segunda-feira, 31 de outubro de 2011

RECTIFICAR O RESULTADO DO DRAGÃO

Falhada a primeira tentativa de voltar à liderança do Grupo G, o FC Porto está já no Chipre onde terá a sua segunda oportunidade. Para tal necessita vencer o Apoel, que lidera contra todas as previsões. 

Neste Grupo tão equilibrado, nenhum dos resultados possíveis garantirá o que quer que seja, para o bem ou para o mal, no entanto, só a vitória dará aos Dragões maior tranquilidade e principalmente a possibilidade de dependerem de si próprios. Ao contrário, o empate ou a derrota colocará o FC Porto em situação melindrosa, sem margem de manobra e à mercê dos resultados  dos outros.
Ainda que no momento actual os azuis e brancos não atravessem a forma ideal, a equipa continua a ter aspirações e condições para conseguir o melhor resultado, rectificando o resultado do jogo no Dragão. Quando se perde pontos em casa, recuperar fora dela é fundamental. A equipa está consciente disso, razão pela qual confio numa resposta à Porto.

Vítor Pereira não alterou muito a sua convocatória para este jogo. Fucile e Otamendi regressam, ficando de fora Maicon (por opção) e Walter (não inscrito nesta prova).

LISTA DOS CONVOCADOS

Guarda-redes: Helton e Bracali;
Defesas: Sapunaru, Fucile, Rolando, Mangala, Otamendi e Álvaro Pereira;
Médios: Fernando, João Moutinho, Belluschi, Guarín e Defour;
Avançados: Hulk, Kléber, James Rodríguez, Silvestre Varela e Djalma

EQUIPA PROVÁVEL

Competição: Champions League - Grupo G - 4ª Jornada
Palco: GSP Stadium - Nicósia - Chipre
Data e hora: 01 de Novembro de 2011, às 19:45 h
Árbitro: Gianluca Rocchi - Itália
Transmissão: RTP 1

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ANOS 2000) PARTE X

Deco - 98º internacional: Vestiu a camisola com as cores nacionais portuguesas por 75 vezes (19 pelo FC Porto, 37 pelo FC Barcelona e 19 pelo Chelsea FC).

Brasileiro de nascença, Deco obteve dupla nacionalidade, depois de seis anos em Portugal ao serviço de vários clubes portugueses. Como nunca tinha jogado pela Selecção brasileira de futebol, cumpria assim todas as formalidades para se tornar num jogador seleccionável para representar Portugal.

Depois de alguma resistência e pressão de parte da Comunicação Social e de sectores da vida desportiva, entre os quais jogadores da Selecção nacional, Deco acabaria por ser convocado pela primeira vez, por Luiz Felipe Scolari, estreando-se na Selecção das Quinas, em 29 de Março de 2003, por coincidência , para um amigável jogado na cidade do Porto, frente ao Brasil. O luso-brasileiro correspondeu em pleno ao que dele se esperava, marcando inclusivamente o segundo golo, através de um livre directo que garantiu a vitória a Portugal por 2-1. Resultado tanto mais significativo  por se tratar da primeira vitória portuguesa frente ao Brasil, desde o Mundial de 1966. Desde então Deco tornou-se titular indiscutível da Selecção, estando presente em todas as fases finais  dos Mundiais e Europeus realizados até à data (Euro/2004 e 2008 e Mundial/2006 e 2010). Abdicou da selecção no final do Mundial/2010, disputado na África do Sul. Ao longo dos 75 jogos contribuiu com 4 golos da sua lavra.

De seu nome Anderson Luíz de Sousa, imortalizado para o futebol como Deco, nasceu em S. Bernardo do Campo, município brasileiro do estado de S. Paulo. Fez toda a sua formação em clubes do seu país natal, tendo passado pelo Guarani, Juventus da Mooca, Nacional da Barra Funda, Corinthias e Corinthias Alagoano. Aos vinte anos veio jogar para Portugal, contratado pelo Benfica, mas foi imediatamente emprestado ao Alverca, seu clube satélite, da II Divisão, onde o clube lisboeta colocava a rodar os jogadores mais jovens que não cabiam no plantel.

No Alverca começou a mostrar a qualidade do seu futebol. Ainda assim, no final da época 1997/98, o Benfica dispensou-o definitivamente. Deco foi sondado pelos responsáveis do FC Porto, assinou um compromisso temporário com o Salgueiros, clube portuense que militava no escalão principal e a meio da época transitou para as Antas, ainda a tempo de realizar seis jogos e sagrar-se Campeão nacional 1998/99, o inédito Penta.

Na temporada seguinte, 1999/2000 pode jogar com mais regularidade, contribuindo para a conquista da Taça de Portugal. Em 2000/01, Deco assumiu-se definitivamente como titular, tendo marcado seis golos e alinhado em quase todos os jogos da época. Conquistou novamente a Taça de Portugal.

Com a chegada de José Mourinho, Deco libertou toda a sua magia, tornando-se no ídolo da massa adepta portista que lhe dedicou um cântico emblemático: «Ele é o número dez / finta com os dois pés / é melhor que o Pelé / Ele é o Deco allez, allez».

Centro-campista de elevada craveira técnica, finta curta e em progressão, domínio perfeito de bola, qualidade de passe irrepreensível, excelentes assistências para golo, bom recuperador de bolas, exímio na marcação de livres, inteligente na desmarcação e procura de espaços, capacidade e espontaneidade no remate, belos golos, enfim, um verdadeiro fora-de-série, autêntico génio que jogava e fazia jogar, encantando as multidões.

Foi uma das forças motrizes da máquina portista, que cilindrou durante duas épocas o futebol nacional e internacional, com a conquista da Taça Uefa (2002/03), da Liga dos Campeões europeus (2003/04), do bicampeonato nacional (2002/03 e 2003/04), da Taça de Portugal (2002/03) e da Supertaça Cândido de Oliveira (2003/04).

As suas prestações, quer no FC Porto como na Selecção nacional, começaram a atrair a cobiça dos principais emblemas europeus, mas foi o FC Barcelona que venceu a corrida e contratou o jogador para a época de 2004/05. Depois de quatro temporadas em grande nível, com a conquista de vários títulos espanhóis a que somou nova Taça da Liga dos Campeões Europeus, Deco tranferiuse para o Chelsea, treinado pelo seu compatriota Scolari. Fez um bom início de temporada mas as lesões fizeram-no perder, a pouco e pouco, espaço na equipa e ao cabo da segunda época em Inglaterra decidiu voltar ao Brasil, para o Fluminense, clube que ainda representa.

Deco nunca deixou de se mostrar publicamente grato à cidade do Porto, às suas gentes que tão bem o acolheu e ao FC Porto, clube que o ajudou a crescer como atleta e como homem, projectando-o para as luzes do estrelato. Numa entrevista ao site «Mais futebol» confessou:

«Vou continuar portista para sempre. Foi um clube que aprendi a amar e onde aprendi muito. Deu-me tudo e o FC Porto fica comigo para sempre. Lembro-me da recepção que tive o ano passado quando fui lá jogar pelo Chelsea, com muita gente a cantar o meu nome. Foi dos momentos mais emocionantes da minha carreira».

Deco ficará para sempre como um dos mais admirados jogadores que passaram pelo FC Porto.

Palmarés, enquanto jogador do FC Porto: 3 Campeonatos nacionais (1998/99, 2002/03 e 2003/04), 3 Taças de Portugal (1999/00, 2000/01 e 2002/03), 2 Supertaças Cândido de Oliveira (2001/02 e 2003/04), 1 Taça Uefa (2002/03) e 1 Liga dos Campeões Europeus (2003/04). Dragão de Ouro 1999 para o Melhor Futebolista do Ano.

(Continua)
Fonte: International Matches 2003/10

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

DE REPRISE EM REPRISE, DRAGÕES AGUENTAM LIDERANÇA

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)
Sem alterações no onze titular, em relação à equipa que iniciou o jogo frente ao Nacional, o FC Porto, esta noite, voltou a sentir as mesmas dificuldades para assentar o seu jogo. Realizou os primeiros dez minutos em franca desorientação, acumulando os erros que vão sendo a imagem de marca deste principio de época.

Tal desorientação foi aproveitada pelos pacenses que, com alguma irreverência, podiam ter inaugurado o marcador, em função de alguma passividade da defensiva portista, em especial de Sapunaru, preguiçoso a recuperar a posição defensiva.

Seguiu-se um pequeno período em que os Dragões finalmente acordaram, provocando calafrios à defensiva contrária, em pelo menos três ocasiões, tendo como protagonistas Belluschi, Silvestre Varela e Mangala, muito perto de festejarem o golo. Mas foi Sol de pouca dura, pois o futebol molengão e desorganizado voltou a ensombrar a exibição portista, permitindo ao Paços de Ferreira crescer no jogo.

Mas já em cima do intervalo, Álvaro Pereira, aproveitando um dos raros momentos de acerto de Hulk, tabelou com o incrível, cruzou forte para a pequena área onde dois dos melhores jogadores pacenses se atrapalharam e num ressalto, Luisinho, defesa esquerdo do Paços de Ferreira, viu a bola escapar-se para a sua baliza. Estava feito o primeiro da noite, sem honra nem glória.

No segundo tempo, Vítor Pereira deixou Defour no balneário, entrando para o seu lugar João Moutinho. A qualidade do médio «à Porto» logo se fez notar. O perigo começou a rondar com mais frequência a baliza do Paços de Ferreira. Com a entrada de Kléber e James Rodríguez, o futebol portista passou a dar uma imagem mais consentânea com as insígnias de Campeão nacional.

O segundo golo foi obra dos três atletas saídos do banco. Toque de Moutinho, remate de James ao poste e recarga oportuna de Kléber. Estava sentenciado finalmente o desfecho da partida. O Porto entrou em velocidade de cruzeiro e foi à procura do terceiro que chegaria num soberbo pontapé de Moutinho. O jogo conhecia o seu epílogo com o melhor período do FC Porto.

Destaques para Mangala, um jovem defesa central, que alia a sua condição física ao bom sentido posicional e rapidez de execução. A meu ver é, neste momento, o melhor central para jogar ao lado de Rolando. Também para Belluschi, João Moutinho, James Rodríguez e Kléber.

Pela negativa, Sapunaru lento a recuperar a posição; Hulk, completamente desastrado, sem ideias, sem inspiração, muito previsível, egoísta e disparatado, ao ponto de ser vaiado durante o jogo e principalmente aquando da substituição, saindo irritado, directamente para o balneário e ainda Walter que hoje foi uma nulidade.

Mesmo sem jogar bem o FC Porto vai ganhando com mérito, vai marcando muitos golos e vai-se mantendo na liderança do Campeonato, que é o mais importante.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PASSOS CERTOS PARA A VITÓRIA

Esta Sexta-feira o FC Porto vai entrar em acção para defrontar o Paços de Ferreira, em jogo a contar para a 9ª jornada da Liga Zon Sagres.

Trata-se de mais um jogo em que os Dragões terão de apelar à melhor capacidade técnica e demonstrar em campo a sua superioridade. A tarefa não é fácil, competindo aos atletas portistas ultrapassar as dificuldades e transforma-las num jogo acessível.

Ainda que o momento da equipa não seja o melhor, acredito que, os atletas chamados ao confronto saberão conquistar os três pontos, único objectivo que importa alcançar para manter a liderança.
Vítor Pereira fez apenas uma alteração na lista dos convocados. Entrou Maicon e saiu Otamendi. Fucile recuperou da lesão mas também ficou de fora, tal como Cristian Rodríguez, por opção. Os únicos atletas entregues ao departamento médico são Iturbe e Emídio Rafael.


LISTA DOS CONVOCADOS


Guarda-redes: Helton e Bracali;
Defesas: Sapunaru, Rolando, Mangala, Maicon e Álvaro Pereira;
Médios: Fernando, João Moutinho, Belluschi, Guarín e Defour;
Avançados: Hulk, Kléber, Walter, James Rodríguez, Silvestre Varela e Djalma


EQUIPA PROVÁVEL
Competição: Liga Zon Sagres 2011/12 - 9ª Jornada
Palco: Estádio do Dragão - Porto
Data e hora: 28 de Outubro de 2011, às 20:15 h
Árbitro: Hugo Miguel - A.F. Lisboa
Transmissão: SportTv1

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CERIMÓNIA DE ENTREGA DOS DRAGÕES DE OURO

Para quem não conseguiu assistir à gala de entrega dos Dragões de Ouro, realizada ontem,no Coliseu, com transmissão directa pelo Porto Canal, aqui fica o discurso de encerramento da cerimónia, efectuado de improviso, pelo nosso  Presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa:

Foi uma noite fantástica, como acontece todos os anos, a atribuição destes troféus e hoje estamos todos felizes. Eu queria realçar e agradecer a todos a vossa presença. Vocês todos fizeram a festa proporcionando o brilho. Queria, de uma maneira muito especial, agradecer ao senhor ministro Miguel Relvas, que veio propositadamente de Lisboa para nos honrar com a sua presença. Ficamos muito gratos ao senhor ministro da Defesa, Sr. José Pedro Aguiar Branco, portuense ilustre e portista de coração e também  o nosso sentido e grande abraço ao senhor secretário de Estado, Dr. Alexandre Mestre e Dr. Marco António Costa que também vieram propositadamente. Ao senhor presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Sr. Gilberto Madaíl, aos senhores deputados, aos senhores presidentes de Câmara, aos senhores presidentes de clubes amigos, a todos vós sem excepção um grande abraço, muito obrigado. 

De um modo particular, não posso deixar de referir que esta festa só foi possível pelo naipe fantástico que tivemos de Dragões de Ouro: 

Desde a Casa de Alfândega da Fé, que na região é o embaixador permanente do FC Porto; à Casa da Venezuela, que em Caracas, ainda há uns dias, conseguiu fazer uma festa com mais de 600 pessoas, num entusiasmo transbordante; 
Ao Rui Carvalho eleito pelos seus colegas como o Funcionário do Ano; 
Ao Cipriano Oliveira, prémio de carreira, por tantos anos ao serviço do FC Porto; 
Desde o Dragão de Ouro para o Dragão Force que é o futuro do nosso Clube; 
Ao Santos Oliveira, atleta amador, que no Bilhar, secção modelo do FC Porto nos enche de vitórias; 
Ao Reinaldo Ventura, atleta de alta competição, que é um símbolo de força e inteligência ao serviço do FC Porto; 
Ao Christian, que foi o jovem do ano, de quem muito esperamos, actualmente ao serviço de um clube amigo que é o Rio Ave; 
Ao Dragão da jovem Revelação, que foi o James Rodríguez, de quem tanto também esperamos; 
Ao Hulk, ao incrível Hulk, que todos nós admiramos e que todos nós sabemos que por tanto valor que tem é constantemente perseguido; 
Ao João Moutinho, atleta à Porto, antes ainda de o ser, conforme eu tinha dito, com a certeza de que ele será um Dragão de Ouro à Porto e cada vez mais será um símbolo do FC Porto;
Ao Dragão Sócio/adepto, Dr. Paulo Teixeira Pinto. É um prazer também tê-lo aqui;
Da mesma forma que fiquei feliz pelo Dragão de Ouro para o Parceiro ter sido concedido à Unicer. Só peço ao Dr. Pires de Lima que, antes de o levar para a Unicer, deixe fotografar a sua filha Madalena com o Dragão, porque ela é portista como todos nós e naturalmente que será um momento de felicidade para pai e filha;
Fiquei muito feliz por ver, mais uma vez reconhecido o mérito do Ilídio Pinto, Dragão de Ouro como Dirigente, por unanimidade eleito. É um símbolo do amor ao FC Porto;
Naturalmente fiquei muito feliz por termos aqui connosco o Pôncio Monteiro. Ele esteve aqui connosco, com a Isabel e com todos nós;
Fiquei igualmente muito feliz por o Dragão de Ouro para o Treinador ter sido, por unanimidade também, entregue a quem não podia deixar de ser, ao André Villas-Boas. E hoje quero aqui dizer, dirigindo-me a ti André, que quando um dia escreveres as tuas memórias, lhe ponhas o título "A MINHA CADEIRA DE SONHO", porque eu sei que esta foi a tua cadeira de sonho e quando o disseste, disseste-o com a convicção e o amor que tens ao FC Porto e será sempre naturalmente a tua cadeira de sonho, que te fará sentar em muitas outras cadeiras. E se escreveres dentro dos próximos trinta anos, se quiseres eu faço-te o prefácio;
E o Dragão de Honra foi uma alegria enorme entregá-lo ao arquitecto Manuel Salgado. Falar do arquitecto Manuel Salgado sem se associar a este nome tudo aquilo que ele fez, durante a sua brilhante carreira, é obrigatório associá-lo ao Estádio do Dragão e ao Dragão Caixa. E quando se fala do Estádio do Dragão e do Dragão Caixa também nos lembramos do arquitecto Manuel Salgado. Muitos parabéns, fiquei muito feliz por lhe poder entregar, com toda a justiça o Dragão de Honra.
Queria agradecer a todos porque o passado não nos pertence, não é nosso. O passado pertence à História e serão os historiadores que farão com que outros o conheçam.  O futuro a Deus pertence, mas o presente é nosso e o nosso presente é uma grande festa, uma grande gratidão, com todos aqueles que aqui vieram propositadamente para conviver connosco, para glorificar os nossos Dragões, para lhes dizer obrigado e eu, daqui vos retribuir com um grande abraço, do fundo do coração, um grande agradecimento por aqui terem estado e por terem abrilhantado desta maneira esta festa dos Dragões de Ouro e do Dragão de Honra.

Muito obrigado a todos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ANOS 2000) PARTE IX

Maniche - 97º internacional: Vestiu a camisola da Selecção nacional por 52 vezes (24 pelo FC Porto, 4 pelo Dínamo de Moscovo, 10 pelo Chelsea, 13 pelo Atlético de Madrid e 1 pelo Inter de Milão. Apontou um total de sete golos, dois dos quais na fase final do Euro/2004. Também esteve presente na fase final do Mundial/2006, onde Portugal arrancou o 4º lugar, tendo feito parte da lista dos dez jogadores mais valiosos da competição, fruto das suas excelentes exibições, coroadas com dois golos, frente ao México e Holanda.

Natural de Lisboa, começou a sua carreira de futebolista nas escolas de formação do Benfica, tendo-se estreado como profissional na temporada de 1995/96.

Antes de se afirmar como uma estrela bem cintilante no panorama do futebol nacional e internacional, Maniche passou ainda, durante três épocas, por empréstimo, pelo Alverca, até regressar ao seu clube de origem em 1999/2000. Alguma irreverência somada a problemas disciplinares, criaram o clima propício para nova saída, razão pela qual apareceu, de forma algo surpreendente, ligado ao FC Porto, a custo zero, durante o defeso que antecedeu a época 2002/03.

Escolhido e treinado pelo «Special One» José Mourinho, que o conhecia aquando da sua efémera passagem pelo Benfica, logo se destacou como um dos mais influentes jogadores portistas, vencendo, logo no ano de estreia, as três mais importantes competições em disputa: a Taça Uefa, o Campeonato nacional e a Taça de Portugal.

Na época seguinte voltou a estar em grande, contribuindo para mais um conjunto de êxitos inolvidáveis, que culminou com a conquista da Liga dos Campeões Europeus, depois de já ter garantido a vitória na Supertaça Cândido de Oliveira e o Campeonato Nacional.

Maniche foi o que se pode chamar, no futebol moderno, um "box to box" (posição também conhecida por volante). Dotado de grande pulmão, estendia a sua acção de uma área à outra, aparecendo com frequência na zona de finalização.  Dos seus imensos dotes técnicos evidenciavam-se a sua excelente qualidade de passe (a longa, média ou curta distância), a sua magnífica visão de jogo, a rapidez de raciocínio, a facilidade de ganhar espaços entre linhas e ainda a invulgar capacidade de remate de média e longa distância, que lhe proporcionaram belos golos.

Na terceira época ao serviço do FC Porto, Maniche deixou-se contagiar pela ansiedade do «salto a todo o custo», para campeonatos mais competitivos e/ou incomparavelmente mais atractivos financeiramente, enveredando por um comportamento oscilante, que haveria de dar os frutos ambicionados. Assim, depois de ter vencido mais uma Supertaça Cândido de Oliveira e a Taça Intercontinental, foi cedido ao Dínamo de Moscovo por 16 milhões de euros.

Maniche acabou percorrendo uma trajectória muito idêntica à de Costinha. Também ele não voltaria a exibir-se ao mesmo nível.

Em Moscovo não foi feliz e acabaria, primeiro emprestado ao Chelsea e depois ao Atlético de Madrid, onde permaneceu durante três temporadas. Pelo meio ainda vestiu a camisola do Inter de Milão. Em 2009/10 ingressou no FC Colónia, da Alemanha, regressando a Portugal em 2010/11, para representar o Sporting. Com a chegada de Domingos Paciência aos leões, esta época, acabou dispensado.

(Continua)
Fonte: International Matches 2003/09

domingo, 23 de outubro de 2011

CHUVA DE GOLOS EM EXIBIÇÃO OUTONAL

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)

Numa tentativa de melhorar o plano exibicional da equipa portista, Vítor Pereira fez cinco alterações no onze titular, promovendo Mangala, Belluschi, Defour, Walter e Silvestre Varela, relegando para o banco Otamendi, João Moutinho, Guarín, Kléber e James Rodríguez. 

A verdade é que tal não foi completamente coroada de êxito. Valeu sobretudo pela manifestação de coragem e de humildade, pelo reconhecimento da necessidade de mudar e corrigir. Houve mais velocidade, mais dinamismo, mas manteve-se a falta de sincronismo e a falta de confiança, patenteadas nas deficientes recepção da bola e qualidade de passe, na dificuldade de ligação das jogadas e na escolha da melhor opção, que transformou o jogo num espectáculo muito pobre.

Ficou evidente o abaixamento de rendimento de jogadores nucleares, sendo o mais flagrante o do incrível Hulk (hoje com new look - cabelo pintado... de loiro burro), a quem quase nada saiu certo.  Belluschi e Defour estiveram pouco felizes, Silvestre Varela, alternou coisas razoáveis com outras medíocres, Walter esteve combativo e lá conseguiu facturar, ainda que em posição irregular, tendo o mérito de aparecer no sítio certo para empurrar e o mais certinho, aquele que melhor rendimento conseguiu, foi o central Mangala, ainda que não isento de um ou outro erro. Para mim foi o melhor jogador portista, até à entrada de João Moutinho, a 19 minutos do termo da partida, ainda a tempo de contribuir para um epílogo à Porto. Guarín também foi chamado ao jogo, na mesma altura, voltando a demonstrar muitas dificuldades.

Foi melhor o resultado que a exibição, num final de tarde de Outono chuvoso com uma assistência, também ela pobre (23.135 corajosos portistas). 

A liderança continua salvaguardada, com o ataque mais realizador e o resultado mais dilatado da prova.

sábado, 22 de outubro de 2011

ATENÇÃO, VAMOS DEFRONTAR... OS CARRASCOS!

O compromisso que se segue, trás ao Dragão  o Nacional da Madeira, clube que mais vezes ganhou neste lindo Estádio (3), duas das quais por números surpreendentes (4-0 e 3-0), motivos mais que suficientes para antever dificuldades acrescidas.

O momento portista não é nada famoso, como ficou demonstrado no último jogo, frente ao Apoel. Que FC Porto teremos amanhã? O lento, desinspirado e descrente, desta época ou o ambicioso, possante e autoritário, da época passada? A resposta só a teremos depois do jogo.

A verdade é que alguns dos atletas mais influentes passam por menor rendimento e talvez fosse aconselhável dar a oportunidade a outros que aguardam a sua oportunidade. Não sei se Vítor Pereira terá coragem de assumir a situação e operar às alterações, no onze titular, que se impõem. Tenho para mim que vai continuar a insistir na mesma equipa que defrontou os cipriotas.

A lista de convocados, reflecte isso mesmo. Só saiu Souza para entrar Walter. Fucile ficou de fora por lesão.

LISTA DOS CONVOCADOS

Guarda-redes: Helton e Bracali;
Defesas: Sapunaru, Rolando, Otamendi, Mangala e Álvaro Pereira;
Médios: Fernando, João Moutinho, Guarín, Belluschi e Defour;
Avançados: Hulk, Kléber, Walter, James Rodríguez, Silvestre VArela e Djalma

EQUIPA PROVÁVEL

Competição: Liga Zon Sagres 2011/12 - 8ª Jornada
Palco: Estádio do Dragão - Porto
Data e hora: 23 de Outubro de 2011, às 18:15 h
Árbitro: Cosme MAchado - A.F. Braga
Transmissão: TVI

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

HULK AVANÇA NO RANKING DOS GOLEADORES PORTISTAS

Com o golo marcado ontem, no Dragão, o incrível Hulk soma 13 golos nas competições da Uefa, com a camisola do FC Porto. Ultrapassou Pena e Deco (12 golos), igualou Lisandro Lopez (13 golos) e ameaça a quarta posição do Top Ten, de Rabah Madjer e  Derlei (14 golos).
Curiosamente, Hulk estreou-se a marcar, nas provas da Uefa, precisamente contra o adversário de ontem, o Apoel, marcando os dois golos, que nessa altura garantiram a vitória portista, no Estádio do Dragão, em Outubro de 2009.
(Clicar no quadro para ampliar)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

MAIS UM PASSO EM FALSO

FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)

Saiu gorada a tentativa do FC Porto chegar à liderança da classificação, ao ceder um empate, no seu reduto, frente ao líder, que surpreendentemente fez questão de dissipar a ideia de quem o apontava como o clube mais fraco deste Grupo.

Ciente da importância de somar os três pontos em disputa, o FC Porto entrou disposto a assumir o comando da partida, conseguindo um golo de livre directo, aos 13 minutos, por Hulk, depois de ter feito um aviso por Kléber, num remate de primeira e à meia volta, que o guardião contrário defendeu para canto.

Mas a resposta do Apoel foi pronta e volvidos apenas seis minutos repôs a igualdade num trabalho exemplar de Aírton, que depois de evitar dois defesas portistas, rematou rasteiro e colocado, sem hipóteses de defesa para Helton.

Os Dragões acusaram o toque e não mais conseguiram conquistar espaços à bem organizada   defensiva cipriota que actuava como um bloco, muito certinho, sem falhas, bom toque de bola, qualidade de passe e inteligência ao serviço do colectivo.

Ao contrário, o FC Porto perdeu ritmo, intensidade, inspiração e discernimento, facilitando a vida ao adversário. A maior posse de bola e numero de remates conseguidos pecaram pela falta de qualidade e foi com toda a naturalidade que o intervalo chegou sem mais nada digno de registo.

No segundo tempo o futebol portista não se alterou sobressaindo três remates perigosos de  Hulk (um de livre directo), que mereciam melhor sorte. Pelo meio, Helton teve de intervir com muita competência para evitar, por duas vezes, o escândalo.

Exibição cinzenta e preocupante, a dar a ideia que a equipa passa realmente por um momento periclitante. A defesa continua a dar brindes. Hoje Otamendi entregou de bandeja o ouro ao bandido, mas Helton resolveu. Os laterais estiveram lentos e complicados. O meio campo esteve muito apagado com Moutinho e sobretudo Guarín  em claro sub-rendimento. Na frente, Kléber esteve activo mas infeliz no remate e James muitos furos abaixo das expectativas. Também Vítor Pereira não esteve feliz a mexer na equipa. Se as entradas de Silvestre Varela, Belluschi e Defour foram bem observadas, já a saída de Fernando me pareceu desastrada. Creio que seria mais plausível a saída de Guarín.
O trabalho do árbitro foi deplorável e enervante. Carregou os jogadores azuis e brancos cartões, numa sinfonia de amarelos, a maioria deles sem qualquer fundamento. Então o mostrado ao James, por alegada simulação é de bradar aos Céus. O mais justo terá sido o aplicado a Guarín, na sequência de um desaguisado entre uma série de jogadores.

Destaco na formação portista dois nomes, os que mais contribuíram para que o resultado não fosse pior: Hulk e Helton, o resto foi paisagem!


terça-feira, 18 de outubro de 2011

OPERAÇÃO - REGRESSO À LIDERANÇA

É com o pensamento na vitória que o FC Porto se vai apresentar amanhã, no Estádio do Dragão, onde vai receber o  líder do Grupo G, da Champions League, o surpreendente Apoel.

Ao contrário do que se poderia imaginar, trata-de de um adversário complicado,  já com alguma experiência nesta competição, possuidor de bastante qualidade, explorando bem as transições e o desespero dos adversários. 

É a segunda visita deste adversário cipriota ao Estádio do Dragão. A primeira aconteceu em 21 de Outubro de 2009, igualmente para a fase de Grupos da Champions League, com vitória portista, por 2-1, com golos do incrível Hulk.

Recordo que nessa altura o Apoel era uma equipa mais fraca, mas mesmo assim foi capaz  de criar grandes dificuldades ao ponto do FC Porto ter feito uma exibição medíocre.

RESUMO HISTÓRICO SOBRE O ADVERSÁRIO

O Apoel FC foi fundado em 1926, época em que a Ilha insular do Mar Mediterrâneo era uma simples colónia  de Inglaterra, com o intuito de representar todos os gregos residentes em Nicósia, resultado do entusiasmo de um grupo de amigos que por isso começou por se chamar Atlético Clube de Futebol dos Gregos de Nicósia. Mais tarde passou a Poel e só em 1928 assumiu o nome de Apoel.

Em 1934 este clube foi decisivo para a criação da Federação de Futebol do Chipre, um passo fundamental rumo à profissionalização. O primeiro campeonato cipriota foi organizado dois anos mais tarde. O Apoel confirmou o favoritismo e alcançou um título inédito em todos os sentidos, tanto para o país quanto para o Clube. 

Embora não seja ainda muito conhecido na comunidade futebolística europeia, possui um currículo notável, no seu país (50 títulos: 20 Campeonatos nacionais, 19 Taças e 11 Supertaças), que lhe garante a hegemonia nacional. A euforia perdurou pelos anos seguintes mas foi gravemente abalada em 1948, ano em que a ilha sofreu com a guerra civil.

A década de 70 foi simplesmente mágica para os adeptos do Apoel, com uma trajectória de sucesso que não seria porém suficiente para impulsionar uma completa profissionalização do futebol do Chipre. Os clubes trabalhavam com orçamentos irrisórios e os atletas recebiam salários bem inferiores quando comparados com a realidade do futebol europeu. O próprio Apoel passou por uma grave crise financeira.

Só nos anos 90 as coisas  começaram a melhorar. Sob a presidência de Mike Leonnides, o Apoel passou a funcionar no formato clube-empresa, garantindo o poder financeiro para sonhar com outros voos.

O plantel desta equipa cipriota é orientada pelo treinador sérvio Ivan Jovanovic, que já vai na sua quinta época. Dispõe no seu plantel de 3 portugueses (Paulo Jorge, Hélio Pinto e Nuno Morais), para além de Manduca, um brasileiro que já jogou em Portugal (Marítimo e Benfica).

ANTEVISÃO DO JOGO

Depois da intragável derrota sofrida na Rússia, onde a equipa azul e branca deixou uma imagem nada consentânea com o estatuto europeu que realmente possui, que a relegou para um nada dignificante 3º lugar, aos Dragões só se pede profissionalismo e ambição. Recuperar a liderança tem de ser o objectivo. Por isso, só a vitória pode ser equacionada.

Vítor Pereira operou sete alterações na lista de convocados para este jogo. Regressam os habituais titulares e saem Kadú, Fucile, Maicon, Alex Sandro, Iturbe, Walter e Cristian Rodríguez.

LISTA DOS CONVOCADOS

Guarda-redes: Helton e Bracali;
Defesas: Sapunaru, Rolando, Otamendi, Mangala e Álvaro Pereira;
Médios: Fernando, João Moutinho, Guarín, Souza, Belluschi e Defour;
Avançados: Hulk, Kléber, James Rodríguez, Djalma e Silvestre Varela

EQUIPA PROVÁVEL

Competição: Champions League - Grupo G - 3ª Jornada
Palco: Estádio do Dragão - Porto
Data e hora: 19 de Outubro de 2011, às 19:45 h
Árbitro: Antony Gautier - França
Transmissão: SportTv1