quinta-feira, 7 de novembro de 2013

EQUIPAS DO PASSADO - DÉCADA DE 90

ÉPOCA 1992/93

Sem grandes alterações no plantel, que Pinto da Costa fez questão de preservar no essencial, o FC Porto era à partida um dos principais candidatos ao título nacional.

Carlos Alberto Silva continuou no comando técnico, com ambições redobradas mas ciente no recrudescer das dificuldades e das responsabilidades que a conquista do campeonato lhe conferira.



















Da esquerda para a direita, em cima: Jorge Silva, Timofte, Bino, Vlk, Jorge Costa, Fernando Couto, Vítor Baía, Aloísio, Semedo, Rui Jorge, Tozé e Valente; Ao meio: Agostinho (roupeiro), Luis César (secretário), Paulinho César, Hernâni Gonçalves (adjunto), Carlos Alberto Silva (treinador), Pinto da Costa (presidente), Reinaldo Teles (director), Murça (adjunto), Jaime Magalhães, Rodolfo Moura (massagista), Dr. Domingos Gomes (médico) e Jorge Gomes (relações p«ublicas); Em baixo: Domingos, Kostadinov, Zé Carlos, Rui Filipe, Bandeirinha, Toni, Neves, André, Jorge Couto, João Pinto, Paulinho Santos e Fernando Brandão (roupeiro).

O campeonato foi uma luta cerrada, a determinada altura marcada pela incerteza, num autêntico braço de ferro com o Benfica. Foram 34 jornadas duras, carregadas de dificuldades, que só uma equipa bem preparada e forte espírito de grupo conseguiria superar.


















Equipa titular que em Coimbra venceu o Estoril, por 1-0, na 1ª jornada. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Zé Carlos, Semedo, Vlk, Jorge Costa e João Pinto; Em baixo: Domingos, Rui Filipe, André, Paulinho César e Jorge Costa.

A primeira metade da prova foi concluída já no comando, com empate em Alvalade e vitória nas Antas frente ao Benfica. Apesar das três derrotas averbadas em Santo Tirso, no Bessa e nas Antas, esta frente ao Famalicão, ainda assim, o FC Porto acabaria por cotar-se como a equipa mais regular da prova.

































Equipa titular que na 11ª jornada derrotou o Benfica, nas Antas, por 1-0. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Jorge Costa, Semedo, António Carlos, Aloísio e João Pinto; Em baixo: Bandeirinha, Domingos, André, Rui Filipe e Kostadinov.

À 27ª jornada, os Dragões dividiam o comando com o Benfica, mas com vantagem nos resultados entre si. Na semana seguinte jogava-se aquele que poderia ser o jogo do titulo, o Benfica-Porto, na Luz. Quem perdesse ficaria em maus lençóis. Por isso o jogo tornou-se muito táctico, feio, quezilento e pouco agradável à vista, acabando  com uma igualdade, sem golos,  que favorecia mais o FC Porto.

A parte final do campeonato ficou em brasa quando à 29ª jornada, os azuis e brancos cederam um empate, contra o Boavista, jogado em Coimbra, por interdição do Estádio das Antas, resultado que relegou os campeões nacionais para o 2º lugar.

A equipa não se deixou abater, continuando a acreditar na vitória final. O Benfica cedeu em Aveiro, na 31ª jornada e os Dragões aproveitaram para voltar ao comando da classificação, agora com mais um ponto. Num final cada vez mais emocionante, os azuis e brancos demonstraram mais competência, apresentaram mais argumentos e na penúltima jornada confirmaram o objectivo, aproveitando nova escorregadela do seu rival, no Estoril. A vantagem dilatou-se então para dois pontos, pelo que, a última jornada, nas Antas frente ao Marítimo serviu apenas para comemorar mais um título nacional, premiando todo o esforço e ambição.






















Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Fernando Couto, Semedo, Aloísio e João Pinto; Em baixo: Timofte, André, Domingos, Jaime Magalhães, Rui Filipe e Kostadinov.

O desempenho portista nas 34 jornadas cifrou-se em 24 vitórias, 6 empates, 4 derrotas, 59 golos marcados, 17 sofridos (melhor defesa) e 54 pontos, mais dois que o Benfica e mais 9 que o Sporting.

Na Taça de Portugal a trajectória portista foi curta. Recebeu e eliminou o Juventude de Évora, com uns claros 4-0, mas na eliminatória seguinte recebeu o Benfica, nas Antas, não conseguindo melhor que um empate, por 1-1, após prolongamento, obrigando a jogo de desempate, na Luz. Aí, o FC Porto foi derrotado por 2-0 e eliminado precocemente da prova.

A Supertaça Cândido de Oliveira teve nesta época duas edições. Como ainda devem estar recordados, o jogo de desempate entre Porto e Benfica, não se chegou a disputar na época anterior. Assim, os clubes acordaram em disputá-lo em 9 de Setembro de 1992, em Coimbra.

Foi uma vitória do querer e da humildade de quem acreditou até ao fim que a vitória teria de nos pertencer. Por duas vezes o FC Porto esteve em desvantagem no marcador. Primeiro tiveram de anular a desvantagem, chegando à igualdade (1-1), que obrigaria a prolongamento. Depois, na marcação das grandes penalidades, souberam ter a serenidade suficiente para transformar em vitória o que chegou a parecer uma derrota inglória. João Pinto  (defesa de Silvino) e Fernando Couto (por cima) falharam as duas primeiras, contra duas concretizadas por William e Rui Águas. Parecia tudo perdido. Mas nas três restantes a recuperação. Aloísio, André e António Carlos concretizaram pelo FC Porto, enquanto no Benfica, Kulkov concretizou, Isaías (por cima) e Hélder (defesa de Baía) falharam, colocando nova igualdade no marcador. Na segunda série quem falhasse perderia. Mostovoi permitiu a defesa de Baía e Paulinho César não falhou. Vitória final 4-3, nas penalidades e título para o FC Porto, mais um.
























Os Dragões Voltariam a entrar em cena, nesta competição, para acertar o calendário. Estava agora em disputa a edição regular, desta vez frente ao Boavista.

De novo em duas mãos, coube a 1ª ser jogada nas Antas. Derrota (1-2) surpreendente quanto merecida, pela menor performance portista, que ainda assim teve alguma infelicidade. No Bessa a equipa voltou a não ser feliz e empatou por 2-2, quando  chegou a parecer garantida a vitória. Os azuis e brancos venciam por 0-2, deixando-se empatar aos 79 e 81 minutos, perdendo por isso o troféu.

Nas competições europeias o FC Porto esteve envolvido na Liga dos Campeões, com um formato diferente.

Começou por disputar duas eliminatórias para apurar oito clubes a serem distribuídos em dois grupos. Os luxemburgueses do União Luxemburgo foram os primeiros adversários. Duas vitórias fáceis (1-4 fora e 5-0 em casa) abriram caminho para novo confronto, agora contra os suíços do Sion. Empate 2-2, na Suíça e vitória caseira, por 4-0.

Na fase de grupos os Dragões tiveram a companhia de PSV Eindhoven, IFK Gotemburgo e AC Milan. Apenas se apuravam os primeiros de cada grupo para disputarem a final.

O PSV Eindhoven foi o primeiro a pisar o relvado das Antas, na 1ª jornada. O FC Porto não conseguiu melhor que um empate a dois golos. Esteve a ganhar 1-0 e a perder 1-2. Os golos portistas foram apontados por Jaime Magalhães e Zé Carlos.




















Equipa inicial que defrontou nas Antas o PSV. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Zé Carlos, Jaime Magalhães, Semedo, Aloísio e João Pinto; Em baixo: Jorge Couto, André, Rui Filipe, Domingos e Kostadinov.

A segunda jornada levou o FC Porto até à Suécia para defrontar o IFK Gotemburgo. Derrota frustrante, por 1-0, frente a um adversário sem grande potencial e nos últimos minutos, num jogo que parecia bem controlado.

Seguiu-se a visita do todo poderoso AC Milan e por momentos chegou-se a acreditar ser possível chegar à vitória, que esteve realmente ao alcance, mas o cinismo italiano acabou por vir ao de cima e fazer a diferença. Derrota por 0-1 e a certeza de que os jogos seguintes mais não seriam que para cumprir calendário.






















Equipa inicial que defrontou o AC Milan, nas Antas. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Fernando Couto, Jorge Costa, Semedo, Aloísio e João Pinto; Em baixo: Timofte, Jorge Couto, Paulinho Santos, Rui Jorge e Kostadinov.

Na 4ª jornada o FC Porto voltou a defrontar o AC Milan, agora no Giuseppe Meazza, mas com resultado idêntico. Foi um jogo equilibrado que com um pouquinho de sorte poderia ter sido diferente.

Nas duas últimas jornadas o FC Porto conheceu finalmente o doce sabor da vitória. Primeiro na Holanda, frente ao PSV, por 0-1, golo de Zé Carlos de grande penalidade e depois, nas Antas frente ao IFK Gotemburgo, por 2-0, golos de Zé Carlos e Timofte.

Na classificação final do grupo, ganho pelo inquestionável AC Milan, o FC Porto acabaria na 3ª posição com 6 jogos, 2 vitórias, 1 empate, 3 derrotas, 5 golos marcados e 5 sofridos, acumulando 5 pontos, menos 1 que o IFK e menos 7 que o AC Milan e mais 4 que o PSV.





































(Clicar no quadro para ampliar)

O FC Porto esteve envolvido em 4 provas, num total de 50 jogos. Carlos Alberto Silva recorreu ao concurso de 25 atletas, aqui descriminados por ordem decrescente da sua utilização: Vítor Baía (49 jogos), Domingos e Semedo (45), Kostadinov (43), Aloísio (40), Fernando Couto (39), João Pinto (38), Jaime MAgalhães e Jorge Couto (35), Bandeirinha e Rui Jorge (34), André (32), Timofte (31), Toni (17), Zé Carlos, Paulinho César e Paulinho Santos (16), Jorge Costa (15), Vlk e António Carlos (14), Rui Jorge (13), Tozé (10), Bino (7), Neves e Valente (3).

Fontes: Baú de Memórias, de Rui Anjos, Revista Dragões e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar

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