ARBITRAGEM - CURIOSIDADES
Numa altura em que se fala com alguma insistência na profissionalização dos árbitros de futebol, não deixa de ser curiosa a forma como eles eram recrutados nos inícios da modalidade.
Tudo leva a crer que a função de árbitro, nasceu pela necessidade de moderação das divergências que surgiam com frequência crescente em cada jogo de futebol.
O juiz da partida começou por intervir no jogo apenas em função das reclamações de cada uma das equipas, gritando para parar o jogo (ainda não havia apito) e atender às reclamações que achasse que tinham fundamento (1868).
Só em 1896, as regras deram ao árbitro o direito de intervir por sua própria iniciativa, sendo as suas decisões indiscutíveis.
Os árbitros assistentes (juízes de linha) só apareceram em 1891.
Nos primeiros tempos de competições, dado a falta de interessados em assumir a condução dos jogos de futebol, as federações atribuíram aos clubes a formação e a indicação dos elementos disponíveis para dirigirem os encontros. Eles eram recrutados, de entre os seus jogadores mais esclarecidos nas leis do jogo e na sua interpretação!
Também o FC Porto teve de assegurar essa formação, naturalmente.
Nos anos 20, Ivo Lemos, que se afirmou como jogador de categoria, chegando a ser o único elemento português da equipa portista, dominada por atletas ingleses, foi também árbitro e dos melhores.
Não dirigia os jogos em que participava o FC Porto, evidentemente, e era dos árbitros mais respeitados e elogiados. Foi convidado para dirigir o jogo entre o Real Fortuna e o Real Vigo, em Vigo, tornando-se o primeiro árbitro internacional do futebol português. Exibiu-se com o habitual rigor e autoritarismo, deixando cartel em Espanha, recebendo da Federação Galega um louvor.
Fonte: FC Porto - 100 anos de História - 1893/1993, de Álvaro Magalhães e Manuel Dias
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