quarta-feira, 19 de junho de 2013

DRAGÃO CATEDRÁTICO - SABIA QUE...
















... no tempo da «outra senhora» o presidente da Federação Portuguesa de Futebol só podia ser indicado pelos três clubes de Lisboa (Benfica, Sporting e Belenenses)?



Deve ser essa a «transparência» que alguns «artistas» do dirigismo desportivo português e não só, reclamam para os dias de hoje. «Transparência» responsável por uma  falsa hegemonia, fabricada aos interesses da capital do Império salazarista e que só terminou com a Revolução de Abril e os novos métodos democráticos.

Ora por essa altura, o bastião do futebol nacional, FPF, foi sempre comandado por presidentes conotados com o regime político vigente, indicados pelos três grandes de Lisboa, Benfica, Sporting e Belenenses.

Esses senhores punham e dispunham e consideravam-se personagens omnipotentes e omniscientes. Senhores de autoritário domínio, entendiam que os demais dirigentes desportivos, nomeadamente os dos clubes da província, tinham a obrigação de se submeterem às tirânicas e prepotentes decisões dos comandos da FPF.

A Comissão de Arbitragem estava ligada à Direcção Geral dos Desportos, organismo sob a jurisdição do Ministério da Educação Nacional, que tinha a responsabilidade de nomear o Presidente da referida Comissão. Ora também aqui, todos os seus membros tinham que estar radicados em Lisboa e os vogais tinham obrigatoriamente de residir num raio de 50 km da capital.

Quando confrontados com esta realidade, os adeptos desses clubes defendem-se com o facto de Salazar nunca ter patenteado grande interesse pelo desporto e muito menos pelo futebol.

Esquecem-se porém de que o lema do Estado Novo foi tornar a capital de Portugal e os concelhos limítrofes numa «Metrópole» das mais progressivas do universo e por isso, o governo de Salazar privilegiou, com a sua protecção, apoio e política centralista, todos os sectores da vida civil e desportiva, com benefícios claros para os clubes de Lisboa.

Só a partir da Revolução de Abril foi possível à FPF eleger um presidente indicado por outras associações e/ou outros filiados na Federação, democraticamente submetido a sufrágio, em concorrência com outros candidatos.

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