FICHA DO JOGO
Hoje o FC Porto terá hipotecado as suas aspirações de poder eliminar a forte formação da Juventus, que afinal apenas se limitou a confirmar a sua real superioridade, num jogo quase sem história, principalmente depois da expulsão de Alex Telles, a partir do minuto 27.
Nuno E. Santo mexeu no onze titular, como era espectável, fazendo regressar Danilo Pereira, Herrera e Brahimi, mas mantendo algo surpreendentemente Rúben Neves.
Num estádio quase lotado de vibrantes e entusiastas 49.229 espectadores, com muito azul e branco numa coreografia digna dos grandes jogos, a equipa do FC Porto entrou com grande confiança e ambição, conseguindo fazer recuar até ao seu último reduto o categorizado adversário. Foram cerca de dez minutos muito prometedores mas que não tiveram, nem consequência nem sequência.
A Juventus, servida por jogadores de classe e experiência, depois desse período tomou conta das operações não dando quaisquer chances de oposição satisfatória e para piorar a situação, Alex Telles cometeu a insensatez de fazer duas faltas para amarelo, num curto espaço de dois minutos, deixando a sua equipa em inferioridade numérica e obrigando o seu treinador a mexer na equipa.
Nuno teve então de abdicar de um avançado, tirando André Silva para meter Layún, refazendo assim a linha defensiva. A estratégia passou por recuar no terreno, permitindo aos italianos mais espaço e mais posse de bola. Até ao intervalo, os portistas tiveram de sofrer e viram o seu adversário criar algumas boas situações, especialmente a protagonizada por Higuain, desfeita por Casillas e por Dybala, desfeita pelo poste.
Estava na cara que a equipa da casa teria de trazer dos balneários a lição bem estudada para poder contrariar a inferioridade numérica, correndo os menores riscos possíveis. Para tal teria de trocar bem a bola, furtá-la o mais possível ao adversário, baixar o ritmo de jogo e ter a matreirice para fazer correr o tempo.
Era naturalmente pedir demasiado a um conjunto de jogadores sem muita experiência e que me pareceu não trazerem o guião adequado às circunstâncias.
O treinador portista não pareceu disposto a abandonar os seus princípios de jogo e ao invés de reforçar o meio campo, preferiu tirar Rúben Neves para introduzir Corona, quiçá na expectativa de recuperar alguma profundidade atacante, mas sem resultados práticos. A Juve dominava como queria e o golo seria uma questão de tempo.
Brahimi ainda deu o seu lugar a Diogo Jota, mas a troca não só não resultou como enfraqueceu, pois o argelino foi sempre muito mais esclarecido que o jovem português.
Depois aconteceu o inevitável. Dois golos sofridos num espaço de dois minutos. Duas falhas defensivas pouco comuns, mas diga-se em abono da verdade que os transalpinos construíram oportunidades suficientes para merecerem este resultado.
Resta dizer que o árbitro da partida também mereceu as duas monstruosas assobiadelas (no intervalo e no fim do encontro) pela gritante dualidade de critérios no aspecto disciplinar, sempre duro contra o FC Porto e benevolente para a Juventus. Esteve bem na expulsão limitando-se a aplicar as leis do jogo, mas a avaliar pela sua actuação, se as duas faltas tivessem sido cometidas por um qualquer jogador da equipa adversária certamente outro galo cantaria.
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