FICHA DO JOGO
(Clicar no quadro para ampliar)
O que se passou no relvado do estádio Petrovsky, em St. Petersburgo foi quase irreal. Um completo apagão azul e branco, onde apenas se aproveitou, de positivo, a jogada do golo de James, que ainda assim me pareceu em fora de jogo.
Não tem desculpas nem explicação tão negra exibição, tanta falta de ideias e excessiva desorientação.
Começou com o infortúnio da lesão de Kleber que teve de ser substituído, pondo a nu o deficiente planeamento desta época. O brasileiro é, como sabemos, o único ponta-de-lança inscrito nas provas da UEFA (!?). Para cúmulo, Vítor Pereira optou por introduzir no jogo, talvez o atleta do plantel actual em pior estado de forma (técnica, física e psíquica).
Se até então o FC Porto tinha construído uma única jogada de perigo, ligada e bem conduzida, que até foi concretizada com êxito, a partir desse momento a exibição portista afundou-se. Incapacidade para pressionar alto, desorganização no meio campo, e precipitação na defesa.
O empate surgiu em resultado de tudo isto: facilidades consentidas no lado esquerdo da defesa, deficiente intervenção de Helton que afastou para a frente o cruzamento, permitindo o remate frontal e também à ineficácia e atrapalhação de Fucile, na linha da bola, não conseguindo evitar o golo.
Como se não bastasse tanta asneira, Fucile, já no tempo de compensação do 1º tempo, teve uma paragem cerebral e, numa jogada aparentemente inofensiva, tentou dominar a bola com a coxa. O gesto técnico revelou-se deficiente e quando a bola lhe escapava ajeitou com a mão, vendo por isso o 2º cartão amarelo seguida de vermelho.
Quando se esperava uma decisão inteligente, sensata e tecnicamente bem conseguida, do treinador Vítor Pereira, para enfrentar mais esta dificuldade, para o segundo tempo, o que aconteceu foi, na minha modesta opinião, precisamente o contrário.
A opção técnica escolhida foi deslocar Fernando para a lateral direita, fazer entrar Souza para trinco e afastar do jogo James Rodríguez, mantendo em campo Silvestre Varela, actualmente, repito, um jogador que não domina uma bola, não faz um passe certo, não ataca, não defende, enfim, uma completa nulidade.
Resultado: O FC Porto que antes da expulsão de Fucile estava já a jogar com dez, desde a substituição de Kleber, passou a jogar apenas com nove. Fernando não se adaptou na lateral e Souza não foi eficaz na cobertura. O Zenit, com Danny como peixe na água, explorou a preceito estas desorganização e desorientação e começou a dilatar o marcador, conquistando um resultado bastante lisonjeiro para os Dragões, tal o número de oportunidades flagrantes desperdiçadas.
Suponho que teria sido mais inteligente ter deixado Varela no balneário em vez de James, manter Fernando a trinco, desviar Otamendi para a lateral e introduzir Maicon no centro da defesa.
Hoje não houve Porto. O que se viu na Rússia, foram uns rapazitos equipados de escuro que não souberam e/ou não puderam honrar o emblema que ostentaram. Uma péssima imagem do futebol nacional numa prova de elite.
Não está em causa a derrota mas sim a forma com que se averbou. Começo a ficar preocupado com o futuro desta equipa. Já é a terceira exibição consecutiva inconsequente e nesta, por mais que se esprema não se obtém qualquer sumo.