ÉPOCA 1976/77
Depois de mais uma época fracassada, à mesa do Café Petúlia, o associado portista Pinto da Costa fora gozado pela euforia dos boavisteiros, cuja equipa treinada por Pedroto discutira o título até à última jornada e conquistara a Taça de Portugal. Com ar sofrido e instigado pelo professor Hernâni Gonçalves, apenas conseguiu proferir a célebre frase «largos dias tem 100 anos».
Depois, decidido, foi falar com o presidente dr. Américo de Sá para receber luz verde no sentido de tentar convencer Pedroto a mudar-se para as Antas. Tarefa cumprida com êxito com uma condição imposta pelo técnico: que Pinto da Costa fosse o responsável directo pelo departamento de futebol. Assim sucedeu e o contrato foi rubricado. Estava lançada a semente do sucesso e reencontrado o caminho para chegar aos títulos.
Modificar mentalidades e dotar uma equipa com as capacidades essenciais para esse sucesso não se faz de um dia para o outro, leva sempre algum tempo. O plantel conheceu alguns ajustes, com as entradas de Joaquim Torres, Freitas, Taí e Duda, mas perderia em Janeiro Cubillas. Por isso, a performance no campeonato nacional não correspondeu às expectativas dos responsáveis, dos atletas e dos associados portistas. O FC Porto não foi além do 3º lugar, registando 30 jogos, 18 vitórias, 5 empates, 7 derrotas, 72 golos marcados, 27 sofridos, somando 41 pontos, menos 1 que o Sporting e menos 10 que o Benfica. Fernando Gomes foi o melhor marcador do campeonato, com 26 golos marcados, 15 épocas depois da última consagração de um jogador portista, no caso Azumir em 1961/62.
Nas competições europeias foi eliminado logo à primeira, pelos alemães do Schalke 04, com os resultados parciais de 2-2, nas Antas e 3-2 em Gelsenkirchen.
A época seria salva com a conquista da Taça de Portugal. A caminhada vitoriosa portista começou nos 64 avos-de-final, em Viseu, com vitória sobre o Académico local, por 0-2; continuou nos 32 avos-de-final, nas Antas, com vitória por 8-0, sobre o Alba, da II Divisão nacional; prosseguiu nos 16 avos-de-final, também nas Antas, com vitória por 7-1, frente ao Montijo; nos oitavos-de-final goleou o Aliados de Lordelo, da III Divisão nacional, ainda nas Antas, por 9-0; Despachou o Sporting, nas Antas, por 3-0; Nas meias-finais venceu o Fafe, por 3-0, nas Antas; e na final, também jogada nas Antas, venceu o Braga, por 1-0. Nove anos depois, o FC Porto voltava a festejar a conquista da Taça de Portugal.
José Maria Pedroto utilizou 23 atletas do plantel, no conjunto das três provas que o FC Porto foi chamado a disputar, num total de 39 jogos, aqui referenciados por ordem decrescente da sua participação: Octávio (37 jogos), Oliveira (36), Fernando Gomes (35), Murça (34), Duda (32), Rodolfo, Seninho e Torres (31), Simões (30), Teixeira (29), Gabriel (28), Celso (24), Ailton (23), Freitas e Taí (21), Ademir e Cubillas (17), Tibi (7), Teixeirinha (4), Júlio (3) e Brandão, Dinis e Rui (1).
UMA DAS EQUIPAS POSSÍVEIS DESSA ÉPOCA
(foto do blog Memória Azul)
Na foto, da esquerda para a direita, em cima: Murça, Simões, Freitas, Gabriel, Taí e Torres; Pela mesma ordem, em baixo: Seninho, Octávio, Oliveira, Fernando Gomes e Rodolfo.
Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e Fascículos do jornal A Bola
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