FICHA DO JOGO
Depois de uma jornada europeia exigente e desgastante aliada ao facto de as entidades responsáveis pelo futebol profissional português não terem tido a flexibilidade indispensável, ao ponto de não ser respeitado o intervalo de 72 horas entre dois jogos, Julen Lopetegui viu-se obrigado a recorrer a uma gestão muito mais profunda do que seria imaginável.
Submeteu-se a um enorme risco ao organizar um onze inicial onde faltaram nada mais, nada menos que nove dos habituais titulares (Danilo, Maicon, Marcano ou Indi, Casemiro, Herrera, Óliver Torres, Quaresma, Jackson Martinez e Brahimi), com a novidade da utilização de Alex Sandro como defesa-central.
O resultado desta revolução na equipa, foi naturalmente negativo para a coesão, dinâmica e intensidade de jogo, com alguns elementos, de quem se esperava mais, a desperdiçar mais uma oportunidade de se afirmarem. Eu meu entender destacaram-se pela positiva, Hernâni, o melhor em campo, Rúben Neves, Evandro e José Angel.
O jogo começou com o FC Porto a trocar a bola mas sem grande progressão, perante uma Académica na expectativa e muito recuada.
Apesar da visível falta de rotinas entre os jogadores azuis e brancos, aos 12 minutos Hernâni aproveitou bem a primeira oportunidade para colocar a sua equipa na frente do resultado. Numa jogada corrida, Aboubakar recebeu a bola de costas para a baliza, na linha de meio campo, lançou para a esquerda, Esgaio falhou o corte e Hernâni aproveitou para invadir a área e rematar forte. Cristiano defendeu para a frente e na passada o mesmo Hernâni fez a recarga vitoriosa.
Os Dragões, mesmo sem jogar bem, dominavam e encostavam os estudantes lá atrás e aos 36 minutos Evandro fez a bola esbarrar com estrondo no poste, perdendo-se nova ocasião para marcar. Logo a seguir, foi a Académica a desperdiçar incrivelmente uma oferta inqualificável de Alex Sandro que permitiu a Rafael Lopes caminhar quase sem oposição para a baliza, mas perante a aproximação de Diego Reyes, o avançado precipitou-se e não acertou com a baliza.
Até ao intervalo o FC Porto podia ter ampliado a vantagem, quase sempre pela boa prestação de Hernâni, mas nenhum dos seus colegas foi suficientemente eficaz e por isso as equipas recolheram ao balneário com o magro resultado de 1-0.
No segundo tempo o cariz do jogo não se modificou. As dificuldades portistas continuaram, a ineficácia também, começou a surgir alguma intranquilidade que a Académica procurou explorar.
O resultado tangencial era perigoso e Julen Lopetegui decidiu tirar Quintero, pouco em jogo, metendo Marcano para dar mais estabilidade defensiva. Alex Sandro foi para a sua posição e Angel avançou para extremo.
Os azuis e brancos continuaram a ser mais perigosos com Campaña de livre directo a obrigar Cristiano a aplicar-se e logo a seguir o endiabrado Hernâni colocou a bola redondinha na cabeça de Aboubakar, que falhou escandalosamente.
Quem não marca arrisca-se a sofrer. Não é que a Académica demonstrasse grande apetência para conseguir o golo, mas a verdade é que num lance fortuito tal podia acontecer. Ora à passagem do minuto 64, Fabiano passou por um calafrio ao defender à segunda um remate seguido de ressalto que poderia dar ao resultado uma expressão injusta.
À falta de esclarecimento a meio-campo, Lopetegui trocou Campaña por Óliver Torres e o futebol portista melhorou um pouco. Já com Jackson no lugar de Aboubakar, o FC Porto perdeu a melhor oportunidade de chegar ao segundo golo. Alex Sandro, num trabalho espectacular, ganhou a linha de fundo, cruzou com peso, conta e medida para Jackson, que liberto de adversários, a menos de 1 metro da baliza escancarada, atirou... sobre a barra! Pode?
O apito final do homem vestido de vermelho (a cor do clube do seu coração) soou logo a seguir.
Para a história ficam os três pontos da ordem, numa exibição muito frouxa, face à ousadia de Lopetegui ao alterar de forma quase radical a estrutura da equipa.
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