FICHA DO JOGO
A ressaca da Champions League quase fazia das suas. A primeira parte portista foi um autêntico bocejo, um deserto de ideias e um espectáculo desolador! Atitude abúlica, jogadores desconcentrados e futebol sem arte nem inspiração, denotando um enorme desgaste físico e emocional.
Embora com maior posse de bola, os Dragões não conseguiram qualidade nos passes, na circulação e nos remates, face à lentidão e à lassidão com que actuaram, permitindo ao adversário organizar-se bem na defesa e lançar alguns contra-golpes.
Vítor Pereira tinha chamado os seus atletas à atenção, para a importância deste jogo e para a qualidade do adversário. O treinador passou a mensagem de não querer facilitar ao fazer, no onze titular, apenas as duas alterações a que se viu obrigado, em função dos castigos a que Mangala e Alex Sandro foram sujeitos. Não foi suficiente.
Os substitutos, Maicon e Quiñones, não mostraram a mesma qualidade e o central portista esteve mesmo ligado ao primeiro golo do encontro ao avaliar de forma errada a trajectória da bola, permitindo a Braga recolhê-la à vontade, num lance em que também Helton não ficou muito bem na fotografia. Antes porém, o FC Porto teve a oportunidade de se adiantar no marcador, quando Marat Izmaylov, um dos poucos que apesar de lento se apresentava mais esclarecido, quando aos 31 minutos Filipe Augusto pisou ostensivamente o russo, no interior da área e o árbitro não teve outro remédio senão assinalar a grande penalidade clara.
Jackson Martinez correu decidido para a bola e atirou à «Panenka», mas Oblack, que ainda não se tinha movido, percebeu a intenção, limitando-se a recolher a bola quase morta.
Se o público não estava a gostar do jogo, com este lance caiu na indignação.
A perder por 0-1 e a jogar mal, adivinhavam-se ainda mais dificuldades, porém a equipa portista não se desorientou e reagiu até bem ao golo sofrido, despertando um pouco da letargia que a vinha tolhendo.
O empate surgiu já em cima do intervalo, numa nova grande penalidade bem assinalada pelo árbitro da partida. Quiñones foi à linha cruzar e Marcelo meteu o braço à bola. Jackson desta vez não perdoou atirando forte ao canto superior esquerdo da baliza de Oblack, que ainda tocou na bola.
No segundo tempo Izmaylov ficou no balneário dando o seu lugar a James Rodríguez e a atitude e a qualidade do futebol portista apresentaram-se transfigurados. Agora já parecia de novo o FC Porto habitual, dominador, ambicioso e sufocante. As oportunidades apareceram e Oblack teve de demonstrar a sua inegável qualidade, negando golos à equipa portista.
Golo que chegaria aos 76 minutos num lance de fabrico colombiano. James Rodríguez, sob a esquerda levantou a cabeça, lançou na direcção do seu compatriota Jackson Martinez, que recebeu a bola com o pé direito e com o esquerdo fez a bola passar pelo meio das pernas do guardião do Rio Ave, fazendo vibrar de alegria e alívio a plateia azul e branca.
Estava consumada mais uma vitória difícil mas muito importante para as aspirações de renovação do título nacional.
Os portista ainda tiveram oportunidades para dilatar o marcador, mas a vitória tangencial reflecte com mais justiça as dificuldades deste jogo.
Nesta exibição de duas faces, salvaram-se como elementos preponderantes, João Moutinho, que não sendo tão exuberante como o costume, demonstrou que não sabe jogar mal e empurrou os seus colegas para uma segunda parte de bom nível.
Também gostei de Otamendi e Izmaylov. James e Defour estão de novo a caminho da melhor forma, com apontamentos bastante interessantes. Quiñones, ainda que longe da capacidade de Alex Sandro, mostrou-se seguro, desinibido e algumas vezes ousado.
Pela negativa, Danilo especialmente pela insistência dos remates disparatados, Maicon, ainda longe da sua melhor forma, hoje muito lento a desfazer-se da bola e muito mal batido no lance do golo sofrido, tal como Helton.
Jackson falhou um (penalti) e marcou dois (golos)
ResponderEliminarChegou a pairar o espectro do Olhanense no Estádio do Dragão… Jackson irritou os adeptos mais pelo modo do que pelo falhanço de outra grande penalidade. Redimiu-se depois de uma bonita atitude do capitão Lucho (exigiu que aproveitasse a segunda oportunidade) e com um segundo golo a grande passe de James.
O FC Porto, perante uma equipa muito fechada e bem organizada, teve que imprimir maior velocidade ao jogo no decorrer da 2.ª parte. Não havia outro modo de fazer pela vida, pela vitória.
Uma palavra para um jogador, outra para o treinador:
Quiñones apresentou-se em jogo do Campeonato aos portistas. Que, concerteza, gostaram como eu do que viram. O lateral colombiano tem excelente recepção e toque de bola, bons pés e, que melhor elogio, joga simples. Temos homem!
A equipa, mais uma vez, mostrou-se solidária e determinada. Nem sempre as coisas correm como o treinador deseja (a ele, por exemplo, não pode ser imputada a culpa de se falhar um penalti). Mas Vítor Pereira demonstra que conseguiu o que para muitos, como eu, era impensável há um ano: formar uma EQUIPA! Pela enésima vez, PARABÉNS “Mister”.
Depois de um jogo da Champions que obrigou a um grande desgaste físico e mental, hoje, frente a um Rio Ave a fazer um excelente campeonato, a equipa do F.C.Porto teve uma ressaca difícil. Culpa própria, muita, mas também, verdade seja dita, mérito do conjunto orientado por Nuno Espírito Santo. Mérito do Rio Ave porque, se por um lado, foi sempre uma equipa curta e bastante recuada, por outro, foi uma equipa bem organizada e quando tinha bola, procurava jogar, sair no contra-ataque. Culpa do F.C.Porto porque foi lento a pensar e a executar, pouco organizado, trapalhão, complicativo e pior, com alguns a jogarem como grandes vedetas, de saltos altos e finos, com uma displicência que enervava o mais pacato dos adeptos. Como se fosse pouco e como cúmulo dessa forma de jogar, o penálti inacreditavelmente desperdiçado por Jackson e o golo de a equipa de Vila de Conde, oferecido a meias por Helton e Maicon, este e não foi só nesse lance, a fazer lembrar os seus piores tempos de azul e branco vestido. Valeu à equipa portista e já em cima da hora para o intervalo, mais um penálti - só deve ter deixado dúvidas ao comentador da Antena 1, Manuel Queiroz - que desta, embora sem grande convicção, Jackson transformou e colocou o resultado numa igualdade que se ajustava ao desenrolar da partida.
ResponderEliminarNa segunda-parte e a perder, Vítor Pereira deixou nas cabines um lento, desinspirado e cansado Izmaylov e fez entrar James Rodríguez. Não esteve na entrada do colombiano a responsabilidade pela melhoria da equipa portista, não, James passou completamente ao lado do jogo, a melhoria deveu-se a um aumento do ritmo, a uma melhor circulação de bola, de um jogo mais simples, mais organizado, a um Porto mais próximo do que pode e deve fazer. Com a subida do F.C.Porto, obviamente, o Rio Ave começou a ter dificuldades, já não esteve tão organizado, já não foi capaz de evitar que o perigo rondasse a sua baliza, já não teve possibilidades para sair tantas vezes em contra-ataque. Se o conjunto de Vítor Pereira já estava melhor, a entrada de S.Defour - ao contrário de James, parecia que nem tinha estado parado - para o lugar de um Lucho também abaixo das suas possibilidades, ainda melhor ficou e naturalmente, chegou à vantagem que soube guardar sem grandes problemas.
Tudo somado, vitória justíssima do bi-campeão, com a diferença mínima a ser o resultado certo. Mas é preciso dizer que se por um lado, a equipa do F.C.Porto tem como atenuante o jogo da Champions, por outro, também teve culpas pela forma relaxada, pouco esclarecida e displicente como pareceu encarar a partida. Espero que rapidamente se desça à terra, se volte a colocar os pés no chão, pois só com humildade e o espírito correcto, seremos capazes de ultrapassar os obstáculos e atingir os objectivos.
Abraço