FICHA DO JOGO
Sem fazer uma exibição perfeita, longe disso, o FC Porto cumpriu no essencial a sua missão, vencendo de forma quase serena, o Vitória de Guimarães, que esteve muito aquém do que dele se esperava, apesar da sua juventude e de ter tido um jogo complicado a meio da semana.
Num relvado pesado, mas não tanto como se esperava, caso tivesse chovido, Paulo Fonseca fez alinhar a equipa mais representativa, desta época, com a novidade de Fabiano na baliza (não no que diz respeito a esta prova), conforme aliás sugeria a sua convocatória.
Da esquerda para a direita, em cima: Fabiano, Fernando, Danilo, Jackson Martinez, Mangala e Otamendi; Em baixo: Defour, Josué, Lucho Gonzalez, Alex Sandro e Silvestre Varela.
Os Dragões entraram decididos a tomar conta das operações e durante toda a primeira parte conseguiram o domínio completo do jogo e praticar, em alguns períodos, futebol fluído e ligado. Conseguiu marcar dois bons golos e construir mais três ocasiões para dilatar o resultado, sem que os vimaranenses tivessem hipóteses de ripostar.
Com Fernando e Lucho a pautarem o jogo portista, a bola apareceu jogável, desta vez com mais frequência, ainda que se verificassem um sem número de passes mal efectuados (ora com força insuficiente, ora com demasiada), algumas más recepções e perdas de bola, opções erradas (remates quando se pedia assistência e vice versa), enfim, alguma confusão naquelas cabeças ainda pouco confiantes.
Fernando finalmente descobriu que jogar para a frente é o caminho mais curto para o golo, golo esse de se tirar o chapéu, numa jogada de combinação com Lucho (o trinco portista passou a bola a El Comandante, desmarcou-se em progressão, recebeu mais à frente e sob a direita, à entrada da área, levantou a cabeça e atirou cruzado, fazendo a bola sobrevoar Assis, para um golo de belo efeito.
Na primeira oportunidade o golo. Já Jackson não foi tão feliz nas suas tentativas de marcar. Por duas vezes, em dois bons remates a bola fugiu das redes, como o diabo da cruz. Mangala também experimentou um remate de bicicleta que passou rente ao ferro. Mas haveria de fazer o gosto ao pé numa jogada corrida do ataque portista, com Defour a lançar para a entrada de Lucho Gonzalez e este a servir mais à esquerda, de forma magistral o avançado colombiano que na passada atirou certeiro. Estava feito o segundo golo que o FC Porto fez por merecer. A seguir veio o intervalo e com ele a perda do interesse desta partida.
É que na segunda metade o jogo caiu numa mediocridade pouco comum, principalmente para uma equipa que ostenta as insígnias de bicampeão nacional. Sei que tiveram um jogo exigente no meio da semana, que as condições do terreno do D. Afonso Henriques não eram as melhores, mas que diabo, baixar o nível daquela maneira é coisa para equipas de outro estatuto.
A vulgaridade tomou conta dos jogadores portistas, afinal os mais responsáveis pela prática do melhor futebol, e foi penoso ver atletas tão talentosos ter atitudes perfeitamente dispensáveis e muito pouco recomendáveis. Provocar cartões amarelos, por queimar tempo? (Fabiano, Defour e Josué). Ser expulso por mera ingenuidade? (Mangala). Enfim, algo que julgava ser possível apenas em equipas e jogadores sem ambição nem vergonha. Nesta conjuntura, as oportunidades dadas por Paulo Fonseca a Kelvin e Carlos Eduardo, no decorrer da segunda parte, acabaram diluídas nesta confusão, sem honra nem glória e sem possibilidades para se aferir o que quer que seja.
O Guimarães aproveitou este período de indefinição portista para aparecer mais um pouco em jogo, mas diga-se em abono da verdade, sempre com mais raça que talento. Aliás a equipa minhota foi uma autêntica desilusão. Mesmo em vantagem numérica nunca foi capaz de criar uma verdadeira ocasião de golo.
A vitória final acaba por premiar o melhor desempenho da primeira parte, altura em que Fernando voltou a ser o Polvo e Lucho o maestro.
Continuamos a ser irregulares e no mesmo jogo fazer coisas interessantes e logo a seguir borrar a pintura. Ontem sem muito brilhantismo, tivemos bons momentos na primeira-parte e depois, na segunda, bastou o Vitória subir, pressionar, ser mais agressivo e deixamos de fazer o que devíamos. E então, com tanto espaço e tantas possibilidades para contra-atacar e acabar com o jogo, nunca conseguimos fazer as melhores opções.
ResponderEliminarValeu a passagem e a esperança que no futuro será melhor.
Abraço
«principalmente para uma equipa que ostenta as insígnias de bicampeão nacional»
ResponderEliminareu posso "jurar" que somos tricampeões nacionais :D
abr@ço
Miguel | Tomo II