ÉPOCA 2006/2007
Com os títulos conquistados, Co Adriaanse dissera, à entrada da pré-época, que tais conquistas o fizera sentir-se um «treinador de top» e que com ele, o FC Porto iria espantar a Europa na Liga dos Campeões! Prescindiu dos serviços de Diego, César Peixoto e Hugo Almeida e avalizou a venda de Benni MacCarthy, para "forçar" a sua aquisição fetiche, o holandês Vennegor of Hesselink, um avançado que actuava no PSV e em quem Adriaanse depositava uma confiança ilimitada. O clube holandês exigia oito milhões de euros que a Sad portista considerou um disparate.
Gerou-se à volta desta hipotética aquisição uma telenovela diária de avanços e recuos que terminou com a recusa dos responsáveis portistas em abrir os cordões à bolsa, o aborto da transferência e o amuo do treinador.
Entretanto os Dragões perderam o Torneio de Amesterdão, com o resultado desfavorável de 3-1 frente ao Manchester United e Co Adriaanse surpreendeu ao afirmar que afinal tinha «jogadores com talento limitado. Não há dinheiro para um avançado? Então continuaremos a fazer exibições divertidas mas a perder esses jogos».
Naturalmente que estas palavras rapidamente criaram um ambiente escaldante no seio do plantel que conheceu dias de grande instabilidade. O mau feitio do holandês veio ao de cima e o caldo entornou-se... num jantar! O resultado foi o pedido de demissão apresentado pelo treinador holandês, a 9 de Agosto, seguida de deserção imediata, deixando a equipa entregue a Rui Barros, com o compromisso muito próximo da disputa da Supertaça Cândido de Oliveira e o arranque do campeonato nacional.
Pinto da Costa não perdeu tempo e contratou Jesualdo Ferreira, que se encontrava a treinar o Boavista, contra a indemnização aos axadrezados de um milhão de euros. O plantel não sofreu grandes alterações e depois das saídas já referidas foi reforçado com Ezequias (ex-Académica), Diogo Valente (ex-Boavista), João Paulo (ex-União de Leiria) e o regresso de Hélder Postiga.
O FC Porto, ainda comandado por Rui Barros iniciou a época oficial em 19 de Agosto, em Leiria com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira, frente ao Setúbal.
Na imagem da esquerda para a direita, em cima: Helton, Marek Cech, Bosingwa, Pepe e Adriano; Em baixo: Quaresma, Raúl Meireles, Alan, Anderson, Ibson e Paulo Assunção.
Foi um triunfo claro e inequívoco. Os Dragões exibiram-se em bom nível. Curiosamente ou talvez não, manteve o sistema de jogo do holandês que estava já mecanizado, rendendo-lhe uma saborosa vitória por 3-0. Adriano, Anderson e Vieirinha foram os marcadores dos golos.
Apesar das contrariedades o FC Porto entrou bem no campeonato obtendo quatro vitórias consecutivas. À 5ª jornada os azuis e brancos conheceram o sabor amargo da derrota na deslocação a Braga, com o resultado a favorecer os minhotos por 2-1.
O primeiro embate frente aos rivais aconteceu à 7ª jornada, em Alvalade onde o FC Porto conseguiu uma igualdade algo lisonjeira para o adversário. Na jornada seguinte receberam o outro rival, o Benfica, que bateram por 3-2, no jogo em que Anderson sofreu uma violenta entrada de Katsouranis merecedora de cartão vermelho que o árbitro desvalorizou, apesar do jovem brasileiro ter sido afastado do jogo com fractura do perónio que o afastou até ao final da época. As atitudes quer do jogador grego quer do árbitro foram dissecadas durante bastante tempo com a habitual tolerância e branqueamento dos "pasquins amestrados" de Lisboa.
Seguiram-se uma série de vitórias até Dezembro que nos deixaram confortavelmente na 1ª posição. A prolongada paragem por alturas do Natal e Ano Novo parece ter influenciado o rendimento da equipa, que apesar de tudo ainda foi vencer o Aves, no reatamento, terminando a 1ª volta com sete pontos de avanço sobre o Sporting, segundo classificado.
A segunda volta começou com duas derrotas, primeiro em Leiria e depois no Dragão frente ao Estrela da Amadora que permitiu aos perseguidores acalentarem esperanças de ainda terem tempo de nos despojar do lugar de comando. Na 22ª jornada o FC Porto recebeu o Sporting com o qual perdeu por 0-1, num golo obtido por Tello de livre directo. Os Dragões mantiveram no entanto o primeiro lugar com apenas um ponto de vantagem para o Benfica que era o segundo e 6 pontos do Sporting que era o terceiro.
Na imagem a equipa titular frente ao Sporting, no jogo da 22ª jornada. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Pepe, Bruno Alves e Lucho Gonzalez; em baixo: Quaresma, Raul Meireles, Fucile, Alan, Marek Cech, Paulo Assunção e Adriano.
A deslocação à Luz era logo a seguir... Os lampiões viveram a semana que antecedeu o jogo verdadeiramente eufóricos. Todos eles, incluindo a chamada comunicação social, vaticinavam uma mudança de posições e a estocada final nas aspirações portistas. Pura ilusão! O FC Porto assumiu o jogo e Pepe logrou marcar aos 40' abalando o entusiasmo e fé dos vermelhos. Valeu-lhes no entanto a infelicidade de Lucho Gonzalez que introduziu o esférico na própria baliza, aos 83', fazendo a igualdade e ainda a azelhice de Renteria que muito perto do fim não foi capaz de acertar com a baliza lisboeta que se encontrava à sua mercê.
Numa nova série de vitórias o FC Porto voltou a alargar a diferença que à 26ª jornada era já de quatro pontos para o Sporting, que tinha recuperado o segundo lugar e de cinco pontos para o Benfica que tinha descido ao terceiro. A ponta final voltaria a ficar perigosamente equilibrada com a derrota dos campeões nacionais no reduto do Boavista (2-1) e o empate em Paços de Ferreira (1-1), na penúltima jornada.
Um ponto era agora a vantagem sobre o Sporting pelo que era obrigatória a vitória no último jogo no Dragão frente ao Aves, para selar o título. Com o Estádio do Dragão completamente cheio e em ambiente de festa, o jogo começou pausado. Sentia-se alguma ansiedade e nervosismo entre os portistas e foi mesmo o Aves a criar os primeiros dois lances de perigo, a dar a sensação que para ganhar os Dragões teriam de apelar a todo o seu empenho e concentração. A ideia confirmou-se, apesar do primeiro golo portista. Não fora a aplicação dos comandados de Jesualdo e dificilmente mudariam o rumo dos acontecimentos quando aos 30' os avenses empataram o jogo. Foi um balde de água fria no Dragão e uma explosão de alegria em pelo menos dois estádios bem longínquos, onde os "sonhadores" davam largas às suas preces, uns fazendo cálculos e contabilizando os segundos em que virtualmente se sentiam campeões e outros na expectativa que o título não se repetisse no Dragão.
Depois do intervalo os Dragões impuseram a sua classe e resolveram o jogo a seu favor colocando o ponto final quer na partida quer no campeonato, ao marcar mais três golos. Vítor Baía foi reclamado pelos mais de 50.000 adeptos que encheram o Dragão e Jesualdo acedeu fazendo-o render Helton sob um forte aplauso que a plateia fez questão de sublinhar de pé.
Equipa titular que na última jornada se sagrou campeã nacional. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Anderson, Bosingwa, Pepe e Bruno Alves; em baixo: Quaresma, Raul Meireles, Lisandro Lopez, Fucile, Lucho Gonzalez e Adriano.
Terminado o jogo seguiu-se a festa do 22º título de campeão nacional para o FC Porto, o primeiro na longa carreira de Jesualdo Ferreira como também para Fucile, Vieirinha, Renteria, Lucas Mareque, João Paulo, Castro, Tarik Sektioui, Diogo Valente e Ezequias.
Apesar das contrariedades o FC Porto entrou bem no campeonato obtendo quatro vitórias consecutivas. À 5ª jornada os azuis e brancos conheceram o sabor amargo da derrota na deslocação a Braga, com o resultado a favorecer os minhotos por 2-1.
O primeiro embate frente aos rivais aconteceu à 7ª jornada, em Alvalade onde o FC Porto conseguiu uma igualdade algo lisonjeira para o adversário. Na jornada seguinte receberam o outro rival, o Benfica, que bateram por 3-2, no jogo em que Anderson sofreu uma violenta entrada de Katsouranis merecedora de cartão vermelho que o árbitro desvalorizou, apesar do jovem brasileiro ter sido afastado do jogo com fractura do perónio que o afastou até ao final da época. As atitudes quer do jogador grego quer do árbitro foram dissecadas durante bastante tempo com a habitual tolerância e branqueamento dos "pasquins amestrados" de Lisboa.
Seguiram-se uma série de vitórias até Dezembro que nos deixaram confortavelmente na 1ª posição. A prolongada paragem por alturas do Natal e Ano Novo parece ter influenciado o rendimento da equipa, que apesar de tudo ainda foi vencer o Aves, no reatamento, terminando a 1ª volta com sete pontos de avanço sobre o Sporting, segundo classificado.
A segunda volta começou com duas derrotas, primeiro em Leiria e depois no Dragão frente ao Estrela da Amadora que permitiu aos perseguidores acalentarem esperanças de ainda terem tempo de nos despojar do lugar de comando. Na 22ª jornada o FC Porto recebeu o Sporting com o qual perdeu por 0-1, num golo obtido por Tello de livre directo. Os Dragões mantiveram no entanto o primeiro lugar com apenas um ponto de vantagem para o Benfica que era o segundo e 6 pontos do Sporting que era o terceiro.
Na imagem a equipa titular frente ao Sporting, no jogo da 22ª jornada. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Pepe, Bruno Alves e Lucho Gonzalez; em baixo: Quaresma, Raul Meireles, Fucile, Alan, Marek Cech, Paulo Assunção e Adriano.
A deslocação à Luz era logo a seguir... Os lampiões viveram a semana que antecedeu o jogo verdadeiramente eufóricos. Todos eles, incluindo a chamada comunicação social, vaticinavam uma mudança de posições e a estocada final nas aspirações portistas. Pura ilusão! O FC Porto assumiu o jogo e Pepe logrou marcar aos 40' abalando o entusiasmo e fé dos vermelhos. Valeu-lhes no entanto a infelicidade de Lucho Gonzalez que introduziu o esférico na própria baliza, aos 83', fazendo a igualdade e ainda a azelhice de Renteria que muito perto do fim não foi capaz de acertar com a baliza lisboeta que se encontrava à sua mercê.
Numa nova série de vitórias o FC Porto voltou a alargar a diferença que à 26ª jornada era já de quatro pontos para o Sporting, que tinha recuperado o segundo lugar e de cinco pontos para o Benfica que tinha descido ao terceiro. A ponta final voltaria a ficar perigosamente equilibrada com a derrota dos campeões nacionais no reduto do Boavista (2-1) e o empate em Paços de Ferreira (1-1), na penúltima jornada.
Um ponto era agora a vantagem sobre o Sporting pelo que era obrigatória a vitória no último jogo no Dragão frente ao Aves, para selar o título. Com o Estádio do Dragão completamente cheio e em ambiente de festa, o jogo começou pausado. Sentia-se alguma ansiedade e nervosismo entre os portistas e foi mesmo o Aves a criar os primeiros dois lances de perigo, a dar a sensação que para ganhar os Dragões teriam de apelar a todo o seu empenho e concentração. A ideia confirmou-se, apesar do primeiro golo portista. Não fora a aplicação dos comandados de Jesualdo e dificilmente mudariam o rumo dos acontecimentos quando aos 30' os avenses empataram o jogo. Foi um balde de água fria no Dragão e uma explosão de alegria em pelo menos dois estádios bem longínquos, onde os "sonhadores" davam largas às suas preces, uns fazendo cálculos e contabilizando os segundos em que virtualmente se sentiam campeões e outros na expectativa que o título não se repetisse no Dragão.
Depois do intervalo os Dragões impuseram a sua classe e resolveram o jogo a seu favor colocando o ponto final quer na partida quer no campeonato, ao marcar mais três golos. Vítor Baía foi reclamado pelos mais de 50.000 adeptos que encheram o Dragão e Jesualdo acedeu fazendo-o render Helton sob um forte aplauso que a plateia fez questão de sublinhar de pé.
Equipa titular que na última jornada se sagrou campeã nacional. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Anderson, Bosingwa, Pepe e Bruno Alves; em baixo: Quaresma, Raul Meireles, Lisandro Lopez, Fucile, Lucho Gonzalez e Adriano.
Terminado o jogo seguiu-se a festa do 22º título de campeão nacional para o FC Porto, o primeiro na longa carreira de Jesualdo Ferreira como também para Fucile, Vieirinha, Renteria, Lucas Mareque, João Paulo, Castro, Tarik Sektioui, Diogo Valente e Ezequias.
O FC Porto concluiu o campeonato com 30 jogos, 22 vitórias, 3 empates, 5 derrotas, 65 golos marcados (melhor ataque), 20 golos sofridos e 69 pontos, mais um que o Sporting e mais 2 que o Benfica.
Adriano que na reabertura do mercado foi considerado dispensável e que graças à sua determinação continuou de azul e branco, foi o melhor marcador do FC Porto ao apontar 11 dos 65 golos da equipa.
Na Taça de Portugal a equipa portista baqueou logo na primeira tentativa de seguir em frente. Foi a 7 de Janeiro de 2007, no estádio do Dragão, frente ao Atlético. Tarde de infortúnio e surpresa. Mesmo sem jogar muito, teve duas bolas nos ferros, uma delas numa grande penalidade e produziu futebol ofensivo mais que suficiente para seguir em frente. Não só não conseguiu marcar como também ainda acabou por sofrer um golo muito consentido que ditou o afastamento prematuro na prova.
Equipa titular que defrontou o Atlético, perdendo 0-1, ditando a eliminação da Taça de Portugal. Da esquerda para a direita, em cima: Vítor Baía, Ibson, João Paulo, Fucile e Ricardo Costa; em baixo: Quaresma, Raul Meireles, Paulo Assunção, Bruno Moraes, Vieirinha e Marek Cech.
Na Liga dos Campeões o FC Porto foi incluído no Grupo G, na companhia do CSKA Moscovo, Arsenal e Hamburgo. Um grupo que à partida dava muitas esperanças de qualificação. E assim foi.
O FC Porto não começou bem, empatando no Dragão frente à equipa russa (0-0) e cedendo a primeira derrota em Londres, frente ao Arsenal (2-0). Depois foi o arrepiar caminho com toda a autoridade. Três vitórias concludentes (duas sobre o Hamburgo, 4-1, no Dragão e 1-3 em Hamburgo e uma sobre o CSKA Moscovo, 0-2 em Moscovo) e um empate frente ao Arsenal, garantiram a passagem aos oitavos-de-final.
O FC Porto teve de bater-se com o Chelsea, numa eliminatória onde o equilíbrio foi a nota dominante. Os Dragões não se atemorizaram e bateram-se de igual para igual e foi o factor sorte a determinar a equipa a seguir na prova. Empate injusto no Dragão (1-1) e derrota em Londres (2-1).
(Clicar no quadro para ampliar)
Nos 40 jogos que o FC Porto disputou, referentes às 4 provas em que esteve envolvido, os treinadores utilizaram 28 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: Helton (39 jogos), Lucho Gonzalez (38), Quaresma e Bruno Alves (36), Lisandro Lopez (35), Raul Meireles e Pepe (34), Bosingwa (32), Helder Postiga e Paulo Assunção (31), Marek Cech (28), Fucile (25), Adriano (24), Jorginho (20), Bruno Moraes e Anderson (19), Ibson (17), Alan (12), Vieirinha e Ricardo Costa (11), Renteria (6), Tarik (5), João Paulo e Mareque (4), Vítor Baía e Ezequias (2), Diogo Valente e Sokota (1).
Fontes: Baú de Memórias, de Rui Anjos e Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar
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