segunda-feira, 17 de junho de 2013

GOLEADORES PORTISTAS - Nº 8












CORREIA DIAS - Goleador Nº 8

Apontou 113 golos em 122 jogos disputados, durante as oito épocas ao serviço do FC Porto (1941 a 1949). Aliás, em rigor, não devemos ignorar que este avançado portista começou a dar o seu contributo à equipa sénior, na época de 1939/40, tendo então sido utilizado em dois jogos do Campeonato Regional do Porto, nos quais apontou um golo em cada uma dessas partidas. Reapareceria em toda a sua plenitude, como titular indiscutível a partir da época 1941/42.

Manuel Babo Correia Dias nasceu  no dia 24 de Março de 1919, em Ovar e fez toda a sua formação nas escolas do FC Porto.

A sua estreia na equipa sénior do FC Porto aconteceu no dia 22 de Outubro de 1939, no Campo da Constituição, em jogo da 3ª jornada do Campeonato Regional do Porto, frente ao Leça FC, com vitória portista por 3-1, com o último golo azul e branco da sua autoria.

Os dados a que tive acesso não explicam a sua ausência no plantel portista, durante a época seguinte (1940/41), mas tudo leva a crer que tenha tido a ver com a sua mentalidade puramente amadora e ao facto de pertencer a uma família da média burguesia, estabelecida em Ovar com um armazém comercial sob o nome de «Correia Dias & Fos., Lda.», que certamente estaria mais interessada em influenciá-lo para os negócios.

O certo é que Correia Dias reapareceu na temporada de 1941/42 e em grande estilo. Logo na sua estreia deu nas vistas com dois golos frente ao Vitória de Guimarães. No final da temporada consagrou-se como o melhor marcador do Campeonato Nacional, com 36 golos marcados, em 21 jogos disputados. O jovem goleador passou então a ser respeitado e temido, não só pelo seu instinto natural para o golo, como também pela sua envergadura física, era bastante alto e chegou a pesar mais de cem quilos. Na temporada de 1945/46 voltou a estar perto de repetir a proeza, marcando 25 golos em 22 jogos, insuficientes no entanto para ser o melhor marcador desse campeonato.






















Não venceu qualquer título nacional pelo seu FC Porto, mas foi peça fundamental na épica vitória frente ao Arsenal de Londres, no dia 7 de Janeiro de 1948, por 3-2, com dois golos da sua autoria.

Correia Dias afirmou-se muito para além dos seus dotes futebolísticos. Também pela singularidade da sua maneira de estar no futebol. Intrinsecamente amador, protagonizou um episódio curioso que o definiu como um desportista movido unicamente pela paixão e desprovido de ganância. Esteve para se retirar no momento em que o Clube lhe propôs uma contrapartida em dinheiro, a exemplo do que auferiam todos os seus companheiros de equipa. Só após várias tentativas e explicações lá se convenceu a aceitar o salário, ele que nunca tinha sido remunerado e sempre tinha jogado por amor à camisola.

Decidiu encerrar a sua carreira no dia 16 de Janeiro de 1949, realizando o seu último encontro, no Campo da Constituição, frente ao SC Olhanense.

Fontes: Figuras e Factos, de J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar

Sem comentários:

Enviar um comentário