segunda-feira, 10 de outubro de 2011

INTERNACIONAIS PORTISTAS (ANOS 2000) PARTE VII

Costinha - 95º internacional: Foi internacional português em 53 jogos (10 pelo Mónaco, 27 pelo FC Porto, 12 pelo Dínamo de Moscovo e 4 pelo Atlético de Madrid) e marcou dois golos. Estreou-se na selecção A, pela mão de Humberto Coelho, a 14 de Outubro de 1998, em Bratislava, frente à Eslováquia (entrou aos 67' substituindo Rui Costa). A 11ª internacionalização, primeira enquanto jogador do FC Porto, aconteceu em 7 de Setembro de 2002, em Birmingham, no particular Inglaterra-Portugal (1-1), sendo o golo português da sua autoria.

Esteve presente nas fases finais do Euro/2000 (Holanda/Bélgica), Euro/2004 (Portugal) e Mundial/2006 (Alemanha). Foi dele o golo da vitória portuguesa sobre a Roménia (1-0), já nos descontos, que colocou Portugal nos quartos-de-final do Euro/2000 (tinha entrado aos 87'!).

Natural de Lisboa, os primeiros passos como futebolista foram dados no Clube Oriental de Lisboa, da II Divisão, onde jogou de 1993 a 1995. Na temporada de 1995/96 foi jogar para o Machico, clube da Ilha da Madeira, também da II Divisão, onde foi titular indiscutível. Na temporada seguinte mudou-se para outra equipa insular, o Nacional da Madeira, ainda da II Divisão. No final dessa temporada, com 20 anos de idade, deu-se uma reviravolta na sua carreira. Sem nunca ter representado um clube das divisões superiores de Portugal, sendo inclusive um desconhecido, Costinha foi contratado por um dos grandes clubes de França, o  Mónaco, onde foi Campeão nacional (1999/2000) e venceu a Supertaça, na mesma época. Esta mudança deu-lhe visibilidade, estatuto e prestígio, passando a ser convocado para a Selecção nacional.

A sua alcunha «Ministro», vem desses tempos do Mónaco. Foi-lhe atribuída pelo francês e colega de equipa o famoso Thierry Henry, pelos fatos requintados com que se apresentava diariamente nas deslocações para os treinos da equipa.

Regressou ao futebol português em 2001/02, onde finalmente de estreou na Primeira Liga, para representar o FC Porto. A sua estreia de azul e branco aconteceu a 12 de Agosto, num jogo de má memória disputado em Lisboa, contra o Sporting. O médio defensivo perdeu o jogo (1-0), tendo sido expulso aos 37', por acumulação de cartões amarelos. No entanto viria a afirmar-se como titular indiscutível, conquistando, em quatro épocas, 1 Liga dos Campeões Europeus (2003/04), 1 Taça Uefa (2002/03), 1 Taça Intercontinental (2004), 2 Campeonatos nacionais (2202/03 e 2003/04), 1 Taça de Portugal (2002/03) e 2 Supertaças Cândido de Oliveira (2002/03 e 2003/04). Foi ainda distinguido em 2003 com o «Dragão de Ouro» para o «Atleta do Ano».

Trinco de raiz, Costinha era dotado de sentido posicional e leitura de jogo pouco comuns, para além de um excelente jogo de cabeça que lhe permitia ser forte e decisivo na concretização de lances de bola parada, como por exemplo, o que conseguiu em Old Trafford, nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, da época 2003/04, fundamental para a passagem do FC Porto à final da competição, que viria a ganhar, em Gelsenkirchen, curiosamente frente ao clube que o havia lançado para o estrelato, o Mónaco.

Foram três épocas de grande fulgor, conquista de títulos e prestígio. Tanto que os níveis de ansiedade na procura de novas aventuras/melhorias financeiras  tomaram conta do atleta. O FC Porto, que já havia perdido no defeso Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Alenitchev, Deco e o treinador José Mourinho, fez questão de manter alguns dos jogadores mais influentes nos êxitos conseguidos, para atacar com confiança e ambição, a época de 2004/05. Naturalmente Costinha fazia parte desse lote, juntamente com Nuno Valente, Maniche, Derlei e Carlos Alberto, por exemplo. Curiosamente, ou talvez não, nenhum destes atletas ficou satisfeito com a situação. O assédio e as propostas de melhorias financeiras irrecusáveis, só ao alcance dos «tubarões» europeus, toldaram-lhes o discernimento, fazendo-os enveredar por atitudes pouco recomendáveis, no sentido de pressionarem a saída.

Após 2004/05, época atípica para o FC Porto, com sucesso relativo, onde apenas ganhou a Taça Intercontinental e a Supertaça Cândido de Oliveira, Costinha viu satisfeitas as suas pretensões e foi vendido ao Dínamo de Moscovo, clube russo onde teve problemas disciplinares. No fim da segunda época foi emprestado ao Atlético de Madrid.

Costinha não mais se conseguiu exibir ao seu melhor nível. O atleta acabaria por reconhecer mais tarde que a sua saída do Dragão não fora a decisão mais sensata e correcta que tomara.

Terminou a sua carreia aos 35 anos, ao serviço do Atlanta, de Itália, onde raramente foi utilizado durante os cerca de três anos de permanência neste clube.
(Continua)
Fonte: International Matches 1998/2006

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