ou atrapalhação, traíram os seus guarda-redes.

O primeiro golo portista pertenceu a José Maria, em 20 de Setembro de 1956, contra o Atlético de Bilbau, nas Antas, em jogo de estreia, a contar para a primeira-mão da Taça dos Campeões europeus, com derrota por 1-2. O último ainda está fresco na memória de todos os portugueses, foi de Falcao (o melhor artilheiro de sempre) que nos valeu a conquista do Troféu.

Em tantos golos marcados haverá certamente muitos e bons golos. Assim de repente, ressalta-me à memória o histórico calcanhar de Madjer, em Viena e o golo do marroquino Tarik Sektioui, contra o Marselha, no Dragão.

Nesta evocação não estão os golos do Fernando Gomes e do Madjer, marcados contra o Peñarol, na final do Intercontinental, em Tóquio, por se tratar de uma prova da FIFA.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

PERCURSO PORTISTA, NA EUROPA

A excelente campanha europeia do FC Porto, esta época, proporcionou um pulverizar de recordes a todos os título notáveis. Senão vejamos:

* Estabeleceu um máximo de vitórias numa época europeia (14), batendo o do Barcelona, que era de 13, em 2002/2003;

* Consagrou o melhor goleador, numa época europeia (Falcao - 17 golos, porque não conta o golo marcado na pré-eliminatória contra o Genk), batendo o alemão Jurgen Klinsmann do Bayern de Munique , que era de 15 golos;

* Consagrou o treinador mais jovem a vencer uma prova europeia (André Villas-Boas - 33 anos e 213 dias), superando o italiano Gianluca Vialli, com 33 anos e 308 dias;

* Estabeleceu um máximo de jogos, conseguidos pelo FC Porto, nas provas europeias (17 jogos numa época), contra 16 jogos, na Champions League de 2001/2002, que teve duas pré-eliminatórias e duas fases de grupos.


DESEMPENHO PORTISTA NA EUROPA

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quarta-feira, 18 de maio de 2011

CAMPEÃO DA LIGA EUROPA

FICHA DO JOGO
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JÁ VENCEMOS, JÁ VENCEMOS,
JÁ VENCEMOS OUTRA VEZ,
O PORTO JÁ TROUXE A TAÇA,
COMO EM 2003!
FALCAO, FALCAO,
TU VAIS MARCAR POR MIM,
SERÁS DRAGÃO,
ATÉ AO FIM!
Estes são os dois cânticos que melhor ilustram a final de Dublin que o FC Porto venceu, juntando ao seu palmarés mais uma Taça europeia.
Numa época que excede fortemente as expectativas, os Dragões, comandados pela revelação André Villas-Boas (o mais jovem treinador a vencer este Troféu), seguem imparáveis de vitória em vitória, gravando o seu nome na Taça da Liga Uefa, pela segunda vez.
Falcao foi o homem da noite ao apontar o golo solitário, acumulando o 17º golo e cimentando o recorde de golos marcados numa só época, nesta prova e destacando-se ainda mais no ranking portista dos melhores marcadores, de todos os tempos, nas provas europeias.
Helton merece também um destaque especial, ao garantir a vantagem, corrigindo uma fífia de Fernando que isolou Mossoró, que na cara do brasileiro permitiu a sua defesa, logo no início da segunda parte.

O jogo resumiu-se a três ou quatro momentos, de verdadeiro interesse. O resto foi uma pobreza franciscana muito por culpa do espartilho bracarense que pouco fez para chegar à vitória, mas também por falta de inspiração e ousadia do FC Porto, muito cauteloso, lento e previsível, preferindo controlar a arriscar. Um futebol muito táctico, de muito contacto, de pouca beleza. Enfim, uma má propaganda ao futebol português, capaz de muito melhor qualidade, de resto ao alcance de qualquer das equipas presentes.

A vitória portista foi indiscutível, porque marcou, criou mais uma ou duas oportunidades e dominou quase todo o tempo, à excepção dos últimos minutos em que o Braga recorreu ao desesperado chuveirinho.

No final, a festa azul e branca mais que previsível. 

Para terminar creio ser justo destacar a extrema correcção no convívio entre os adeptos, jogadores e dirigentes de ambos os clubes, demonstrando que a paz e os bons costumes são possíveis, quando se trata de gente civilizada.