ÉPOCA 2009/10
Ainda sob a batuta do Professor Jesualdo Ferreira, o FC Porto perfilava-se como um dos principais candidatos ao título nacional, apesar da perda de alguns dos mais sonantes nomes do pantel. Lisandro Lopez e Cissokho, para o O. Lyon, Lucho Gonzalez, para o Marselha e as dispensas de Ventura, Tengarrinha, Stepanov, Andrés Madrid, Tarik Sektioui e Rabiola bem com o fim de carreira de Pedro Emanuel.
Nos reforços, a novidade foi a aposta em cinco jogadores portugueses de qualidade, Beto (ex-Leixões), Miguel Lopes (ex-Rio Ave), Nuno André Coelho (ex-Estrela da Amadora), Orlando Sá (ex-SC Braga) e Silvestre Varela (ex-Estrela da Amadora), para além do brasileiro Maicon (ex-Nacional da Madeira). Do estrangeiro chegaram Álvaro Pereira (ex-CFR Cluj), Sebastian Prediger (ex-Colón), Fernando Belluschi (ex-Olimpiakos), Diego Valeri (ex-Lanús) e Radamel Falcao (ex-River Plate). Mais tarde, no mercado de Inverno chegaria Rúben Micael (ex-Nacional da Madeira).
A época oficial arrancou no dia 9 de Agosto de 2009, no Estádio Municipal de Aveiro, com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira que colocou frente a frente o Campeão Nacional, FC Porto e o Paços de Ferreira, finalista vencido no confronto frente aos Dragões, da Taça de Portugal.
Num jogo quase sempre mal jogado, os azuis e brancos puxaram dos galões e venceram com alguma naturalidade, apesar de só terem desbloqueado o encontro a partir do minuto 59. Vitória por 2-0, justa mas numa exibição apagada, frente a um adversário perfeitamente acessível. Foi a 16ª Supertaça ganha em 25 edições.
Equipa titular que em Aveiro venceu a 16ª Supertaça Cândido de Oliveira. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Bruno Alves, Rolando, Álvaro Pereira, Fernando e Hulk; em baixo: Raul Meireles, Fucile, Mariano Gonzalez, Belluschi e Silvestre Varela
No Campeonato nacional, o FC Porto não teve um desempenho regular e foi altamente prejudicado por jogadas de bastidores, com relevo para a emboscada no túnel da Luz que originou um dos maiores e vergonhosos escândalos do futebol português. Na sequência dessa «borrasca» Hulk e Sapunaru foram severamente castigados pela CD da Liga, chefiada pela figura ridícula do pavão vermelho (Ricardo Costa), com suspensão preventiva durante 61 dias, seguida de 4 meses de suspensão a Hulk e 6 meses a Sapunaru. Castigos que acabariam por ser reduzidos pelo CJ da PPF, em 24 de Março de 2010, para 3 jogos a Hulk e 4 para Sapunaru. Os atletas estiveram afastados indevidamente durante 15 e 14 jogos, respectivamente. A verdade é que desde que Hulk foi autorizado a jogar (faltavam 7 jornadas), o FC Porto venceu todos os jogos até final, mas já não a tempo de recuperar os pontos perdidos.
No total dos 30 jogos, somou 21 vitórias, 5 empates e 4 derrotas. Marcou 70 golos, sofreu 26 e somou 68 pontos, menos 3 que o Braga (2º) e menos 8 que o Benfica (1º).
Equipa titular que na 29ª jornada derrotou o Benfica, no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Beto, Álvaro Pereira, Rolando, Bruno Alves, Fernando e Hulk; em baixo: Raul Meireles, Guarín, Belluschi, Fucile e Ernesto Farías.
Na Taça de Portugal o FC Porto voltou a erguer o troféu em mais uma final jogada no Jamor. Para lá chegar teve de eliminar sucessivamente o Sertanense, o Oliveirense, o Belenenses, o Sporting e o Rio Ave.
A campanha começou no Dragão frente à frágil equipa do Sertanense, da II Divisão B. Jesualdo aproveitou para apresentar uma formação mesclada com elementos menos utilizados do plantel, introduzindo depois 3 elementos da formação portista (Dias, Alex e Yero). Vitória por 4-0, num jogo sem história.
Equipa titular frente ao Sertanense. Da esquerda para a direita, em cima: Beto, Maicon, Prediger, Nuno André Coelho, Fernando e Ernesto Farías; em baixo: Mariano Gonzalez, Diego Valeri, Cristian Rodríguez, Sérgio Oliveira e Hulk.
Seguiu-se a Oliveirense, no Estádio Municipal de Águeda, por falta de condições do anfiteatro da equipa da casa. Jesualdo apresentou a equipa principal, quase completa (só faltaram Guarín e Hulk), mas mesmo assim o futebol praticado deixou muito a desejar. Vitória (0-2) como lhe competia, frente a um adversário que não colocou grandes problemas.
Equipa titular que em Águeda eliminou a Oliveirense. Da esquerda para a direita, em cima: Beto, Fernando, Rolando, Bruno Alves, Álvaro Pereira e Orlando Sá; em baixo: Fucile, Raul Meireles, Belluschi, Cristian Rodríguez e Silvestre Varela.
Os oitavos-de-final foram jogados no Estádio do Restelo, contra o Belenenses. Jogo freneticamente louco, impróprio para cardíacos. O FC Porto, tido à partida como principal favorito não conseguiu confirmar essas credenciais em campo. Teve de suster a maior determinação do adversário e reagir a duas desvantagens no marcador. O 2-2 final obrigou a uma decisão pelas grandes penalidades. Também aí o equilíbrio foi surpreendente. Numa autêntica maratona de 15 penaltis, o FC Porto acabou por vencer por 10-9!
Seguiu-se o Sporting, no Dragão. Bela exibição portista num espectáculo de muito bom futebol, onde não faltou beleza estética, capacidade técnica e grandes golos. Um jogo de encher as medidas. Vitória portista por 5-2.
Equipa titular que goleou o Sporting, classificando-se para as meias-finais da Taça de Portugal. Da esquerda para a direita, em cima: Falcao, Beto, Álvaro Pereira, Rolando, Fernando e Maicon; em baixo: Mariano Gonzalez, Belluschi, Rúben Micael, Fucile e Silvestre Varela.
O Rio Ave foi o adversário nas meias-finais, jogadas em duas mãos. Duas vitórias portistas. A primeira mão foi disputada em Vila do Conde, no dia em que o CJ da FPF punha cobro à manobra mafiosa do aprendiz de justiceiro Ricardo Costa e seus acólitos, reduzindo de forma arrasadora as penas aplicadas a Hulk e Sapunaru, na sequência da emboscada preparada com todos os requintes pela máfia vermelha, no túnel da Luz.
Sem rubricar uma grande exibição, os Dragões construíram uma vitória confortável (1-3) que abria desde logo o caminho para seguir em frente.
Na 2ª mão, no Dragão, Jesualdo aproveitou para gerir o plantel, fazendo descansar uma boa parte dos titulares habituais. Vitória ainda mais folgada (4-0), num jogo pouco interessante.
Equipa titular frente ao Rio Ave, no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Diego Valeri, Beto, Maicon, Bruno Alves, Fernando e Orlando Sá; em baixo: David Addy, Fucile, Rúben Micael, Belluschi e Ernesto Farías.
O FC Porto apresentou-se no Jamor para jogar a final da Taça de Portugal pelo terceiro ano consecutivo, desta vez para defrontar o modesto Desportivo de Chaves, acabado de ser despromovido da Liga de Honra para a II Divisão Nacional.
Ainda assim os Dragões não fizeram uma grande exibição, bem pelo contrário. Os azuis e brancos entraram no jogo a ver jogar, cumprindo a lei do menor esforço que os conduziu aos serviços mínimos. Mesmo assim foi a melhor equipa justificando o resultado final (2-1).
Na Taça da Liga os Dragões lograram a sua primeira final, depois de liderarem o seu grupo onde defrontou o Leixões, a Académica e o Estoril. Nas meias-finais reencontraram a Académica a quem venceram por 1-0 e na final disputada no Algarve foram derrotados pelo Benfica, por 3-0.
Em termos internacionais coube ao FC Porto, como campeão nacional, representar Portugal na Champions League. Colocado no Grupo D, com os ingleses do Chelsea, os espanhóis do Atlético de Madrid e os cipriotas do Apoel, não se previa vida fácil para os comandados de Jesualdo Ferreira.
A primeira jornada foi disputada em terras de Sua Magestade, no relvado de Stamford Bridge, frente ao Chelsea de Carlo Ancelotti. Apresentando um futebol personalizado, consciente, desinibido, ainda que com maior pendor defensivo, o FC Porto jogou taco a taco, olhos nos olhos, frente a um adversário poderoso e de muito bom nível. A partida acabaria por ser decidida nos detalhes e aí, a menor eficácia dos jogadores portistas acabou por ditar uma derrota por 1-0, algo imerecida.
O segundo embate foi no Dragão frente ao Atlético de Madrid. Jogo muito cauteloso e muito amarrado que resultou numa hora de futebol pouco interessante. Só na meia hora final o FC Porto tomou realmente conta dos cordelinhos e fez pela vida, garantindo uma vitória difícil mas justa, colorida com 2 golos sem resposta.
Equipa titular frente ao Atlético de Madrid. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Tomás Costa, Rolando, Bruno Alves, Álvaro Pereira e Hulk; em baixo: Raul Meireles, Mariano Gonzalez, Falcao, Belluschi e Fucile.
A terceira jornada teve como palco, de novo o Dragão. Frente à equipa menos cotada do Grupo, e estreante na competição, o Apoel de Chipre, a equipa portista exibiu-se de forma estranha. Poucas vezes foi capaz de se afirmar como equipa mais evoluída e sobretudo não soube explorar a inexperiência e ingenuidade da equipa cipriota, pródiga no festival de brindes nada normais a este nível.
A vitória portista, por 2-1 assentou no aproveitamento de duas dessas falhas, mas o futebol praticado por ambas as equipas deixou muito a desejar.
Equipa titular, frente ao Apoel. Da esquerda para a direita: Fernando, Helton, Bruno Alves, Fucile, Álvaro Pereira e Rolando; em baixo: Raul Meireles, Mariano Gonzalez, Falcao, Cristán Rodríguez e Hulk.
Na 4ª jornada o FC Porto deslocou-se a Nicósia para voltar a defrontar o Apoel. Nova vitória, agora por 0-1, em mais um jogo pouco conseguido, com o golo a acontecer aos 84 minutos, permitindo desde logo a qualificação para os oitavos-de-final, com duas jornadas para jogar.
Seguiu-se a recepção ao Chelsea onde a liderança do Grupo ia ser posta à prova. O FC Porto não foi capaz de evitar a derrota por culpa própria, face a uma exibição (mais uma) descolorida. Derrota por 0-1 e a certeza de que o 1º lugar estava fora de questão.
A última jornada foi para cumprir calendário. Deslocação a Madrid e vitória expressiva (0-3) no Vicente Calderón, fechando com chave de ouro a sua participação na fase de grupos da CL.
O resultado do sorteio colocou no caminho portista o Arsenal de Londres para os oitavos-de-final. A primeira mão jogou-se no Dragão com vitória portista por 2-1, resultado que não espelhou a supremacia portista durante os 90 minutos. O FC Porto dispôs de outras oportunidades que se concretizadas poderia dar outra tranquilidade na deslocação a Londres.
Equipa titular que defrontou o Arsenal no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Fernando, Álvaro Pereira, Rolando, Bruno Alves e Hulk; em baixo: Raul Meireles, Rúben Micael, Falcao, Silvestre VArela e Fucile.
A 2ª mão foi um verdadeiro banho de bola. Equipa sem ideias, de passes longos, sem ligação, sem criatividade, sem organização, enfim, sem nada de nada! Erros atrás de erros e golos na sua baliza em catadupa. Uma miséria aterradora, numa goleada das antigas: 5-0 e fim do sonho!
Equipa titular que foi goleada em Londres. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Álvaro Pereira, Nuno André Coelho, Bruno Alves, Rolando e Hulk; em baixo: Raul Meireles, Rúben Micael, Falcao, Silvestre Varela e Fucile.
(Clicar no quadro para ampliar)
O FC Porto esteve envolvido em 5 competições, realizando um total de 51 jogos. A equipa técnica utilizou 31 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização:Álvaro Pereira (46 jogos), Bruno Alves, Falcao e Rolando (43), Belluschi (41), Fernando e Raul Meireles (39), Guarín e Helton (33), Mariano Gonzalez (32), Cristian Rodríguez, Hulk e Tomás Costa (31), Silvestre Varela (29), Ernesto Farías (27), Diego Valeri (23), Miguel Lopes (19), Rúben Micael (17), Beto (13), Maicon (12), Orlando Sá (11), Sapunaru (9), Nuno André Coelho (7), Nuno E. Santo (5), Sérgio Oliveira (4), Prediger e Yero (3), David Addy, Alex e Dias (1).
Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e Arquivo do Blog Dragaopentacampeao - I série
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