FICHA DO JOGO
O FC Porto apareceu ressuscitado para um clássico que à partida parecia ser o da degola do Dragão, face à surpreendente derrota portista no seu reduto, frente à modesta formação do Arouca e sobretudo face ao seu poderoso adversário, gulosado até ao tutano pelos pasquins e Comunicação Social amestrada como sendo o ataque demolidor, o rolo compressor, o ambiente infernal, enfim os potenciais humilhadores de serviço.
O circo estava montado, casa cheia, vibrante, impregnada de encarnado repugnante, filme moralizador nos ecrãs, coreografia arrepiante (no palrar das papoilas da BTV), uma festa gigantesca, apropriada para receber os «obcecados», que mais uma vez, teimaram em fazer jus ao seu palco privilegiado a que orgulhosamente apelidaram de SALÃO DE FESTAS.
Com seis pontos de desvantagem, restava aos azuis e brancos, apresentarem-se sem medo, unidos, concentrados e abordar o jogo com competência, organização, inteligência e eficácia.
José Peseiro está de parabéns pela forma como recuperou animicamente os seus atletas, numa semana que não terá sido nada fácil, ainda por cima com alguns impedimentos físicos para gerir. Gostei do seu discurso confiante no lançamento deste jogo (contrastante com o do treinador anterior), com mensagem positiva quer para o interior como para o exterior. Apreciei também a sua coragem na aposta no jovem central Chidozie, da equipa B, arrasadoramente ganha pela maturidade e classe patenteadas durante todo o jogo.
Tal aposta teve a virtude de poder manter o habitual escalonamento do onze titular nos restantes sectores, factor que veio a ser determinante para o bom desempenho geral.
Não foi uma exibição perfeita, longe disso, mas foi a possível de um conjunto ainda à procura da sua identidade, com altos e baixos, mas que se bateu como um campeão, alheio ao ambiente hostil e frenético e ainda aos elogios bacocos e bajuladores ao adversário, a que de resto já deveriam estar habituados.
A equipa da casa, empurrada pelo ruído exterior, entrou melhor no jogo e a aparecer com algum perigo no último terço do campo. Casillas foi posto à prova mas respondeu com classe a um remate de Jonas. Aos 18 minutos foi porém impotente para deter o remate de Mitroglou que aparece solto na sua cara. Miguel Layún no bico da área, estava a colocar em jogo o avançado contrário e o guardião portista nada pode fazer.
Os Dragões, cada vez mais em maus lençóis, reagiram com personalidade e a pouco e pouco foram equilibrando a partida, até que numa jogada de bom entendimento, Layún, do lado esquerdo acercou-se da grande área benfiquista, atrasou para Herrera, o mexicano recebeu, enquadrou-se com a baliza e de pé direito rematou colocado para o poste mais distante, concretizando um belo golo, o do empate. Momento gélido no salão de festas, prontamente aquecido pelo entusiasmo das vibrantes claques portistas que fizeram ouvir a sua voz.
Até ao intervalo, Casillas voltou a responder com classe a novo remate perigoso de Jonas, Brahimi depois de conseguir aparecer em zona de finalização atirou por cima da baliza, Herrera voltou a ter o golo nos pés, em remate semelhante ao do golo, mas atirou a rasar o poste e finalmente Samaris apareceu com perigo dentro da área portista, mas estorvado por Layún atirou para fora.
No recomeço as duas equipas entraram com a mesma disposição, cada qual a apresentar os argumentos disponíveis para desfazer a igualdade no marcador. Casillas voltou a ser determinante para manter as suas redes sem mais mácula, enquanto Aboubakar desperdiçava uma grande oportunidade para colocar os Dragões em vantagem, mas aos 65 minutos, numa triangulação perfeita protagonizada por Layún, Brahim e o camaronês, o avançado portista bateu Júlio César sem apelo nem agravo, dando a volta ao marcador.
Golo efusivamente festejado por todos os Dragões presentes, deixando petrificadas as papoilas, que de vermelhas começaram a ficar roxas e incrédulas. Então não era suposto cilindrar o adversário? Não deviam estar a ganhar por 50-0?
Até final do encontro vieram ao de cima as fragilidades dos campeões do colinho, do manto protector, que hoje decidiu não aparecer!
Emergiu também a capacidade de superação da equipa portista, com Casillas a evitar um auto-golo de Martins Indi, que o obrigou a mais uma defesa espectacular e se é verdade que os alfacinhas procuraram minimizar o prejuízo, também o FC Porto podia ter avolumado o resultado.
Vitória certa e justa da equipa mais inteligente e eficaz, que a ser aproveitada poderá ter relançado a equipa para a discussão do título.
MUITO, MUITO, MUITO, satisfeito por me ter enganado.
ResponderEliminarTivemos EFICÁCIA, SORTE, um GRANDE Casillas, 13 GUERREIROS e um VERDADEIRO TREINADOR.
Contudo, como felizmente não dispomos da propaganda jornalística, sediada na porta 18, a criar falsas ilusões, TEMOS DE MELHORAR.
Os AZUIS E BRANCOS deram muito espaço entre a defesa e o meio campo.
Luís (O do Nuno Espírito Santo, Pedro Martins, ou Lito Vidigal)