sexta-feira, 4 de abril de 2014

EQUIPAS DO PASSADO - SÉC. XXI

ÉPOCA 2008/2009

A ambição e o desejo de vencer fazem parte do ADN do FC Porto, pelo que o futuro é sempre encarado com a maior responsabilidade e rigor,  para que as vitórias possam continuar a acontecer de forma natural e regular.

Jesualdo Ferreira continuou de pedra e cal no comando técnico da equipa portista que entretanto perdera Bosingwa, Paulo Assunção, Marek Cech e, já depois da época oficial começar, Ricardo Quaresma. Em sentido contrário, as aquisições foram para além dos ajustes cirúrgicos, revelando um conjunto apreciável de caras novas: Sapunaru, Benítez, Guarín, Cristán Rodríguez, Rolando, Fernando, Tomás Costa, Hulk, Tengarrinha e Candeias, a que se juntariam no mercado de Inverno, Andrés Madrid e Rabiola.






















A época abriu com a disputa da Supertaça Cândido de Oliveira, jogada no Algarve, frente ao conjunto de Sporting. O jogo acabou por ser uma má propaganda ao futebol, tendo em conta a falta de qualidade patenteada por ambos os conjuntos, ainda que o maior responsável tenha sido o FC Porto, ao rubricar uma exibição descolorida, frouxa, apagada, sem inspiração, com algum desnorte à mistura, muito longe das possibilidades que estaria ao alcance dos atletas que foram utilizados. A derrota por 2-0 castigou com alguma justiça a inépcia portista que não foi capaz até de concretizar uma grande penalidade a seu favor. 

No Campeonato nacional (Liga Sagres), depois de uma entrada algo inconstante, apesar de ter empatado na Luz e vencido em Alvalade, averbou duas derrotas consecutivas, uma em casa frente ao Leixões e a outra na Figueira da Foz, frente à Naval, a equipa acabou por reagir bem e encontrar o equilíbrio necessário para lutar pelo título.
























Equipa que venceu em Alvalade, na 5ª jornada. Da esquerda para a direita, em cima: Nuno, Fernando, Bruno Alves, Lisandro Lopez, Rolando e Sapunaru; em baixo: Raul Meireles, Fucile, Lucho Gonzalez, Cristián Rodríguez e Tomás Costa.

Uma série de 23 jogos sem perder, incluindo 11 vitórias consecutivas fora de casa, permitiu festejar a conquista do tetracampeonato a 2 jornadas do fim, no Dragão frente ao Nacional.



















A última jornada, de novo no Dragão, constituiu o jogo da consagração final, frente ao Braga, treinado então por Jorge Jesus.




















Os 18 atletas (titulares e suplentes) que posaram para a foto da consagração. Da esquerda para a direita, em cima: Bruno Alves, Sapunaru, Helton, Tomás Costa, Rolando, Lisandro Lopez, Fernando, Ernesto Farías, Stepanov, Nuno e Pedro Emanuel; em baixo: Raul Meireles, Tarik Sektioui, Cristián Rodríguez, Mariano Gonzalez, Cissokho, Guarín e Hulk.

Na Taça de Portugal, o FC Porto voltou ao Jamor, desta vez para trazer o troféu. Antes porém, teve de eliminar sucessivamente o Sertanense, o Sporting, o Cinfães, o Leixões e o Estrela da Amadora.





















Equipa titular que foi a Alvalade garantir a qualificação para 5ª Eliminatória da Taça de Portugal. Da esquerda para a direita, em cima: Helton, Fernando, Bruno Alves, Rolando, Lisandro Lopez e Pedro Emanuel; em baixo: Raul Meireles, Fucile, Lucho Gonzalez, Mariano Gonzalez e Hulk.























Equipa titular que em Cinfães, garantiu a presença nos Quartos-de-final da Taça de Portugal, ao derrotar a equipa local por 4-1. Da esquerda para a direita, em cima: Stepanov, Guarín, Rolando, Nuno, Lino e Tarik Sektioui; em baixo: Ernesto Farías, Pelé, Mariano Gonzalez, Tomás Costa e Tengarrinha.


No estádio do Jamor, frente ao Paços de Ferreira, os tetracampeões nacionais confirmaram o favoritismo, vencendo a 14ª Taça de Portugal e a 6ª «dobradinha» do seu historial, até então. Não foi um jogo brilhante nem uma exibição arrasadora, antes pelo contrário. O Porto marcou cedo e depois limitou-se a gerir, a controlar e a arrastar o jogo para o ritmo que mais lhe convinha, em função de algum desgaste acusado pelos seus jogadores nucleares.




















Equipa titular que venceu a final do Jamor. Da esquerda para a direita, em cima: Bruno Alves, Fernando, Lisandro Lopez, Nuno, Rolando e Hulk; em baixo: Raul Meireles, Crsistián Rodríguez, Mariano Gonzalez, Fucile e Cissokho.























Na Taça da Liga, os Dragões concluíram a 3ª fase no comando do seu grupo com 2 vitórias (V.Setúbal e Académica) e 1 derrota (Nacional), apresentando quase sempre formações constituídas maioritariamente pelos jogadores menos utilizados.






















Na imagem a equipa titular que defrontou na 3ª jornada da fase de grupos, a Académica. Da esquerda para a direita, em cima: Guarín, Stepanov, Tarik Sektioui, Bruno Alves, Ventura e Hulk; em baixo: Sapunaru, Cristián Rodríguez, Lucho Gonzalez, Fernando e Cissokho.


Nas meias-finais o FC Porto teve de ir a Alvalade para defrontar o Sporting. Também aí, Jesualdo Ferreira colocou uma maioria de atletas menos utilizados.  Para além disso, a deslocação para Lisboa de comboio, no mesmo dia, foi demonstrativo da importância que o Clube devotou a esta prova e a este confronto.

Ainda assim a equipa portista entrou bem no jogo e até marcou primeiro. Conseguiu equilibrar o jogo durante bastante tempo até que Carlos Xistra, o árbitro da partida decidiu presentear com dois penaltis absurdos, os choramingas calimeros. A partir daí, os jogadores portistas desconcentraram-se e entraram num verdadeiro caos, acabando goleados e afastados da prova.

Em termos internacionais o FC Porto representou o futebol português, na Liga milionária. Incluído no Grupo G, na companhia de Fenerbahçe, Arsenal e Dínamo de Kiev, os Dragões fizeram uma campanha positiva.

















Apesar de ter averbado 2 derrotas, o FC Porto acabou na primeira posição do seu Grupo.


A Campanha começou contra os turcos do Fenerbahçe, no Dragão, com vitória portista por 3-1 e em que o resultado foi melhor que a exibição. O Porto marcou cedo (11´e 13') e depois descansou à sombra dos louros conquistados, proporcionando aos seus adeptos 70 minutos de futebol pouco ou nada interessante.






















Equipa titular que defrontou o Fenerbahçe. Da esquerda para a direita, em cima: Fernando, Sapunaru, Lisandro Lopez, Bruno Alves, Rolando e Helton; em baixo: Raul Meireles, Cristián Rodríguez, Lucho Gonzalez, Mariano Gonzalez e Benítez.


A segunda jornada foi jogada no Emirates Stadium, em Londres, frente ao poderoso Arsenal. Exibição desoladora, irreconhecível e nada condizente com o prestígio do Clube. Jesualdo Ferreira montou um esquema defensivo, permitindo um assalto constante à baliza do FC Porto. O resultado final (4-0) só não foi mais dilatado porque os «gunners» falharam muitas oportunidades.

Seguiu-se a recepção aos ucranianos do Dínamo de Kiev. Nova derrota num jogo em que os Dragões sofreram um golo de livre directo e não mais tiveram arte nem engenho para contrariar o resultado negativo, apesar do assédio quase constante à baliza do adversário, feito com muita ansiedade e nenhuma eficácia.

Na capital ucraniana, os azuis e brancos retomaram o caminho das vitórias, partindo para três jornadas vitoriosas e a ascensão ao 1º lugar final do Grupo. Mas não foi fácil. Os ucranianos até marcaram primeiro. Só na segunda metade o FC Porto conseguiu o golo do empate e a partir daí o jogo partiu-se, com bola lá, bola cá e com os Dragões a apontarem o golo da vitória já em cima do tempo de compensação.

Istambul foi a tarefa seguinte. Vitória portista por 1-2, numa exibição esforçada, com momentos de grande lucidez e realismo, que permitiu o controlo do jogo em largos períodos da partida, inibindo os turcos de construírem um futebol fluído, obrigando-os a cometer alguns erros, que os Dragões souberam aproveitar.

Na derradeira jornada o FC Porto recebeu a equipa do Arsenal, que nessa altura comandava o Grupo. Num jogo encarado com todo o cuidado e responsabilidade, os Dragões souberam impor a sua superioridade, tirando partido de alguma ausências de peso na formação contrária, vencendo com toda a autoridade e justiça, com dois golos sem resposta.























Equipa titular que derrotou o Arsenal. Da esquerda para a direita, em cima: Fernando, Helton, Lisandro Lopez, Rolando, Bruno Alves e Pedro Emanuel; em baixo: Raul Meireles, Cristián Rodríguez, Lucho Gonzalez, Fucile e Hulk.


Nos oitavos-de-final da prova, Madrid foi a etapa seguinte. Pela frente a aguerrida equipa espanhola do Atlético de Madrid. Jogo marcado por alguns infortúnios portistas, mas que mostrou com evidência a maior capacidade da turma portuguesa em levar o perigo à baliza contrária, onde espalhou algum pânico. A ineficácia finalizadora e algum facilitismo na defesa contribuíram decisivamente para um resultado menos satisfatório (2-2).

No jogo da 2ª mão, no Dragão, as equipas apresentaram-se cautelosas e desconfiadas uma da outra. Pertenceram ao FC Porto as melhores ocasiões para marcar, com duas bolas nos ferros e um desempenho excepcional do guardião colchonero, que salvou a sua equipa de sair derrotada. Empate sem golos, algo lisonjeiro para a equipa espanhola que mesmo assim não evitou a sua justa eliminação.
























Equipa titular que no Dragão garantiu a passagem aos quartos-de-final da CL, frente ao A. Madrid. Da esquerda para a direita, em cima: Sapunaru, Helton, Lisandro Lopez, Bruno Alves, Fernando e Rolando; em baixo: Raul Meireles, Cristián Rodríguez, Lucho Gonzalez, Hulk e Cissokho.

Para os quartos-de-final, quis os desígnios do sorteio por no caminho portista a forte equipa inglesa do Manchester United. A primeira mão foi jogada no escaldante ambiente do Old Trafford, onde a equipa dos Dragões se apresentou fortemente personalizada, marcando logo aos 4 minutos. Depois Bruno Alves ofereceu o golo do empate, num atraso de bola a Helton que Rooney interceptou. A cinco minutos do fim Tevez colocou os ingleses em vantagem, mas 4 minutos depois, num último fôlego, Mariano Gonzalez colocou justiça no resultado fazendo o resultado final (2-2).

Depois de um grande jogo em Inglaterra, era espectável que, perante o seu público, o FC Porto fosse capaz de se impor e de fazer reverter a seu favor o bom resultado conseguido fora. Porém, a constelação de estrelas que constituía a equipa do Manchester United, com o melhor jogador do Mundo, como cartaz,  acabou por ditar a sorte da eliminatória. Cristiano Ronaldo, fazendo jus à fama conquistada concretizou o lance fatal, num remate verdadeiramente fenomenal, a cerca de 30 metros da baliza, explorando com êxito a liberdade de que beneficiou momentaneamente. Derrota que não beliscou nem um pouco a excelente prestação portista que viu, ainda assim, subir o seu prestigio. 



















Equipa titular que defrontou o Manchester United, no Dragão. Da esquerda para a direita, em cima: Sapunaru, Helton, Bruno Alves, Lisandro Lopez, Rolando e Fernando; em baixo: Raul Meireles, Lucho Gonzalez, Cristián Rodríguez, Cissokho e Hulk.






































Ao longo de toda a época o FC Porto esteve envolvido em 5 competições, realizando um total de 52 jogos. Jesualdo Ferreira utilizou 32 atletas, aqui referenciados por ordem decrescente dessa utilização: Bruno Alves (46 jogos), Cristián Rodríguez (45), Lisandro Lopez e Hulk (44), Raul Meireles (43), Rolando (42), Tomás Costa (41), Fernando e Mariano Gonzalez (40), Helton e Lucho Gonzalez (37), Ernesto Farías e Sapunaru (32), Guarín (27), Fucile e Cissokho (23), Tarik Sektioui (18), Pedro Emanuel (15), Nuno e Benítez (13), Stepanov (10), Andrés Madrid e Candeias (9), Lino (8), Pelé e Rabiola (5), Diogo Viana (4), Ventura (3), Josué, Bolatti e Tengarrinha (2) e Ivo Pinto (1).


Fontes: Almanaque do FC Porto, de Rui Miguel Tovar e Arquivo do Blog Dragaopentacampeao - I versão. 


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