quarta-feira, 30 de abril de 2014

DRAGÃO CATEDRÁTICO - SABIA QUE...
















... foram 441, os atletas que com a camisola do FC Porto contribuíram para o seu magnífico palmarés, num total de 74 troféus, conquistados pelo futebol principal do Clube e que faz dele o mais titulado de Portugal?

Conheça o Top Ten desta panóplia de jogadores que escreveram em letras de ouro belas páginas da história portista:






























Neste lote dos 10 jogadores com mais títulos conquistados, enquanto jogadores do FC Porto, ressalta desde logo o facto de apenas um deles estar em actividade e fazer parte do plantel actual (Helton), mas existem outras curiosidades:

Dois guarda-redes (Baía e Helton), um defesa direito (João Pinto), dois defesas centrais (Aloísio e Jorge Costa), dois médios defensivos/trincos (André e Paulinho Santos), um médio ofensivo (Semedo), um médio ala (Jaime Magalhães) e um ponta-de-lança (Domingos);

Vítor Baía o que mais épocas representou o FC Porto (17), João Pinto (16) e Jaime Magalhães (15). Todos os outros mais de 10, excepto Helton que leva 9 temporadas de azul e branco;

O mais antigo, aquele que apareceu primeiro no plantel principal foi Jaime Magalhães, que se estreou em 24 de Agosto de 1980. João Pinto estreou-se em 1 de Dezembro de 1981 e Semedo em 6 de Novembro de 1983.

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; ZeroZero.pt; Arquivo deste Blogue e Base de dados actualizados de Rui Anjos.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 53












ACÁCIO MESQUITA - Goleador Nº 53

Apontou 40 golos em 43 jogos disputados com a camisola do FC Porto, em provas de carácter nacional, durante as 9 temporadas em que esteve ao seu serviço.

Acácio Pereira Mesquita nasceu em 18 de Julho de 1909, na cidade do Porto e começou a dar os primeiros pontapés na bola nas escolas de formação do FC Porto, onde foi campeão nacional  na categoria de infantis. Escola fabulosa que após intenso trabalho desenvolvido deu à equipa principal  nomes como Waldemar Mota, Pedro Themudo, Luís Megre, Jerónimo Faria e tantos outros.

A sua ligação ao Clube começou com a sua inscrição como sócio aos dez anos.























Estreou-se na equipa principal em 27 de Março de 1927, no Campo do Lima, frente ao Sport Progresso, em jogo a contar para a 7ª jornada do Campeonato Regional do Porto, prova que apurava o representante da Associação de Futebol do Porto, para o Campeonato de Portugal, única de nível nacional. O resultado desse jogo foi um empate (2-2), pertencendo-lhe o primeiro golo portista. Entrou na equipa principal depois do avançado norueguês Fridol Resberg ter sido forçado a abandonar o clube para regressar ao seu país. Oportunidade que Acácio Mesquita já esperava e agarrou com muita determinação e confiança, demonstrando grande capacidade para o golo.

Neste ranking, não estão considerados os golos marcados nos Campeonatos Regionais, onde Acácio Mesquita, concretizou mais 68 golos em 58 partidas realizadas, ao longo da sua carreira, tendo conquistado 9 desses Campeonatos.

Tal como Waldemar Mota, tornou-se rapidamente popular, revelando-se desde as primeiras actuações, um avançado centro demasiado rápido para os defesas da época, com reflexos velozes e imprevisíveis e dotado de uma técnica apurada e muito subtil, capaz de transformar a competição em arte.

Foi Campeão de Portugal em 1931/32 e Campeão Nacional em 1934/35. Vestiu a camisola da Selecção nacional por duas vezes, em 23 de Fevereiro de 1930, num amigável contra a França e em 11 de Março de 1934, em jogo de qualificação para o Campeonato do Mundo, contra a Espanha.

















Acácio Mesquita era um verdadeiro atleta e um apaixonado pelo desporto em geral. Naquele tempo era comum alguns jogadores de futebol, acumularem a prática do futebol com outras modalidades do seu gosto. Por isso, praticou em simultâneo, ao mais alto nível,  Atletismo e Basquetebol.

Foi recordista nacional do triplo salto, dos 110 metros barreiras e dos 4x100 metros, tornando-se assim um símbolo do Clube. Já na década de 50, na inauguração do Estádio das Antas, comandou o desfile de atletas mais representativos do FC Porto. Viria a falecer logo a seguir em 1952.

Palmarés ao serviço do FC Porto (2 títulos):
1 Campeonato de Portugal (1931/32)
1 Campeonato Nacional (1934/35)

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e Fragmentos da História de Um Clube Secular, de Rui Anjos

domingo, 27 de abril de 2014

QUEM TANTO FALHA NADA MERECE
















FICHA DO JOGO


































O FC Porto desta época continua a patentear a incompetência que foi a característica principal em todas as provas em que participou. Hoje desperdiçou uma enorme possibilidade de se qualificar para a final da Taça da Liga, já que pela frente esteve uma equipa em manifesta gestão de esforço, poupando alguns dos seus principais atletas e ainda teve  a vantagem de jogar contra 10 em cerca de uma hora de jogo.

Nada disso foi aproveitado especialmente pela evidente incapacidade de fazer golos, sobretudo na primeira parte, período em que a equipa portista construiu e desperdiçou quatro a cinco excelentes ocasiões, algumas delas de forma escandalosa.




















A equipa entrou nervosa e algo receosa no jogo, mas conseguiu ganhar supremacia depois do primeiro quarto de hora, altura em que teve menos bola, o jogo esteve mais tempo no seu meio campo, mais perto da sua área, mas sem nunca perigar a sua baliza. Depois sacudiu a pressão, tomou conta do jogo, encostou o adversário às tábuas, criou uma série de lances de golo, «obrigou» o adversário a jogar em inferioridade numérica, mas nunca foi competente na hora de fazer o golo e quem desperdiça golos cantados desta forma jamais poderá merecer o que quer que seja.

Na segunda parte o seu futebol foi perdendo discernimento, agressividade e qualidade, tornando-se penoso ver tanta incompetência. Nem as substituições promovidas pelo técnico Luís Castro foram capazes de alterar o rumo dos acontecimentos.

Incapazes de fazer golos, os portistas tiveram de se submeter ao desempate nas grandes penalidades. Também aí a incompetência imperou e ditou o natural afastamento da prova.

Época terrivelmente desoladora!

sábado, 26 de abril de 2014

ELIMINAR O CAMPEÃO TEM DE SER TAREFA DO DRAGÃO








A época caminha rapidamente para o seu fim e o FC Porto, falhados os principais objectivos, tem ainda a possibilidade de vencer a prova que poderá, em termos de distribuição de títulos, equilibrar as contas.

Trata-se da famigerada Taça da Liga, mais conhecida pela Taça Lucílio Baptista ou a dos coitadinhos, troféu que o FC Porto sempre colocou no último lugar das prioridades de objectivos a atingir, o que não representa obviamente, falta de ambição para o vencer.

Face à perda dos objectivos principais, nesta temporada, os Dragões ficaram limitados a discutir este título, que por estas circunstâncias se tornou, pela primeira vez, imperioso vencer.

Sempre fui defensor de que o Clube se deve empenhar em vencer todos os jogos em que participe, embora compreenda e aceite a política seguida quanto à prioridade dos objectivos, com a consciência perfeita da dificuldade extrema que seria conseguir vencer todas as provas. Como já expliquei noutras ocasiões, nem a feijões gosto de perder.

Esta é pois uma excelente ocasião para que a equipa encare esta prova, não como a salvação da época, porque realmente não será, mas como uma forma de acabar esta atípica temporada com alguma dignidade.

Ainda por cima, quando neste trajecto se encontra o adversário a quem dá mais gozo vencer e eliminar.

Falta saber se o desgaste emocional não vai trair os nossos atletas.

Luís Castro vai voltar ao banco para orientar a equipa, depois de cumprido o castigo a que foi submetido, precisamente no Estádio da Luz e fez já as suas escolhas.

Fernando e Quaresma estão também de regresso, constituindo, com o afastamento de Licá, as 3 alterações na lista dos convocados para este jogo. Varela que tem estado lesionado, treinou condicionado mas faz parte das opções do técnico portista.

QUADRO COMPLETO DOS CONVOCADOS




















EQUIPA PROVÁVEL






















COMPETIÇÃO: Taça da Liga 2013/14 - Meias-finais
PALCO DO JOGO: Estádio do Dragão - Porto
DATA E HORA DO JOGO: Domingo, 27 de Abril de 2014, às 18:15 h
ÁRBITRO NOMEADO: Marco Ferreira - A.F. Madeira
TRANSMISSÃO TELEVISIVA: TVI

sexta-feira, 25 de abril de 2014

EQUIPAS DO PASSADO - SÉC. XXI

ÉPOCA 2010/11 - II PARTE

(Continuação)

O 3º lugar no campeonato nacional da época anterior determinaria que o FC Porto tivesse de disputar uma pré-eliminatória de acesso à fase de Grupos da Liga Europa, prova em que os Dragões já não participavam há sete temporadas consecutivas por estarem sempre presentes na prova rainha do futebol europeu. Aliás, na anterior participação portista, ainda se chamava Taça Uefa, o FC Porto foi o digno vencedor da prova, quando em Sevilha bateu o Celtic.

O sorteio colocou no caminho portista a equipa belga do KRC Genk. Adversário perfeitamente acessível que não colocou grandes dificuldades na obtenção do objectivo da qualificação.

Na primeira mão o FC Porto foi à Bélgica impor a sua superioridade e com toda a naturalidade vencer por 3-0.

Na segunda mão os Dragões confirmaram a passagem à fase de grupos com nova vitória (4-2), numa exibição demasiado intermitente, quiçá em função das alterações promovidas por André Villas-boas (Beto, Souza e Rúben Micael), no onze titular, numa clara gestão do plantel. Hulk foi a figura do jogo ao concretizar um «hat-trick».




















Equipa titular que derrotou o Genk, no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Beto, Fernando, Sapunaru, Maicon, Rolando e Hulk; em baixo: João Moutinho, Rúben Micael, Falcao, Souza e Álvaro Pereira.

O resultado do sorteio realizado no Mónaco, colocou o FC Porto no Grupo L, na companhia dos turcos do Besiktas, dos búlgaros do CSKA de Sófia e dos austríacos do Rapid de Viena.

A longa maratona arrancou no dia 16 de Setembro de 2010, no Estádio do Dragão, frente ao Rapid de Viena.

Mais uma vez frente a um adversário de inferior qualidade, os azuis e brancos souberam marcar os ritmos do jogo, controlar o adversário e marcar os três golos que coloriram o resultado final, da autoria de Rolando, Rúben Micael e Falcao.




















Onze titular frente ao Rapid de Viena. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Maicon, Rolando, Fernando, Álvaro Pereira e Hulk; em baixo: João Moutinho, Rúben Micael, Falcao, Cristian Rodríguez e Fucile.

A 2ª jornada levou o FC Porto ao estádio nacional Vasil Levski, em Sófia, para defrontar o CSKA.  Foi um jogo tranquilo em que os Dragões patentearam todo o seu potencial, dominando, controlando e marcando apenas um golo, por Falcao, mas desperdiçando uma mão cheia de oportunidades.

O jogo seguinte disputou-se em Istambul, frente à aguerrida equipa do Besiktas, num ambiente escaldante e frenético, apitado por um espanhol sem coragem, que anulou um golo limpo e sonegou um penalti claro, com Falcao a protagonizar os dois lances. Permitiu demasiada agressividade aos turcos e ainda expulsou Maicon (43') e Fernando (89'). Mesmo assim, a vitória portista foi clara (1-3), com dois dos golos conseguidos em desvantagem numérica.

O mesmo Besiktas foi o adversário da 4º jornada, no Dragão. Foi um jogo complicado para os azuis e brancos que não puderam contar com Maicon e Fernando, castigados. Os Dragões tomaram conta do domínio do jogo, adiantaram-se no marcador e falharam algumas boas oportunidades de golo. Cristian Rodríguez foi expulso aos 59' e os turcos aproveitaram os momentos de desconcentração que se seguiram para chegar à igualdade. O empate acabou porém por servir os interesses portistas que garantiram desde logo a passagem aos dezasseis-avos-de-final.





















Equipa titular que empatou frente ao Besiktas. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Rolando, Guarín, Otamendi, Álvaro Pereira e Hulk; em baixo: Rúben Micael, Falcao, Fucile, Belluschi e Cristian Rodríguez.

A 5ª jornada foi disputada num palco histórico para os portistas, onde em 27 de Maio de 1987, venceram a Taça dos Clubes Campeões Europeus. O Estádio Prater de Viena, rebatizado com o nome de Ernst Happel. Tal deslocação mereceu da Sad portista o convite a todos os elementos que integraram a equipa que nesse ano ajudaram a escrever com letras de ouro, uma bela página da história azul e branca.

Debaixo de um clima gélido, fustigados por um nevão que caiu durante todo o jogo, o jogadores tiveram de se bater com generosidade e coragem para garantirem a vitória que lhes proporcionasse liderar o grupo e poderem assim ser cabeça-de-série no sorteio para fase seguinte.  Objectivo conseguido com um resultado claro (1-3), golos de Falcao que o guindaram para o comando dos melhores marcadores da prova.

O FC Porto encerraria a sua participação na fase de grupos com a 5ª vitória em 6 possíveis. O adversário foi o CSKA de Sófia que foi impotente para parar o futebol portista, que nos melhores períodos, construiu um resultado confortável (3-1).




















Equipa titular que no último jogo do grupo somou a 5º vitória. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Walter, Maicon, Souza, Otamendi e James Rodríguez; em baixo: Belluschi, Rúben Micael, Fucile, Falcao e Álvaro Pereira.

O sorteio dos dezasseis-avos-de-final ditou o regresso do FC Porto à inolvidável Sevilha, cidade onde os Dragões conquistaram a Taça Uefa. Aí voltaram a ser felizes, desta vez contra a equipa da casa, vencendo por 1-2, num jogo muito equilibrado e dividido. Foi uma vitória feliz mas justa.

O jogo da 2ª mão foi encarado com toda a responsabilidade que o momento exigia, porém a postura da equipa não foi suficiente para evitar uma derrota tangencial e injusta face ao número de oportunidades criadas pelo ataque portista que justificaria outro resultado. A equipa ficou a dever à ineficácia do remate o facto de  ter avançado para os oitavos-de-final da prova, não de forma imaculada.




















Equipa titular que averbou a 1ª derrota na prova, qualificando-se para os oitavos-de-final. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Rolando, Fernando, Silvestre Varela, Otamendi e Hulk; em baixo: João Moutinho, Belluschi, Falcao, Fucile e Álvaro Pereira.

Foi em Moscovo que se discutiu a 1ª mão dos oitavos-de-final, frente ao CSKA de Moscovo. Jogado num relvado sintético, sem gelo e sem neve, mas de difícil adaptação, os Dragões demoraram algum tempo para se habituarem e por isso fizeram uma primeira parte algo fraca. Depois as coisas foram melhorando e a vitória foi alcançada aos 70 minutos num belo golo de Guarín.

No jogo da 2ª mão, um golo de Hulk logo no primeiro minuto, sentenciou praticamente a tendência da eliminatória, perante um opositor muito competente e ambicioso, que colocou muitos problemas à defensiva azul e branca, obrigando-a a um trabalho intenso. Mas foi o FC Porto a dilatar a vantagem e a colocar a equipa ainda mais perto das meias-finais.

Os moscovitas nunca desanimaram e conseguiram reduzir ainda antes da meia hora de jogo, voltando a exigir a atenção da defensiva portista que foi resolvendo todas as situações. Só depois dos 52 minutos, quando André Villas-Boas, reforçou o meio-campo, passando a actuar em 4x4x2, é que o FC Porto estabilizou, dominou, controlou e desperdiçou mais algumas boas oportunidades.





















Equipa titular que confirmou a passagem às meias-finais. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Rolando, Fernando, Guarín, Otamendi e Hulk; em baixo: João Moutinho, Sapunaru, Falcao, Fucile e James Rodríguez.

Os capricho do sorteio ditou novo adversário russo, o Spartak, também de Moscovo. A primeira mão foi jogada no Dragão, onde o FC Porto arrancou uma goleada por 5-1, com 3 golos de Falcao, lançando a equipa decididamente para as meias-finais.

Segurança, robustez e velocidade foram os condimentos utilizados numa segunda parte demolidora que confirmou o colombiano Falcao cada vez mais líder dos melhores marcadores da prova, nesta altura com 10 golos marcados.




















Equipa titular que goleou o Spartak Moscovo, no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Fernando, Guarín, Rolando, Maicon e Hulk; em baixo: João Moutinho, Falcao, Álvaro Pereira, Fucile e Silvestre Varela.

A 2º mão teve de novo como palco o sintético do Estádio Luzhniki, onde o FC Porto já havia defrontado o CSKA. Apesar do resultado confortável conseguido no Dragão, André Villas-Boas não quis facilitar e fez alinhar o seu onze mais forte.  O resultado foi nova goleada, por 2-5, numa exibição  em que a equipa portista dominou, controlou e marcou, numa cadência que mais lhe convinha.

Os espanhóis do Villareal foram os adversários das meias-finais. Primeiro jogo no Dragão e nova «chapa 5». Mas não foi fácil, longe disso. Os espanhóis deram muito que fazer, especialmente durante a primeira parte onde conseguiram 5 contra-ataques venenosos, um dos quais resultou em golo, a abrir o marcador.

No segundo tempo o FC Porto rectificou posições e atitude, logrando igualar o marcador à passagem do 4º minuto. Depois foi uma autêntica cavalgada no assalto à baliza contrária. Falcao marcou 4 golos, num «poker» que lhe fez consolidar a liderança na lista dos melhores marcadores da prova.




















Equipa titular que goleou o Villareal no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Guarín, Rolando, Fernando, Otamendi e Hulk; em baixo: João Moutinho, Sapunaru, Falcao, Álvaro Pereira e Cristian Rodríguez.

A vantagem confortável fazia adivinhar a confirmação da passagem à final da equipa portista, mas a habitual «fúria espanhola» não devia ser negligenciada. Havia que actuar com inteligência, determinação e ambição. Foi isso que o FC Porto fez, ainda que nem sempre bem, mas com a segurança da tranquila almofada. Esteve a perder, recuperou, empatou, ficou por cima do marcador, deixou-se empatar de novo e quase no final não conseguiu evitar a derrota por 3-2. O principal estava garantido, a presença na final.

O palco da final da Liga Europa estava já decidido para o Dublin Arena, na cidade de Dublin, capital da República da Irlanda. O opositor foi o surpreendente SC de Braga, que eliminou o Benfica, na outra meia-final, dando ensejo à primeira final europeia, entre duas equipas portuguesas.

O jogo não teve grandes momentos de bom futebol, bem pelo contrário. As equipas encaixaram-se uma na outra, num jogo muito táctico, muito cauteloso, lento, algo previsível, resumindo-se a três ou quatros momentos de verdadeiro interesse.

O colombiano Falcao desbloqueou o jogo num golpe de cabeça e fez o resultado final, justo e indiscutível, porque o FC Porto foi o que mais oportunidades criou, o que mais dominou e o que mais fez por merecer a vitória. O avançado portista cimentou o recorde de golos marcados numa só época, nesta prova (17).





















Equipa titular que em Dublin venceu a fina da Liga Europa. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Rolando, Sapunaru, Guarín, Otamendi e Hulk; em baixo: João Moutinho, Falcao, Álvaro Pereira, Fernando e Silvestre Varela.

































































(clicar no quadro para ampliar)

Nas cinco competições em que o FC Porto esteve envolvido, num total de 58 jogos, a equipa técnica liderada por André Villas-Boas, utilizou 28 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: Hulk e João Moutinho (53 jogos), Rolando (51), Belluschi (46), Helton, Guarín e S. Varela (44), Falcao (42), Fernando e Sapunaru (41), Álvaro Pereira (39), Maicon (37), Rúben Micael (36), Otamendi e James Rodríguez (32), Fucile (29), Cristian Rodríguez (28), Walter (25), Souza (24), Mariano Gonzalez (14), Sereno (13), Beto (12), Emídio Rafael (11), Ukra (8), André Castro (6), Kieszek (4), Miguel Lopes e Raúl Meireles (1).

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Arquivo do Blogue Dragaopentacampeao - I Série.  

quinta-feira, 24 de abril de 2014

EQUIPAS DO PASSADO - SÉC. XXI

ÉPOCA 2010/11 - I PARTE

Época nova, vida nova, treinador novo e jogadores novos. Saída de Jesualdo Ferreira para a entrada do jovem treinador, André Villas-Boas. 

O plantel também conheceu algumas alterações. As entradas de Kieszek (ex-Braga, Sereno (ex-Valladolide), Emídio Rafael (ex-Académica), Souza (ex-Vasco da Gama), João Moutinho (ex-Sporting), James Rodríguez (ex-Banfield), Walter (ex-Internacional), os regressos de jogadores emprestados, como Sapunaru (ex-Rapid de Bucareste), André Castro e Ukra (ex-Olhanense) e a integração de Christian Atsu (ex-júnior), foram as caras novas do plantel que viu sair Bruno Alves, para o Zenit Ste. Peterburgo, Stepanov, para o Bursaspor, Raúl Meireles, para o Liverpool, Tomás Costa, para o CFR Cluj e mais tarde, por empréstimo, Miguel Lopes ao Bétis, Ukra ao Braga, André Castro ao Gijón e David Addy à Académica.




















A época oficial abriu em 7 de Agosto de 2010, com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira, que teve como palco o Estádio Municipal de Aveiro e como adversário o Benfica. Foi uma vitória sem espinhas, num autêntico banho de bola diante de uma arrogante e convencida equipa do regime que durante toda a semana andou a passar a imagem de que seriam favas contadas.

A realidade do jogo cedo desfez essa ideia, com a equipa portista a mostrar-se sempre muito mais forte, coesa e solidária. Vitória por 2-0, com golos de Rolando (3') e Falcao (67') e para o futuro Museu a 17ª Supertaça.





















Equipa titular que em Aveiro venceu a 17ª Supertaça para o Clube. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Fernando, Maicon, Sapunaru, Rolando e Hulk; em baixo: João Moutinho, Radamel Falcao, Belluschi, Silvestre Varela e Álvaro Pereira.



Numa época de sonho onde perder foi proibido, o Campeonato nacional traduziu-se num passeio azul e branco com festa do título no campo do rival, com direito a escuridão e jactos de água subitamente accionados, para regar o entusiasmo portista.

A campanha imaculada começou na Figueira da Foz em 14 de Agosto de 2010, frente à aguerrida equipa da Naval que tudo fez para evitar a derrota. Hulk foi a figura do encontro ao marcar o único golo, numa exibição portista mediana.
























Equipa titular na 1ª jornada, frente à Naval. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Maicon, Sapunaru, Rolando, Fernando e Hulk; em baixo: João Moutinho, Radamel Falcao, Belluschi, Silvestre Varela e Álvaro Pereira.

Isolou-se no comando da classificação à 3ª jornada, depois de vencer em Vila do Conde, o Rio Ave, num jogo nada fácil mas superiormente ultrapassado com 2 golos de Hulk.

Só à 7ª jornada, os Dragões cederam os primeiros pontos, em Guimarães, consentindo um empate (1-1), interrompendo uma fabulosa série de 21 vitórias consecutivas, iniciada em Março de 2010. Foi um jogo em que a superioridade portista não foi traduzida em golos, apesar das inúmeras oportunidades criadas.

Na 10ª jornada o FC Porto recebeu a equipa do regime e submeteu-a a uma enorme humilhação goleando-a por 5-0, reduzindo a pó toda a propaganda e desfaçatez de quem só sabe vencer, fazendo as coisas por outro lado. Foi um autêntico banho de bola, num belo espectáculo de cor, imaginação, vibração e enorme fervor clubista que empolgou a vasta plateia presente no Estádio do Dragão, que viu a vantagem portista na classificação dilatar para 10 pontos de diferença, em relação ao 2º classificado.























Equipa titular que goleou o Benfica por 5-0. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Guarín, Rolando, Sapunaru, Maicon e Hulk; em baixo: João Moutinho, Radamel Falcao, Belluschi, Álvaro Pereira e Silvestre Varela.

A primeira volta do campeonato foi dobrada com vitória gorda e esclarecedora, no Dragão, frente ao Marítimo (4-0) e vantagem pontual de 8 pontos para o Benfica (2º) e 13 para o Sporting (3º).

A segunda volta foi transformada numa auto-estrada de vitórias para o título, interrompida apenas na penúltima jornada, com 1 empate frente ao Paços de Ferreira.

O título nacional foi garantido na 25ª jornada, no estádio da Luz. Vitória portista por 1-2, contra tudo e contra todos. Contra a maningâncias do clube do regime, contra a propaganda planfetária dos pasquins amestrados, contra as arbitrariedades dos CD da Liga e contra o sectarismo dos programas televisivos. No final do jogo, o apagão no estádio e a ligação do sistema de rega, como reacção aos festejos mais que merecidos dos jogadores portistas que aproveitaram para gozarem com a situação.




















Equipa titular que à 25ª jornada foi à Luz garantir mais um título nacional. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Fernando, Rolando, Guarín, Otamendi e Hulk; em baixo: João Moutinho, Radamel Falcao, Álvaro Pereira, Fucile e Silvestre Varela.

A festa no Dragão foi celebrada na penúltima jornada, no tal empate frente ao Paços de Ferreira, já que o último jogo do campeonato foi no Funchal contra o Marítimo.

Ao fim das 30 jornadas, o FC Porto registou 27 vitórias e 3 empates, marcou 73 golos (melhor ataque do campeonato), sofreu 16 golos (melhor defesa), somando 84 pontos, mais 21 que o Benfica (2º) e mais 36 que o Sporting (3º).

Hulk sagrou-se o melhor marcador do campeonato com a marca de 23 golos e Radamel Falcao foi o segundo da lista, com 16 golos.























Na Taça de Portugal o FC Porto conquistou pela 3ª vez consecutiva o troféu. A campanha começou no Dragão, frente ao Limianos com vitória portista por 4-1. Frente a um frágil adversário, da 3ª Divisão do futebol nacional, André Vilas-Boas fez alinhar uma equipa baseada em jogadores menos utilizados. O avançado brasileiro Walter foi figura de destaque ao apontar 3 golos.





















Equipa titular frente ao Limianos. Da esquerda para a direita, em cima: Beto, Sereno, Guarín, Sapunaru, Otamendi e Hulk; em baixo: Walter, Rúben Micael, Emídio Rafael, Silvestre Varela e Souza.

Moreirense, Juventude de Évora e Pinhalnovense foram as vítimas seguintes, até que o sorteio colocou no caminho portista o Benfica, nas meias-finais a duas mãos.

O primeiro jogo foi disputado no Dragão. Os azuis e brancos, ainda com a goleada de 5-0 bem fresca na memória, encararam o jogo com demasiada leviandade e acabaram por sofrer as consequências. Derrota comprometedora por 0-2, numa exibição carregada de erros infantis.

Na 2ª mão acabariam por rectificar o resultado, com uma vitória categórica e uma exibição quase perfeita que deixou os lampiões afastados da prova e à beira de um ataque de nervos.



















Equipa titular que na Luz foi eliminar o Benfica da Taça de Portugal. Da esquerda para a direita, em cima: Beto, Sapunaru, Rolando, Fernando, Otamendi e Hulk; em baixo: João Moutinho, Rúben Micael, Radamel Falcao, Álvaro Pereira e Cristian Rodríguez.

A final foi contra o Vitória se Guimarães, no estádio do Jamor.

O favoritismo portista confirmou-se no relvado com uma exibição imparável e muitos golos, não dando grandes hipóteses aos aguerridos minhotos. Resultado gordo (6-2) que reflectiu a superioridade do futebol portista.
























Equipa titular no Jamor. Da esquerda para a direita, em cima: Beto, Fernando, Maicon, Sapunaru, Rolando e Hulk; em baixo: João Moutinho, Belluschi, Álvaro Pereira, James Rodríguez e Silvestre Varela.




























Com tanta competição e tantos títulos para gerir era natural que a prova em que os responsáveis portistas dedicassem menor atenção fosse precisamente aquela que desde a 1ª edição foi considerada a Taça dos coitadinhos, refiro-me obviamente à mal fadada Taça da Liga.

Desta vez o FC Porto não passou da fase de grupos, averbando 1 derrota, uma vitória e 1 empate, que o fez ocupar a 2ª posição do grupo A.

A derrota no Dragão contra o Nacional da Madeira marcou decisivamente o destino final. Num jogo pouco conseguido, André Villas-Boas mesclou a equipa com jogadores menos utilizados e o resultado foi uma péssima exibição, com muitos erros defensivos e até um frango monumental do 3º guarda-redes (Kieszek).



















Equipa titular que saiu derrotada na 1ª jornada da TL, no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: James Rodríguez, Kieszek, Rolando, Sereno, Guarín e Hulk; em baixo: João Moutinho, Walter, Fucile, Rúben Micael e Emídio Rafael.

Apesar da fácil vitória frente ao Beira-Mar, na 2ª jornada, os Dragões ficaram sem hipóteses de discutir o 1º lugar, uma vez que o Nacional voltou a vencer, pelo que o 3º jogo, em Barcelos foi apenas para cumprir calendário.

(Continua)