ANTÓNIO ARAÚJO - Goleador nº 7
Hoje nesta rubrica vamos recuar às décadas de 40 e 50 para recordarmos um dos mais prestigiados goleadores do FC Porto, que ao apontar 139 golos, em 168 partidas, mantém um lugar honroso no ranking portista.
Natural de Paredes, começou a jogar futebol no clube da sua terra antes de ingressar, aos 19 anos, no FC Porto. O seu dribling curto e desconcertante e a facilidade, potência e colocação dos seus remates valeram-lhe a conquista de um lugar na equipa principal e o carinho e respeito do público.
Pela mão de Szabo e ao lado do grande Pinga, António Araújo construiu uma carreira muito bonita, ainda que relativamente curta, com alguns episódios dramáticos a ensombrá-la e a determinarem um fim prematuro.
Estreou-se com a camisola do FC Porto no dia 1 de Novembro de 1942, frente ao Salgueiros, em jogo da 3ª jornada do Campeonato Regional do Porto, tendo apontado dois golos, garantindo desde então a titularidade.
Autor de muitos e belos golos, Araújo cotou-se como o melhor marcador do Campeonato nacional de 1947/48, com 36 golos.
Também associou o seu nome a um feito histórico do Clube. A vitória sobre aquela que era a melhor equipa do mundo, o Arsenal de Londres. Do resultado, 3-2 a favor do FC Porto, tão memorável quanto impensável, Araújo deixou a sua marca ao concretizar o primeiro golo portista.
Com a camisola da Selecção nacional, que representou por nove vezes, fez cinco golos, dois dos quais numa estrondosa e inédita vitória de Portugal sobre a Espanha, por 4-1, em 26 de Janeiro de 1947, no que constituiu a primeira vitória portuguesa sobre os espanhóis. Nessa altura a Selecção nacional era designada no Norte, com imenso sarcasmo, como «Sport Lisboa e Araújo», por ser habitual a presença solitária do categorizado interior portista no «onze» titular.
Ficou ainda ligado à pequena «travessia no deserto» que o FC Porto enfrentou durante as 9 épocas que equipou de azul e branco e que o afastou dos merecidos títulos.
António Araújo não foi inteiramente feliz na sua carreira, que até começou auspiciosamente. Na temporada de 1949, o Centro de Medicina Desportiva declarou o atleta como incapaz, na sequência de um exame que acusou a existência de albumina. O jogador foi obrigado a suspender a actividade aos 26 anos, submetendo-se a tratamentos intensivos durante largos meses.
Regressou aos campos de futebol na época de 1950/51, mas já nada seria como antes. O afastamento da competição, associada a sequelas de uma lesão no menisco e o aparecimento de dois grandes nomes do futebol portista, Hernâni e Pedroto, tornaram-se nos principais obstáculos para a retoma de uma carreira em plenitude.
Ainda assim, António Araújo daria o seu contributo por mais duas épocas e encerraria o seu ciclo no FC Porto aos 30 anos.
Fontes: FC Porto - 100 anos de História, de Álvaro Magalhães e Manuel Dias; Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar.
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