segunda-feira, 31 de março de 2014

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 49












NUNO CAPUCHO - Goleador Nº 49

Apontou 43 golos em 275 jogos com a camisola do FC Porto, durante as 6 épocas em que esteve ao seu serviço (1997/98 a 2002/03).

Nuno Fernando Gonçalves Rocha, eternizado para o futebol com o nome de Capucho, nasceu em 21 de Fevereiro de 1972, em Barcelos, cidade onde começou a dar os primeiros pontapés na bola, nas escolas de formação do Gil Vicente.

Capucho destacou-se muito cedo pelas suas capacidades técnicas que aliava a uma envergadura física, pouco comum para os miúdos da sua idade. Por isso começou a ser seguido e disputado por emblemas de maior nomeada. Foi internacional em todas as categorias de formação e fez parte do plantel júnior que venceu o Campeonato do Mundo, disputado em Portugal, em 1991.

Tornou-se profissional em representação do Gil Vicente, com apenas 19 anos e pela mão De Rodolfo Reis, treinador de então, da principal equipa minhota, na temporada de 1990/91.

Antes de chegar ao FC Porto, Capucho passou ainda pelo Sporting (de 1992/93 a 1994/95) e o V. Guimarães (1995/96 e 1996/97).



Palmarés ao serviço do FC Porto (11 títulos):
3 Campeonatos nacionais (1997/98, 1998/99 e 2002/039
4 Taças de Portugal (1997/98, 1999/00, 2000/01 e 2002/03)
3 Supertaças Cândido Oliveira (1997/98, 1998/99 e 200/01)
1 Europa League (2002/03)

Pode aceder a outros dados biográficos mais completos aqui, na rubrica INTERNACIONAIS PORTISTAS, editado em 22 de Agosto de 2011.

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e ZeroaZero.pt.

domingo, 30 de março de 2014

DERROTA «À CAPELA»















FICHA DO JOGO


























O FC Porto foi derrotado na Choupana com um resultado traduzido pela péssima exibição durante a primeira parte e pela polémica arbitragem (mais uma) de João Capela, que permitiu ao Nacional ficar em vantagem num lance precedido de fora de jogo e depois na anulação de um golo limpo a Jackson Martinez.

Assim fica difícil lutar pelos objectivos que são neste momento o de garantir o terceiro lugar.

O FC Porto não entrou bem no jogo, sentindo muitas dificuldades para fazer a transição defesa-ataque. Durante quase toda a primeira parte os jogadores portistas, em ritmo lento e sem intensidade, falharam muitos passes e permitiram ao adversário criar jogadas de perigo com a defesa portista descompensada.

O golo dos insulares surgiu precisamente numa dessas perdas de bola nada recomendáveis que a equipa adversária aproveitou para transformar em contra-ataque. João Aurélio foi lançado pela direita, em posição de fora de jogo que o árbitro auxiliar deixou passar (tal como em Alvalade), foi à linha cruzar, Candeias teve tempo para dominar a bola com o peito, até com um gesto técnico imperfeito, mas ainda teve tempo de rematar certeiro, perante a indolência de Danilo e Herrera que não fizeram tudo para o impedir.

As dificuldades portistas subiram de tom e só aos 27 minutos foi possível criar a melhor situação para chegar ao golo. Defour isolou Jackson mas o colombiano atirou forte para uma defesa instintiva de Gottardi. O Nacional voltou a ameaçar enquanto os Dragões mantinham as dificuldades para ligar o seu jogo ofensivo.

No segundo tempo tudo se modificou. O FC Porto apareceu mais rápido e expedito, por via das alterações efectuadas por Luís Castro que deixou no banho Defour e Licá, ambos pouco produtivos. Entraram para os seus lugares Quintero e Ghilas.

Estas alterações produziram efeitos imediatos. Logo no primeiro minuto do reatamento os azuis e brancos, hoje todos de branco, chegaram ao golo do empate. Quintero abriu na esquerda para Ghilas que cruzou para Jackson Martinez, receber de costas para a baliza, rodar e rematar com êxito.






















Os Dragões passaram a ter o alento para partirem para resultado ainda mais positivo, mas uma falha defensiva cometida dois minutos depois voltou a colocar o Nacional em vantagem. Mais uma perda de bola a meio-campo, lançamento para a esquerda, apanhando mais uma vez a defensiva portista desposicionada, cruzamento para o coração da área,  defesas centrais fora do sítio, com Rondom a aparecer à vontade na cara de Fabiano e a tocar  para as redes num golo muito facilitado.

A equipa portista reagiu, tomou conta do jogo e partiu para a remontada. Aos 53 minutos a bola esteve perto de entrar naquilo que seria um auto-golo de Miguel Rodrigues e 5 minutos depois Quaresma foi derrubado na área e Capela assinalou. O Mustang falhou atirando ao poste!

Luís Castro jogou a sua última cartada tirando o central Abdoulaye para meter o médio Carlos Eduardo. Logo a seguir Quaresma, à esquerda cruzou ao segundo poste, Jackson Martinez saltou mais alto e introduziu a bola na baliza, mas Capela não gostou e anulou por pretensa falta do colombiano, que efectivamente não existiu.

No final fica a derrota amarga por culpa de uma primeira parte mal conseguida e dos erros do Capela e seus muchachos, que sancionou o lance ilegal que deu o primeiro golo ao Nacional e invalidou (mal) o segundo golo de Jackson.

A luta é cada vez mais pelo 3º lugar já que a distância para os dois da frente é já irrecuperável.

sábado, 29 de março de 2014

APROVEITAR PARA NAVEGAR NA BOA ONDA








Aproveitar a «boa onda» em que a equipa portista parece estar finalmente a navegar é o que se espera, na difícil deslocação ao Funchal para defrontar o Nacional da Madeira, equipa que se apresenta muito moralizada pela honrosa classificação de que vai desfrutando.

Com a moral em ascensão, os Dragões estão conscientes das imensas dificuldades que vão encontrar, mas confiantes numa boa prestação e preparados para lutar pelos 3 pontos, no sentido de se acomodarem, cada vez mais ao terceiro lugar.

Privado de Helton, Maicon e Mangala, Luís Castro vai ter de voltar a mexer na composição do quarteto defensivo, onde Diego Reyes vai manter a titularidade, agora ao lado de Abdoulaye. Silvestre Varela foi preterido nesta convocatória, por opção técnica, que regista a entrada de Josué e Kelvin.

QUADRO COMPLETO DOS CONVOCADOS




















EQUIPA PROVÁVEL






















COMPETIÇÃO: Liga Zon Sagres 2013/14 - 25ª Jornada
PALCO DO JOGO: Estádio da Madeira - Choupana - Funchal
DATA E HORA DO JOGO: Domingo, 30 de Março de 2014, às 19:15 h
ÁRBITRO NOMEADO: João Capela - A.F. Lisboa
TRANSMISSÃO TELEVISIVA: SportTvLive

sexta-feira, 28 de março de 2014

EQUIPAS DO PASSADO - SÉCULO XXI

ÉPOCA 2007/2008

A segunda época de Jesualdo Ferreira foi, em termos de Campeonato Nacional, um autêntico passeio de classe da equipa do FC Porto, já que o nível competitivo apresentado cedo mostrou não ter concorrência capaz de ofuscar o brilho dos bicampeões nacionais.

Houve alguns ajustamentos ao plantel, muito para além das necessárias, em função das vendas milionárias de Pepe para o Real Madrid e Anderson para o Manchester United.

Lino (ex-Académica), Stepanov (ex-Trabzonspor), Bolatti (ex-Belgrano, da Argentina), Farías (ex-River Plate, da Argentina), Leandro Lima (ex-São Caetano, do Brasil), Kazmierczak (ex-Boavista), Mariano Gonzalez (ex-Inter de Milão) e Edgar (ex-Beira-Mar) a quem se juntaram os promovidos Ventura, Castro e Rui Pedro, mais os regressados Nuno e Tarik Sektioui, constituíram os reforços do plantel.



















A época começou com uma derrota frente ao Sporting, na Supertaça Cândido de Oliveira disputada mais uma vez em Leiria. O resultado foi de 1-0 para os leões, no que constituiu uma grande injustiça, ainda que a exibição portista não tenha sido das melhores, mesmo assim superior à do adversário. Três remates nos ferros e um penalty sonegado pelo árbitro foram o corolário desse revés.

Jesualdo Ferreira já com todo o plantel à disposição apostou numa formação base, formada por jogadores do ano anterior que lhe garantiu maior entrosamento e coesão. Conseguiu um arranque de campeonato espectacular, com oito vitórias consecutivas. No final da 8ª jornada o Benfica e o Sporting já estavam a 8 e a 9 pontos de distância, respectivamente.

À 9ª jornada o Belenenses quebrou a senda de vitórias, impondo um empate no Dragão por 1-1, igualdade que se repetiu na jornada seguinte na Reboleira, contra o Estrela da Amadora, por 2-2, depois dos Dragões estarem a ganhar por 0-2. O desacerto de Stepanov nesse jogo custar-lhe-ía a titularidade.

Na 12ª jornada o FC Porto deslocar-se-ia à Luz para defrontar o Benfica com "apenas" 4 pontos de vantagem.

O folclore habitual dos "pasquins amestrados" durante toda a semana que antecedeu o jogo, enfatizando todos os argumentos que pudessem contribuir para elevar a moral da equipa da capital do império (possibilidade de ficarem a 1 ponto do comando, a "grande" exibição frente ao Milão, as cinco vitórias consecutivas, os trinta e tal jogos sem perder para o campeonato, enfim um somatório de coisas boas para alimentar o ego vermelhusco).

Alheio a estas jogadas de bastidores, o FC Porto apresentou-se na Luz com todas as suas credenciais que o definiam como um campeão de corpo inteiro: Personalidade, coesão e classe, sem necessidade de colinho ou de palmadinhas nas costas.

A velocidade de Bosingwa, a robustez de Bruno Alves, a eficácia de Paulo Assunção, a clarividência de Lucho Gonzalez, a sagacidade de Lisandro Lopez e a magia de Quaresma reduziram os campeões da treta à sua dimensão real. 0-1 foi o resultado final com um golo soberbo de Quaresma, obtido com a sua famosa trivela, depois de trocar os olhos ao defesa David Luiz. A qualidade do futebol portista justificava resultado mais robusto que, umas vezes por infelicidade outras por influência do árbitro, não foi concretizado.

A Comunicação Social sofrera mais um rude golpe na sua estratégia e ao invés de um ponto, viram o clube do coração ficar a sete!

Apesar da superioridade patenteada, o FC Porto não foi capaz de evitar alguns desaires, provavelmente ditados por alguma saturação e desgaste, em função das várias frentes em que se encontrava envolvido e ainda pela fraca resposta dos reforços que iam sendo experimentados por Jesualdo Ferreira. As derrotas com o Nacional da Madeira (14ª e 29ª jornadas) e com o Sporting (17ª jornada) foram os factos mais negros duma época brilhante.

O título anunciado foi matematicamente concretizado à 25ª jornada, em 5 de Abril de 2007, no Estádio do Dragão, frente ao Estrela da Amadora.

Perante 50.138 espectadores, os jogadores portistas encararam este jogo como uma festa e proporcionaram, em largos períodos do encontro, um futebol avassalador, triturante, belo e vistoso. Foi um Porto de gala que se apresentou no palco dos sonhos, correspondendo ao entusiasmo dos seus seguidores que não se cansaram de incentivar com cânticos e muita alegria.

Seis golos foram quantos se marcaram nesta partida, todos na baliza do Estrela da Amadora que nada podia fazer para contrariar a festa. Lucho Gonzalez (8'), Taril Sektioui (11'), Quaresma (64'), Maurício (70' na própria baliza), Bruno Alves (77') e Lisandro Lopez (87'), foram os autores dessa goleada.

Terminado o jogo seguiu-se uma linda festa, com os jogadores a serem chamados um a um para o centro do terreno para festejarem 0 23º título do FC Porto, que se prolongou na Alameda e nas ruas da cidade.






































As jornadas seguintes foram para cumprir calendário, quase sempre em clima de festa, com as vitórias, em Setúbal frente ao Vitória local (1-2), no Dragão frente ao Benfica ("só" 2-0), em Guimarães frente ao Vitória (0-5), a derrota com o Nacional, no Dragão (0-3) e a vitória frente ao Naval (0-2), na Figueira da Foz.

Acabou por ser um campeonato praticamente sem dificuldades em que a concorrência terminou bem distante, Sporting em 2º a 20 pontos e Benfica em 4º a 23 pontos. O FC Porto registou, em 30 jogos, 24 vitórias, 3 empates, 3 derrotas, marcou 60 golos, sofreu 13 e somou 75 pontos

Os portistas chegaram ao fim com o melhor ataque, a melhor defesa e o melhor marcador do campeonato (Lisandro Lopez, 24 golos marcados).

Aos 75 pontos conquistados no terreno de jogo, a Comissão Disciplinar da Liga entendeu "surripiar" 6, depois de uma ardilosa decisão no âmbito do Apito Final, com os quais o FC Porto não se conformou recorrendo para os Tribunais Civis, na pessoa do seu presidente Pinto da Costa.

Os vinte pontos de vantagem relativamente ao segundo classificado ficam na história como a maior jamais alcançada por um campeão em Portugal.

Na Taça de Portugal a equipa portista chegou à final, depois de eliminar sucessivamente o Desp. de Chaves, o Desp. das Aves, o Sertanense, o Gil Vicente e o V. Setúbal.

No Jamor, o adversário foi o Sporting que voltou a derrotar a equipa portista, tal como na final da Supertaça. A equipa portista denotou alguma desconcentração e dificuldades para ligar o jogo, mas foi castigado particularmente pela arbitragem de Olegário Benquerença. Dessa vez, tal como de outras em que são claramente beneficiados, os calimeros não choraram.

Nesta temporada estreou-se uma nova competição, a Taça da Liga, que o FC Porto encarou com demasiada ligeireza. Jesualdo recorreu a uma formação composta por elementos menos utilizados e acabou por pagar a factura, mesmo contra um adversário da II Divisão. A prova era a eliminar em apenas 1 jogo e em Fátima, o clube local levou o jogo para os penaltis e foi mais competente na concretização dos mesmos.

Em termos internacionais o FC Porto foi agrupado na companhia de Liverpool, Besiktas e O. Marselha, no Grupo A, da Liga dos Campeões. O desempenho portista superou as expectativas pois conseguiu classificar-se em primeiro do grupo, consentindo apenas uma derrota.

A campanha começou no Dragão, frente ao Liverpool. Os britânicos actuaram com todas as cautelas e sem arriscar demasiado. O FC Porto marcou cedo mas teve sempre grandes dificuldades para contrariar o bloco baixo do adversário. Numa «abébia» defensiva permitiu o golo do empate, resultado com que terminou o encontro.

O destino seguinte foi Istambul. Jogo de duas faces já que durante a primeira parte os Dragões tiveram de suportar a maior agressividade do Besiktas. No segundo tempo as coisas foram bem diferentes. Os azuis e brancos entraram mais ousados e ambiciosos e acabaram mesmo por ser felizes, concretizando o golo da vitória em cima do minuto 90.

A terceira jornada foi jogada no Vélodrome de Marselha. Entrada portista muito forte, com classe, raça, ambição e também brilhantismo. Foram 20 minutos de futebol fabuloso a que só faltou o golo, apesar das várias oportunidades criadas. Depois e até ao intervalo a equipa portista abrandou o ritmo mas foi sempre superior. No segundo tempo foi ainda o FC Porto a entrar melhor e a criar novas oportunidades, porém, contra a corrente do jogo o Marselha adiantou-se no marcador. O Porto não desistiu e acabou por empatar nove minutos depois, resultado com que acabou a partida.

O FC Porto recebeu o O. Marselha, na jornada seguinte. Foi tudo ao contrário. Os franceses entraram melhor no jogo, dominou durante toda a primeira parte embora sem construir grandes ocasiões para marcar. Foi mesmo a equipa azul e branca a chegar, nesse período, ao golo, um tanto contra a corrente do jogo, num lance genial de Tarik Sektioui, que arrancando de meio campo, passou por um, dois, três adversários e já dentro da área, num gesto técnico fabuloso, tirou o guarda-redes do seu caminho, rematando de seguida para a baliza deserta. No segundo tempo voltou o Marselha a dominar, inconformado com o resultado. Igualou no segundo minuto. Jesualdo mexeu e fez sair um médio para meter um avançado, numa clara demonstração de vontade de ganhar o jogo. A verdade é que desde então os Dragões foram superiores e chegaram mesmo ao golo da vitória.





















Na foto a equipa titular que derrotou o O. Marselha, no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Bosingwa, Tarik Sektioui, Fucile, Bruno Alves e Stepanov; Em baixo: Quaresma, Lisandro Lopez, Raul Meireles, Marek Cech e Paulo Assunção.

Foi no comando isolado do Grupo A que o FC Porto se deslocou a Anfield Road, para defrontar o Liverpool. Lamentavelmente foi uma visita sem brilho nem glória. Performance desastrada em contraste com o ritmo diabólico imposto pelos ingleses que necessitavam dos 3 pontos, como de pão para a boca. O resultado final foi uma goleada por 4-1, num jogo em que só as camisolas do clube estiveram presentes. Apesar da pesada derrota o FC Porto conseguiu manter a liderança.

Na última jornada, no Dragão, todos os cenários eram ainda possíveis. Os Dragões podiam acabar em primeiros do Grupo como, no pior dos cenários, em último, tal o equilíbrio pontual. Por isso, o jogo foi decisivo. A equipa entrou consciente das responsabilidades e soube em todos os momentos actuar com rigor táctico, ser pressionante e sobretudo cerebral, emprestando à sua exibição a classe dos grandes campeões. O resultado foi uma vitória natural e merecida, por 2-0, garantindo a liderança do Grupo e a qualificação para os Oitavos-de-final da prova.
























Equipa titular que venceu o Besiktas, no Dragão, na última jornada da fase de Grupos. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Bosingwa, Lisandro Lopez, Bruno Alves, Tarik Sektioui e Pedro Emanuel; em baixo: Quaresma, Raul Meireles, Lucho Gonzalez, Fucile e Paulo Assunção.

Quis o destino que o FC Porto voltasse a pisar o relvado do Aufschalke, em Gelsenkirchen, onde já fora feliz. Contudo desta vez o adversário era a equipa da casa, o Schalke 04. Muitas dificuldades para travar o ímpeto inicial dos alemães que marcou logo aos 4 minutos.

Só na segunda parte os azuis e brancos se conseguiram libertar do espartilho germânico e perto do fim Lisandro Lopez dispôs da única oportunidade para bater Neuer, mas não foi feliz. Derrota pela margem mínima a deixar adivinhar para o Dragão uma grande noite de gala.

Como se esperava, o jogo da segunda mão foi encarado com toda a responsabilidade e ambição. O FC Porto entrou para ganhar e tomou desde logo as rédeas do jogo. Criou boas oportunidades de golo, numa galopada insistente e intensa para marcar, mas encontrou pela frente um guardião numa noite para recordar. O homem defendia tudo!

O segundo tempo não foi muito diferente. Porto no ataque à procura do golo e Neuer impenetrável. Para piorar a situação, Bosingwa teve de abandonar por lesão e Fucile foi expulso, numa decisão polémica do árbitro. Os jogadores portistas não desistiram e viram a sua crença ser premiada aos 86 minutos. Lisandro marcou e pôs o Dragão em delírio. O jogo foi para prolongamento e depois para a taluda dos penaltis. Aí, a frieza alemã e a inspiração de Neuer foram decisivos. O FC Porto ficou assim pelo caminho.


































(Clicar no quadro para ampliar)

Nos 46 jogos em que o FC Porto esteve envolvido, relativos a 5 provas, a equipa técnica liderada por Jesualdo Ferreira utilizou 29 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: Lisandro Lopez (41 jogos), Raul Meireles e Lucho Gonzalez (40), Quaresma e Paulo Assunção (39), Bruno Alves (38), Mariano Gonzalez (35), Helton, Fucile e Tarik Sektioui (34), Bosingwa (33), Pedro Emanuel (27), Marek Cech (25), Ernest Farías (24), Adriano (22), Bolatti (20), Kazmierczak (19), Stepanov e João Paulo (17), Leandro Lima (13), Lino (12), Hélder Postiga e Nuno E. Santo (11), Hélder Barbosa (6), Castro e Edgar (3), Ventura, Rui Pedro e Rabiola (1).

Fontes: Baú de Memórias, de Rui Anjos; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.

quarta-feira, 26 de março de 2014

DRAGÃO DE QUALIDADE SÓ FALHOU A GOLEADA















FICHA DO JOGO


























EQUIPA TITULAR
























Foi um Dragão de primeira qualidade que hoje pisou o seu relvado para defrontar o 1º classificado do nosso campeonato. Hoje para a Taça de Portugal, os azuis e brancos entraram determinados e logo tomaram conta das operações, dominando em todos os capítulos do jogo durante toda a primeira parte.

Fez o golo cedo, na sequência de um canto marcado por Quaresma do lado direito do ataque portista, com Jackson Martinez a corresponder com um golpe de cabeça certeiro, mas antes já tinha ameaçado a baliza de Artur por duas ocasiões. Na primeira foi Artur que se antecipou a Varela e na segunda foi Luisão, no último momento a tirar o «pão da boca» a Herrera.






















Continuou o Porto a insistir no ataque à procura de novo golo sem deixar nunca que o adversário criasse perigo. O seu futebol ligado, pensado e quase sempre bem executado permitia um caudal ofensivo intenso e perigoso, mas no capítulo de remate os dragões voltaram a perder algumas ocasiões soberanas, uma das quais por Varela, que isolado, rematou contra o pé do guarda-redes, que ainda está por perceber como conseguiu tocar na bola.

A diferença tangencial ao intervalo era injusto e escasso para tanto domínio e sobretudo para tantas oportunidades desperdiçadas.

No segundo tempo a equipa lisboeta entrou mais agressiva, conseguindo contrariar de algum modo o futebol portista, que passou a ser menos ligado, menos intenso e menos perigoso. Ainda assim, pertenceram ao FC Porto os lances mais perigosos da segunda metade. Aos 75 minutos Jackson mandou a bola ao poste, com Artur batido e Carlos Eduardo a chegar tarde para a recarga e aos 90 minutos Quintero isolou-se mas, à saída de Artur, desconcentrou-se e perdeu o momento de remate ou de assistência para Quaresma que acompanhou a jogada. O adversário só por uma vez esteve perto de marcar, com Fabiano a executar uma defesa impressionante.

A vitória portista é indiscutível e só peca por escassa. Hoje, a correr bem, ter-se-ia repetido uma goleada à Villas-Boas e a eliminatória ficaria já resolvida.

Gostei do desempenho geral da equipa, que se apresentou serena, equilibrada e muito mais assertiva no passe, beneficiando de forma decisiva a fluidez do seu futebol, criando deste modo muitos problemas junto da área contrária, especialmente durante toda a primeira parte e nos últimos dez minutos da partida. No inicio da segunda metade perdeu algum fulgor e desligou-se um pouco, perdendo muitos passes, alguns por pura precipitação.

Não me parece justo fazer destaques individuais numa exibição colectiva muito positiva, antes enaltecer o apoio das claques que emprestaram um ambiente entusiasmante e vibrante.




terça-feira, 25 de março de 2014

MOMENTO PARA MOSTRAR A FORÇA DO DRAGÃO








Completamente afastado da discussão do título nacional, resta ao FC Porto lutar pela conquista das outras provas em que ainda é candidato. A Taça de Portugal é apenas uma delas e por isso espera-se dos ainda tricampeões nacionais muita determinação, empenho, inteligência e competência para abordar o próximo jogo com maior confiança e ambição.

Esta fase da prova vai ser discutida em duas mãos pelo que se aguardam dois jogos complexos e de algum equilíbrio.

De regresso ao lote dos convocados, depois de cumprir castigos, estão Danilo, Fernando e Quaresma, três importantes reforços, nucleares na manobra portista. São de resto as alterações em relação à convocatória anterior, ficando de fora Mikel, Josué e Kelvin.

QUADRO COMPLETO DOS CONVOCADOS




















EQUIPA PROVÁVEL






















COMPETIÇÃO: Taça de Portugal - Meias-finais - 1ª Mão
PALCO DO JOGO: Estádio do Dragão - Porto
DATA E HORA DO JOGO: Quarta-feira, 26 de Março de 2014, às 21:00 H
ÁRBITRO NOMEADO: Marco Ferreira - A. F. Madeira
TRANSMISSÃO TELEVISIVA: SportTv1

segunda-feira, 24 de março de 2014

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 48












JAIME - Goleador Nº 48

Apontou 43 golos em 182 jogos em que participou na equipa principal do FC Porto ao longo de dez temporadas.

Jaime Ferreira da Silva nasceu a 17 de Março de 1941, em Fiães, concelho de Vila da Feira, hoje Santa Maria.

Começou a prática do futebol na clube da sua terra natal, o Fiães, mas com apenas 15 anos foi levado à Constituição por um tio que vivia na Venezuela e desde logo ficou integrado nas escolas de formação do Clube. Começou sob a orientação experimentada de Artur Baeta, passando na segunda temporada aos juvenis, orientado por José Vale. Enquanto júnior foi campeão Regional e finalista no Nacional da categoria, com Reboredo como seu treinador.

Em 1959/60 subiu aos seniores passando a evoluir regularmente na equipa de reservas em cujas formações se sagrou campeão regional. Foi precisamente nessa temporada que fez a sua estreia como titular na equipa principal. Aconteceu no dia 5 de Junho de 1960, no Campo D. Manuel de Melo, no Barreiro, frente ao Barreirense, em jogo da 1ª Mão, dos quartos-de-final, da Taça de Portugal, que terminou com uma igualdade sem golos, era então treinado pelo brasileiro Otto Vieira, que tinha substituído o checo Fernando Daucik.























Jogador rápido, batalhador, muito ofensivo e com capacidades excepcionais para ir à linha cruzar, proporcionava muitas assistências para golo e ainda aparecia em zonas de finalização para marcar. Ficou conhecido pela alcunha do «ventoinha».

Depois de um período de menor utilização, onde ia alternando com Carlos Duarte, Jaime conquistou finalmente o seu espaço a partir da temporada de 1962/63, com o húngaro Jonas Kalmar. Foi também em 1963 que vestiu pela primeira vez a camisola das quinas, nas equipas militar e de promessas e em 1965 na selecção B. Nunca foi internacional A.

Na temporada de 1967/68 foi titular em 7 das 11 partidas da Taça de Portugal, a última das quais na final no Jamor, frente ao V. Setúbal, que o FC Porto venceu por 2-1. No final da época seguinte terminou a sua carreira toda dedicada ao FC Porto.

















Palmarés ao serviço do FC Porto (1 título):
1 Taça de Portugal (1967/68)

OBS.: Agradeço reconhecidamente ao amigo Armando Pinto, do Blogue Memória Portista, que me facultou uma boa parte de dados importantes da biografia deste atleta.

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Ídolos do Desporto.

domingo, 23 de março de 2014

QUINTERO FUROU A MURALHA















FICHA DO JOGO


























Como se previa, não foi fácil a vitória frente ao Belenenses que veio ao Dragão com a lição bem estudada, conseguindo retardar ao máximo o golo azul e branco.

Desfalcado de alguns elementos nucleares, Luís Castro optou por voltar a utilizar Ricardo como defesa lateral, desta vez à direita, Josué à frente de Defour, Ghilas na ala esquerda e a maior surpresa, a continuidade de Diego Reyes no eixo da defesa, em detrimento de Abdoulaye.




















Não foi fácil à equipa portista assentar o seu jogo. Metido num colete de forças os jogadores azuis e brancos sentiram sérias dificuldades em ligar o jogo no último terço do relvado, onde o povoamento dos adversários era mais notório.

Só à passagem da meia hora de jogo, o FC Porto conseguiu construir um lance de verdadeiro perigo, quando Jackson Martinez apareceu na pequena área a cabecear com êxito, com Carlos Xistra a anular o golo por pretensa falta do colombiano. 






















Logo a seguir Silvestre Varela, correspondeu com uma bela cabeçada, a um cruzamento da esquerda, mas o poste da baliza adversária evitou o golo.

Os Dragões continuaram à procura do golo, nem sempre da melhor forma, perdendo muitos passes na zona nevrálgica do terreno. Numa dessas perdas o Belenenses quase marcava. Fernando Ferreira recebeu um passe longo que apanhou a defensiva portista descompensada, rematou cruzado e a bola foi ao poste.

Já perto do intervalo Jackson Martinez foi derrubado à entrada da área, quando depois de dominar a bola, se desembaraçar do seu opositor e se preparava para correr isolado para a baliza, provocando a expulsão de João Afonso.






















Depois do intervalo, o Belenenses surgiu compreensivelmente ainda mais fechado. Luís Castro, prevendo essa atitude, deixou Josué nas cabines, surgindo no seu lugar Quintero.

Foi um verdadeiro assalto à área lisboeta, aquilo a que se assistiu durante toda a segunda parte. Os Dragões criaram algumas boas ocasiões mas a falta de eficácia foi adiando o golo. Golo que chegou finalmente aos 79 minutos, já Luís Castro tinha metido toda a carne no assador. Kelvin e Licá  tinham substituído Varela e Diego Reyes. Licá fez um cruzamento, Matt Jones defendeu para a frente e na recarga Quintero não perdoou. 























Três minutos depois, o jovem médio, fez a bola esbarrar com estrondo na barra, na sequência de um livre directo.

Vitória justa e escassa da única equipa que tudo fez para vencer. Realce para a importância do golo de Quintero, num conjunto de exibições demasiado modestas.

sábado, 22 de março de 2014

FORTALECER A CONFIANÇA








É sob o efeito do sabor delicioso da recente qualificação para os quartos-de-final da Liga Europa, conseguida com sangue suor e lágrimas, que os tricampeões nacionais se preparam para receber no seu estádio o conjunto da Cruz de Cristo.

Os êxitos têm o condão de reforçar a confiança e a ambição, pelo que se espera que estas qualidades possam ser postas em prática em favor da performance portista.

Está em causa a conquista dos três pontos, para pressionar até ao fim, os rivais que estão melhores classificados.





















O técnico Luís Castro não vai poder contar com um lote de jogadores nucleares, uns lesionados (Helton e Maicon) e outros castigados (Danilo, Fernando e Quaresma), mas nem por isso a sua fé num bom desempenho ficou abalada.

Em consequência a lista de convocados para este jogo teve de ser alterada em relação à anterior. Para além das ausências citadas, registam-se os regressos de Abdoulaye e Alex Sandro, que devem ser titulares.

QUADRO COMPLETO DOS CONVOCADOS




















EQUIPA PROVÁVEL






















COMPETIÇÃO: Liga Zon Sagres 2013/14 - 24ª Jornada
PALCO DO JOGO: Estádio do Dragão - Porto
DATA E HORA DO JOGO: Domingo, 23 de Março de 2014, às 19:15 h
ÁRBITRO NOMEADO: Carlos Xistra - A.F. Castelo Branco
TRANSMISSÃO TELEVISIVA: SportTv1

quinta-feira, 20 de março de 2014

RESISTIR A UM VULCÃO E RENASCER DAS CINZAS















FICHA DO JOGO


























O FC Porto qualificou-se para os quartos-de-final da Liga Europa, num jogo muito complicado, como se esperava.

A equipa do Nápoles, terceira classificada do campeonato transalpino, servida por excelentes jogadores, fizeram a vida difícil aos jogadores portistas, especialmente durante toda a primeira parte.





















Sob a electrizante atmosfera do estádio de San Paolo, animada pelos «tiffosi» da casa, os Dragões tiveram de resistir estoicamente a 20 minutos de futebol ofensivo e sufocante que provocou algum desnorte na defensiva portista, muito remendada dada a ausência de Helton, Maicon (ou Abdoulaye) e Alex Sandro e portanto ainda mais permeável. O guardião Fabiano foi um herói, defendendo remates com selo de golo e só por uma vez foi batido, quando Pandev lhe apareceu isolado, a desviar para as suas redes.

Só depois a equipa portista pode respirar um pouco melhor, tentar organizar o seu frágil futebol, mas nada saía bem. O FC Porto nunca foi capaz de chegar à área napolitana com perigo. A construção ofensiva padecia de ligação com as habituais perdas de bola, no último passe, provocando em alguns casos, contra ataque perigosos do adversário com a defesa portista descompensada.

O resultado ao intervalo podia considerar-se muito lisonjeiro para as hostes portistas face ao caudal ofensivo adversário.

Depois do intervalo, o Nápoles voltou a entrar forte e a encostar o Porto às cordas. O segundo golo dos italianos parecia eminente. Mais uma vez Fabiano foi gigante defendendo remates de elevado grau de dificuldade. Os azuis e brancos, hoje todos de branco, não conseguiam importunar a defensiva contrária. O técnico Luís Castro tinha de fazer qualquer coisa e aos 63 minutos procedeu à primeira alteração. Tirou o apagado Carlos Eduardo e fez entrar o raçudo Josué e três minutos depois substituiu o estragador de jogo Varela para meter o codicioso  Ghilas. Aposta ganha.

É que logo depois, numa disputa de bola a meio campo Jackson tocou para Fernando que de imediato desmarcou Ghilas que de primeira fuzilou com êxito as redes de Reina, fazendo calar o San Paolo.






















O golo portista deu confiança à equipa fazendo-a renascer das cinzas e jogar, até final, à Porto. Desaparecera o espectro da eliminação e a equipa passou a jogar com calma, com acerto, com raça e com ambição. A jogar desta forma foi a vez dos italianos abanarem.

Sete minutos depois, na sequência de uma atitude mais ofensiva, Quaresma lançou Danilo sob a direita, o brasileiro meteu na área, Josué recolheu e colocou para a entrada de Quaresma. O  «Mustang» recebeu a bola e encarnou «Harry Potter», criando um lance de pura magia. Evitou dois adversários com troca de pés, evitou o terceiro e rematou para um golo fabuloso.






















Pouco depois Defour falhou por pouco o terceiro golo, com a bola a bater no poste de Reina. Logo a seguir entrou numa fase de gestão do resultado e acabou por sofrer o golo da igualdade.

Empate sofrido mas delicioso que garantiu a passagem aos quartos-de-final. Destaque para Fabiano, um gigante e para a qualidade inegável de Quaresma.