FICHA DO JOGO
O FC Porto mostrou hoje ao país medíocre em que está inserido, que continua a ser a excepção que confirma a regra, confirmando-se como o baluarte do desporto nacional, bastião desdenhado e espezinhado pelos alienados e frustrados que pululam pela miserável comunicação social, espelho, esses sim, duma mentalidade tacanha e retrógrada.
Perante uma plateia de 50.092 espectadores vibrantes, apaixonados e ambiciosos, os Dragões souberam portar-se à altura da responsabilidade deste jogo, proporcionando um espectáculo competente, dinâmico e mesmo atractivo, em algumas fases.
Julen Lopetegui fez alinhar o onze mais consensual de entre os atletas disponíveis, com a inclusão do recuperado Jackson Martinez, que apesar dos problemas físicos por que passou, se apresentou em boas condições.
Os azuis e brancos, puxados pelos incitamentos das bancadas, chegaram cedo ao golo. Fruto da pressão alta com que iniciou a partida, para travar o bom funcionamento da máquina alemã, Jackson Martinez roubou a bola a Xabi Alonso, obrigando Neuer a cometer grande penalidade, merecedora do cartão vermelho, mas o árbitro da partida, condescendentemente, mostrou-lhe apenas o amarelo. Quaresma, com toda a classe fez o primeiro da noite, enganando o guarda-redes alemão que se lançou para o lado contrário.
O Bayern de Munique continuou a sentir-se desconfortável com a pressão portista e sete minutos depois foi Quaresma que «apertou» Dante, roubou-lhe a bola, isolou-se e à saída do guardião, aplicou a sua trivela, levando a multidão ao rubro.
O jogo previsivelmente complicado começava a tornar-se fácil, face à eficácia dos Dragões, que em duas oportunidades não falhou.
Os bávaros começaram aturdidos, mas aos poucos foram-se recompondo, assumindo a posse de bola e empurrando o FC Porto para o seu meio-campo, raras vezes criando perigo.
Aos 28 minutos, na sequência de uma série de cantos, Boateng cruzou do lado direito, a bola passou pelos dois centrais portistas e Thiago Alcântara livre de marcação, reduziu o marcador.
Os Dragões não se pertubaram e antes do intervalo criaram mais duas boas situações. A primeira por Alex Sandro, aos 34 minutos, num cruzamento remate que Neuer desviou para a barra e aos 44 minutos; Casemiro saltou mais alto que os defesas contrários, após livre marcado por Quaresma, mas a bola saiu a rasar o poste.
No segundo tempo, pedia-se um FC Porto a voltar a jogar no campo todo, reorganizando-se e não permitindo aos alemães o comando do jogo. Foi isso que aconteceu na maior parte do tempo.
Aos 57 minutos Herrera teve tudo para fazer o terceiro mas Neuer não permitiu, com uma bela defesa, mas oito minutos depois o estádio do Dragão vibrou de alegria. Alex Sandro lançou longo para Jackson Martinez, o colombiano, recolheu fugiu para a baliza, contornou o guarda-redes alemão e atirou para delírio da plateia, conseguindo um resultado histórico. Pela primeira vez o Bayern de Munique averbou uma derrota em terras lusas.
Até final os visitantes tentaram minimizar os estragos, mas o FC Porto, muito seguro, não deu quaisquer hipóteses.
Quaresma voltou a fazer uma excelente exibição, cotando-se como o melhor homem em campo, num conjunto de boas performances.
A nota negativa do encontro vai para a dualidade do critério disciplinar do árbitro espanhol Velasco Carballo, muito tolerante para os alemães e rigoroso para os portistas. A Neuer foi-lhe poupada a expulsão no lance do penalty e a Lahm e Bernat o segundo amarelo. Já Danilo e Alex Sandro ao verem a cartolina amarela vão ficar de fora do jogo da 2ª mão.
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