sábado, 29 de junho de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 60

ÉPOCA 1962/63

Janos Kalmar foi o técnico húngaro escolhido para renovar a equipa. Foram dispensados muitos atletas, com destaque para Monteiro da Costa, Teixeira, Barbosa, Noé e Morais.

Eliminado logo na primeira ronda da Taça das Cidades com Feira, pelo Dínamo de Zagreb que ganhou nas Antas por 2-1 e empatou na Jugoslávia a zero, o FC Porto, depois de vencer o Benfica na Luz, chegou a Dezembro em primeiro lugar, mas viria a ceder na parte final do campeonato tendo-se que contentar com a 2ª posição a uma distância 6 pontos do Benfica.

Na Taça de Portugal, o sonho terminou bem cedo, mais precisamente nos quartos-de-final, depois de ter eliminado sucessivamente o V.Setúbal, o Feirense e o Leixões. O carrasco foi o Belenenses, que empatou nas Antas (1-1) e venceu no Restelo (3-0).

O plantel de então era constituído pelos seguintes atletas:Américo, Rui, Festa, Mesquita, Miguel Arcanjo, Joaquim Jorge, Paula, Virgílio, Atraca, Carlos Baptista, Custódio Pinto, Serafim, Jaime, Hernâni, Azumir, Carlos Duarte, Jorge Gomes, Nóbrega e Perdigão.

FOTO DE UM CONJUNTO DE ATLETAS DESSA ÉPOCA






















Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Américo, Virgílio, Ivan, Miguel Arcanjo, Festa, Joaquim Jorge, Paula e Rui; Em baixo, pela mesma ordem: Carlos Duarte, Azumir, Jaime, Custódio Pinto, Hernâni, Serafim e Perdigão.

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e foto do blog Lôngara - Actividade Literária, do amigo Armando Pinto

sexta-feira, 28 de junho de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 60


ÉPOCA 1961/62

O FC Porto apostou no húngaro Gyorgy Orth, que já tinha treinado em Itália, França, Argentina, Colômbia e Peru, para assumir o comando técnico da equipa. Depois de um começo hesitante, a entrada do avançado brasileiro Azumir colocou a equipa na discussão do título até à última jornada, mas a derrota do FC Porto em Guimarães, no fecho do campeonato deitou tudo a perder.

Azumir foi o melhor marcador do campeonato, com 23 golos em 20 jogos e o FC Porto quedou-se pelo 2º lugar a 2 pontos do Sporting.

Na Taça de Portugal a equipa azul e branca caiu nos oitavos-de-final, frente ao Benfica, depois de ter deixado pelo caminho, Espinho e Beira-Mar.

Acresce o facto do treinador Gyorgy Orth, de 60 anos, ter falecido no dia 11 de Janeiro de 1962, tendo ainda orientado a equipa na 12ª jornada, jogada no Barreiro contra a Cuf. O seu lugar foi ocupado por Francisco Reboredo, um homem sempre pronto para acudir às necessidades.

Do plantel faziam parte os seguintes jogadores: Américo, Rui, Ivan, Paula, Serafim, Virgílio, Miguel Arcanjo, Custódio Pinto, Hernâni, Azumir, Jaime, Festa, Carlos Duarte, Mesquita, Perdigão, Barbosa, Noé, Teixeira, Juca, Monteiro da Costa e Morais.

FOTO DE UMA DAS EQUIPAS POSSÍVEIS DESSA ÉPOCA

















Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Rui, Juca, Monteiro da Costa, Coimbra, Miguel Arcanjo, Ivan e Américo; Em baixo, pela mesma ordem: Carlos Duarte, Hernâni, Noé, Serafim e Perdigão.

Fonte: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar. Foto do Azumir do blog Lôngara - Actividade Literária, do amigo Armando Pinto

quinta-feira, 27 de junho de 2013

EQUIPAS DO PASSADO

Enquanto as competições não começam, decidi ir aos arquivos e fazer uma evocação de algumas equipas do FC Porto, que eu vi jogar ao vivo, as mais antigas, ainda no meu tempo de criança e que contribuíram para alicerçar a paixão que se tornou irreversível.

A morar perto do Estádio das Antas e com progenitores portistas, essa paixão não foi difícil de florescer. Sócio desde tenra idade, as visitas domingueiras ao estádio tornaram-se num ritual indispensável.

Aí assisti ao evoluir de um sem número de atletas, alguns de elevada capacidade técnica, que me fizeram gostar cada vez mais deste desporto rei, como do próprio Clube.

Embora me recorde vagamente de algumas equipas e jogadores dos finais da década de 50, entendi que seria mais pertinente começar pelas da década seguinte, altura em que a minha paixão estava já consolidada.

 ÉPOCA 1960/61

A época começou com novidades no comando técnico da equipa. O checoslovaco Fernando Daucik fora substituído pelo treinador brasileiro Otto Vieira. O plantel contava com 21 jogadores: Acúrsio, Américo, Vírgilio, Ivan, Miguel Arcanjo, Hernâni, Carlos Duarte, Noé, Teixeira, Monteiro da Costa, Paula, Morais, Serafim, Barbosa, Perdigão, Dicão, Jaime, Luís Roberto, Sarmento, Montaño e Perico.

O FC Porto começou bem o campeonato, mas no final quedou-se pelo terceiro lugar, a 13 pontos do líder. Em 26 jogos coleccionou 14 vitórias, 5 empates e 7 derrotas. Otto Vieira não resistiu à derrota nas Antas, frente à Académica, em 5 de Março de 1961, na 20ª jornada e foi substituído por Francisco Reboredo, até ao final da época.

Já na Taça de Portugal, o FC Porto conseguiu chegar à final, eliminando sucessivamente o Lusitano de Évora, o Boavista, a Cuf, o Sacavenense e o Sporting.

Tendo em conta que o outro finalista era o Leixões, clube da mesma Associação distrital, a FPF concedeu que o jogo da final se disputasse no Estádio das Antas, por acordo entre os clubes envolvidos.

Surpresa das surpresas, o Leixões venceu por 2-0 e arrebatou o troféu!

FOTO DE UMAS DAS POSSÍVEIS EQUIPAS DESSA ÉPOCA




















Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Virgílio, Barbosa, Miguel Arcanjo, Luís Roberto, Monteiro da Costa e Acúrsio; Em baixo, pela mesma ordem: Carlos Duarte, Hernâni, Noé, Teixeira e Perdigão

Fontes: FC Porto - Fotobiografia, de Rui Guedes e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar

quarta-feira, 26 de junho de 2013

DRAGÃO CATEDRÁTICO - SABIA QUE...
















... o FC Porto foi classificado de Instituição de utilidade pública, em 23 de Março de 1928?


Entre todos os apontamentos que têm de figurar na história do FC Porto, há um que precisa ser colocado em lugar de honra. O Decreto-lei que estabeleceu a «Utilidade Pública» no clube, corria o ano de 1928. 

Vários desportistas contribuíram para transformar este sonho em realidade e por isso também nós não esquecemos. Basta transcrever o que sobre o assunto se lê no relatório dessa época:

«UTILIDADE PÚBLICA» - A Direcção reconheceu que traria vantagens para o clube, conseguir que fosse considerado Instituição de Utilidade Pública. Lançou ombros à empresa e, transpostos obstáculos, obteve o almejado diploma. A concessão do Governo representou uma merecida honra e homenagem, além de que poderá servir para determinados fins em vista. O Decreto que insere a determinação governamental vai publicado no relatório, e é nosso dever propor louvor ao Ministro que o promulgou, Sr. Dr. Alfredo de Magalhães.

No seguimento desta mercê foram poderosos auxiliares o nosso prezado consócio Sr. António Pinto Machado, o Exmo. Sr.Joaquim de Vasconcelos, distinto Chefe de Repartição do Ministério da Instrução Pública, os consócios Srs. Tomás Vilaça e João Cal e os Srs. Dr. Manuel de Castro e engenheiro Artur Fernandes de Sousa, não podendo esquecer o Exmo. Sr. Dr. José Pontes, do Comité Olímpico Português.

Fonte: Revista Dragões - Retalhos da nossa História, por Maria Luísa Rodrigues Teles

segunda-feira, 24 de junho de 2013

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 9












CUSTÓDIO PINTO - Goleador Nº 9

Apontou 103 golos em 333 jogos disputados durante as 10 épocas ao serviço do FC Porto.

Custódio João Pinto nasceu a 9 de Fevereiro de 1942, no Montijo e começou a sua carreira de futebolista no clube local, o CD Montijo.

Ingressou no FC Porto na temporada de 1961/62, com 19 anos de idade para preencher um lugar no meio-campo portista, como armador e distribuidor de jogo, fazendo alarde da sua extraordinária visão de jogo, capacidade de colocação da bola à distância e ainda do seu apurado faro para o golo. Para além disso, possuía excelente dribe em progressão, remate espontâneo com os dois pés e um superior jogo de cabeça.

A sua estreia oficial com a camisola do FC Porto aconteceu no dia 29 de Outubro de 1961, na 4ª jornada do Campeonato Nacional, jogada no Estádio das Antas, frente ao SC Salgueiros, com vitória portista por 1-0, sob a orientação técnica do treinador húngaro Gyorgy Orth.






















O «mestre» José Maria Pedroto, atento às suas qualidades, transformou-o num importante ponta-de-lança, tendo então ganho a alcunha de «cabecinha de ouro», pela facilidade e quantidade de golos que fazia de cabeça.

Foi o capitão da equipa azul e branca durante muito tempo e foi nessa condição que ergueu a Taça de Portugal de 1968, no Estádio do Jamor, onde o FC Porto derrotou o V. Setúbal por 2-1, único título nacional da sua carreira.















Vestiu a camisola da Selecção nacional por treze vezes e marcou um golo. Estreou-se contra a Suíça, num jogo amigável em que Portugal perdeu por 3-2 e fez parte da Selecção dos «Magriços», tendo apenas sido utilizado contra a Roménia, precisamente o último jogo da fase de qualificação para a fase final, naquele que constituiu a primeira qualificação de Portugal, para um grande certame internacional, no caso, o Mundial de Futebol de 1966, jogado em Inglaterra, onde Custódio Pinto esteve com a camisola nº 19, mas sem a oportunidade de se estrear.

Ainda participou num Portugal-Grécia, a 4 de Maio de 1969, a contar para o apuramento do Mundial de 1970.

Acabou dispensado pelo Clube no final da época de 1970/71, rumando a Guimarães, onde ainda jogou quatro épocas em bom nível.

Depois de encerrada a sua carreira de futebolista, Pinto serviria ainda o FC Porto como treinador nas camadas jovens.

Palmarés ao serviço do FC Porto (1 título):
1 Taça de Portugal (1967/68)

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar; Figuras e Factos, deJ. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias

sexta-feira, 21 de junho de 2013

JOÃO MOUTINHO, O INTERNACIONAL PORTUGUÊS QUE SE FOI.

Com a sua transferência para o Mónaco, João Moutinho encerrou no passado dia 10, o ciclo FC Porto bem como o seu contributo à Selecção nacional, como atleta azul e branco. 

Quando chegou, contava com 26 internacionalizações e sai agora com 59. Mais que duplicou. 
As 33 internacionalizações, ao serviço do FC Porto, encaixam-no no 10º lugar do ranking dos internacionais portistas, enquanto atletas do Clube.

Jorge Fucile (15º - 30 intern.) e Lucho Gonzalez (30º - 23 intern.), são os atletas do actual plantel que se encontram mais próximos e aparentemente sem grandes possibilidades de poderem melhorar.

Certamente que a  carreira internacional de Moutinho vai continuar auspiciosa, pois valor não lhe falta.

Boa sorte.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

DRAGÃO CATEDRÁTICO - SABIA QUE...
















... no tempo da «outra senhora» o presidente da Federação Portuguesa de Futebol só podia ser indicado pelos três clubes de Lisboa (Benfica, Sporting e Belenenses)?



Deve ser essa a «transparência» que alguns «artistas» do dirigismo desportivo português e não só, reclamam para os dias de hoje. «Transparência» responsável por uma  falsa hegemonia, fabricada aos interesses da capital do Império salazarista e que só terminou com a Revolução de Abril e os novos métodos democráticos.

Ora por essa altura, o bastião do futebol nacional, FPF, foi sempre comandado por presidentes conotados com o regime político vigente, indicados pelos três grandes de Lisboa, Benfica, Sporting e Belenenses.

Esses senhores punham e dispunham e consideravam-se personagens omnipotentes e omniscientes. Senhores de autoritário domínio, entendiam que os demais dirigentes desportivos, nomeadamente os dos clubes da província, tinham a obrigação de se submeterem às tirânicas e prepotentes decisões dos comandos da FPF.

A Comissão de Arbitragem estava ligada à Direcção Geral dos Desportos, organismo sob a jurisdição do Ministério da Educação Nacional, que tinha a responsabilidade de nomear o Presidente da referida Comissão. Ora também aqui, todos os seus membros tinham que estar radicados em Lisboa e os vogais tinham obrigatoriamente de residir num raio de 50 km da capital.

Quando confrontados com esta realidade, os adeptos desses clubes defendem-se com o facto de Salazar nunca ter patenteado grande interesse pelo desporto e muito menos pelo futebol.

Esquecem-se porém de que o lema do Estado Novo foi tornar a capital de Portugal e os concelhos limítrofes numa «Metrópole» das mais progressivas do universo e por isso, o governo de Salazar privilegiou, com a sua protecção, apoio e política centralista, todos os sectores da vida civil e desportiva, com benefícios claros para os clubes de Lisboa.

Só a partir da Revolução de Abril foi possível à FPF eleger um presidente indicado por outras associações e/ou outros filiados na Federação, democraticamente submetido a sufrágio, em concorrência com outros candidatos.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 8












CORREIA DIAS - Goleador Nº 8

Apontou 113 golos em 122 jogos disputados, durante as oito épocas ao serviço do FC Porto (1941 a 1949). Aliás, em rigor, não devemos ignorar que este avançado portista começou a dar o seu contributo à equipa sénior, na época de 1939/40, tendo então sido utilizado em dois jogos do Campeonato Regional do Porto, nos quais apontou um golo em cada uma dessas partidas. Reapareceria em toda a sua plenitude, como titular indiscutível a partir da época 1941/42.

Manuel Babo Correia Dias nasceu  no dia 24 de Março de 1919, em Ovar e fez toda a sua formação nas escolas do FC Porto.

A sua estreia na equipa sénior do FC Porto aconteceu no dia 22 de Outubro de 1939, no Campo da Constituição, em jogo da 3ª jornada do Campeonato Regional do Porto, frente ao Leça FC, com vitória portista por 3-1, com o último golo azul e branco da sua autoria.

Os dados a que tive acesso não explicam a sua ausência no plantel portista, durante a época seguinte (1940/41), mas tudo leva a crer que tenha tido a ver com a sua mentalidade puramente amadora e ao facto de pertencer a uma família da média burguesia, estabelecida em Ovar com um armazém comercial sob o nome de «Correia Dias & Fos., Lda.», que certamente estaria mais interessada em influenciá-lo para os negócios.

O certo é que Correia Dias reapareceu na temporada de 1941/42 e em grande estilo. Logo na sua estreia deu nas vistas com dois golos frente ao Vitória de Guimarães. No final da temporada consagrou-se como o melhor marcador do Campeonato Nacional, com 36 golos marcados, em 21 jogos disputados. O jovem goleador passou então a ser respeitado e temido, não só pelo seu instinto natural para o golo, como também pela sua envergadura física, era bastante alto e chegou a pesar mais de cem quilos. Na temporada de 1945/46 voltou a estar perto de repetir a proeza, marcando 25 golos em 22 jogos, insuficientes no entanto para ser o melhor marcador desse campeonato.






















Não venceu qualquer título nacional pelo seu FC Porto, mas foi peça fundamental na épica vitória frente ao Arsenal de Londres, no dia 7 de Janeiro de 1948, por 3-2, com dois golos da sua autoria.

Correia Dias afirmou-se muito para além dos seus dotes futebolísticos. Também pela singularidade da sua maneira de estar no futebol. Intrinsecamente amador, protagonizou um episódio curioso que o definiu como um desportista movido unicamente pela paixão e desprovido de ganância. Esteve para se retirar no momento em que o Clube lhe propôs uma contrapartida em dinheiro, a exemplo do que auferiam todos os seus companheiros de equipa. Só após várias tentativas e explicações lá se convenceu a aceitar o salário, ele que nunca tinha sido remunerado e sempre tinha jogado por amor à camisola.

Decidiu encerrar a sua carreira no dia 16 de Janeiro de 1949, realizando o seu último encontro, no Campo da Constituição, frente ao SC Olhanense.

Fontes: Figuras e Factos, de J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar

quarta-feira, 12 de junho de 2013

DRAGÃO CATEDRÁTICO - SABIA QUE...
















... a dicotomia Norte-Sul, com origens no centralismo político do regime totalitário de Salazar se propagou à Selecção nacional, ao ponto da equipa das quinas ter sido apelidada no Norte pela «Selecção de Lisboa»?


Agora que a Selecção nacional encerrou a época, com o jogo de anteontem, frente à Croácia, num particular disputado em Genebra, vem a propósito relembrar que, ao longo dos anos a mentalidade centralista esteve sempre presente em todos os sectores da vida nacional, inclusivamente no futebol.

A máxima de que Portugal era Lisboa e o resto paisagem, vai resistindo ainda nos dias de hoje, aqui ou acolá, à revolução de Abril, porque derrubar um regime político é bem mais fácil do que mudar determinadas mentalidades.

Isto para dizer que apesar de tudo, na Selecção nacional esse centralismo foi-se dissipando, ao sabor de conjecturas determinadas pela emigração dos melhores jogadores portugueses,    associadas às apostas feitas pelos principais clubes portugueses, que optaram por ter planteis maioritariamente formados por jogadores de outras nacionalidades, iludindo de algum modo esse tipo de mentalidade.

Antes porém, as coisas eram bem mais evidentes. Quando a equipa das quinas foi formada pela primeira vez, para defrontar a Espanha, em Dezembro de 1921, apenas um atleta não pertencia a equipas de Lisboa. Era o Artur Augusto, avançado do FC Porto.

Tal escolha levantou uma onda de revolta, no resto do país, com o estalar de campanhas de hostilização ao poder da capital, ao ponto de uma revista desportiva ter escrito que se tratava de «uma selecção que nada representa» ou «equipa formada por nomes escolhidos por simpatia».

















No dia seguinte ao jogo, os jornalistas portuenses noticiaram que a Espanha tinha vencido o «onze» de Lisboa por 3-1 e que jogara com Carlos Guimarães (CIF); António Pinho (Casa Pia) e Jorge Vieira (Sporting), João Francisco (Sporting), Vítor Gonçalves (Benfica) e Cândido Oliveira (Casa Pia), António Augusto Lopes (Casa Pia), José Maria Gralha (Casa Pia), Ribeiro dos Reis (Casa Pia), Artur Augusto (FC Porto) e Alberto Augusto (Benfica).

Fonte: Textos de António Simões, de o Jornal A Bola; FC Porto Fotobiografia, de Rui Guedes

terça-feira, 11 de junho de 2013

FIM DE CICLO AZUL E BRANCO PARA VÍTOR PEREIRA

Confirmada que está a saída do comando técnico do FC Porto, do treinador Vítor Pereira, parece-me oportuno reflectir um pouco naquilo que foram as suas duas épocas dedicadas à exigente orientação da mais prestigiada equipa do futebol nacional.

Vítor Pereira começou por herdar a época de sonho do seu antecessor, André Villas Boas, de quem era adjunto, aceitando, com uma forte dose de ambição e confiança nas suas competências, o repto que lhe foi dirigido pelo Presidente Pinto da Costa.

O jovem técnico passou então a fase mais complicada da sua curta carreira, vendo-se obrigado a ter de gerir com muita paciência, alguma sensibilidade e algum tacto, o descontentamento de um conjunto de atletas que reivindicaram para si o estatuto de vedetas, de intocáveis, de insubstituíveis ou até mesmo de estrelas cujo brilho merecia resplandecer noutros firmamentos mais apetitosos, que acabaram por prejudicar o normal desenvolvimento dos trabalhos, com reflexos negativos evidentes na prestação competitiva da equipa, que acabaria por custar, nessa primeira época, as eliminações prematuras na Champions League e na Taça de Portugal, frente a adversários perfeitamente acessíveis.

A sábia e oportuna limpeza de balneário, nesse mercado de Inverno, foi o tonificador de que o técnico  necessitava para salvar o que ainda era possível, conseguindo unificar a equipa, restituir-lhe alguma qualidade e consistência e partir para uma ponta final de campeonato irresistível e vencedora.

Esta época, já com um plantel perfeitamente estabilizado e sintonizado com as suas ideias, o FC Porto apresentou-se mais confiante, ambicioso e eficaz.

O técnico explorou até à exaustão o seu conceito de posse e circulação de bola, incutiu na equipa o domínio do jogo e do adversário, a pressão alta para maniatar os adversários e a verdade é que o FC Porto conseguiu exibir-se durante grande parte da época num plano muito bom, a prometer grandes conquistas.

Porém, subitamente, a equipa começou a perder eficácia, a perder consistência, frescura física e com elas alguma confiança. Continuava a ser uma equipa de posse, a privilegiar a circulação da bola, mas demasiadamente lenta, inconsequente e pouco eficaz. Os castigos e as lesões, o desgaste físico e emocional, começaram a fazer mossa, e de repente a equipa viu-se afastada da Liga dos Campões, eliminada da Taça de Portugal e ultrapassa na liderança do Campeonato nacional, ao ponto de se deixar atrasar de forma a não depender apenas de si próprio, em termos pontuais, para renovar o título.

Tudo parecia irremediavelmente perdido a apenas 4 jornadas do fim.

Foi aqui que surgiu um Vítor Pereira ousado, corajoso, decidido,  crente no seu trabalho  e confiante nos seus jogadores, sempre com um discurso motivador, capaz de contagiar e espicaçar a auto-estima dos seus atletas, nunca atirando a toalha ao chão.

É verdade que foi feliz, mas mereceu inteiramente a vitória final, num sprint empolgante que fez vibrar toda a não portista.





















Vítor Pereira, tal como quase todos os treinadores que por cá passaram, nunca conseguiu o consenso de toda a massa adepta portista, mas é justo dizer, na hora da sua saída, que foi sempre um homem respeitado pelo seu carácter, pelas suas qualidades humanas, pelo seu profissionalismo e sobretudo pelo amor ao clube que nunca escondeu. Tem como todos defeitos e virtudes. Não conseguiu para o futebol da equipa o salto qualitativo indispensável para triunfar na Europa. 

Desta vez teve o ponta-de-lança que lhe faltou na primeira época, mas faltou-lhe a espontaneidade de Hulk. Não conseguiu dos seus médios a capacidade de chegarem com mais frequência às zonas de finalização (especialmente Fernando e Moutinho) e muito menos a exploração eficaz dos remates de meia-distância e o aproveitamento das bolas paradas, ainda que reconheça a Fernando uma ligeira evolução na sua ousadia ofensiva. O último passe e a ineficácia no remate continuam a ser os calcanhares de Aquiles deste sistema.

Sai com um currículo enriquecido, depois de 93 jogos com apenas 12 derrotas, com essa marca magnífica de ter ganho o campeonato desta época invicto, e apenas com uma derrota no conjunto das duas épocas. Talvez merecesse sair para um campeonato competitivamente mais evoluído, mas temos que reconhecer que três milhões de euros por temporada, não é de recusar, mesmo tendo de ir treinar para a Arábia Saudita!

Por tudo isto, boa sorte Vítor Pereira. 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 7












ANTÓNIO ARAÚJO - Goleador nº 7

Hoje nesta rubrica vamos recuar às décadas de 40 e 50 para recordarmos um dos mais prestigiados goleadores do FC Porto, que ao apontar 139 golos, em 168 partidas, mantém um lugar honroso no ranking portista.

Natural de Paredes, começou a jogar futebol no clube da sua terra antes de ingressar, aos 19 anos, no FC Porto. O seu dribling curto e desconcertante e a facilidade, potência e colocação dos seus remates valeram-lhe a conquista de um lugar na equipa principal e o carinho e respeito do público.

Pela mão de Szabo e ao lado do grande Pinga, António Araújo construiu uma carreira muito bonita, ainda que relativamente curta, com alguns episódios dramáticos a ensombrá-la e a determinarem um fim prematuro.

Estreou-se com a camisola do FC Porto no dia 1 de Novembro de 1942, frente ao Salgueiros, em jogo da 3ª jornada do Campeonato Regional do Porto, tendo apontado dois golos, garantindo desde então a titularidade.






















Autor de muitos e belos golos, Araújo cotou-se como o melhor marcador do Campeonato nacional de 1947/48, com 36 golos.

Também associou o seu nome a um feito histórico do Clube. A vitória sobre aquela que era a melhor equipa do mundo, o Arsenal de Londres. Do resultado, 3-2 a favor do FC Porto, tão memorável quanto impensável, Araújo deixou a sua marca ao concretizar o primeiro golo portista.

Com a camisola da Selecção nacional, que representou por nove vezes, fez cinco golos, dois dos quais numa estrondosa e inédita vitória de Portugal sobre a Espanha, por 4-1, em 26 de Janeiro de 1947, no que constituiu a primeira vitória portuguesa sobre os espanhóis. Nessa altura a Selecção nacional era designada no Norte, com imenso sarcasmo,  como «Sport Lisboa e Araújo», por ser habitual  a presença solitária do categorizado interior portista no «onze» titular.

Ficou ainda ligado à pequena «travessia no deserto» que o FC Porto enfrentou durante as 9 épocas que equipou de azul e branco e que o afastou dos merecidos títulos.














António Araújo não foi inteiramente feliz na sua carreira, que até começou auspiciosamente. Na temporada de 1949, o Centro de Medicina Desportiva declarou o atleta como incapaz, na sequência de um exame que acusou a existência de albumina. O jogador foi obrigado a suspender a actividade aos 26 anos, submetendo-se a tratamentos intensivos durante largos meses.

Regressou aos campos de futebol na época de 1950/51, mas já nada seria como antes. O afastamento da competição, associada a sequelas de uma lesão no menisco e o aparecimento de dois grandes nomes do futebol portista, Hernâni e Pedroto, tornaram-se nos principais obstáculos para a retoma de uma carreira em plenitude.

Ainda assim, António Araújo daria o seu contributo por mais duas épocas e encerraria o seu ciclo no FC Porto aos 30 anos.

Fontes: FC Porto - 100 anos de História, de Álvaro Magalhães e Manuel Dias; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

VITÓRIA IMPORTANTE NA BUSCA DO 2º LUGAR















FICHA DO JOGO
























A equipa portuguesa conseguiu esta noite pôr fim à caminhada, até agora vitoriosa da Rússia, vencendo com um resultado magro mas justo. Hélder Postiga voltou a ser decisivo e lançou a turma nacional em busca do segundo lugar, já que apesar da derrota, os russos continuam favoritos para terminar na liderança do grupo.

Sem poder contar com Pepe, castigado, e com Nani no banco por ainda estar em subrendimento, face à recuperação recente da sua lesão, Paulo Bento recorreu ao concurso do defesa central Luís Neto e do médio-ala Vieirinha que se exibiram em bom nível.

Postiga descansou cedo os portugueses ao apontar o golo logo aos 9 minutos e Portugal teve de actuar com cautela e inteligência para conseguir manter o resultado positivo até ao fim, frente a uma equipa forte e esclarecida.

João Moutinho fez o último jogo, para esta competição, como atleta do FC Porto, exibindo-se com a pendularidade habitual, ele que já tem compromisso com o Mónaco para a próxima temporada. Deve no entanto fazer mais uma internacionalização, ainda como atleta do FC Porto, no particular que Portugal irá efectuar, dentro de dias.




















Já Silvestre Varela não saiu do banco.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

DE CALCULADORA NA MÃO








A Selecção nacional está de volta para mais um jogo da fase de qualificação para o Mundial/2014, que se irá disputar no Brasil.

Longe de estar garantida, a sua presença vai certamente depender daquilo que a turma nacional for capaz de recuperar, face ao desempenho aquém do que seria plausível e que coloca o primeiro lugar, único que dá acesso directo, numa situação de quase inatingível já que o líder actual, a Rússia conta por vitórias os jogos disputados.

O mais provável é que Portugal tenha que esgrimir com Israel a luta pelo segundo lugar, para ter algumas hipóteses de estar presente no Brasil.




















Ora o próximo jogo é precisamente frente à Rússia. Jogo de elevada dificuldade, que deve ser encarado com a máxima responsabilidade e ambição no sentido de assegurar a vitória, único resultado que defende as aspirações portuguesas. Se os portugueses não forem capazes de levar de vencida os seus adversários, colocar-se-ão numa situação ainda mais complicada.

O calendário não foi feliz, dado que os atletas, se encontram de uma maneira geral desgastados, física e animicamente, pelas agruras das diversas competições a que estiveram sujeitos ao longo da época.

O seleccionador nacional Paulo Bento surpreendeu com a convocatória em estreia do médio sportinguista André Martins, mas fez mais algumas alterações em relação à anterior. Assim, Ricardo Costa, Rúben Amorim, Rúben Micael, Nani e Nélson Oliveira, voltam a ser opções, ficando de fora desta vez, Pepe (castigado), Antunes, Carlos Martins, Paulo Machado e Pizzi.

O FC Porto fornece os dois habituais atletas:

LISTA COMPLETA DOS CONVOCADOS

FC PORTO (Portugal): 2 - João Moutinho e Silvestre Varela
SC Braga (Portugal): 3 - Custódio, Rúben Amorim e Rúben Micael
Sporting CP (Portugal): 2 - Rui Patrício e André Martins
Real Madrid (Espanha): 2 - Fábio Coentrão e Cristiano Ronaldo
Valência (Espanha): 2 - João Pereira e Ricardo Costa
Deportivo Coruña (Espanha): 2 - Sílvio e Nélson Oliveira
Saraçoça (Espanha): 1 - Hélder Postiga
Sevilla (Espanha): 1 - Beto
Valladolid (Espanha): 1 - Sereno
Manchester United (Inglaterra): 1 - Nani
Wolfsburgo (Alemanha): 1 - Vieirinha
Istambul (Turquia): 1 - Eduardo
Fenerbahçe (Turquia): 1 - Raúl Meireles
Besiktas (Turquia): 1 - Hugo Almeida
Zenit (Rússia): 3 - Bruno Alves, Luís Neto e Danny
Dínamo Kieve (Rússia): 1 - Miguel Veloso


COMPETIÇÃO: Mundial/2014 - Fase de qualificação - 5ª Jornada
PALCO DO JOGO: Estádio da Luz - Lisboa - Portugal
DATA E HORA DO JOGO: 7 de Junho de 2013, às 20:45 h
ÁRBITRO: Damir Skomina - Eslovénia
TRANSMISSÃO: RTP1

quarta-feira, 5 de junho de 2013

DRAGÃO CATEDRÁTICO - SABIA QUE...
















...houve tempos em que os atletas só se vinculavam a um clube no momento da sua utilização?

EPISÓDIO CURIOSO

Aconteceu na temporada de 1913/14, um episódio curioso de exame ao sentimento.

A inscrição dos jogadores não obedecia a cuidados especiais. Mesmo antes dos encontros podiam os clubes indicar os seus atletas e só quando alinhassem se verificava o «vínculo».

Quando o FC Porto teve de ir disputar a Taça José Monteiro da Costa, a Coimbra, faltava-lhe um dos seus mais valorosos elementos, José de Magalhães Bastos, que por estar a frequentar na altura a Universidade de Coimbra, passava muito mais tempo nessa cidade do que no Porto.

De tal modo que a dúvida quanto ao emblema que o atleta iria escolher defender só se desfez em cima do início do jogo. Uns estavam convencidos que jogaria pela Académica, outros de que tal não aconteceria, pois receberam sempre do seu colega de lutas as maiores provas de consideração e amizade.

Naquele tempo, a entrada das equipas fazia-se de forma aleatória. Os jogadores iam entrando como lhes apetecia,  agora uns, outros depois, numa anarquia completa. Magalhães Bastos (ao centro na imagem) surgiu no terreno de jogo envolvido na sua capa negra de estudante, lançando a ideia de que iria jogar pela a Académica. Os próprios portistas tiveram esse receio...

Os jogadores de ambas as equipas alinharam no centro do terreno para cumprimentar a assistência, ao apito do árbitro, como era da praxe e todos os olhares se fixaram no grande defesa portuense, que logo após, muito calmo e sorridente se dirigiu para um dos lados do campo, tirou de cima do corpo a capa que o cobria e exibiu finalmente o equipamento com que iria jogar.

Foi um momento de extraordinária emoção! José Magalhães Bastos, de azul e branco vestido, foi tomar o seu lugar na defesa sagrada da sua bandeira, ficando para sempre vinculado ao seu clube, que serviu dedicadamente como jogador e dirigente.

Alguns colegas portistas não reprimiram as lágrimas, sensibilizados pela escolha, enquanto os simpáticos estudantes compreenderam a atitude reveladora do Homem que mais tarde haveria de ser distintíssimo Juiz.

Fontes: FC Porto - 100 anos de História, de Álvaro Magalhães e Manuel Dias; FC Porto - A História, os triunfos e as imagens de todos os tempos, do Diário de Notícias.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 6












DOMINGOS PACIÊNCIA - goleador Nº 6

Apontou 142 golos nos 378 jogos disputados com a camisola do FC Porto durante as 12 épocas ao seu serviço.

Domingos foi um verdadeiro ponta-de-lança mas simultaneamente um jogador de notável qualidade técnica, de grande velocidade com a bola dominada, que lhe permitia jogar nas alas quando necessário. Possuía drible fácil e estonteante, muita criatividade, excelente sentido de posicionamento, bom jogo de cabeça, remate espontâneo e colocado e uma fulminante rapidez de reflexos (pensava e executava em limitada fracção de segundos).






















Natural de Leça da Palmeira, chegou ao FC Porto aos 13 anos de idade para completar a sua formação. De corpo franzino mas dotado de elevado apuro técnico, quiçá dos mais evoluídos de sempre entre os jogadores portugueses da sua idade, foi alvo de um intenso trabalho, submetido pelos departamentos médico e técnico do FC Porto, para a obtenção de massa muscular e estrutura física, para colmatar de algum modo essa enorme debilidade.

Percorreu os escalões de formação de forma brilhante e prometedora, acabando por se estrear na equipa sénior em 15 de Agosto de 1987, em Itália, num jogo particular frente ao Fóggia. A sua estreia oficial na equipa principal aconteceu porém três meses mais tarde, mais precisamente no dia 21 de Novembro de 1987, no Campo Maria Vitória, frente ao Moura, na 3ª eliminatória da Taça de Portugal. Domingos foi titular na vitória portista por 0-2.

















Nas doze épocas em que jogou pelo FC Porto, tornou-se num dos principais goleadores, ainda que não tivesse conseguido ser um titular indiscutível em algumas épocas. Depois de em 1990/91 ter marcado 24 golos no campeonato nacional e ter perdido a Bola de Prata para Rui Águas, do Benfica, só porque o Jornal A Bola, organismo que instituiu o prémio para o melhor marcador, lhe sonegou um golo que apontou contra o Beira-Mar, atribuindo-o a um defesa aveirense, lá conseguiu na época de 1995/96 o seu melhor registo no campeonato, com 25 golos em 29 jogos (6 dos quais incompletos), ganhando finalmente o troféu, bem como o prémio de melhor jogador desse campeonato.  Por curiosidade refira-se que foi até aos nossos dias o último atleta nascido em Portugal a vencer a Bola de Prata.

Em 1996/97, a chegada do brasileiro Mário Jardel ao FC Porto, levou Domingos a rumar ao Tenerife, nas Ilhas Canárias. Tinha então já vestido a camisola da Selecção nacional por 32 vezes a apontado 8 golos. Pelo clube espanhol somou mais duas internacionalizações e mais um golo.

No regresso a Portugal, em 1999/2000, chegou a ter aparente acordo com o Sporting, mas acabou por optar pelo FC Porto, não conseguindo atingir o brilhantismo anterior. Domingos coleccionou nos Dragões um palmarés invejável, com 18 títulos nacionais, a Bola de Prata de 1995/96 e ainda foi destingido com o «Dragão de Ouro» em 1988,  como «Atleta do Ano» e em 1990, como «Futebolista do Ano».

Pôs fim à carreira de jogador no final da época 2000/01 para abraçar a carreira de treinador.

Palmarés ao serviço do FC Porto (18 títulos):
7 Campeonatos nacionais (1987/88, 1989/90, 1991/92, 1992/93, 1994/95, 1995/96 e 1996/97)
5 Taças de Portugal (1987/88, 1990/91, 1993/94, 1999/2000 e 2000/01)
6 Supertaças Cândido de Oliveira (1990/91, 1992/93, 1993/94, 1995/96 e 2000/01)

Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar