quinta-feira, 7 de junho de 2012

RESUMO HISTÓRICO DOS CAMPEONATOS DA EUROPA - PARTE III

Houve novidades profundas no formato desta competição. Pela primeira vez a fase final passou a ser disputada por oito selecções que foram divididas em dois grupos, com o primeiro classificado de cada um deles a qualificar-se directamente para a final.

Também pela primeira vez a organização da prova foi escolhida e entregue muito antes do arranque da fase de qualificação. A Itália foi o país eleito pela UEFA, ficando isenta de participar na primeira fase e com lugar cativo na fase final.

A fase de qualificação, embora mantendo a participação inicial de 32 selecções, foram desta vez distribuídas por sete grupos (4 com quatro países e 3 com 5), para garantir a presença do país organizador.

O sorteio colocou a equipa portuguesa no Grupo 2, com a Bélgica, Áustria, Escócia e Noruega. Um grupo aparentemente acessível, mas que na prática se tornou impossível de contornar. Mário Wilson foi o homem do leme. Começou bem, com um empate e três vitórias, mas na última fase da qualificação, frente aos principais candidatos consentiu três derrotas que aniquilaram quaisquer hipóteses de êxito. Nos 8 jogos disputados, Portugal conseguiu 4 vitórias, 1 empate e três derrotas, marcou 10 golos e sofreu 11, somando apenas 9 pontos, que o colocou na 3ª posição a 3 da Bélgica que foi o 1º.

Foram 10 os atletas do FC Porto envolvidos neste certame, com destaque para Fernando Gomes que esteve nos jogos todos, com 2 golos da sua autoria:
Roma, Nápoles, Milão e Turim foram os palcos privilegiados para receberam as selecções apuradas, Inglaterra, Bélgica, Espanha, Holanda, Checoslováquia, Grécia, Alemanha Ocidental e a Itália, país organizador. 

Dispostos em dois grupos de 4, Alemanha e Bélgica foram os mais fortes marcando presença no Estádio Olímpico de Roma. Os Alemães venceram por 2-1 e passaram a contar com 2 triunfos nesta prova.

A medalha de bronze foi discutida entre os 2ºs classificados de cada grupo, Checoslováquia e Itália, com vitória checa, no desempate por grandes penalidades.

O figurino da prova manteve-se em relação ao anterior, no que diz respeito à fase de qualificação e à escolha de um país organizador, conhecido com antecedência e beneficiando de isenção. A fase final conheceu uma ligeira alteração.

A França foi a eleita para organizar a fase final.

Portugal voltou a ser colocado no Grupo 2, agora com a companhia da União Soviética, Polónia e Finlândia. O brasileiro Otto Glória foi o seleccionador escolhido para mais esta missão. Não durou até ao fim! Portugal começou por ganhar na Finlândia (2-0) e em Lisboa, frente à Polónia (2-1). Depois veio o descalabro, derrota de 5-0 na União Soviética, o tal do episódio da fruta de que Bento, guarda-redes da selecção e do Benfica, se queixou! (foi aqui que começou o síndrome da fruta que ainda hoje afecta os lampiões). O seleccionador não resistiu e foi substituído por uma comissão técnica formada por Fernando Cabrita, José Augusto, António Morais e Toni. E resultou. A partir daí foram só vitórias, com o 1º lugar do grupo garantido e o consequente apuramento inédito para a fase final. Foram 6 jogos, 5 vitórias, 1 derrota, 11 golos marcados e 6 sofridos, somando 10 pontos contra 9 da União Soviética.

Estiveram envolvidos na fase de qualificação oito jogadores do FC Porto. Fernando Gomes, mais uma vez, esteve em todos os jogos apontando apenas 1 golo.
Para a fase final qualificaram-se, para além de Portugal, Espanha, Alemanha, Roménia, que ficaram no grupo 2 e Dinamarca, Bélgica e Jugoslávia, a que se juntou a França, no grupo 1.

A nuance desta fase é que passaram a qualificar-se os dois primeiros de cada grupo, para as meias-finais, num só jogo (o 1º do Grupo 1 contra o segundo do Grupo 2 e o 2º do Grupo 1 contra o 1º do Grupo 2).

Paris, Nantes, Marselha, Saint-Étienne, Lyon, Lens e Estrasburgo foram as cidades escolhidas para receberem o evento.

Portugal, com dois empates (0-0 Alemanha e 1-1 Espanha) e uma vitória (1-0 Roménia) apurou-se surpreendentemente para as meias-finais.

A França foi o nosso opositor, num jogo vibrante, de grande frenesim e com um final dramático para Portugal, que nos últimos minutos do prolongamento viu o resultado favorável de 2-1, transformar-se numa derrota por 3-2! O sonho da final esteve tão perto... mas esfumou-se.

Foram 7 os portistas que jogaram na fase final:
A França viria a ser a campeã europeia ao bater na final a Espanha por 2-0 e não houve jogo de atribuição de 3º e 4º lugares.


Com o figurino completamente inalterado, a organização da fase final foi entregue pela UEFA à Alemanha Ocidental que assim ficou dispensada de participar na fase de qualificação.

Portugal foi colocado no Grupo 2 com a companhia de Itália, Suécia, Suíça e Malta. Dois  adversários de respeito que colocavam em causa as perspectivas de apuramento, já gravemente afectadas pelos arrasadores efeitos de Saltillo.  Juca fora chamado para colar os «cacos» e não podia contar com o concurso dos jogadores mais cotados, alguns castigados e outros indisponíveis. Foi pois uma Selecção de recurso que arrancou a fase de qualificação e só em Setembro de 1987 alguma justiça foi feita e atletas houve que reconsideraram. Tarde demais. Portugal não foi além do 3º lugar, com 8 jogos, 2 vitórias, 4 empates e 2 derrotas, 6 golos marcados e 8 sofridos, somando 8 pontos, menos 5 que a Itália, vencedora do grupo.


Estiveram envolvidos 10 atletas do FC Porto
Munique, Gelsenkirchen, Hamburgo, Frankfurt, Dusseldorf, Hannover, Stuttgart e Colónia foram as cidades que receberam os jogos da fase final, mais uma vez com as Selecções apuradas divididas em dois grupos, dos quais se apurariam os dois primeiros, nos mesmos moldes da edição anterior.


Alemanha Ocidental, Itália, Espanha e Dinamarca, concluíram por esta ordem, o Grupo 1 e União Soviética, Holanda, Rep. da Irlanda e Inglaterra, o Grupo 2.


A grande final deu o Holanda-União Soviética, com a consagração a sorrir aos holandeses.
A UEFA manteve a estrutura da prova escolhendo a Suécia para ser o país anfitrião da fase final.


Artur Jorge era o seleccionador nacional, à data do arranque da fase de qualificação, em que Portugal depositava grandes esperanças, dado que no seu grupo estavam Holanda, Grécia, Finlândia e Malta. A realidade porém voltou a ser penosa. Artur Jorge, a meio do percurso assinou pelo Paris Saint Germain e deixou a Selecção nacional entregue a Carlos Queirós que também não foi capaz de modificar o destino.


Portugal acabaria no 2º lugar do grupo, com 8 jogos, 5 vitórias, 1 empate e duas derrotas, 11 golos marcados e 4 sofridos, somando 11 pontos, menos 2 que a Holanda.


Foram 7 os jogadores portistas envolvidos:
As cidades anfitriãs da fase final foram Gotemburgo, Solna, Malmo e Norrkoping.


Em consequência do conflito, a Jugoslávia foi impedida de participar na fase final, sendo substituída, à última hora pela Dinamarca que quando recebeu o convite se encontrava completamente desmobilizada. Os seus jogadores tiveram de interromper o seu período de férias.


Suécia, Dinamarca, França e Inglaterra, integrados no Grupo 1, terminaram classificados na ordem enumerada, passando as primeiras duas às meias-finais e Holanda, Alemanha, Escócia e CEI (ex-União Soviética), no grupo 2 , da mesma forma.


à final chegaram a Dinamarca e a Alemanha com a surpreendente vitória dinamarquesa por 2-0. Ainda dizem que não há milagres!


(Continua)

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