Depois de um final de temporada algo intempestivo, face aos resultados das eleições, o novo presidente André Villas Boas, que até tinha manifestado alguma incompreensão por a administração anterior não ter renovado atempadamente com Sérgio Conceição, acabou por se incompatibilizar com o técnico, por este ter declarado apoio nas eleições a Pinto da Costa.
Pior do que isso, acabou por criar um grave problema de balneário, ao escolher para o substituir, o seu adjunto Vítor Bruno, numa jogada rasteira, que influenciou a dispensa do atleta que acabara a época com o melhor rendimento, nada mais, nada menos que Francisco Conceição.
Convém lembrar que Sérgio Conceição havia rubricado com Pinto da Costa o prolongamento do seu contrato, já perto do final da temporada, mas bateu com a porta, quando se sentiu traído, sem exigir qualquer tipo de indemnização.
Foi portanto neste contexto efervescente que a nova temporada começou, com as mexidas no plantel a acontecerem, como habitualmente em três fases, a do defeso, a do início da temporada e a da janela de Inverno.

Após o fecho da temporada, Pepe decidiu encerrar a carreira, Taremi, em fim de contrato já tinha compromisso com o Inter de Milão e os três jovens da formação portista foram considerados excedentários.
Deste grupo, todos estiveram no dia da apresentação do plantel, em 28 de Julho de 2024. Francisco Conceição, Romário Baró e Fábio Cardoso, foram emprestados, enquanto David Carmo, Evanilson e Toni Martinez foram transaccionados.
Na janela de Inverno, o FC Porto aproveitou para fazer mais valias com as dispensas definitivas de Galeno, Nico González e Wendell, deixando nos cofres portistas importantes milhões de euros. Fran Navarro foi emprestado ao Braga com cláusula de rescisão que acabou accionada e Iván Jaime foi emprestado ao Valência.
Depois desta 16 saídas, a administração portista teve de reforçar o plantel, agora sob a orientação dos novos elementos ligados ao futebol, o Director desportivo Andoni Zubizarreta, o Director do futebol Jorge Costa e o treinador Vítor Bruno.
Neste painel, destaque para a promoção dos três jovens da formação. Martim Fernandes a fixar-se definitivamente no plantel principal, dando continuidade à fase final da temporada anterior, em que já tinha sido utilizado. Também Vasco Sousa tinha já sido utilizado em épocas anteriores, ainda que esporadicamente, viu finalmente a sua fixação no plantel principal consumada. Rodrigo Mora foi quiçá a grande agradável surpresa, pela qualidade das suas prestações.
David Carmo e Fran Navarro regressaram de empréstimo, mas com guia de marcha para outras paragens. Junto do Arsenal, conseguiu-se o empréstimo de Fábio Vieira e junto da Juventus os de Tiago Djaló e Nehuén Pérez. Samu, Gul e Moura foram aquisições definitivas
William Gomes e Tomás Pérez foram a resposta da administração às vendas de Galeno e Nico, quiçá para «acalmar» os associados descontentes.
A participação no Mundial de Clubes, no final da temporada, permitiu uma janela de transferências especial. O FC Porto contratou Gabri Veiga, que não conseguiu mostrar o seu potencial em tão pouco tempo.
A temporada foi um fracasso, consequência obvia das escolhas da nova administração, especialmente na dos treinadores. Há e tal, sem ovos não se podem confeccionar omeletas. O saudoso mestre Pedroto conseguiu armar equipas muito competitivas com alguns matrecos, em ocasiões de vacas magras, pois é.
Relembro que entraram 11 novos atletas para discutir todos os títulos, diziam! Até eramos favoritos a vencer a Liga Europa, pasmem!
Fracasso, após fracasso, os treinadores foram caindo:
Vítor Bruno, de quem tinha boa impressão como adjunto, foi uma desilusão em todos os aspectos. Primeiro pela aparente traição a Sérgio Conceição. Legítimo ter ambições a ser treinador principal, como parece ter confidenciado em tempo útil e que Conceição não só compreendeu como estimulou. Mas aproveitar uma conjuntura especial para enganar, isso é trapaça e traição, que acabou por pagar caro. Jamais teve o balneário na mão e os resultados reflectiram isso mesmo, com derrotas vexatórias.
A porta de saída foi inevitável. Nova derrota (oitava), agora em Barcelos, frente ao Gil Vicente (3:1) em 19.01.2025, ditou o seu destino.
José Tavares foi a alternativa imediata até se contratar um substituto. Orientou o plantel durante meia dúzia de dias, dando a cara em dois jogos (1 derrota e 1 empate).
Até que, André Villas Boas, lançou o treinador espectáculo, muito competente e promissor, um tal de Martín Anselmi, argentino a trabalhar no México, de quem eu nunca tinha ouvido falar, mas isso sou eu, que não ando atento ao que se passa no México.
Ideias frescas, inovadoras, discurso simpático, tudo muito romântico, mas com pouco substrato. Defesa a três, ideia de jogo é o que se proporcionar e o importante é competir.
Resultado, tragédia grega, chacota nacional e internacional. Mais 5 derrotas com a humilhação de 4-1, no Dragão frente ao rival. A porta da saída está escancarada. Vamos lá gastar mais uns milhões, se o Pinto da Costa meteu muitas vezes o pé na poça, porque é que o André Villas Boas não pode. Pode, pode sim, mas não se venha arvorar em salvador da Pátria.





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