FICHA DO JOGO
O FC Porto apresentou-se hoje no Dragão decidido a anular todas as veleidades da equipa que se pode gabar de mais vezes ter ganho no Dragão. Bem lançados para o ataque, os azuis e brancos entraram dominadores, mandões e com vontade de resolver cedo a partida.
Julen Lopetegui entendeu voltar a mexer no onze titular, lançando de início Maicon, Óliver Torres e Quaresma, em vez de Marcano, Herrera e Tello, que ficaram no banco.
Com um meio campo de enorme criatividade, o FC Porto ofereceu aos seus adeptos 15 minutos de futebol de alto calibre, quase sempre bem jogado, muito ofensivo, com momentos de arte e oportunidades de golo a aparecerem naturalmente. O golo, esse apareceu logo aos 9 minutos.
Jogada de Quaresma pela direita, cruzamento perfeito para a cabeça de Jackson Martinez, defesa espectacular de Rui Silva, bola a sobrar para Danilo que na passada fuzilou abrindo o marcador. Jogada corrida, simples, prática e eficaz.
Cruzamento de Quaresma |
Cabeceamento de Jackson |
Festejo de Danilo após recarga vitoriosa |
Pode dizer-se que nesta altura o resultado era demasiado curto para a produção ofensiva portista, resultante de uma exibição muito conseguida e prometedora, só que, a tendência desta equipa para cometer erros primários voltou a fazer-se sentir, de forma quase dramática (Alex Sandro foi mesmo assobiado numa dessas situações), proporcionando ao Nacional da Madeira aparecer por várias vezes em zonas de finalização, que só não tiveram consequências no evoluir do marcador, umas vezes por ineficácia do adversário, outras por intervenções in-extremis, dos defensores portistas.
Naturalmente que tais erros acabaram por abalar o fulgor inicial e o jogo passou a ser mais dividido, com o FC Porto, apesar de tudo, com o sinal mais. Brahimi, Quintero, Jackson e Quaresma estiveram perto de novo golo.
Por tudo isto o resultado no final do primeiro tempo podia-se considerar de justo, pelo maior pendor atacante portista e maior número de oportunidades desperdiçadas, apesar dos riscos defensivos, perfeitamente desnecessários.
No segundo tempo o FC Porto não conseguiu imprimir o mesmo ritmo, a mesma consistência, a mesma arte, o mesmo engenho nem a mesma disponibilidade para manter uma supremacia tão evidente. O Nacional aproveitou para subir as linhas, fazer maior pressão e a dividir mais o jogo. O meio campo portista dava mostras de dificuldades e por isso Lopetegui lançou Herrera para o lugar de Quintero.
Apesar da boa entrada do mexicano, o jogo portista não voltou a ter o mesmo brilho. Ganhou, é certo, em maior disciplina táctica, maior segurança defensiva e maior equilíbrio o que perdeu em criatividade.
Porém, quando num plantel abundam estrelas de grande qualidade, jamais se poderá pensar que o espectáculo é finito. A prova disso foi a jogada e execução do segundo golo dos Dragões. Um verdadeiro hino ao futebol.
Quaresma recebeu na esquerda, tocou atrasado para Alex Sandro, o brasileiro colocou em Brahimi que tabelou com Óliver Torres, de novo com a bola o argelino aplicou duas fintas de corpo, tirando o defensor do caminho, puxou a bola para o pé direito e em arco fez a bola entrar no canto superior esquerdo do guarda-redes contrário, concluindo de forma espectacular. GOLAÇO.
Golo importante para matar o jogo e logo a seguir a substituição do «mágico» por Tello que com a sua velocidade ainda criou grandes dificuldades à defensiva contrária.
O resultado não se alterou mas Tello e Quaresma desperdiçaram duas boas ocasiões para o dilatarem.
Vitória justa numa exibição agradável e com momentos muito bonitos, de bom futebol, onde não faltou a criatividade e a magia.
Tirando os erros primários de que a equipa parece não conseguir libertar-se a imagem que fica é que os ideias do treinador estão mais assimiladas e o crescimento mais evidente. A próxima deslocação a Bilbau servirá certamente para aferir esta convicção.
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