FICHA DO JOGO
O FC Porto deu hoje um passo importante para a sua candidatura ao título, num jogo atípico, frente a um adversário que jogava os últimos cartuchos da esperança de reentrar na luta e por isso obrigou os Dragões a um trabalho defensivo muito pouco comum. Pode mesmo dizer-se que o Sporting foi quiçá a equipa que neste Campeonato mais dificuldades colocou aos azuis e brancos.
Eficácia e pragmatismo marcaram então esta importante vitória do FC Porto. Eficácia porque em três boas ocasiões fez 2 golos, pragmatismo porque aceitaram a maior posse de bola do Sporting, durante todo o jogo e foram ainda capazes de segurar a vitória com Casillas a brilhar em grande intensidade ao efectuar três espectaculares defesas.
Nuno Espírito Santo procedeu a três alterações na equipa titular, em relação ao jogo anterior, escalando Brahimi, Corona e o estreante Soares, em detrimento de Herrera, André André e Diogo Jota.
O jogo começou com os jogadores de ambas as equipas a acusarem a responsabilidade do mesmo, perdendo muitas bolas pelas laterais. O Sporting num esquema mais apoiado e o FC Porto privilegiando os lançamentos longos. Resultou daí maior posse de bola para a equipa leonina com o FC Porto a tentar explorar a recuperação de bola para caminhar rápido para a baliza contrária.
Foi assim que chegou à vantagem logo aos seis minutos, ajudando a serenar um pouco a entrada algo nervosa. Casillas lançou longo para a direita onde Jesús Corona correu rápido para uma recepção perfeita, bailou na frente de Zeegelaar deixando-o confuso, cruzou com peso, conta e medida, André Silva atraiu os centrais e Soares, nas suas costas, completamente livre de adversários, subiu e cabeceou vitoriosamente para o primeiro da noite.
A equipa leonina reagiu com o seu futebol mais trabalhado, mas sem ser capaz de incomodar Casillas. O lance mais vistoso pertenceu a Rúben Semedo, por volta dos 27 minutos, com o guarda-redes portista a corresponder com defesa magnífica, apesar do lance ter sido interrompido por falta sobre Marcano.
À incapacidade lisboeta para criar lances de golo, respondeu o FC Porto com novo lance rápido, bem explorado e melhor concretizado. Bola recuperada a meio-campo portista por Brahimi, numa disputa limpinha, apesar do ruído dos lagartos (o argelino ganhou a frente, protegeu a bola e levou um toque de Palhinha, estatelando-se os dois), sobrando para Danilo, que avançou com determinação até à linha de meio-campo, no círculo central, altura em que fez um passe magistral a rasgar entre os dois centrais, para Soares corresponder com um sprint para a área de Patrício, contornando-o e atirando com toda a frieza, fazendo balançar as redes pela segunda vez, perante o gáudio da recheada e vibrante plateia. Estreia de sonho para o ex-Vitória de Guimarães que se tornou no 408º portista a marcar.
Antes do intervalo, os Dragões ainda vibraram com uma nova jogada prometedora, muito parecida com a do 1º golo, tendo como protagonistas os mesmos elementos. Corona a cruzar, André Silva a atrair os centrais e Soares a aparecer livre a cabecear, mas desta feita ao lado.
O intervalo chegaria com um parcial de 2-0, justo e eficaz.
No segundo tempo as coisas alteraram-se bastante, face à atitude de ambas as equipas. Os azuis e brancos, mais confortáveis com a vantagem conseguida, baixaram o ritmo e cederam mais terreno ao adversário. O Sporting, também fruto da alteração operada por Jorge Jesus, deixando Matheus Pereira nas cabines, fazendo entrar Alan Ruiz, apareceu bem mais perigoso e determinado em alterar o rumo dos acontecimentos, criando muitas dificuldades ao último reduto portista.
Foi uma segunda parte de grande domínio forasteiro, obrigando os da casa a grande pragmatismo, muita coesão, espírito de sacrifício e de luta.
O treinador portista teve de mexer na equipa para tentar reequilibrar, mas os lisboetas foram sempre mais perigosos. Tiveram uma bola nos ferros (56'), marcaram (60') e construíram dois lances muito prometedores (81' e 92'), superiormente anulados pelo fabuloso Iker Casillas, enquanto pelo lado azul e branco, André André desperdiçou o 3º golo, aos 71'.
Vitória muito difícil perante um adversário que valorizou muito este importante triunfo.
O trabalho do árbitro não foi isento de erros, mas não esteve directamente relacionado com o resultado. Houve três lances (pelo menos) mais discutíveis, mas apenas um mal julgado.
O primeiro, já explicado acima, na jogada do segundo golo (60'), bem ajuizado; o segundo, aos 54', falta feia de Zeegelaar, sobre Soares, para 2º amarelo e expulsão perdoada; e o terceiro aos 77', bola na mão de Corona, a remate de Adrien, muito perto, tendo o mexicano os braços encostados ao peito, pelo que o árbitro esteve bem ao deixar seguir.
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