FICHA DO JOGO
Foi com personalidade e classe que o FC Porto, ao vencer em San Mamés, carimbou o passaporte da passagem aos oitavos-de-final da Champions League, a duas jornadas da conclusão da fase de grupos.
Numa partida previsivelmente muito difícil, num cenário infernal e num relvado muito pesado e escorregadio, o que se pedia à turma portuguesa era muita concentração, solidariedade e inteligência para contrariar a fúria espanhola, controlar o jogo e, se possível, ganhar ascendente no sentido de antecipar a qualificação para a fase seguinte.
Foi exactamente o que aconteceu. Os Dragões entraram confiantes, imperturbáveis e muito personalizados, conseguindo uma exibição muito consistente.
Como se esperava, Julen Lopetegui apostou num onze titular bastante equilibrado e os seus jogadores interpretaram na integra o esquema idealizado pelo técnico.
Sem grandes falhas defensivas, boa qualidade de passe, bom posicionamento no terreno e capacidade para jogar no campo todo, o FC Porto cedo tomou conta dos cordelinhos e impôs o seu futebol de posse e circulação de bola, de que tanto gosta. Fabricou três boas oportunidades de golo, durante a primeira parte, falhando inclusivamente uma grande penalidade, cavada por Danilo, razão pela qual o nulo ao intervalo era um resultado bastante injusto.
No reatamento a equipa basca entrou com outra dinâmica, fruto das duas alterações que efectuou e foi a primeira a criar perigo, desperdiçando a única oportunidade para chegar ao golo, durante toda a partida. Mas foi Sol de pouca dura já que a equipa portista rapidamente voltou a criar ascendente e a baralhar as contas do adversário.
Com Brahimi em noite inspirada, o marcador seria inaugurado aos 55 minutos. Jogada espectacular do argelino pela esquerda a desembaraçar-se de dois defesas contrários, entrada na área junto à linha de cabeceira, cabeça levantada, colocação da bola no sítio certo para a entrada vitoriosa de Jackson Martinez, com a bola a beijar as malhas da baliza de Iraizoz. O resultado começava a ficar mais próxima da justiça.
Assistência de Brahimi |
Golo de Jackson Martinez |
Festejo de Jackson após o golo |
Os azuis e brancos continuaram com o seu jogo fluído e acercar-se com perigo à baliza do Athlétic, que parecia não ter argumentos para travar as investidas portistas. Brahimi, de livre directo e Martins Indi de cabeça provocaram algum frisson.
Ainda antes de dilatar o marcador, o FC Porto teve uma bola no ferro da sua baliza, num desajeitado remate de cabeça de Guillermo que quase traía Fabiano a que Jackson Martinez respondeu com remate frontal, por cima da barra.
O segundo golo portista surgiria pouco depois, no aproveitamento de um erro fatal do defesa Laporte. Lance aparentemente inofensivo, atraso para o seu guardião, a bola a ressaltar num tufo de relva e a enganar Iraizoz e a sobrar para a corrida oportuna do mágico Brahimi, que apenas se limitou a tocar para a baliza deserta, parecendo ter previsto o infortúnio dos adversários. Estava feita alguma justiça no resultado.
Golo de Brahimi |
Exibição muito positiva, vitória indiscutível e apuramento antecipado, com destaque para o colectivo que patenteou bastante equilíbrio e a dar a ideia de ter já afinado algumas irregularidades que vinham deteriorando o rendimento global. Defesa coesa, meio campo ligado e dinâmico e ataque bastante codicioso. Hoje, o elo mais fraco pareceu-me Cristian Tello, muito trapalhão e complicativo. A figura do jogo, apesar de um punhado de boas exibições, vai para Brahimi, o «inventor» do primeiro golo e autor do segundo.
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