FICHA DO JOGO
Estádio cheio (48.109 espectadores), ambiente caloroso, coreografia espectacular, clima frio mas sem vento nem chuva, enfim, todos os condimentos para uma noite de glória portista que não foi devidamente aproveitada pelos principais intervenientes do espectáculo.
Julen Lopetegui fez subir ao relvado uma formação sem surpresas e bastante consensual.
A equipa portista, ciente da importância da vitória neste jogo, que a acontecer, lhe daria a liderança no campeonato, rapidamente tomou conta do jogo e logo aos dois minutos Tello teve de ser travado em falta, para não entrar com muito perigo na área do visitante, arrancando o primeiro amarelo da noite. Estava dado o mote e a tendência do jogo. FC Porto em ataque constante e o visitante preocupado quase exclusivamente em travar as investidas portistas.
As ocasiões de golo foram surgindo de forma natural para a equipa da casa. A primeira, na sequência do tal livre sobre Tello, que o próprio cobrou, em lance estudado, com passe recuado para a entrada e Danilo a disparar forte com a bola a rasar o ferro da baliza de Júlio César, que só a viu passar.
Aos seis minutos, incursão de Óliver Torres pela esquerda, cruzamento para o coração da área, Jackson Martinez não conseguiu acertar na bola que sobrou para Herrera, mas o mexicano, em boa posição e sem marcação rematou para fora, provocando novo grande broá nas bancadas do Dragão.
Dez minutos de grande intensidade de jogo com os visitantes visivelmente asfixiados pelo futebol atacante portista. Desta vez, é Herrera a entrar pela direita, cruzamento e Jackson a chegar atrasado, obrigando o guardião contrário a uma estirada complicada.
Aos trinta minutos uma jogada espectacular do ataque portista. Alex Sandro invadiu o meio campo adversário, flectiu para o centro, meteu na área para a entrada de Óliver, este simulou o remate deixando passar para Jackson, que de pronto rematou para mais uma defesa quase impossível do guardião adversário.
O visitante, líder do campeonato, ia resistindo como podia, várias vezes recorrendo ao jogo faltoso, portando-se como as equipas que ocupam os lugares de despromoção, ou seja, com o autocarro estacionado no seu reduto, submetendo-se a um verdadeiro banho de bola, onde só faltou o golo, que a acontecer poderia lançar o resultado para números pouco usuais.
Mas em futebol de alta competição a justiça nem sempre acontece e, sem saber ler nem escrever, aos 36 minutos o visitante chegou ao primeiro golo da noite. Lançamento lateral longo, na direita, para a pequena área portista, Martins Indi e Marcano não conseguem cabecear a bola, permitindo a entrada de Lima que com o peito introduziu a bola na baliza portista, perante as hesitações e falta de reacção de Danilo e Fabiano, numa clara falha defensiva a dividir pelos quatro elementos citados. Do nada estava feita uma grande mentira no resultado.
Os Dragões sentiram o golo e demoraram a reencontrar-se. Aos 44 minutos Alex Sandro ganhou a linha de fundo mas o seu cruzamento foi defendido pelos braços de Maxi Pereira, a equipa de arbitragem nada assinalou, chegando o intervalo logo a seguir.
No segundo tempo o FC Porto tentou voltar com a mesma intensidade, começou por criar mais perigo, com uma sucessão de livres, mas foi o rival a aproveitar mais uma falha clamorosa para dilatar o marcador. Jogada de ataque do visitante, Talisca a rematar em posição frontal, Fabiano defendeu para a frente, defesa desposicionada com Lima, cinicamente, a entrar e rematar à vontade.
Se a diferença de um golo era injusta, o que dizer de dois? Era a vitória do aproveitamento do erro alheio com eficácia contra a falta dela.
Mas a equipa do FC Porto nunca desiste e Lopetegui procedeu a duas alterações simultâneas. Entraram Quintero e Quaresma para os lugares de Herrera e Tello.
Aos 64 minutos o «Mustang» serpenteou até à pequena área lampiónica, driblando 3 adversários, rematou forte, mas hoje não era dia do Dragão. A bola foi defendida instintivamente por Júlio César e ainda tocou em Quaresma antes de sair pela linha de fundo, dando origem a pontapé de baliza.
No minuto 66 aconteceu a primeira e única jogada de perigo, com mérito, do ataque visitante que Alex Sandro desfez, antecipando-se a um adversário, perto da linha de golo, cedendo um canto.
Aos 76 minutos, num canto do lado direito cobrado por Quintero, Jackson saltou mais alto fazendo a bola esbarrar na barra, Casemiro ganhou o ressalto, atirou para a baliza apanhando o avançado colombiano no caminho, de costas para a baliza, rodou e fez o golo. O árbitro anulou por pretensa utilização do braço para dominar a bola.
Oitenta minutos de jogo e mais uma prova que os deuses deviam estar loucos. Jogada de ataque portista, bola cruzada da direita, Jackson a acorrer com oportunidade e a cabecear como mandam as regras, para baixo, a bola bateu na frente do guardião contrário, deixando-o batido, mas foi embater caprichosamente na barra. Como conseguir debelar tanto infortúnio?
O final do jogo apareceria pouco depois, após mais 4 minutos de compensação, com a equipa do regime a recorrer a todas as artimanhas dignas de equipa pequena, para queimar tempo.
Derrota injusta, frente a uma equipa medíocre, que apenas se limitou a aproveitar os erros portistas, mas que castiga seriamente também a falta de eficácia no remate.
Gostei da atitude da equipa, da raça, da vontade, da ambição, da intensidade produzida e da classe técnica da maioria dos jogadores azuis e brancos, traída por alguma ingenuidade e falhas defensivas impróprias em alta competição.
Foi um passo atrás nas aspirações portistas, que apesar de tudo não beliscam de todo a esperança de chegar ao topo.
O FCP precisa de um treinador a sério, o seu nome, RUÍ VITÓRIA, atual treinador do Vit Guimarães.
ResponderEliminar