FICHA DO JOGO
O FC Porto voltou a tropeçar na zona de Guimarães, agora em Moreira de Cónegos, num jogo em que a equipa da casa encontrou a arte e o engenho para entorpecer a habitual desenvoltura ofensiva dos Dragões.
Se no jogo anterior o empate custou a engolir face à forma categórica com que os campeões nacionais se impuseram, falhando "apenas" na finalização, hoje o empate sabe a lisonjeiro pela forma cinzenta com que se exibiram.
Sérgio Conceição foi obrigado a alterar o onze titular, em função da lesão de Marega. Danilo Pereira foi a solução que o técnico portista entendeu ser a melhor para fazer face a essa ausência.
Num terreno tradicionalmente complicado (faz 4 anos que os azuis e brancos não ganham lá) e frente a um conjunto que vem fazendo história neste campeonato, cedo se percebeu que os jogadores do FC Porto não estavam em dia sim. A entrada no jogo até nem foi das piores, mas aquele pontapé na relva de Soares num lance bastante prometedor, como que indiciou o cariz de quase toda a partida.
Foi o Moreirense a fazer as aproximações mais perigosas à baliza. Chiquinho (5') causou calafrios num remate cruzado que fez a bola sair junto ao poste mais distante da baliza de Casillas e Heriberto (35') dispôs de uma oportunidade soberana atirando contra Casillas. O FC Porto só conseguiu ripostar com algum critério aos 36' por Soares, em remate de calcanhar e depois aos 45' num remate disparatado de Óliver Torres.
Apesar da divisão de lances perigosos, o Moreirense conseguiu ser a equipa mais esclarecida e a que melhor interpretou o esquema táctico estabelecido. Jogando olhos nos olhos, como prometido antecipadamente pelo seu treinador, foi eficaz na forma como espartilhou o conjunto azul e branco (hoje todo de azul), não dando espaços de manobra, impedindo a fluidez habitual dos jogadores do FC Porto.
Os Dragões mostraram-se sempre desconfortáveis com essa atitude, recorrendo a muitos atrasos de bola, a cruzamentos sem nexo, passes transviados em catadupa, futebol aos repelões, sem clarividência nem lucidez, transformando o seu futebol numa verdadeira confusão, com os seus intérpretes mais influentes a perderem-se numa vulgaridade atroz.
Se a primeira parte deixou muito a desejar, que dizer da segunda metade. A exibição portista roçou então o ridículo em alguns momentos do jogo com o Moreirense a crescer, a patentear maior frescura física e a acreditar que não seria muito complicado desbloquear o jogo a seu favor.
A verdade é que isso esteve mesmo quase a acontecer. Heriberto ameaçou aos 49', Arsénio aos 56' e à terceira o Moreirense concretizou. Canto do lado direito do ataque, remate de cabeça à barra e na recarga Teixeira atirou a contar (79'), perante a passividade da defensiva portista que permitiu a recepção e o remate completamente à vontade.
Chegou-se a pensar que o FC Porto tinha caído definitivamente, mas a raça do Dragão renasceu e os azuis e brancos foram à procura da redenção. Sem grande lucidez, mais com o coração do que com a cabeça, mas a verdade é que o golo da igualdade haveria de chegar já em tempo de compensação. Jogada de insistência sobre o lado direito com Otávio a cruzar para a entrada vitoriosa de Herrera (92').
Foi o melhor período portista, que com mais algum discernimento podia até ter dado a volta ao marcador. Fernando Andrade teve o golo da vitória nos pés ao cair do pano, mas a ansiedade acabou por traí-lo.
Empate com sabor a derrota face à péssima performance portista, com muito mérito do adversário.
Em apenas dois jogos o FC Porto vê diluída a sua vantagem para apenas 1 ponto, isto se se confirmar a vitória mais do que certa do seu mais directo perseguidor.
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