DOMINGOS PACIÊNCIA - goleador Nº 6
Apontou 142 golos nos 378 jogos disputados com a camisola do FC Porto durante as 12 épocas ao seu serviço.
Domingos foi um verdadeiro ponta-de-lança mas simultaneamente um jogador de notável qualidade técnica, de grande velocidade com a bola dominada, que lhe permitia jogar nas alas quando necessário. Possuía drible fácil e estonteante, muita criatividade, excelente sentido de posicionamento, bom jogo de cabeça, remate espontâneo e colocado e uma fulminante rapidez de reflexos (pensava e executava em limitada fracção de segundos).
Natural de Leça da Palmeira, chegou ao FC Porto aos 13 anos de idade para completar a sua formação. De corpo franzino mas dotado de elevado apuro técnico, quiçá dos mais evoluídos de sempre entre os jogadores portugueses da sua idade, foi alvo de um intenso trabalho, submetido pelos departamentos médico e técnico do FC Porto, para a obtenção de massa muscular e estrutura física, para colmatar de algum modo essa enorme debilidade.
Percorreu os escalões de formação de forma brilhante e prometedora, acabando por se estrear na equipa sénior em 15 de Agosto de 1987, em Itália, num jogo particular frente ao Fóggia. A sua estreia oficial na equipa principal aconteceu porém três meses mais tarde, mais precisamente no dia 21 de Novembro de 1987, no Campo Maria Vitória, frente ao Moura, na 3ª eliminatória da Taça de Portugal. Domingos foi titular na vitória portista por 0-2.
Nas doze épocas em que jogou pelo FC Porto, tornou-se num dos principais goleadores, ainda que não tivesse conseguido ser um titular indiscutível em algumas épocas. Depois de em 1990/91 ter marcado 24 golos no campeonato nacional e ter perdido a Bola de Prata para Rui Águas, do Benfica, só porque o Jornal A Bola, organismo que instituiu o prémio para o melhor marcador, lhe sonegou um golo que apontou contra o Beira-Mar, atribuindo-o a um defesa aveirense, lá conseguiu na época de 1995/96 o seu melhor registo no campeonato, com 25 golos em 29 jogos (6 dos quais incompletos), ganhando finalmente o troféu, bem como o prémio de melhor jogador desse campeonato. Por curiosidade refira-se que foi até aos nossos dias o último atleta nascido em Portugal a vencer a Bola de Prata.
Em 1996/97, a chegada do brasileiro Mário Jardel ao FC Porto, levou Domingos a rumar ao Tenerife, nas Ilhas Canárias. Tinha então já vestido a camisola da Selecção nacional por 32 vezes a apontado 8 golos. Pelo clube espanhol somou mais duas internacionalizações e mais um golo.
No regresso a Portugal, em 1999/2000, chegou a ter aparente acordo com o Sporting, mas acabou por optar pelo FC Porto, não conseguindo atingir o brilhantismo anterior. Domingos coleccionou nos Dragões um palmarés invejável, com 18 títulos nacionais, a Bola de Prata de 1995/96 e ainda foi destingido com o «Dragão de Ouro» em 1988, como «Atleta do Ano» e em 1990, como «Futebolista do Ano».
Pôs fim à carreira de jogador no final da época 2000/01 para abraçar a carreira de treinador.
Palmarés ao serviço do FC Porto (18 títulos):
7 Campeonatos nacionais (1987/88, 1989/90, 1991/92, 1992/93, 1994/95, 1995/96 e 1996/97)
5 Taças de Portugal (1987/88, 1990/91, 1993/94, 1999/2000 e 2000/01)
6 Supertaças Cândido de Oliveira (1990/91, 1992/93, 1993/94, 1995/96 e 2000/01)
Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar
Caro Sr. Rui Anjos:
ResponderEliminarComo referiu o Domingos foi espoliado de um troféu de melhor marcador do campeonato nacional em 1991 por causa de um golo marcado ao Beira-Mar que não foi considerado (uns consideraram autogolo, para outros foi golo de Semedo, o Domingos é que não podia ser o autor do golo porque senão teria ganho a bola de prata).
Depois de relembrado este episódio ocorrido quando eu era um jovem adolescente e já um portista ferrenho com um carinho especial pelo nosso Domingos "brinca na areia", deixo-lhe aqui nesta caixa de comentários outro episódio de dúvida sobre a autoria de um golo, envolvendo Domingos: na época seguinte, 1991/92, na jornada em que o FC Porto conquista matematicamente o título de campeão nacional (1-0 ao Salgueiros, no estádio do Bessa), o golo é marcado quase no fim e atribuído a Kostadinov, mas os próprios locutores televisivos em tempo real dão o golo a Domingos. O lance é na sequência de um canto, onde há a dúvida se depois de uma cabeçada de Domingos a trajectória da bola (na direcção da baliza) é alterada ou não por Kostadinov. Eu penso que o golo é do Domingos.
deixo-lhe o link para um resumo do jogo, com a devida vénia ao blogue Filhos do Dragão:
https://www.youtube.com/watch?v=NGRy3mJKSyc&list=PLUj9I77GkKWINqQTYCBjZZJZO3v3amIAv&index=50
Note que faço este comentário em nome do rigor, não sei se de facto o golo foi homologado (por quem de direito) a Kostadinov ou a Domingos, o que sei é que de uma forma geral, nos livros, almanaques, sites desportivos e blogues por essa internet fora este golo é atribuído a Kostadinov.
Cumprimentos azuis e brancos