ÉPOCA DE 1977/78
Mantendo Jorge Nuno Pinto da Costa ao comando do Departamento de Futebol e José Maria Pedroto ao leme da equipa, o FC Porto partiu para nova época cada vez mais forte e confiante. O trabalho seguido metodicamente começara a dar os frutos ansiados.
Com um plantel praticamente sem alterações a que se juntou o guarda-redes Fonseca (ex-Leixões), a equipa portista abordou o campeonato nacional como objectivo principal da época.
Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Domingos Gomes (médico), Morais (treinador adjunto), Torres, Nogueira, Brandão, Celso, Fonseca, Simões, Taí, Jairo, Teixeirinha, Teixeira, Rui, Ademir, Gabriel, Seninho, Carlos Alberto e Hernâni Gonçalves (preparador físico); Pela mesma ordem, em baixo: Agostinho (roupeiro), Leite (massagista), Gonzalez, Murça, Freitas, Octávio, Pereira, Fernando Gomes, Pedroto (treinador), Rodolfo, Vital, Metralha, Carvalho, Paulo Santos, Freitas II, Oliveira e Vítor Hugo (massagista).
Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Rui, Gabriel, Simões, Freitas, Vital, Fernando Gomes, Duda e Fonseca; Pela mesma ordem, em baixo: Jairo, Oliveira, Octávio, Rodolfo, Teixeirinha, Gonzalez e Teixeira.
Conhecendo todos os cantos à casa e sabendo de futebol como poucos, José Pedroto soube transformar os seus jogadores em homens de uma só crença, suficientemente capazes de em cada jornada do campeonato saberem demonstrar aos adversários a sua convicção, o seu querer e a sua ambição.
Os resultados positivos foram dando mais confiança e a mobilização popular em torno do principal objectivo cresceu como que uma onda azul e branca gigante que acompanhava a equipa com enorme entusiasmo, a qualquer sítio onde a equipa se deslocasse.
Ganhar o campeonato nacional significaria um esforço quase sobrenatural, pois era necessário possuir uma equipa muito superior aos demais concorrentes, dados os factores estranhos que desde sempre beneficiavam de um modo particular as equipas dos clubes da capital, onde de resto se acumulavam todos os órgãos de decisão da modalidade, mesmo à mão de semear e permeáveis ao tráfico de influências.
Mas alheia a todas as manobras de bastidores e verdadeiramente focada no objectivo do triunfo final, a equipa portista conseguiu levar o barco a bom porto e vencer, ao fim de um longo jejum de 19 anos, o Campeonato nacional.
A performance portista foi quase perfeita e em 30 jornadas registou 22 vitórias, 7 empates e apenas 1 derrota (no Estoril 2-0), marcou 81 golos (melhor ataque) e sofreu 21, acumulando 51 pontos, os mesmos que o Benfica, mas com melhor diferença de golos marcados e sofridos.
Fernando Gomes consagrou-se pela segunda vez consecutiva o melhor marcador do campeonato, desta vez com o registo de 25 golos marcados.
Na foto, a equipa que na última jornada bateu o Braga, por 4-0, sagrando-se campeã nacional de 1977/78. Da esquerda para a direita, em cima: Duda, Murça, Freitas, Simões, Ademir e Fonseca; Pela mesma ordem, em baixo: Seninho, Octávio, Fernando Gomes, Oliveira e Rodolfo.
O FC Porto teve também uma performance muito boa na disputa da Taça de Portugal onde só foi derrotado, numa finalíssima onde o resultado final teve o dedo do árbitro de Santarém Mário Luís que acabaria por seguir na comitiva do Sporting até à China, no defeso seguinte.
A caminhada portista iniciou-se contra o Seixal, da III Divisão nacional, com uma vitória por 0-3, em Seixal; seguiu-se a visita ao Sacavenense, da III Divisão nacional, com vitória por 0-1; Depois a deslocação à Vila das Aves para derrotar o Desportivo das Aves, da III Divisão nacional, por 0-3; Foi depois a Almada triunfar frente ao Almada, da II Divisão nacional por 1-3; Recebeu e venceu nas Antas, o Gil Vicente, da II Divisão nacional, por 3-0; Nas meias-finais eliminou o Braga, nas Antas, por 4-1; Na final do Jamor encontrou o Sporting, com o qual empatou 1-1, após prolongamento, com uma arbitragem muito polémica, de Francisco Lobo, de Setúbal, que obrigou a novo jogo, disputado sete dias depois no mesmo palco, desta vez com a tal triste figura de Mário Luís, «o chinês» como o principal protagonista, da derrota por 2-1.
Já na Taça das Taças a participação portista ficou um pouco aquém do que era perspectivado, especialmente depois da brilhante eliminação de um colosso europeu, acabando por sossobrar nos quartos-de-final. A primeira eliminatória correu bem frente aos alemães do Colónia, com empate a duas bolas, na Alemanha, golos portistas apontados por Gabriel e Octávio, e em Portugal, jogado no Municipal de Coimbra, por interdição do Estádio das Antas, vitória por 1-0, com golo de Murça; Seguiu-se o confronto com o Manchester United, com goleada portista, por 4-0, nas Antas, golos de Duda (3) e Oliveira, seguida de derrota em Old Trafford, por 5-2, num jogo deploravelmente arbitrado pelo alemão Einbeck, que tudo permitiu, até que Fonseca fosse empurrado com a bola pela baliza dentro! Valeram os dois golos de Seninho para qualificar a equipa para os quartos-de-final; Os belgas do Anderlecht foram adversários incómodos. A praticar um futebol rápido e incisivo, não evitaram a derrota nas Antas por 1-0, com golo de Fernando Gomes, mas em Bruxelas, a sua eficácia garantiu-lhes uma clara vitória por 3-0, afastando o FC Porto da prova.
José Maria Pedroto socorreu-se do serviço de 22 atletas para enfrentar a dureza dos 44 jogos, do conjunto das três provas, em que o FC Porto esteve inserido, aqui referenciados por ordem decrescente da sua utilização: Fonseca (44 jogos), Duda (43), Simões (42), Murça (41), Oliveira (40), Rodolfo e Seninho (38), Gabriel (37), Fernando Gomes (34), Freitas e Octávio (33), Ademir (29), Celso e Adelino Teixeira (23), Vital (22), Gonzalez (8), Taí e Teixeirinha (6), Jairo (4), Toninho Metralha (3), Brandão (2) e Rui (1).
Fontes: Jornal O Porto nº 1175, de Agosto de 1978 e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar
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